30.9.05

RE: Governo admite não recorrer a golden-shares na energia (I)

Se o fim do comunismo tal como idealizado no séc. XIX e praticado séc. XX é hoje uma realidade inegável, já o fim do socialismo não era coisa que se esperasse tão cedo, tanto mais quando perpetrado pelos próprios socialistas (ou que se têm como tal...).

Na verdade, se era já ténue a linha de fronteira entre o ultimamente denominado "centro-esquerda" e o que os militantes destes chamam de "neo-liberalismo" (os quais, por sua vez, se intitulam de "centro-direita"...) temos que, com esta governação socrática todas as alfândegas se derrubaram, abrindo-se de uma vez por todas o mercado livre, livre de ideias e livre de ideais.

Na verdade, caiu a barreira que restava; os sectores económicos essenciais, não só à economia mas à vida em sociedade, perderam de vez o pendor de res publica para serem mais uma mercadoria: falamos da energia, da água e da saúde (que só não está ainda totalmente desestatizada porque os privados não querem herdar o buraco financeiro gigantesco).

Só falta a última barreira de todas, a barreira filosófica de toda a civilização greco-romana, que também vai cair um dia, já nós estaremos a fazer fóruns celestiais (ou churrascadas infernais, no meu caso, que digo estas barbaridades): o território. A última coisa que vai restar aos Estados. Em leasing, com ou sem golden-shares, ele cairá.

Por ora vai apenas ardendo...

(Faber)