14.4.05

Casa da Música

Uma Casa por arrumar
Com 1238 lugares, é a sala nobre do edifício projectado por Koolhaas. Imponente, com dois órgãos de tubos postiços, suscita apreciações estéticas divergentes

Há quem diga que maus princípios são bons augúrios, mas uma coisa é certa ninguém, na sua inteira razão, preconizaria um início destes para a Casa da Música (CM), a obra emblemática do Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura. E o maior problema nem sequer é ter chegado quatro anos atrasada, mas sim o estado de caos em que se processa esta abertura de portas. O concerto de Lou Reed, hoje à noite, no Grande Auditório, pode até ser um bálsamo refrescante, mas de efeito paliativo, porque a realidade, essa, está mais ruidosa do que musical.

In http://dn.sapo.pt/2005/04/14/tema/uma_casa_arrumar.html

Comentário: A Casa da Música é, culturalmente, um excelente investimento para a cidade do Porto. Num país onde as propostas culturais se restringem quase totalmente aqui à capital, é de saudar esta aposta. Como projecto, no entanto, foi feito bem ao jeito “tuga”: chegou com 4 anos de atraso; continua em obras hoje, dia da sua abertura (estando aquela zona hoje transformada num caos); ainda não tem conselho de administração nomeado (funciona com uma comissão liquidatária); esperavam gastar-se no máximo 40 milhões de Euros (piores previsões da altura), e já se investiram 100 milhões, com tendência para ultrapassar.
No futuro teremos uma zona privilegiada para assistir a concertos e para usufruir de boa música. Mas seria importante reflectir sobre a forma como se realizam projectos de investimento (seja cultural ou de qualquer outro tipo) em Portugal.