RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XX)
Há uma grande discussão, actualmente, nos EUA, em relação ao seu Sistema Nacional de Saúde, e na absoluta necessidade de o reformar. Este país gasta imenso em saúde (cerca de 15% do PIB, o dobro da maior parte dos países mais desenvolvidos: a média dos países da OCDE é de cerca de 8,5%, sendo que na Inglaterra esse valor é de menos de 8%), mas o sistema é considerado ineficiente (fala-se muito nos problemas de duplicação de serviços, utilização de serviços desnecessários, etc.). Apesar de se gastar mais dinheiro, os resultados são genericamente piores (sempre comparando com os países mais desenvolvidos e melhor providos a nível de sistema de saúde): menor esperança de vida, muita disparidade no acesso ao sistema (mais de 1/3 da população não tem, ou tem um acesso deficiente, ao sistema de saúde), etc.
Na Europa, o sistema de saúde é público e universal. Nos EUA os cuidados de saúde são maioritariamente privados e selectivos, e a maior parte dos americanos tem seguros de saúde (mas não todos, como dizia atrás; e além disso não são todos privados – há o Medicare que é público). Há quem sustente que o problema da eficiência pode estar exactamente aqui: os americanos sem seguro vão menos ao médico (só vão mesmo quando precisam) e então gastam cerca de 1000 dólares por ano em cuidados de saúde. Os que têm seguro vão mais vezes (mesmo quando não é preciso...) e isso faz com que se gaste, com eles, cerca de 2500 dólares por ano, o que parece tornar o sistema ineficiente. Assim, as pessoas sem seguro são mais eficientes: não vão ao médico por razões “fúteis”. Mas há um problema grave. É que estas pessoas sem seguro também tendem a poupar quando têm problemas sérios, o que faz com que, por exemplo, os não-segurados controlem menos os problemas de tensão arterial, etc., aumentando a sua taxa de mortalidade em relação aos segurados do sistema.
Em conclusão, o sistema americano de saúde está doente. A sua reforma é um dos tópicos quentes nos EUA. O problema aqui não será totalmente entre público e privado, mas parte passará também por aí. O mau desempenho deste país na oferta de saúde aos cidadãos, e a comparação com a Europa, em especial, faz-me crer que não há uma solução única perfeita para resolver todos os problemas. Os EUA ganham nas universidades, mas a Europa parece ir vencendo nos hospitais.
Na Europa, o sistema de saúde é público e universal. Nos EUA os cuidados de saúde são maioritariamente privados e selectivos, e a maior parte dos americanos tem seguros de saúde (mas não todos, como dizia atrás; e além disso não são todos privados – há o Medicare que é público). Há quem sustente que o problema da eficiência pode estar exactamente aqui: os americanos sem seguro vão menos ao médico (só vão mesmo quando precisam) e então gastam cerca de 1000 dólares por ano em cuidados de saúde. Os que têm seguro vão mais vezes (mesmo quando não é preciso...) e isso faz com que se gaste, com eles, cerca de 2500 dólares por ano, o que parece tornar o sistema ineficiente. Assim, as pessoas sem seguro são mais eficientes: não vão ao médico por razões “fúteis”. Mas há um problema grave. É que estas pessoas sem seguro também tendem a poupar quando têm problemas sérios, o que faz com que, por exemplo, os não-segurados controlem menos os problemas de tensão arterial, etc., aumentando a sua taxa de mortalidade em relação aos segurados do sistema.
Em conclusão, o sistema americano de saúde está doente. A sua reforma é um dos tópicos quentes nos EUA. O problema aqui não será totalmente entre público e privado, mas parte passará também por aí. O mau desempenho deste país na oferta de saúde aos cidadãos, e a comparação com a Europa, em especial, faz-me crer que não há uma solução única perfeita para resolver todos os problemas. Os EUA ganham nas universidades, mas a Europa parece ir vencendo nos hospitais.
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