21.7.05

Re: Sócrates força demissão de Campos e Cunha (III)

É triste saber e sentir as dificuldades que o país atravessa e, ainda assim, ouvir falar de projectos megalómanos que exigirão um esforço colossal de todos.
Ainda por cima projectos que ainda aumentarão a despesa pública depois de prontos e que pouco ou nada contribuirão - excepto sazonalmente, para as empresas de construção civil, enquanto durarem as obras - para o crescimento económico do país, porque o país não vai produzir mais um euro por causa de termos um aeroporto novo em Santarém nem por causa de os ricos demorarem menos meia hora de Lisboa ao Porto.

Se se informarem sobre o TGV, saberão que:
- é um comboio com cerca de 30 anos, que quando acabarem as obras já terá sido substituído por outros nos países onde é neste momento vulgar;
- Há soluções colossalmente mais baratas que oferecem ganhos equiparáveis, à escala do nosso país, com aproveitamento dos terrenos actualmente afectos aos comboios que já temos (Lisboa - Porto são 300 km, do litoral à fronteira são 200);
- Em Espanha, onde há TGV, o volume de tráfego de passageiros é cerca de metade (5 milhões de pessoas por ano, salvo erro) daquele que seria necessário para ser rentável; alguém acredita que em Portiugal será, ao menos, um terço?

Aposte-se em infraestruturas tecnológicas atractivas para as empresas, em impostos mais baixos e competitivos, na alta qualificação da nossa mão de obra, em boas estradas secundárias (alguém já saiu das autoestradas e dos IPS e reparou na degradação das nossas estradas urbanas e secundárias? Sabem quantos kilómetros de autoestradas a Irlanda tem?), etc. ...´

Vou mas é trabalhar porque só por volta de 15 de Maio comecei a trabalhar para mim. Até lá estive a trabalhar para a OTA e para o TGV... (sabiam dessa? Um estudo sobre o peso dos impostos em Portugal revelou que, em média, cada Português passa quase metade do ano a trabalhar para pagar os impostos existentes).
(Faber)