7.12.05

Custos de Construção do TGV não são recuperáveis

A procura prevista para os comboios de alta velocidade entre Lisboa e Porto e Lisboa e Madrid chegará para cobrir os encargos com a exploração, mas não para amortizar o investimento em infra-estruturas, avaliado em mais de 7000 milhões de euros. No caso da primeira ligação ainda sobrará dinheiro para pagar a taxa de uso, mas para a capital espanhola nem isso.
O investimento nas infra-estruturas ferroviárias de alta velocidade não é recuperável, concluem os estudos na posse do Governo que deverão ser divulgados terça-feira, 13 de Dezembro, na cerimónia pública de apresentação da nova versão do projecto de alta velocidade português que será presidida pelo primeiro-ministro, José Sócrates.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=12&d=07&uid=&id=52595&sid=5821

Comentário: Não será necessário mais nada para se concluir que este é um investimento errado. Qualquer projecto de investimento que apresente estes resultados é inviável ou, no mínimo, insustentável. Com as conclusões deste trabalho não se pode defender a construção de uma linha de alta velocidade para o nosso pequeno país. No entanto, o Governo avançará com o projecto, numa decisão errada tecnicamente – portanto sendo uma aposta estritamente política. Passamos uma grave crise financeira, orçamental e, mais grave ainda, económica, e o nosso Governo aposta, teimosamente, num sumptuoso TGV. Põe-se o país todo em cheque, para dar a ideia de que somos um país avançado. Típico.