30.9.05

Governo admite não recorrer a golden-shares na energia

Posição do Estado será "tendencialmente maior" na REN. Anúncio de nova estratégia do Governo para a energia dominado por alterações accionistas
O Estado pode não recorrer a golden-shares e à blindagem de estatutos na Galp e na REN, quando as colocar no mercado no próximo ano. Ontem, no anúncio da entrada em bolsa das duas empresas energéticas em 2006, o ministro da Economia admitiu ser esse o caminho possível."É preferível não recorrer ou não dar peso excessivo a instrumentos que, a prazo, estão condenados por Bruxelas e assumir claramente que se o Estado quer ter influência deve manter uma participação, mas orientada para a criação de valor nas empresas, como os outros accionistas", afirmou o ministro, não dando garantias sobre o envolvimento do consórcio Petrocer no novo cenário anunciado

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=09&d=30&uid=&id=41504&sid=4636

Comentário: As golden-shares (pequenas participações do Estado no capital duma empresa, mas que dão um poder bastante maior que a participação assumida, em especial a possibilidade de veto sobre qualquer assunto) são um entrave ao normal funcionamento do mercado, e por essa razão em Bruxelas estão neste momento a ser preparadas leis para acabar com estas situações de privilégio. Se o Estado quer controlar sectores estratégicos nacionais, se quer influenciar os destinos de uma ou outra empresa, deve participar no capital da mesma como qualquer outro accionista, devendo assim assumir o risco do investimento do capital, mas podendo assim, com propriedade, decidir sobre o seu futuro.