5.3.05

Metade PS, metade independentes

José Sócrates anunciou ontem um governo de onde está ausente António Vitorino - regressa algum guterrismo,foi buscar independentes por si conquistados e lança de novo para o governo o fundador do CDS, Freitas do Amaral.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=05&id=9841&sid=1048

Comentário: A novidade menos (?) esperada – a escolha de Freitas do Amaral para MNE – merece um comentário muito pessoal. Tenho uma imensa consideração e admiração por Freitas do Amaral. Fundador do CDS, este Professor de Direito Administrativo já foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro da Defesa Nacional, vice-Primeiro-Ministro, Presidente da Assembleia-geral da ONU. Ou seja, currículo não lhe falta – daí a minha admiração. Mas, e aqui começam as minhas dúvidas, parece-me que nos últimos tempos ele se anda a colar muito aos partidos que têm mais hipóteses de ser Governo (independentemente das ideologias de cada um): colou-se a Durão Barroso há 3 anos, colou-se a Sócrates agora, e consegue com este último o lugar de MNE. O mais absurdo é, aliás, a resposta autista que ele dá quando lhe perguntam o porquê destas mudanças de partido e, supostamente, de ideologia: “Não sou eu que tenho mudado, são os partidos…”. Exacto.
Parece-me que Freitas do Amaral ficou profundamente conturbado com a derrota nas eleições presidenciais que disputou com Mário Soares. E ele quer, à força, ser Presidente da República. Ora, “qual é a forma mais fácil de ser Presidente em Portugal?”, pensará ele. Resposta lógica: ser de esquerda, ter o apoio do PS. Ora aí está… mas aquilo com que ele não contaria é que Vitorino não quis ser Ministro. Porque será?
Será esta cogitação obra da minha mente alucinada? Não sei. Mas que outra justificação haverá para um “senador” como Freitas do Amaral ser agora um mero subordinado de um “miúdo” como José Sócrates?