27.12.05

RE: Custos de Construção do TGV não são recuperáveis (VIII)

Gostei da parte final do teu mail, caro José Marques!
A alegoria divina que usaste, fez-me vir à tona das memórias mais recentes situações em que poderíamos invocar outros deuses... Vejamos.
Themis, a deusa grega da Justiça, filha de Urano e Gaia, sem venda, era representada portando uma balança na mão direita e uma cornucópia na esquerda. Símbolo da ordem e do Direito divino, costumava-se invocá-la nos juramentos perante os magistrados. Por isso, consideravam-na a Deusa da Justiça.
A venda foi invenção dos artistas alemães do século XVI, que, por ironia, retiraram-lhe a visão. A faixa cobrindo-lhe os olhos significava imparcialidade: ela não via diferença entre as partes em litígio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos. Suas decisões, justas e prudentes, não eram fundamentadas na personalidade, nas qualidades ou no poder das pessoas, mas na sabedoria das leis.
Ora, eis que um artista incógnito, neste final de 2005, resolve finalmente tirar a venda à Themis, em numa arena Lisbonense, e o que sucede?
Themis esfregou os olhos, deixando pasmada a plebe! Fez-se justiça?

Por fim, para toda a imensa população portuguesa que não é do Benfica e que gosta de informática, deixo um pedido: por favor, peguem numa fotografia do Nuno Gomes a marcar aquele fabuloso golo ao Setúbal, abram-na no photoshop, cortem o braço do Nuno Gomes e implantem-no no tórax. Depois insiram os comentários que (alguns) têm feito sobre esse lance e, verão, parecerão muito menos ridículos (com o devido respeito)!
Já agora, façam o mesmo aos golos que têm sido subtraídos ao Glorioso em quase todos os jogos da Liga por foras-de-jogo inexistentes e aos penaltis que andam a ser perdoados a uma certa agremiação que do vil metal faz belos apitos.

Enquanto o diabo esfrega um olho!

Abraços
(Faber)