5.7.05

Bush diz que defenderá na cimeira do G8 os interesses dos Estados Unidos

Presidente americano manterá oposição ao Protocolo de Quioto sobre alterações climáticas, lembrará aos europeus que os EUA são o maior doador mundial e aumentaram recentemente as suas contribuições e dirá que não acabará com os subsídios agrícolas americanos, a menos que também acabe a PAC. Para alguns analistas, Bush vai para a Escócia tratar da sua agenda política interna e pode estragar os planos de Tony Blair.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=07&d=05&uid=&id=28769&sid=3167

Comentário: Apesar de tentativas como o Live 8, apesar da consciencialização mundial dos problemas de que o Mundo sofre – em especial o ambiente e África – é possível que o encontro dos G8 acabe sem avanços significativos.
Dos subsídios europeus e americanos à agricultura já tudo se disse, e parece claro ser essa uma das razões do extremar da pobreza no continente negro. Os EUA partilham das ideias do Reino Unido: enquanto a UE não decidir acabar com a PAC, também os EUA manterão os seus subsídios. Entretanto África vai esperando.
Em relação ao ambiente houve alguns avanços por parte dos EUA. Bush já admite que, de facto, a degradação ambiental é culpa do Homem. É um avanço, convenhamos. O Presidente dos EUA mantém, no entanto, irredutível a sua posição em relação ao Protocolo de Quioto – e afirmou que não ratificará nenhum acordo desse tipo. Transmite no entanto a ideia de que se deve apostar no investimento tecnológico com vista a melhorar a performance ambiental, como por exemplo através do desenvolvimento de automóveis a hidrogénio. Penso que o mais sensato seria acabar com o Protocolo de Quioto tal como está, e renová-lo de forma a “atrair” os americanos. Sem os EUA nenhum acordo ambiental fará sentido.
Uma última nota: espero que os países que se vão reunir amanhã em Gleneagles enviem uma mensagem forte em relação ao Zimbabwe e à política errada de Mugabe. Um país que vivia há pouco tempo com excedentes agrícolas é hoje o país que necessita, com mais urgência, de ajuda alimentar. E tudo devido à política racista do ditador zimbabweano. É necessário pressionar fortemente este país para que os seus habitantes não morram todos à míngua entretanto…