22.6.05

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (VI)

Claro que não quero ofender ninguém, esse nunca será o objectivo.
Mas retenho uma ideia fundamental: “Claro que não quero dizer que todos são iguais!”
Aqui sim, convém esclarecer que não se pode generalizar e como em todo lado há profissionais competentes e menos competentes e eu tentei transmitir essa ideia.
Não quero passar a ideia de que todos os profs são uns anjos intocáveis, aliás muitos estão corrompidos pelos vícios e regalias exageradas que gozaram durante muito tempo.
Se lerem com atenção eu concordo com muitas das medidas (aliás tenho registado com bastante apreço muitas das medidas deste governo) mas quando é demais é inaceitável.

É certo que quem estuda para um determinado dia e vê o seu exame transferido para outro dia fique chateado (pois claro que fica chateado), mas todos sabemos de experiência própria que a consequência é apenas um adiar das férias dos alunos porque quem sabe para um exame vai certamente saber mais se esse exame for mais à frente no tempo. Eu pelo menos não vejo mal nenhum nisso em termos didácticos, apesar de compreender que os alunos não aceitem bem isto. Enfim, é discutível ...

Esse caso que conheces é possível se tal como eu disse essa pessoa for DT ou coordenadora de grupo, em termos de horas lectivas efectivas podem ser inferiores a 12, mas o horário será sempre de 12 horas totais.
Mas tal como já tinha dito é um absurdo tal redução automática com o avançar da idade e aqui concordo com a posição da Ministra. No entanto, penso que é obvio que haja redução no tempo lectivo se um prof tiver outros cargos na escola e aqui nada tem a ver com a redução por idade.

Quanto aos serviços mínimos, eu não tinha falado nisso nem direi grande coisa porque desconheço a lei relativamente a isso, só digo o seguinte e muito simplesmente: Se a lei permite a convocação de serviço mínimos, muito bem, caso contrário não se pode exigir serviços mínimos, é claro como a água (desde que não seja da Ria).

Ainda bem que tiveste bons profs e espero que muitos alunos possam continuar a dizer o mesmo.



No mail do José Marques:

“Nas empresas para se subir tem que se fazer pela vida” – Nem sempre é verdade mas partindo desse princípio, um coordenador só o é se lhe forem reconhecidas pelos colegas capacidades para tal e para isso é eleito ou deveria ser. Eu nunca aceitaria ser coordenador com os conhecimentos que tenho neste momento sobre todos os aspecto burocráticos da escola.

As férias – este ano é certamente um mau exemplo relativamente ao seu início, e reconheço que os professores ficam a trabalhar a 50% ou menos depois das paragens lectivas, ou seja, nesta altura do ano, mas falar em 4 ou 5 meses de férias é um absurdo. Chegará a um mês e meio ou 2 meses no máximo (30 a 40 dias úteis) e por mim falo. Privilégio ou necessidade? Podemos discutir isto também.
Férias de Natal e de Páscoa: não concordo e cada um saberá o que faz, eu trabalhei nas chamadas paragens lectivas do Natal e Páscoa.

“Sistema Europeu” – esta minha alusão ao sistema europeu, servia para relevar o vicio dos privados em fazerem dos seus trabalhadores escravos em termos de horários de trabalho e depois vemos que estes se queixam que os outros são privilegiados. Não é isso que acontece! Não são os outros que são privilegiados, quem é explorado é que escravizado. Foi esta a ideia que quis transmitir.
Eu nem sequer sou comunista e nem tenho nada contra quem é, mas se não lutamos pelos nossos direitos a sociedade tende a ser dominado por alguns poucos que escravizam e usam os restantes.

“Regra Geral quem têm como patrão o Estado é um privilegiado” – eu já trabalhei num empresa que apesar de não ser exemplo a seguir e olha que tinha mais privilégios do que tenho agora. Enfim, mais uma vez, não convém generalizar.

Até breve :)
(Adriano)