22.11.06

Assassínio de ministro põe o Líbano "à beira do abismo"

Pierre Gemayel foi morto a tiro em Beirute
Jorge Almeida Fernandes
O atentado faz regressar o temor de confrontos intercomunitários e coloca Damasco em xeque
O ministro da Indústria libanês, Pierre Gemayel, 34 anos, foi ontem assassinado a tiro em Beirute. Se o assassínio político é uma tradição nacional, este ocorre num momento de extrema tensão política, em que o Hezbollah, apoiado por Damasco e Teerão, depois da demissão dos seus ministros, ameaça derrubar nas ruas o Governo democrático e anti-sírio do primeiro-ministro Fouad Siniora.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=11&d=22&uid={D6C9D826-5E87-4CAD-8BF8-27638D6CC645}&id=108701&sid=11982

Comentário: O Hezbollah e a Síria querem, por todas as forças, derrubar o governo libanês. Numa altura em que ainda se encontra em fase de julgamento o assassinato do ex-PM Rafiq Hariri (que levou à retirada dos militares sírios do país), agora foi a vez de Pierre Gemayel (filho e sobrinho de dois ex-Presidentes, tendo o tio dele sido também assassinado pelos sírios). A Síria não aceita ser posta em xeque por um tribunal que tente descobrir os assassinos de Hariri. Politicamente o país está à beira do caos: vários dos ministros pró-Síria já se demitiram do Governo. Agora o Hezbollah quer eleições – com certeza para tentar ficar sozinho no poder (esta é a sua ideia de democracia, como já se tornou claro). É o que dá quando se colocam grupos terroristas no governo. Devagarinho os seus tentáculos vão tentando usurpar o poder, até instituir a sua “democracia”...