Turquia anula julgamento do escritor Orhan Pamuk
A Justiça turca decidiu anular ontem, em definitivo, o julgamento do escritor Orhan Pamuk, que compareceu em tribunal pelas suas declarações sobre o genocídio da população arménia durante a fase final do Império Otomano e a situação da população curda na Turquia. O processo, desencadeado por um grupo de advogados nacionalistas, estava a embaraçar o Governo pós-islamista e poderia comprometer as aspirações europeias de Ancara.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=01&d=24&uid=&id=59995&sid=6641
Comentário: Orhan Pamuk é um escritor turco, daqueles que gostam de contar as verdades do passado dos seus países, sem ter medo das consequências que possa sofrer. Na fase final do Império Otomano, é um facto que foram mortos 1 milhão de arménios e 30 mil curdos. Isto, por definição, é um genocídio (aliás, dois!). Mas os sucessivos governos turcos não querem admitir esta evidência, e tentam esconder esse seu passado para debaixo do tapete. Ora, num país que pretende entrar na União Europeia, tal situação é inaceitável. Olhar para trás e reflectir sobre o seu passado é a única garantia que se pode ter do que será o seu futuro. Perseguições sobre escritores ou sobre qualquer outra pessoa que apenas se preocupa em desvendar a verdade, é normal em regimes teocráticos e autoritários (como o caso da condenação à morte de Salman Rushdie por Khomeini, no Irão), mas não é aceitável num país que se define como democrático e defensor dos direitos humanos e das liberdades cívicas – tais como a liberdade de expressão.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=01&d=24&uid=&id=59995&sid=6641
Comentário: Orhan Pamuk é um escritor turco, daqueles que gostam de contar as verdades do passado dos seus países, sem ter medo das consequências que possa sofrer. Na fase final do Império Otomano, é um facto que foram mortos 1 milhão de arménios e 30 mil curdos. Isto, por definição, é um genocídio (aliás, dois!). Mas os sucessivos governos turcos não querem admitir esta evidência, e tentam esconder esse seu passado para debaixo do tapete. Ora, num país que pretende entrar na União Europeia, tal situação é inaceitável. Olhar para trás e reflectir sobre o seu passado é a única garantia que se pode ter do que será o seu futuro. Perseguições sobre escritores ou sobre qualquer outra pessoa que apenas se preocupa em desvendar a verdade, é normal em regimes teocráticos e autoritários (como o caso da condenação à morte de Salman Rushdie por Khomeini, no Irão), mas não é aceitável num país que se define como democrático e defensor dos direitos humanos e das liberdades cívicas – tais como a liberdade de expressão.
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