11.10.07

RE: UE quer aprovar moratória na ONU já em Novembro (V)

Ola Luis,

Algumas notas aos teus comentarios (mantendo a tua numeracao :)):

1) Nao me parece que o ponto fundamental seja mudar a mentalidade do assassino. Eu acho que matar um assassino, por vinganca, nao deve ser politica do Estado. Na minha opiniao e importante o Estado, como representante de todos os cidadaos, dar uma resposta integradora e nao vingativa. Deve dizer: "matar e errado, e algo que nos condenamos, por isso nao matamos". O Estado deve dar o exemplo. Se o Estado matar um criminoso esta, de alguma forma - e na minha humilde opiniao - a dizer que ele nao fez nada que o Estado nao faca.

2) Eu disse no meu comentario anterior que nao sou contra a prisao perpetua. Acredito que ha pessoas muito perigosas que, provavelmente, nao devem nunca ser libertadas, por serem um perigo social.

4) Claro que temos de suportar os custos de manutencao das prisoes. E o preco a pagar para nao ter bandidos pelas ruas. Pago-o com todo o gosto.

3) A "justica popular" deve ser combatida. E uma boa forma de a combater e dando o exemplo. Os paises onde se ve mais "justica popular" sao, curiosamente (ou nao), aqueles onde subsiste a pena de morte. Muitos dos videos horrendos que se veem pela Internet de lapidacoes filmadas em telemovel sao exemplos de "justica popular". E nesses paises ha, quase sempre, pena de morte. Nao me parece que haja correlacao positiva entre "justica popular" e pena de morte. Ate penso que a correlacao sera negativa, dado que nos paises onde nao ha pena de morte (os mais civilizados, acrescento eu) a "justica popular" e significativamente menor. Ao dar um exemplo moralizador (abolindo a pena capital) o Estado consegue moralizar a sociedade e faze-la ver que a "justica popular" nao tem sentido.

5) Como tambem ja tinha dito, nos paises onde existe pena de morte as taxas de criminalidade sao superiores as dos paises onde esta ja foi abolida. Por isso parece-me que a "brandura" de que falas nao corresponde a realidade. Embora isso possa parecer estranho a primeira vista, eu acredito que a atitude do Estado moraliza e "civiliza" os sujeitos da sociedade.

... e nao nos esquecamos do outro ponto fundamental: a pena de morte nao tem retorno. E se o condenado fosse inocente?

Abracos