25.2.07

Presidente italiano reconduz Romano Prodi

O Presidente italiano, Giorgio Napolitano, pediu ontem a Romano Prodi que permaneça no posto de primeiro-ministro e enfrente uma moção de confiança no Parlamento. O desfecho para a crise iniciada com a derrota do Governo num voto sobre política externa no Senado, e a consequente demissão de Prodi, quarta-feira à noite, já era esperado, mas o último capítulo só deverá acontecer quarta-feira, quando Prodi confirmar se conta com maioria nas duas câmaras do Parlamento.

In Público, Secção Mundo

Comentário: O sistema político italiano é mau, e isso tem sido demonstrado até à exaustão pelos últimos Governos de Berlusconi e de Romano Prodi. A existência de inúmeros pequenos partidos políticos faz com que os vencedores eleitorais tenham de fazer grandes coligações (a coligação de Prodi é composta por cerca de 20 partidos...) – e grandes concessões –, ficando assim dependentes de um ou dois deputados, de um ou dois senadores, normalmente de partidos extremistas. Temos por vezes partidos com apenas 1% do eleitorado que condicionam enormemente o Governo, e que muitas vezes têm lugares ministeriais de relevo.
Prodi já havia sido derrubado em 1998 pela Refundação Comunista, e agora ia acontecer o mesmo (sendo apenas travado pelo Presidente). Mas Berlusconi também já tinha sido derrubado antes dele, em 1994, pela Liga Norte. Pequenos partidos, extremistas, condicionam assim a governação italiana. Enquanto não se colocar uma barreira (por exemplo de 5%) para retirar os partidos ultra-minoritários do poder, como acontece na maior parte dos sistemas políticos europeus, ou enquanto não se optar por uma segunda volta entre os partidos mais votados (como em França), os problemas políticos não acabarão no país da “Cosa Nostra”.