17.6.07

Habitantes de Gaza temem ficar isolados do resto do mundo

A possibilidade de os palestinianos se dividirem em dois Estados está a ser muito mal recebida pelos outros países árabes
A Palestina é composta por um povo sem Estado; agora corre o risco de ser um povo dividido por dois territórios. "Sinto-me perdida. Ontem ia a andar na rua e a chorar", contou à Reuters Umm Ramimi, uma dona de casa que veio com a família para Gaza em 1995, depois de passar grande parte da vida no exílio. O seu marido é coronel numa das forças policiais dominadas pela Fatah. "Estamos destruídos."


In Público, Secção Mundo

Comentário: Muita coisa má vai acontecer nos próximo tempos. Fica aqui uma previsão (com final positivo, talvez utópico) do que poderá acontecer: 1) O Hamas controla agora a Faixa de Gaza. Como o Hamas não renuncia à violência, não reconhece Israel, e não quer cumprir os acordos anteriormente assinados, a Faixa de Gaza fica isolada do Mundo, não recebendo apoios financeiros, e a vida da população palestiniana neste “Hamastão” vai degradar-se acentuadamente. 2) A Fatah controla a Cisjordânia. Como o Hamas não controlará nada aqui, por agora, isto será o “Fatahstão”. A ajuda internacional chegará (o bloqueio só atinge o Hamas), e a população começará finalmente a ver melhorar um pouco o seu nível de vida (em relação ao momento actual). 3) Com o passar do tempo, as condições de vida dos palestinianos da Cisjordânia melhorarão um pouco, enquanto os da Faixa de Gaza sentirão a sua vida a piorar cada vez mais. Ainda por cima olham para o “Fatahstão” e vêem que os seus compatriotas do lado de lá vivem melhor. Revoltam-se contra o Hamas e este perde o poder. 4) Depois de entregar os Montes Golã à Síria, Israel vai cedendo um pouco na Cisjordânia, retirando alguns colonatos, de forma a mostrar ao “Hamastão” que ser governado por um grupo terrorista como o Hamas não é aceitável. 5) Israel e a Palestina chegam a um acordo de “terra por paz”, e os dois Estados passam a reconhecer-se mutuamente. Vive-se uma paz delicada.
À medida que vai avançando, a previsão torna-se mais utópica e, por isso, mais incerta. Mas seria bom se as coisas avançassem neste sentido.