A revolução que mudou a história das revoluções
Antes daquele mês de Agosto de 1980, a História parecia congelada no Leste da Europa. Depois surgiu o Solidariedade e um movimento que acabaria por "inventar" um novo tipo de revolução, a revolução negociada, rompendo, na opinião de Timothy Garton Ash, com o paradigma jacobino-soviético que tinha dominado os últimos dois séculos da História europeia. O que não impediu que fosse, como recordou Bronislaw Geremek, uma "revolução proletária", provavelmente a última. A Polónia está a comemorar 25 anos da primeira grande vitória desse processo: o reconhecimento pelo governo comunista do sindicato independente. Por José Manuel Fernandes, em Varsóvia
Lech Walesa, hoje com 62 anos, tem os cabelos - e o sempiterno bigode - pintados de branco, está mais gordo e continua a fazer mal o nó da gravata. Mas quando o antigo operário electricista dos estaleiros Lenine de Gdansk, na Polónia, se dirige a uma plateia percebe-se que o seu carisma não desapareceu, que não necessita de ter o discurso escrito para arrancar palmas ou soltar uma gargalhada mesmo a uma plateia de circunspectos ministros que representam uma dúzia de países. "Tivemos a sorte de viver uma época fantástica", recordou o antigo Presidente da Polónia na sessão de abertura da conferência que assinala o 25.º aniversário do Solidariedade. "Diziam-nos que não tínhamos a menor chance, e parecia mesmo que não tínhamos, mas a verdade é que, quando o povo polaco acordou, mudou o sentido da História. Antes parecia que tudo estava pré-determinado, que os acordos de Ialta nos tinham deixado para sempre na órbita da União Soviética; depois passámos a ter à nossa frente um livro branco onde podíamos escrever à vontade."
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=08&d=31&uid=&id=36653&sid=4122
Comentário: Hoje, há 25 anos atrás, deu-se o início do fim do império comunista, “o início do fim do totalitarismo no Século XX” (Ralf Dahrendorf). A fundação do Solidariedade (primeiro sindicato livre e independente, fundado por Lech Walesa) deu início à primeira “Revolução de Veludo” (sem violência, assente apenas na negociação). É um marco histórico muito positivo, desconhecido por muitos, mas que vale a pena conhecer, relembrar e celebrar.
Lech Walesa, hoje com 62 anos, tem os cabelos - e o sempiterno bigode - pintados de branco, está mais gordo e continua a fazer mal o nó da gravata. Mas quando o antigo operário electricista dos estaleiros Lenine de Gdansk, na Polónia, se dirige a uma plateia percebe-se que o seu carisma não desapareceu, que não necessita de ter o discurso escrito para arrancar palmas ou soltar uma gargalhada mesmo a uma plateia de circunspectos ministros que representam uma dúzia de países. "Tivemos a sorte de viver uma época fantástica", recordou o antigo Presidente da Polónia na sessão de abertura da conferência que assinala o 25.º aniversário do Solidariedade. "Diziam-nos que não tínhamos a menor chance, e parecia mesmo que não tínhamos, mas a verdade é que, quando o povo polaco acordou, mudou o sentido da História. Antes parecia que tudo estava pré-determinado, que os acordos de Ialta nos tinham deixado para sempre na órbita da União Soviética; depois passámos a ter à nossa frente um livro branco onde podíamos escrever à vontade."
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=08&d=31&uid=&id=36653&sid=4122
Comentário: Hoje, há 25 anos atrás, deu-se o início do fim do império comunista, “o início do fim do totalitarismo no Século XX” (Ralf Dahrendorf). A fundação do Solidariedade (primeiro sindicato livre e independente, fundado por Lech Walesa) deu início à primeira “Revolução de Veludo” (sem violência, assente apenas na negociação). É um marco histórico muito positivo, desconhecido por muitos, mas que vale a pena conhecer, relembrar e celebrar.
<< Home