Quebra de nascimentos é sintoma de crise. Em demografia, as coisas não perdoam; as crianças vão fazer falta, alerta um investigador
a São os valores mais baixos alguma vez registados nas estatísticas disponíveis: em 2006 nasceram em Portugal 105.351 bebés, menos 4106 que no ano anterior; e o número médio de filhos por mulher em idade fértil caiu de 1,41 para 1,36.
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PúblicoComentário: Actualmente o grupo etário dos 30 aos 34 é o que regista uma fecundidade mais elevada, quando há apenas 20 anos era o grupo dos 20 aos 24 o que tinha mais filhos. Esta alteração ilustra a rápida mudança na sociedade portuguesa em relação a este assunto. Actualmente o número médio de filhos por mulher em idade fértil está bem abaixo da média da UE (1,36 contra 1,51), e muito mais abaixo do “nível de substituição de gerações” (2,1). Isto significa que se todo o Mundo seguisse Portugal, caminhava-se para a extinção da espécie humana...
Assim, temos uma população a envelhecer, e isso implica graves complicações para a nossa Segurança Social e para o nível de vida a que estamos habituados. Somos menos a trabalhar, portanto temos de trabalhar muito mais e melhor para conseguir, simplesmente, o mesmo que temos actualmente. Soluções? Políticas de natalidade (têm tido sucesso em França (2,0) e Suécia (1,77) e estão a ser implementadas por Zapatero em Espanha) e maior aposta na imigração. Em relação a este último – polémico – ponto, é interessante referir que as estatísticas indicam que o Algarve não será afectado por uma quebra da população. Na realidade esta é uma das zonas da Europa onde a população vai crescer mais até 2030, e tudo devido à imigração – se bem que é uma imigração também “envelhecida”, por isso não é uma solução total para o problema.