26.1.05

Re: Resposta de Louçã às críticas (VI)

Caro Bergano,

É com gosto de leio, de novo, um comentário teu. :) Tens de o fazer mais vezes! Indo por partes:

De facto, o Francisco Louçã responde a críticas do Eduardo Dâmaso e Ana Sá Lopes, respectivamente sub-director e jornalista do Público. Mas, como sabes, o assunto tem sido bastante glosado na comunicação social - já li críticas de um leque muito alargado de pessoas (algumas delas insuspeitas de apoiar Paulo Portas como Vital Moreira, Graça Franco, Ferreira Fernandes e ainda todos, repito, todos os dirigentes do PS e do PSD que eu vi pronunciarem-se acerca deste assunto). A questão não se prende, assim, com duas singelas críticas, como afirmas, apesar do Louçã apenas responder – e mal, na minha opinião – a estas.

A frase não é só mal-educada, Bergano. É muito mais grave do que isso: a frase inclui uma crítica sectária, conservadora, “neo-fascista”, como António Ribeiro Ferreira escrevia no DN de ontem.

E, ao contrário do que dizes, eu não disse que ele podia defender os direitos dos homossexuais. Pelo contrário. Eu sei que ele já os defendeu noutras alturas. O que disse é que, usando da mesma argumentação ignóbil que ele usou no debate, ele agora já não pode defender os homossexuais. Só poderá defendê-los se for também ele homossexual (assim como, para ele, só pode dar a sua opinião sobre o aborto quem tiver filhos…).

Considero o Francisco Louçã um excelente economista, e um bom político. Não concordo com a sua ideologia, mas admiro as suas qualidades como tribuno, e concordo que o Bloco trouxe para cima da mesa assuntos importantes que andavam esquecidos. Mas também acho que o Paulo Portas foi um bom Ministro da Defesa, dos únicos que conseguiu cumprir o programa que trazia (podes discordar da compra dos submarinos, tal como eu, mas a verdade é que eram promessas de programa, que ele cumpriu – e isso não é despiciendo para quem nele votou), com algumas boas medidas: casos da OGMA, da revisão dos Conceitos Estratégicos de Defesa Nacional e Militar, da Lei de Programação Militar, da ajuda aos antigos combatentes, da inversão do declínio financeiro (e até do prestígio) das Forças Armadas, entre outras.