26.4.05

RE: Modelo laboral da fábrica da VW já é copiado por outras empresas (IV)

Pelo que depreendo da tua resposta, parr ti não interessa termos mais receita… o que é no mínimo incompreensível: é que a nossa despesa pública está acima dos 60% do PIB... era muito importante termos mais receita para combatermos este problema. Isso consegue-se por duas vias principais:

1. Crescimento das exportações;
2. Redução da evasão fiscal.

Mais algumas autoeuropas ajudavam muito a cumprir o primeiro ponto.

Significa isto que não nos devemos preocupar com a despesa? Longe disso. Devemos ser extremamente rigorosos com esse controlo, até porque se afigura difícil, no curto prazo, as exportações aumentarem muito ou a evasão fiscal diminuir. A tendência, infelizmente, é até contrária. O recente discurso socialista, sendo mais laxista do lado da receita, é errado porque dá a ideia que apostando no crescimento podemos descurar a receita. Não, o jogo ganha-se combatendo dos dois lados. E eu concordo contigo: precisamos de matar o monstro. É que alimentando-o ele também fica mais forte, e as consequências futuras são cada vez mais negativas!

Se no final do mês eu tiver muitas contas para pagar e o salário não me chegar para tudo, quais são as minhas hipóteses para combater o problema? Mudar de emprego ou ser promovido (acréscimo de receita) ou então acabar com algumas das despesas. No curto prazo é mais fácil cortar nas despesas, mas é também importante pensar no médio/longo prazo: para conseguir ter melhor qualidade de vida interessa ganhar mais. Mas independentemente do dinheiro que eu ganhe ao fim do mês, é indispensável não ser despesista, gastador, porque no futuro, se as coisas derem para o torto, a queda é muito maior. Ao nível do Estado, com as devidas diferenças, as coisas funcionam mais ou menos assim…