Refinaria de Patrick Monteiro de Barros fica pelo caminho
Governo e empresário fecham processo com acusações mútuas. Mesmo que houvesse acordo com o Executivo, o projecto teria morrido ontem com o chumbo ao estudo de impacto ambiental
O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou insatisfatória a última versão do projecto de Monteiro de Barros e avisou que o Governo nunca comprará "gato por lebre". Sócrates frisou que ao seu Governo "não interessa qualquer investimento". "Não estamos satisfeitos com o projecto que nos foi apresentado. Se o empresário quiser remodelar o seu projecto, estamos abertos a considerá-lo", declarou.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=05&d=11&uid=&id=77985&sid=8520
Comentário: Inicialmente poderia parecer que o Governo fazia propaganda. Agora temos a certeza absoluta que, de facto, a faz. Há umas semanas atrás o Ministro da Economia apadrinhou um mega-investimento na zona de Sines. Uma refinaria que significava um vultuoso investimento privado (de 4 mil milhões de euros, com incentivos públicos de 800 milhões), com exportações (em especial para os EUA) na ordem dos 1,5 mil milhões de euros, criação directa de 800 postos de trabalho, etc. Eu disse mal, não era um “mega-investimento”. Apenas foi assinado um “manifesto de interesse” entre o Governo e o empresário Patrick Monteiro de Barros. Um mero documento informal, que apenas manifestava uma possibilidade. No entanto, o nosso Ministro fez desta possibilidade uma realidade, e anunciou com pompa e circunstância um mega-projecto. Um verdadeiro show de propaganda.
Patrick Monteiro de Barros, que pode ser tudo menos burro, quando se trata de negócios, aproveitou a onda, e deixou-se ir. Alterou a proposta inicial, de acordo com os seus interesses, e apresentou ao Governo uma proposta definitiva totalmente diferente: um maior volume de investimento (o que implicaria maior gasto público), menos exportações, e mais emissões de CO2 do que o acordado inicialmente. E assim se encosta o Governo à parede. Daqui, Manuel Pinho tinha 2 hipóteses: ou engolia o sapo – o que era mau para o país – mas ao menos não perdia o investimento. Ou então fazia o que fez (o mal menor): desiste do projecto, e mostra que a propaganda política é muito bonita quando é para fazer a festa, mas quando as coisas correm mal, a ressaca é complicada. O Governo, e o Ministro da Economia em particular, ficou muito mal no retrato.
Relembre-se ainda que, juntamente com este, outros investimentos foram anunciados entretanto, tentando mostrar que os empresários confiam no país e que a crise está já a ser ultrapassada. Agora, resta perguntar: em que estado estão todos esses outros projectos pomposamente anunciados há uns meses atrás?
O primeiro-ministro, José Sócrates, considerou insatisfatória a última versão do projecto de Monteiro de Barros e avisou que o Governo nunca comprará "gato por lebre". Sócrates frisou que ao seu Governo "não interessa qualquer investimento". "Não estamos satisfeitos com o projecto que nos foi apresentado. Se o empresário quiser remodelar o seu projecto, estamos abertos a considerá-lo", declarou.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=05&d=11&uid=&id=77985&sid=8520
Comentário: Inicialmente poderia parecer que o Governo fazia propaganda. Agora temos a certeza absoluta que, de facto, a faz. Há umas semanas atrás o Ministro da Economia apadrinhou um mega-investimento na zona de Sines. Uma refinaria que significava um vultuoso investimento privado (de 4 mil milhões de euros, com incentivos públicos de 800 milhões), com exportações (em especial para os EUA) na ordem dos 1,5 mil milhões de euros, criação directa de 800 postos de trabalho, etc. Eu disse mal, não era um “mega-investimento”. Apenas foi assinado um “manifesto de interesse” entre o Governo e o empresário Patrick Monteiro de Barros. Um mero documento informal, que apenas manifestava uma possibilidade. No entanto, o nosso Ministro fez desta possibilidade uma realidade, e anunciou com pompa e circunstância um mega-projecto. Um verdadeiro show de propaganda.
Patrick Monteiro de Barros, que pode ser tudo menos burro, quando se trata de negócios, aproveitou a onda, e deixou-se ir. Alterou a proposta inicial, de acordo com os seus interesses, e apresentou ao Governo uma proposta definitiva totalmente diferente: um maior volume de investimento (o que implicaria maior gasto público), menos exportações, e mais emissões de CO2 do que o acordado inicialmente. E assim se encosta o Governo à parede. Daqui, Manuel Pinho tinha 2 hipóteses: ou engolia o sapo – o que era mau para o país – mas ao menos não perdia o investimento. Ou então fazia o que fez (o mal menor): desiste do projecto, e mostra que a propaganda política é muito bonita quando é para fazer a festa, mas quando as coisas correm mal, a ressaca é complicada. O Governo, e o Ministro da Economia em particular, ficou muito mal no retrato.
Relembre-se ainda que, juntamente com este, outros investimentos foram anunciados entretanto, tentando mostrar que os empresários confiam no país e que a crise está já a ser ultrapassada. Agora, resta perguntar: em que estado estão todos esses outros projectos pomposamente anunciados há uns meses atrás?
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