6.6.06

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XVI)

Sujeito criado e educado sempre em escolas públicas, quero também afirmar a minha concordância com esta posição. Em todos os sectores se tem provado à saciedade que o mercado tem virtudes inegáveis, e que um mercado concorrencial livre assegura o melhor para os utentes.

Um exemplo claro encontra-se no Ensino Superior. Comparemos as universidades americanas (privadas) e as europeias (maioritariamente do Estado). De entre as 20 melhores do Mundo, 17 são americanas, e só duas são europeias (Oxford e Cambridge). A que falta referir é a de Tóquio. Sem Estado as universidades parecem ficar em melhor estado… Mas mais do assunto: Nos EUA as universidades financiam-se com as propinas dos alunos (muito elevadas) e com contribuições de empresas, etc. Os alunos com menos posses recebem bolsas para poderem estudar em qualquer universidade (embora lhes sejam exigidas boas notas: meritocracia em funcionamento...).

Mas o mais fantástico, e o que prova inegavelmente as vantagens do mercado, são os chamados “endowment” (isto é, as contribuições privadas que as universidades recebem, de empresas, etc., para se conseguirem financiar). A Universidade de Harvard recebe na ordem dos 20 mil milhões de dólares por ano (!!) de “endowment” (ver http://www.yaledailynews.com/article.asp?AID=23249). Só para terem uma ideia, isso é mais do que o orçamento de todas as universidades inglesas juntas! (e note-se que as melhores universidades europeias estão localizadas exactamente na Inglaterra…)

Mercado? Sim. Privados? Sim. Estado? Também. Mas principalmente como regulador e garante da equidade social (através da concessão de bolsas aos alunos mais desfavorecidos, possibilitando a educação para todos – garantia, felizmente, constitucional).