10.11.06

RE: Esperança de vida no continente africano é mais baixa do que há três décadas (II)

Como sabes, não me parece possível que nos próximos tempos se consiga acabar com as guerras, se acabe com as ditaduras, haja liberdade total, etc. Como temos de viver no mundo real, não-utópico, penso que é importante apoiar grupos organizados de pessoas que se dedicam a estas causas. Alguns são fraudes claras, e nem sequer merecem apoio. É por isso que é preciso ter mil olhos para saber que causas apoiar, e em que grupos investir o nosso tempo e dar o nosso contributo.

Pode ser uma aspirina, sem dúvida, mas suponho que quando tens uma dor de cabeça tomes um desses comprimidos milagrosos, não? Portanto não vejo mal nenhum em ir dando umas aspirinas para aliviar a dor de muitos que hoje sofrem, e ao mesmo tempo ir fazendo o tal trabalho hercúleo de que falavas correctamente no teu e-mail. Nós não conseguimos sozinhos mudar nada, e mesmo estas organizações não conseguem nada se não houver vontade política das grandes potências mundiais.

Os objectivos de instituições como o Make Poverty History são de monta: tornar o comércio mundial mais justo, perdoar dívidas, etc., de forma a tentar diminuir a pobreza extrema no Mundo (em particular em África). No entanto estas instituições não conseguem nada directamente: são países como os EUA, Reino Unido, etc., que têm de tomar as medidas curativas desta enfermidade. No entanto, indirectamente, são muito importantes pela pressão que exercem sobre os governos. Cada um de nós não tem poder para fazer nada. E mesmo juntos só temos uma coisa: a nossa voz, em conjunção com outras vozes, de forma a pressionar os governos a agir.

Podemos – e devemos – ir dando umas aspirinas para mitigar a dor. E podemos fazer pressão para que, finalmente, os grandes líderes mundias possam ajudar o nosso Mundo a livrar-se desta enorme mazela de que sofre.