Entrevista com Cavaco Silva
O Presidente pode pedir a um Governo ou à Assembleia que legislem em determinadas matérias
Por José Manuel Fernandes e Nuno Sá Lourenço, fotografias de Miguel Madeira
Cavaco Silva recorda que há poderes políticos que o Presidente da República tem e que pode usar, mesmo que essa não tenha sido a prática até agora. Por isso, acredita que pode trabalhar em conjunto com o Governo, a Assembleia, os partidos e os parceiros sociais para "inverter o ciclo de afastamento em relação aos níveis de desenvolvimento da UE ou de Espanha". Entre esses poderes estão o envio de mensagens à Assembleia ou o pedido para serem elaborados Livros Brancos. Na sua primeira grande entrevista à imprensa escrita, o candidato defende a herança dos seus governos e mostra rever-se mais no estilo de exercer a Presidência de Jorge Sampaio do que de Mário Soares.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=11&d=21&uid=&id=50023&sid=5546
Comentário: Portugal precisa de um clima de maior confiança. Para o momento actual do país, penso que o perfil de Cavaco Silva será o melhor para a Presidência do Estado. A maior parte dos actores económicos – fundamentais nesta altura recessiva e pessimista – estão ao lado do ex-Primeiro Ministro. Olhando para o quadro de possibilidades, verificamos que:
1) Mário Soares está mal colocado neste quadro – além das várias gaffes e esquecimentos que tem demonstrado, além da sua putativa condição de “pai (avô?) da Nação” (por exemplo quando, por duas vezes, desrespeitou a lei eleitoral apoiando o seu candidato a umas eleições, no própria dia de realização das mesmas), há um exemplo típico da sua personalidade, que hoje em dia é insuportável numa pessoa que almeja carregar as responsabilidades de Presidente da República: Mário Soares visitou a Casa da Música, e ficou “maravilhado”. Mas quando lhe perguntaram o que é que ele achava do imenso descalabro financeiro que ela representou (custo final 6 vezes superior ao previsto), teve a resposta soarista: “Por mais derrapagens que houvesse isto (CdM) é uma maravilha” e “quando há ideias, o dinheiro aparece”. Clarificador.
2) Manuel Alegre apresenta-se como o candidato de “fora do sistema”, o que é esquisito para uma pessoa que é deputado há 30 anos na Assembleia da República (já foi inclusive seu vice-presidente). Além disso, criticou muito as medidas do PS, mas o facto é que foi sempre um deputado fiel ao partido. Finalmente, criticou o Orçamento de Estado, mas na altura da votação, faltou. Esclarecedor.
3) Jerónimo de Sousa ainda não largou o estalinismo.
4) Francisco Louça ainda não largou o trotskismo.
Por tudo isto, parece-me que Cavaco Silva é actualmente a melhor opção para o cargo de Presidente da República.
Por José Manuel Fernandes e Nuno Sá Lourenço, fotografias de Miguel Madeira
Cavaco Silva recorda que há poderes políticos que o Presidente da República tem e que pode usar, mesmo que essa não tenha sido a prática até agora. Por isso, acredita que pode trabalhar em conjunto com o Governo, a Assembleia, os partidos e os parceiros sociais para "inverter o ciclo de afastamento em relação aos níveis de desenvolvimento da UE ou de Espanha". Entre esses poderes estão o envio de mensagens à Assembleia ou o pedido para serem elaborados Livros Brancos. Na sua primeira grande entrevista à imprensa escrita, o candidato defende a herança dos seus governos e mostra rever-se mais no estilo de exercer a Presidência de Jorge Sampaio do que de Mário Soares.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=11&d=21&uid=&id=50023&sid=5546
Comentário: Portugal precisa de um clima de maior confiança. Para o momento actual do país, penso que o perfil de Cavaco Silva será o melhor para a Presidência do Estado. A maior parte dos actores económicos – fundamentais nesta altura recessiva e pessimista – estão ao lado do ex-Primeiro Ministro. Olhando para o quadro de possibilidades, verificamos que:
1) Mário Soares está mal colocado neste quadro – além das várias gaffes e esquecimentos que tem demonstrado, além da sua putativa condição de “pai (avô?) da Nação” (por exemplo quando, por duas vezes, desrespeitou a lei eleitoral apoiando o seu candidato a umas eleições, no própria dia de realização das mesmas), há um exemplo típico da sua personalidade, que hoje em dia é insuportável numa pessoa que almeja carregar as responsabilidades de Presidente da República: Mário Soares visitou a Casa da Música, e ficou “maravilhado”. Mas quando lhe perguntaram o que é que ele achava do imenso descalabro financeiro que ela representou (custo final 6 vezes superior ao previsto), teve a resposta soarista: “Por mais derrapagens que houvesse isto (CdM) é uma maravilha” e “quando há ideias, o dinheiro aparece”. Clarificador.
2) Manuel Alegre apresenta-se como o candidato de “fora do sistema”, o que é esquisito para uma pessoa que é deputado há 30 anos na Assembleia da República (já foi inclusive seu vice-presidente). Além disso, criticou muito as medidas do PS, mas o facto é que foi sempre um deputado fiel ao partido. Finalmente, criticou o Orçamento de Estado, mas na altura da votação, faltou. Esclarecedor.
3) Jerónimo de Sousa ainda não largou o estalinismo.
4) Francisco Louça ainda não largou o trotskismo.
Por tudo isto, parece-me que Cavaco Silva é actualmente a melhor opção para o cargo de Presidente da República.
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