RE: GNR Deixou o Iraque mas Portugal Mantém-se na Coligação (III)
Caro Picá,
Admira-me tu aceitares tão facilmente a ligeireza do José Sócrates neste assunto. Como sabes o Sócrates não é uma pessoa como eu e tu. Eu e tu podemos dar opiniões sem estarmos “embrenhados nos assuntos”, não temos responsabilidades perante 10 milhões de pessoas. Já me parece, no entanto, grave, que um candidato a Primeiro-Ministro dê a sua “opinião” acerca de assuntos sem os conhecer muito bem (facto especialmente grave, a meu ver, quando tratamos de assuntos diplomáticos).
Quanto ao meu “facciosismo”, só te faço esta pergunta. Se tivesse sido o Santana Lopes, o Paulo Portas, o Jerónimo de Sousa ou o Francisco Louçã a dizer que “rejeita militares portugueses no Iraque” sem estar “embrenhado nos assuntos” achas que eu não faria uma crítica exactamente igual à que fiz ao Sócrates? Se achas que não aconselho-te a reler pelo menos os meus últimos 100 e-mails… Penso que estes responderão por mim. :)
O nosso problema é que aceitamos, muitas vezes, que os nossos políticos e governantes não estejam por dentro dos assuntos de que falam. Penso ser esta nossa fraca exigência uma das razões que nos coloca hoje na situação de não termos nenhum candidato a PM (em especial dos dois partidos de poder) com as qualidades que deveria ter um chefe de executivo. Eu considero triste assistir a um debate entre os líderes dos 5 partidos portugueses com representação na Assembleia, em que um não se prepara convenientemente e – pior – demonstra não conhecer os assuntos (Santana), outro parece um robot, melhor preparado que o anterior, de facto, mas absolutamente nulo ao nível de propostas concretas (Sócrates), e nenhum deles apresenta uma proposta concreta num debate de duas horas. Promessas, objectivos, metas, disso muito. Agora políticas concretas, zero. Para piorar tudo, todos os objectivos implicavam despesa a mais do que a que temos hoje (dádivas de milhares de empregos, promessas de nenhum despedimento na função pública, etc.). Daqui a quatro anos (se chegarem a ser quatro…) estaremos, seguramente, pior do que estamos hoje. Pessimismo? Não creio. Pragmático realismo. O líder que esteve melhor no debate foi seguramente Jerónimo de Sousa. Foi o que disse menos asneiras… :)
Admira-me tu aceitares tão facilmente a ligeireza do José Sócrates neste assunto. Como sabes o Sócrates não é uma pessoa como eu e tu. Eu e tu podemos dar opiniões sem estarmos “embrenhados nos assuntos”, não temos responsabilidades perante 10 milhões de pessoas. Já me parece, no entanto, grave, que um candidato a Primeiro-Ministro dê a sua “opinião” acerca de assuntos sem os conhecer muito bem (facto especialmente grave, a meu ver, quando tratamos de assuntos diplomáticos).
Quanto ao meu “facciosismo”, só te faço esta pergunta. Se tivesse sido o Santana Lopes, o Paulo Portas, o Jerónimo de Sousa ou o Francisco Louçã a dizer que “rejeita militares portugueses no Iraque” sem estar “embrenhado nos assuntos” achas que eu não faria uma crítica exactamente igual à que fiz ao Sócrates? Se achas que não aconselho-te a reler pelo menos os meus últimos 100 e-mails… Penso que estes responderão por mim. :)
O nosso problema é que aceitamos, muitas vezes, que os nossos políticos e governantes não estejam por dentro dos assuntos de que falam. Penso ser esta nossa fraca exigência uma das razões que nos coloca hoje na situação de não termos nenhum candidato a PM (em especial dos dois partidos de poder) com as qualidades que deveria ter um chefe de executivo. Eu considero triste assistir a um debate entre os líderes dos 5 partidos portugueses com representação na Assembleia, em que um não se prepara convenientemente e – pior – demonstra não conhecer os assuntos (Santana), outro parece um robot, melhor preparado que o anterior, de facto, mas absolutamente nulo ao nível de propostas concretas (Sócrates), e nenhum deles apresenta uma proposta concreta num debate de duas horas. Promessas, objectivos, metas, disso muito. Agora políticas concretas, zero. Para piorar tudo, todos os objectivos implicavam despesa a mais do que a que temos hoje (dádivas de milhares de empregos, promessas de nenhum despedimento na função pública, etc.). Daqui a quatro anos (se chegarem a ser quatro…) estaremos, seguramente, pior do que estamos hoje. Pessimismo? Não creio. Pragmático realismo. O líder que esteve melhor no debate foi seguramente Jerónimo de Sousa. Foi o que disse menos asneiras… :)
<< Home