14.9.05

ONU PROCURA reinventar-se para TENTAR sobreviver

Um dia antes do início da "oportunidade histórica" que a sessão que celebra o 60.º aniversário da ONU representa, estava já instalado um incómodo sentimento de fracasso e desapontamento. O consenso que todos pensavam ainda ser possível mostrou-se inviável e há vários países, incluindo os EUA, que não estão dispostos a subscrever a proposta de resolução final. Do sucesso desta cimeira dependem dois futuros: o da instituição e o de Kofi Annan.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=09&d=14&uid=&id=38682&sid=4357

Comentário: Hoje, na maior Assembleia Geral da ONU de todos os tempos, tenta-se discutir qual o futuro desta importante organização internacional (multilateral). Vários assuntos estão em cima da mesa: reforma da ONU, com propostas de diminuição da carga burocrática no seu funcionamento (para evitar escândalos como o do programa “Petróleo por Alimentos”); substituição da Comissão dos Direitos Humanos (do qual fazem parte, vergonhosamente, países como a Líbia, o Zimbabwe, o Sudão, e Cuba, só para dar alguns exemplos) por um novo conselho; nova distribuição de poderes (entre a Assembleia, o Secretário-Geral e o Conselho de Segurança); e reforma do Conselho de Segurança. Este último ponto é, aliás, o que está a provocar maior celeuma. Há várias propostas para aumentar o número de membros permanentes (os actuais 5 membros permanentes são os EUA, a França, o Reino Unido, a China e a Rússia – todos com direito de veto), se bem que a hipótese de algum dos futuros membros ter direito de veto já foi descartada. No entanto, esta adição de membros será extremamente complicada: inicialmente falou-se da entrada da Índia, do Brasil, do Japão e da Alemanha, mas logo a seguir surgiu um grupo contra: Paquistão (por causa da Índia…), Argentina e México (por causa do Brasil), Coreia do Sul (por causa do Japão…), Itália e Espanha (por causa da Alemanha…).
Com este imbróglio, o mais provável no final é tudo ficar na mesma em relação à constituição do Conselho de Segurança. Mesmo que tal aconteça, espera-se que pelo menos a reforma do funcionamento da organização avance, para que não comece a definhar agora, com apenas 60 anos…