20.6.05

RE: Concorrência chinesa (X)

Nossa cultura neo-liberal, Carlos? Mas nossa, de quem? É que dos portugueses não é com certeza. Hoje em dia usa-se o epíteto “neo-liberal” de uma forma pejorativa. Eu sou, de facto, a favor da livre concorrência. Acho que o liberalismo económico permitiu o desenvolvimento e enriquecimento dos que hoje são os países mais avançados. Mas claro, não há bela sem senão.

Bem sei que os chineses são um “perigo” para nós, europeus. Trabalham muito mais horas que nós, recebem muito menos, têm muito menos regalias sociais, são em muito maior número e, não despiciendo, são capazes de morrer pelo seu país, sem pensar duas vezes (basta olhar para o exemplo dos seu vizinhos kamikazes). As contas que fazes estão absolutamente correctas, mas se calhar depois nós desviamo-nos é nas conclusões a tirar desses números. Tu pensas que a melhor forma é usar medidas proteccionistas. Eu acho que o melhor é mudar de produção. Esquecer o têxtil, porque tem de se assumir que é impossível competir hoje em dia com os países asiáticos, e investir noutras coisas, produzir artigos e serviços de maior valor acrescentado, onde o factor “mão-de-obra” seja menos importante.