5.6.06

Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar

Os pais participam na vida da escola? É possível dizer que estão preparados para avaliar os professores? O PÚBLICO fez uma ronda por 15 escolas, de Norte a Sul do país para ouvir os professores. A resposta é "Não".
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=04&uid=&id=82411&sid=8967

Comentário: Ao contrário da maior parte dos comentadores, eu concordo que parte da avaliação dos professores seja feita pelo pais. Então não será lógico que os principais interessados no sistema tenham uma palavra a dizer em relação à formação – e aos formadores – dos seus filhos?
Aqui os principais problemas apontados a esta proposta têm sido estes: os pais não vão à escola, não têm informação para avaliar os professores e podem ser “enganados” pelas opiniões dos seus filhos. Ora, para mim a solução passa por não permitir que todos os pais avaliem os professores. Na minha opinião só os pais e encarregados de educação que vão à escola periodicamente, que participam em reuniões da escola (penso que se poderiam promover encontros entre todos os docentes e os pais interessados, ou então promover “reuniões de disciplina”), e que portanto estão informados e têm interesse no que se passa na escola poderiam avaliar os docentes. Se apenas “10% dos pais vêm à escola”, como se diz na notícia, penso que essa minoria interessada deve ter uma voz activa na avaliação da escola e dos professores.
Outro ponto fundamental, e que julgo correcto, colocado pela Ministra da Educação, tem a ver com a necessidade dos professores terem notas de “Muito Bom” ou “Excelente” para poderem progredir na carreira (ao contrário do pouco exigente “Suficiente” que era necessário até agora...). Além disso, parece que vai haver quotas a definir o número máximo de notas elevadas a atribuir – o que fará com que não se dê “Excelente” a todos os professores como acontece actualmente na função pública.
Pelo menos estas ideias muito genéricas, colocadas à discussão agora, são interessantes. Esperemos que os sindicatos não obriguem o Governo a recuar nas mais duras (mas claramente indispensáveis) medidas.