22.4.06

Planos dos governos são bons, falta é executá-los

A economia portuguesa degrada-se desde 2000 e o país deverá continuar a divergir da zona euro até 2010. A solução para inverter o declínio passa por "implementar imediata e determinadamente" medidas para equilibrar as contas públicas, melhorar a educação e a qualificação, flexibilizar o mercado laboral e estimular a concorrência. Este é o diagnóstico da OCDE, que num relatório sobre Portugal sentencia que as orientações de sucessivos governos têm sido correctas - mas não são cumpridas. Por Pedro Ribeiro
Os planos de sucessivos governos para melhorar a economia e as contas públicas portuguesas têm sido bons. Mas a sua execução tem sido "incompleta e por vezes muito lenta".Assim, "a performance da economia portuguesa deteriorou-se assinalavelmente desde 2000", começa um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=04&d=21&uid=&id=74767&sid=8171

Comentário: De facto em Portugal é isto que acontece imensas vezes. Com o actual Governo de José Socrates não tem sido diferente. Aliás, até será ainda mais notório. As medidas anunciadas pelo Governo não são contrariadas pela oposição pois PSD e CDS/PP teriam de fazer exactamente o mesmo. E o facto de fazermos parte da União Europeia, que nos retira muita autonomia e nos obriga a cumprir certas regras (como o Pacto de Estabilidade e Crescimento e a imensa quantidade de legislação feita em Bruxelas que tem de passar a figurar na legislação nacional), acrescenta a indiferenciação das soluções dos vários partidos. Se a isto ainda juntarmos a percepção internacional dos problemas globais que conduz às mesmas hipóteses de resolução – que passam inexoravelmente pelo equilibrio financeiro dos Estados, melhoria da educação, liberalização dos mercados e estímulo da concorrência, investimento em investigação e flexibilização do mercado laboral, é mais que natural que os planos dos diversos governos sejam bons. É que são internacionalmente reconhecidos como os únicos possíveis.
Portanto, as ideias, planos e projectos já existem. Não há que inventar nada. Falta-nos há anos a implementação, a execução dos mesmos. É o mais duro. É aquilo em que costumamos ser pior: na acção. E os maus resultados financeiros apresentados pelo Banco de Portugal há dias, com o défice público a subir para os 6% (a despesa pública aumentou brutalmente e o aumento das receitas não compensou esta subida) apenas indicam que os maus vícios perduram...