22.6.05

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (IV)

Agradeço o comentário do Adriano e aproveito para manifestar as boas vindas.

Sem vergonha mantenho, porque conheço um caso bem próximo, de uma professora que dá efectivamente menos que 12 horas de aulas por semana. Não posso neste momento asseverar se são 6, 8 ou 10, mas são seguramente menos que 12. Desconheço os motivos por que isso acontece, penso que tem a ver com um cargo qualquer que essa pessoa desempenha na escola.

O que sei - porque essa pessoa me disse - é que ela exerce esse cargo (e está em outras situações) precisamente para ter redução no horário! Portanto, alguma coisa de "positivo" há nisso, pelo menos na perspectiva dela... E, talvez, na dos professores desempregados que vão completar o horário que ela vê reduzido...
Será mesmo necessário um professor ter dois dias, ou dia e meio que seja, livres por semana, mesmo exercendo um cargo qualquer? Dispenso a resposta... Aliás, bem sei o que essas pessoas fazem nesses dias livres nos mais prazerosos shoppings... Claro que não quero dizer que todos são iguais!

Não vejo onde está a vergonha - sem querer ofender, como penso que não me quiseste ofender a mim - quando se diz que "os alunos não são prejudicados com isso [com a greve] porque tal como já aconteceu, quem não fez exame devido à greve vai ter nova oportunidade (mais uma vez a desinformação leva a outras interpretações)".

Ora, um aluno anda a estudar dias, semanas, a preparar-se para fazer o exame num determinado dia, e depois chega à hora do exame e não o pode fazer!!!! E dizem-lhe "terás nova oportunidade", "está tudo bem" e "não és nada prejudicado com isso"???

Recordo-me da minha preocupação em 1996, num domingo, estava eu embrenhado a ultimar o estudo para o exame de filosofia, que ia ser no dia seguinte, quando, à noite, ouvi no rádio que tinham sido roubados alguns exames de filosofia e que estavam a pensar calcelar o exame! Foi uma coisa terrível! Cheguei de manhã à escola e, felizmente, o exame foi feito. E se isto acontecesse porque o meu professor tinha feito greve???

Não discutindo a validade dos argumentos (os 100 euros de "extra", as 2 horas para o director de turma, etc.) será que os fins justificam os meios?

Ao menos admita-se que deve haver serviços mínimos!

Não obstante, deixo claro o meu apreço pelos professores realmente competentes de quem tive a sorte de ser aluno ao longo da minha vida, e que tiveram um papel decisivo na mesma. Eu sei destinguir o trigo do joio.

Cumprimentos
(Faber)