RE: Resultados impõem a Cavaco e Sócrates inevitável colaboração (IV)
Apreciei a tua análise às eleições, e até concordo com quase tudo. Excluindo alguns pontos, que são os que vou focar, naturalmente:).
1. Não concordo nada com o que dizes acerca de Sócrates ter sido um vencedor. Ele passa a ser o líder do PS com o pior resultado eleitoral de sempre. Apoiou um candidato de peso, e teve uma derrota estrondosa. Um partido como o PS ter uma percentagem de votos quase ao nível do que habitualmente o PCP e o BE (nos tempos áureos) apresentam é muito mau. Não quer isto dizer que no futuro a coabitação Cavaco/Sócrates não possa ser positiva – para ambos e para Portugal – mas a verdade é que o resultado é mau para o PS. Basta ver que o Primeiro-Ministro se preparava para apoiar Manuel Alegre na segunda volta, no caso de ela acontecer (para mim o tal fax que mandas é falso – não seria muito mais fácil fazer isto por telefone, ou pessoalmente, em vez de estar a utilizar um papel da Presidência do Conselho de Ministros?). Ora, apoiar o “traidor”, é mesmo para evitar o “lobo mau”, Cavaco.
2. Manuel Alegre foi um vencedor, claramente. Conquistou, sem o apoio de nenhum partido, mais de 1 milhão de votos. Isso é um feito, para já, único no nosso país, e por isso merece o aplauso reservado aos vitoriosos. Ainda para mais deixou Soares, o seu novo arqui-inimigo, que contava com o “poderoso” aparelho do PS por trás – repara que, dos socialistas “notáveis”, nenhum apoiou Alegre! –, muito atrás. Claro que tenho grandes dúvidas acerca do que o poeta poderá fazer agora aos 20% de votos que conquistou. O candidato anti-partidos mais “aparelhístico” de sempre – recorde-se que ele é deputado do PS desde o fim da ditadura, vice-Presidente da Assembleia pelo PS, e sempre apoiou os governos socialistas – vai ter grandes dificuldades em criar algo fora do aparelho do, ainda, seu partido. Alegre criou uma enxurrada que não conseguirá, muito provavelmente, controlar. E esta corrente de apoio, não sendo aproveitada agora, provavelmente até se poderá evaporar no futuro próximo.
Uma última nota, que desta vez não contraria o que disseste, em relação ao Louçã. Li a entrevista dele no Jornal de Negócios, e concordo contigo. A sorte dele é que nenhuma das pessoas que vota nele a leu, porque se a lesse, ele não tinha 5,3%. Ficava lado a lado com o Garcia Pereira.
1. Não concordo nada com o que dizes acerca de Sócrates ter sido um vencedor. Ele passa a ser o líder do PS com o pior resultado eleitoral de sempre. Apoiou um candidato de peso, e teve uma derrota estrondosa. Um partido como o PS ter uma percentagem de votos quase ao nível do que habitualmente o PCP e o BE (nos tempos áureos) apresentam é muito mau. Não quer isto dizer que no futuro a coabitação Cavaco/Sócrates não possa ser positiva – para ambos e para Portugal – mas a verdade é que o resultado é mau para o PS. Basta ver que o Primeiro-Ministro se preparava para apoiar Manuel Alegre na segunda volta, no caso de ela acontecer (para mim o tal fax que mandas é falso – não seria muito mais fácil fazer isto por telefone, ou pessoalmente, em vez de estar a utilizar um papel da Presidência do Conselho de Ministros?). Ora, apoiar o “traidor”, é mesmo para evitar o “lobo mau”, Cavaco.
2. Manuel Alegre foi um vencedor, claramente. Conquistou, sem o apoio de nenhum partido, mais de 1 milhão de votos. Isso é um feito, para já, único no nosso país, e por isso merece o aplauso reservado aos vitoriosos. Ainda para mais deixou Soares, o seu novo arqui-inimigo, que contava com o “poderoso” aparelho do PS por trás – repara que, dos socialistas “notáveis”, nenhum apoiou Alegre! –, muito atrás. Claro que tenho grandes dúvidas acerca do que o poeta poderá fazer agora aos 20% de votos que conquistou. O candidato anti-partidos mais “aparelhístico” de sempre – recorde-se que ele é deputado do PS desde o fim da ditadura, vice-Presidente da Assembleia pelo PS, e sempre apoiou os governos socialistas – vai ter grandes dificuldades em criar algo fora do aparelho do, ainda, seu partido. Alegre criou uma enxurrada que não conseguirá, muito provavelmente, controlar. E esta corrente de apoio, não sendo aproveitada agora, provavelmente até se poderá evaporar no futuro próximo.
Uma última nota, que desta vez não contraria o que disseste, em relação ao Louçã. Li a entrevista dele no Jornal de Negócios, e concordo contigo. A sorte dele é que nenhuma das pessoas que vota nele a leu, porque se a lesse, ele não tinha 5,3%. Ficava lado a lado com o Garcia Pereira.
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