31.3.05

"Medo" e "repressão" condicionam legislativas de hoje no Zimbabwe

Sem a presença de observadores internacionais de peso, o Governo de Harare ambiciona uma maioria de dois terços que lhe permita alterar a Constituição e reforçar poderes. A oposição perdeu influência desde as últimas eleições em que quase derrotou o partido de Mugabe.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=31&id=13440&sid=1475

Comentário: O ditador Mugabe prepara-se para se manter, “democraticamente”, no poder. O clima é de “medo e intimidação”. O país encontra-se num caos (indústria, educação, propriedade, relações internacionais). Mugabe não permite a presença de observadores internacionais (nem UE, nem EUA, nem Commonwealth…). O lema da campanha foi interessante: “Eleições 2005, eleições anti-Blair”. A grande medida de Mugabe – expulsão dos fazendeiros brancos das suas terras para os entregar à população negra – teve como resultado a falência económica do país (a redução da produção agrícola foi drástica). Apesar de tudo isto, o ditador deve ser eleito (curiosa ironia) por mais de 2/3 dos votos, podendo alterar a Constituição de modo a ter mais poder. O Zimbabwe dá, assim, mais um tombo na sua caminhada rumo ao abismo – cresce o desemprego (80%), desce a economia (-30% em 5 anos), aumenta a inflação (127%). E entretanto, o povo, esse (reconheceu-o Mugabe finalmente este mês), vai morrendo à fome…