RE: Xanana assume Defesa e Segurança (VII)
Fernando, João Francisco (há quanto tempo!), Lança, e restantes membros do fórum...
Estive em Timor há pouco mais de um ano, a dar aulas na Universidade Nova de Timor Leste (UNTL), quando a situação estava calma e não fazia prever muita agitação. Ainda assim, de conversas que tinha com outros professores que lá estavam há alguns anos e com os meus alunos timorenses, já dava para perceber que havia um ou outro rastilho que ateado faria uma grande explosão - infelizmente foi o que aconteceu! Refiro-me a algumas feridas mal-curadas pós-independência (o caso da Africa do Sul, de reuniões de reconciliação deveria ter sido seguido), a ausência de projectos de desenvolvimento nacionais que pudessem criar postos-de-trabalho e motivar e orgulhar os timorenses, a herança indonésia (e portuguesa) de inércia intelectual, a questão da distribuição e aplicação da riqueza proveniente do petróleo... a meu ver a principal causa do conflito actual (e em quase todas as guerras é assim: a causa é o dinheiro, a camuflagem seria motivos de discriminação étnica ou outro qualquer).
Para finalizar deixo-vos com um relato de uma ex-aluna timorense (agora engenheira na TimorTelecom), que me enviou um email, conjuntamente com outros professores da UNTL, sobre a situação actual in loco (nota: o português é dos melhores que se pode encontrar em Timor):
“Olá,
Por aqui a situação ainda igual mas pouca mais calma, as pessoas começam andar nas ruas só a noite que não e Já começamos trabalhar mesmo que só até meio dia.
E já não há muitos tiros como nos dias anteriores. E também já não há muitas casas que foram queimadas, mas ainda tem uma ou duas casas que foram queimadas no dia a dia.
E há alguns grupos desconhecidos que aproveitam roubar as coisas nas casas que não têm os donos (os mesmos pró-indonésios que nunca foram julgados como deviam ter sido?!?!).
A minha casa já foi queimada e as coisas que deixamos na casa foram roubados, como TV, roupas, camas, colchão, pratos, etc.
Os nossos livros e alguns fotos também já foram queimados (até hoje só pensei os meus livros que foram queimados).
Espero que tudo vai correr bem e os problemas vão ser resolvidos.
Beijinhos para todos.”
Cumprimentos,(Daniel Martins)
Estive em Timor há pouco mais de um ano, a dar aulas na Universidade Nova de Timor Leste (UNTL), quando a situação estava calma e não fazia prever muita agitação. Ainda assim, de conversas que tinha com outros professores que lá estavam há alguns anos e com os meus alunos timorenses, já dava para perceber que havia um ou outro rastilho que ateado faria uma grande explosão - infelizmente foi o que aconteceu! Refiro-me a algumas feridas mal-curadas pós-independência (o caso da Africa do Sul, de reuniões de reconciliação deveria ter sido seguido), a ausência de projectos de desenvolvimento nacionais que pudessem criar postos-de-trabalho e motivar e orgulhar os timorenses, a herança indonésia (e portuguesa) de inércia intelectual, a questão da distribuição e aplicação da riqueza proveniente do petróleo... a meu ver a principal causa do conflito actual (e em quase todas as guerras é assim: a causa é o dinheiro, a camuflagem seria motivos de discriminação étnica ou outro qualquer).
Para finalizar deixo-vos com um relato de uma ex-aluna timorense (agora engenheira na TimorTelecom), que me enviou um email, conjuntamente com outros professores da UNTL, sobre a situação actual in loco (nota: o português é dos melhores que se pode encontrar em Timor):
“Olá,
Por aqui a situação ainda igual mas pouca mais calma, as pessoas começam andar nas ruas só a noite que não e Já começamos trabalhar mesmo que só até meio dia.
E já não há muitos tiros como nos dias anteriores. E também já não há muitas casas que foram queimadas, mas ainda tem uma ou duas casas que foram queimadas no dia a dia.
E há alguns grupos desconhecidos que aproveitam roubar as coisas nas casas que não têm os donos (os mesmos pró-indonésios que nunca foram julgados como deviam ter sido?!?!).
A minha casa já foi queimada e as coisas que deixamos na casa foram roubados, como TV, roupas, camas, colchão, pratos, etc.
Os nossos livros e alguns fotos também já foram queimados (até hoje só pensei os meus livros que foram queimados).
Espero que tudo vai correr bem e os problemas vão ser resolvidos.
Beijinhos para todos.”
Cumprimentos,(Daniel Martins)
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