30.3.06

RE: Vice-presidente do Supremo Administrativo nomeia sobrinho para seu assessor (II)

Mete-me sempre confusão “o nomeado não precisar de obedecer a qualquer critério de selecção”. A “confiança pessoal” serve para justificar tudo. Os exemplos de incompetentes a trabalharem no Estado através do recurso a “cunhas” e compadrios são infindáveis. A assessoria de um vice-presidente do Supremo Administrativo não é um cargo qualquer, e mereceria, digo eu, requisitos mínimos.

Seria aceitável que, por absurdo, um vice-presidente levasse toda a sua família consigo para o “assessorar” e para o resto? Não me parece aceitável, apesar de estar garantida a “confiança pessoal”, certamente. “Confiança pessoal” é um critério, por vezes, importante, concordo, mas nunca poderá ficar à frente de critérios tão básicos como a competência no exercício das funções a que se destina.

Concordo que por vezes os jornais espevitam um pouco o sentimento da mesquinha inveja nacional – o que é habitual e péssimo. E por isso não queria ligar o meu comentário a nenhum caso específico (quem me diz que este “sobrinho” não era mesmo a pessoa mais capaz para aquela tarefa?). Era apenas um desabafo motivado pelos imensos exemplos que já tive o desprazer de observar...