RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (III)
Eu nunca tinha comentado aqui no fórum mas perante a desinformação que para aqui vai é impossível resistir.
Apesar de eu concordar contigo no aspecto de os profs mais antigo terem poucas horas lectivas elas não são 8 nem 10 mas sim 12 (para quem não sabe fica a informação).
Este aspecto é bastante positivo pois não se compreende que haja um horário de 12 horas semanais, embora o horário real seja bem maior se esse prof for uma pessoa empenhada e se preocupar em preparar bem e de forma inovadora as suas aulas.
No entanto, há razões para a greve e os alunos não são prejudicados com isso porque tal como já aconteceu, quem não fez exame devido à greve vai ter nova oportunidade (mais uma vez a desinformação leva a outras interpretações).
Meus amigos, quando se sobe de posto em qualquer empresa o que é que acontece? Passamos a ganhar mais, certo?
Uma das medidas que é extremamente injusta é precisamente o facto dos coordenadores de grupo (responsáveis por um determinado grupo de ensino, ex.: Português) que antes recebiam um extra de 100€ mensais passarem ou pretende o governo passa-los para um nível de responsabilidade mais elevado sem que isso seja devidamente compensado.
Outra medida muito estranha (apenas a pensar na redução de custo) é deixar de haver tempo no horário do professor que seja Director de Turma. Ora isto é incompreensível, pois quem é DT de turma tem claramente mais trabalho do que quem não, logo é justo que quem não é tenha mais 2 horas de aulas semanais (todas as semanas o DT tem no seu horário horas de recepção aos pais que são trabalho efectivo).
Relativamente às férias, imagino que tenhas lido o editorial do Miguel Sousa Tavares, que eu considero um tipo inteligente mas que quando lhe pedem opinião sobre algo que ele desconhece não tem a humildade de se retrair. Enfim, basta ouvi-lo na TVI, há alturas em que é impossível continuar a ouvir tanta bacorada. Mas digo-te eu que alguém que tenha um horário completo de leccionação (22 horas) certamente que não tem 4 ou 5 meses de férias, isso que disseste é um absurdo. As aulas começam em Setembro e terminam em Julho (exames incluídos), as férias são em Agosto. Muito do trabalho é feito em casa porque a escola não tem condições para que tu trabalhes no teu local de trabalho. E acredita que há semanas em que se trabalha bem mais que 36 horas, pelo menos quem for dedicado e preocupado na preparação das aulas, mas tal como nas empresas meu caro, também só trabalha quem é dedicado e preocupado, e eu conheci muitos que trabalhavam bem menos que 22 horas semanais (que infelizmente é sempre a referência no que concerne aos professores, muitos pensam que aquilo é só chegar lá e dar as aulas, enfim...).
Observem o que acontece a nível Europeu em termos de horário de trabalho. É levado à risca, 36 horas e nem mais um minuto, e vê a produtividade deles. Muita gente insurge-se contra os prof por acharem que são privilegiados, vejam os GNR, PSP, Judiciária, funcionários judiciais, esses sim são privilegiados. O problema do país não são os profs, mas infelizmente como estão no final da cadeia são sempre os que se vão lixando mais.
Quanto às pensões não te sei dizer valores mas mais uma vez é um ponto com o qual concordo com as medidas do governo, se no privado são 80% e se é insustentável o actual panorama, então não há razão para que na função pública também não seja 80%.
Já agora uma última coisa, eu fiz greve e continuo a não ter qualquer problema em pedir aos meus alunos para se empenharem, porque é isso que eu tento fazer sempre em cada aula e desde que eles sintam isso não terei qualquer problema. E mais não estou no topo, aliás estou bem longe do topo, mas há medidas extremamente injustas e só não luta contra isso quem é passivo. Acho que farias o mesmo, ou pelo menos devias fazer.
Não há vergonha é em falar do que não se conhece.
(Adriano)
Apesar de eu concordar contigo no aspecto de os profs mais antigo terem poucas horas lectivas elas não são 8 nem 10 mas sim 12 (para quem não sabe fica a informação).
Este aspecto é bastante positivo pois não se compreende que haja um horário de 12 horas semanais, embora o horário real seja bem maior se esse prof for uma pessoa empenhada e se preocupar em preparar bem e de forma inovadora as suas aulas.
No entanto, há razões para a greve e os alunos não são prejudicados com isso porque tal como já aconteceu, quem não fez exame devido à greve vai ter nova oportunidade (mais uma vez a desinformação leva a outras interpretações).
Meus amigos, quando se sobe de posto em qualquer empresa o que é que acontece? Passamos a ganhar mais, certo?
Uma das medidas que é extremamente injusta é precisamente o facto dos coordenadores de grupo (responsáveis por um determinado grupo de ensino, ex.: Português) que antes recebiam um extra de 100€ mensais passarem ou pretende o governo passa-los para um nível de responsabilidade mais elevado sem que isso seja devidamente compensado.
Outra medida muito estranha (apenas a pensar na redução de custo) é deixar de haver tempo no horário do professor que seja Director de Turma. Ora isto é incompreensível, pois quem é DT de turma tem claramente mais trabalho do que quem não, logo é justo que quem não é tenha mais 2 horas de aulas semanais (todas as semanas o DT tem no seu horário horas de recepção aos pais que são trabalho efectivo).
Relativamente às férias, imagino que tenhas lido o editorial do Miguel Sousa Tavares, que eu considero um tipo inteligente mas que quando lhe pedem opinião sobre algo que ele desconhece não tem a humildade de se retrair. Enfim, basta ouvi-lo na TVI, há alturas em que é impossível continuar a ouvir tanta bacorada. Mas digo-te eu que alguém que tenha um horário completo de leccionação (22 horas) certamente que não tem 4 ou 5 meses de férias, isso que disseste é um absurdo. As aulas começam em Setembro e terminam em Julho (exames incluídos), as férias são em Agosto. Muito do trabalho é feito em casa porque a escola não tem condições para que tu trabalhes no teu local de trabalho. E acredita que há semanas em que se trabalha bem mais que 36 horas, pelo menos quem for dedicado e preocupado na preparação das aulas, mas tal como nas empresas meu caro, também só trabalha quem é dedicado e preocupado, e eu conheci muitos que trabalhavam bem menos que 22 horas semanais (que infelizmente é sempre a referência no que concerne aos professores, muitos pensam que aquilo é só chegar lá e dar as aulas, enfim...).
Observem o que acontece a nível Europeu em termos de horário de trabalho. É levado à risca, 36 horas e nem mais um minuto, e vê a produtividade deles. Muita gente insurge-se contra os prof por acharem que são privilegiados, vejam os GNR, PSP, Judiciária, funcionários judiciais, esses sim são privilegiados. O problema do país não são os profs, mas infelizmente como estão no final da cadeia são sempre os que se vão lixando mais.
Quanto às pensões não te sei dizer valores mas mais uma vez é um ponto com o qual concordo com as medidas do governo, se no privado são 80% e se é insustentável o actual panorama, então não há razão para que na função pública também não seja 80%.
Já agora uma última coisa, eu fiz greve e continuo a não ter qualquer problema em pedir aos meus alunos para se empenharem, porque é isso que eu tento fazer sempre em cada aula e desde que eles sintam isso não terei qualquer problema. E mais não estou no topo, aliás estou bem longe do topo, mas há medidas extremamente injustas e só não luta contra isso quem é passivo. Acho que farias o mesmo, ou pelo menos devias fazer.
Não há vergonha é em falar do que não se conhece.
(Adriano)
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