Sharon funda um novo partido para "fazer a paz"
Primeiro-ministro cria um movimento "liberal". Governo e parlamento desfazem-se. Uma nova era em Israel
Desde a retirada de Gaza que se falava no big bang. Ontem à noite, o primeiro-ministro Ariel Sharon concretizou-o, anunciando ao país que deixa o Likud, o partido conservador que co-fundou há 30 anos, para criar um novo partido "liberal".A decisão altera o mapa político, já sacudido recentemente pela surpreendente eleição de Amir Peretz na liderança do Partido Trabalhista (Labour). Há um mês os israelitas tinham um governo de coligação entre os dois grandes partidos, Likud à direita, Labor à esquerda, que alternam no poder desde a fundação do Estado. As eleições estavam marcadas para Novembro. Agora, o Governo está desfeito, o Parlamento concluirá hoje a sua dissolução, e três partidos vão disputar o poder: à direita, o Likud dos anti-retirada de Gaza; ao centro, o novo partido de Sharon; à esquerda, o Labour de Peretz. As legislativas vão acontecer em Março, pouco depois das eleições palestinianas de 25 de Janeiro.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=11&d=22&uid=&id=50248&sid=5571
Comentário: Uma táctica muito interessante de Sharon. O actual primeiro-ministro já tinha avisado que poderia optar por esta solução, desde que resolveu retirar da Faixa de Gaza. É curioso que este homem, que várias vezes foi um entrave à paz, tem caminhado, nos últimos tempos, para soluções muito mais pragmáticas, estando assim a ser actualmente um impulsionador da paz na conturbada região Israel-Palestina. Depois da morte de Arafat o caminho ficou mais simples (apesar de ainda ser extremamente complexo), em especial porque Abbas e Sharon parecem verdadeiramente convictos de que a paz passa pela união e reconhecimento entre estes dois Estados.
O Likud (partido da direita do espectro político israelita, actualmente no poder), tem estado maioritariamente contra a retirada de Gaza. Vendo que está a perder apoio, Sharon opta pela “fuga para a frente”. Cria um partido centrista, com o objectivo final de alcançar um acordo de paz, cedendo em parte aos palestinos, mas mantendo alguns dos “objectivos nacionais de Israel”. Veremos agora se as eleições trazem alterações políticas relevantes.
Desde a retirada de Gaza que se falava no big bang. Ontem à noite, o primeiro-ministro Ariel Sharon concretizou-o, anunciando ao país que deixa o Likud, o partido conservador que co-fundou há 30 anos, para criar um novo partido "liberal".A decisão altera o mapa político, já sacudido recentemente pela surpreendente eleição de Amir Peretz na liderança do Partido Trabalhista (Labour). Há um mês os israelitas tinham um governo de coligação entre os dois grandes partidos, Likud à direita, Labor à esquerda, que alternam no poder desde a fundação do Estado. As eleições estavam marcadas para Novembro. Agora, o Governo está desfeito, o Parlamento concluirá hoje a sua dissolução, e três partidos vão disputar o poder: à direita, o Likud dos anti-retirada de Gaza; ao centro, o novo partido de Sharon; à esquerda, o Labour de Peretz. As legislativas vão acontecer em Março, pouco depois das eleições palestinianas de 25 de Janeiro.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=11&d=22&uid=&id=50248&sid=5571
Comentário: Uma táctica muito interessante de Sharon. O actual primeiro-ministro já tinha avisado que poderia optar por esta solução, desde que resolveu retirar da Faixa de Gaza. É curioso que este homem, que várias vezes foi um entrave à paz, tem caminhado, nos últimos tempos, para soluções muito mais pragmáticas, estando assim a ser actualmente um impulsionador da paz na conturbada região Israel-Palestina. Depois da morte de Arafat o caminho ficou mais simples (apesar de ainda ser extremamente complexo), em especial porque Abbas e Sharon parecem verdadeiramente convictos de que a paz passa pela união e reconhecimento entre estes dois Estados.
O Likud (partido da direita do espectro político israelita, actualmente no poder), tem estado maioritariamente contra a retirada de Gaza. Vendo que está a perder apoio, Sharon opta pela “fuga para a frente”. Cria um partido centrista, com o objectivo final de alcançar um acordo de paz, cedendo em parte aos palestinos, mas mantendo alguns dos “objectivos nacionais de Israel”. Veremos agora se as eleições trazem alterações políticas relevantes.
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