4.4.06

RE: "Quebra de confiança política" afasta director nacional da PJ (II)

Se a notícia é feita pela Comunicação Social ou não, não faço ideia. A minha fonte é, quase sempre, o Público, como todos sabem. Até hoje, é o jornal mais fidedigno com que me deparei no panorama português. Mantenho, até à data, este meu reconhecimento. Naturalmente que compreendo que possas ter muito mais informação do que eu, e que o que tens a mais me possa fazer mudar de opinião. Espero para ver. :)

A parte do “propagandeada pelo Fernando” é um pouco grosseira, quanto a mim… :) mas de qualquer forma deve ser por estar na moda falar-se em “propaganda”, por causa da alta actividade governamental nesta área. É que se achas que colocar uma notícia no Fórum e comentá-la é “propaganda”, já o devias ter dito mais vezes: é que eu já faço isto há uns anitos, não? :)

As notícias dos últimos dias – “propagandeadas” por todos os jornais portugueses, e não só o Público – mostraram claramente que a Polícia Judiciária está numa situação inquietante. Sem recursos financeiros (havia funcionários que avançavam com dinheiro próprio para prosseguirem determinados serviços!), com suborçamentações insustentáveis, a situação é complicada. Daí possivelmente o Director Nacional – até aqui com uma boa actuação, mostrando independência, sublinhe-se – ter ameaçado demitir-se. Forma de pressing habitual, como sabes, mas nunca correspondida. Porquê? Porque não interessava ao Governo que ele se demitisse por falta de meios…

Entretanto o António Costa deu a entender que a Interpol e a Europol iriam deixar de ser coordenadas pela PJ (pressing claro do Governo à instituição e ao seu Director). Isso fez com que a PJ se indignasse, e que o processo seguinte – da sua própria demissão ou afastamento – acontecesse.

Como hoje dizia, e muito bem, o José Manuel Fernandes no seu editorial do Público, este é mais um exemplo do controlo eficaz das notícias pelo Governo, “deixando cair notícias que funcionam depois como justificação para decisões que desejava tomar por motivos menos confessáveis”. Propaganda não serei eu que o faço, com certeza. Este Governo tem demonstrado um profissionalismo e, porque não dizê-lo, uma classe nesse campo, que eu não poderia, jamais, almejar atingir.