8.3.05

Tropas de Damasco já recuaram, mas não abandonam o Líbano

Os presidentes Bashar al-Assad e Emile Lahoud concordaram ontem que os 14 mil soldados sírios vão abandonar as suas actuais posições no Líbano e concentrar-se no Vale de Bekaa, no Leste, até ao final deste mês. Não foi definido um calendário para uma retirada total - das tropas e dos agentes secretos - que será negociada posteriormente pelos dois governos. Na Praça dos Mártires, em Beirute, milhares de manifestantes indignaram-se e continuaram a gritar "liberdade, soberania e independência", mas os protestos atraem agora mais cristãos, sobretudo maronitas, do que muçulmanos, sunitas, xiitas e drusos. Hoje, o movimento Hezbollah, instrumento de Damasco e de Teerão no conflito com Israel, mobilizou os seus fiéis para uma demonstração de apoio ao patrono sírio.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=08&id=10260&sid=1099

Comentário: Parece-me claro que, depois dos processos no Afeganistão e no Iraque, os povos árabes daquela zona começam a perceber que a liberdade é possível. As aberturas democráticas têm sido claras: desde o Egipto (onde Mubarak, líder desde 1981, ouvindo o “grito” de várias manifestações populares contra si, decidiu abrir as eleições, pela 1ª vez, à oposição), passando pela Arábia Saudita (onde houve, pela primeira vez, no mês passado, um escrutínio), e acabando agora nestes clamores de liberdade e independência dos libaneses. Algo está, de facto, a mudar para aquelas bandas…