27.10.05

RE: Confusões do candidato Mário Soares (V)

Eu não acho mal nomeações governativas. Acho, no entanto, que as nomeações políticas deviam estar claramente definidas, juntamente com as não-políticas. E acho que o Governo não devia nomear todos os cargos – como acontece em algumas direcções gerais – mas apenas os cargos de topo – e só aqueles em que é importante a confiança política. Acrescento que os cargos de confiança política deviam ser reduzidos. A reconhecida competência profissional é sempre a melhor estratégia de recrutamento.

Quanto à campanha. Se a esquerda vier com uma campanha de ataque ao fascismo, ao “revanchismo de direita” (Mário Soares dixit), estilo PREC, perde as eleições ainda com uma desvantagem maior (lembras-te das eleições para a Câmara de Lisboa em 2001?). Portugal vive há mais de 30 anos em democracia, e os portugueses já são instruídos e inteligentes o suficiente para perceber que ser de direita não é o mesmo que ser fascista (só de pensar que há pessoas inteligentes que ainda apostam neste tipo de campanhas até me dá calafrios).

Concordo que o povo “nem sempre pensa como julgamos que irá pensar”. Mas escolheste mal o exemplo: julgavas mesmo que a cidadã brasileira Fátima Felgueiras e o Major perdiam as eleições? Melhor farias se desses como exemplo as eleições autárquicas em Aveiro este ano. Em nenhuma sondagem o PS perdia a Câmara… e afinal...

Em relação ao Soares, continuo com a mesma opinião. Acho que é grave que ele se candidate para, como tu afirmas, “resolver os problemas de muitos que ao longo da vida sempre estiveram com ele”. Acho mesmo muito grave.