31.3.05

"Medo" e "repressão" condicionam legislativas de hoje no Zimbabwe

Sem a presença de observadores internacionais de peso, o Governo de Harare ambiciona uma maioria de dois terços que lhe permita alterar a Constituição e reforçar poderes. A oposição perdeu influência desde as últimas eleições em que quase derrotou o partido de Mugabe.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=31&id=13440&sid=1475

Comentário: O ditador Mugabe prepara-se para se manter, “democraticamente”, no poder. O clima é de “medo e intimidação”. O país encontra-se num caos (indústria, educação, propriedade, relações internacionais). Mugabe não permite a presença de observadores internacionais (nem UE, nem EUA, nem Commonwealth…). O lema da campanha foi interessante: “Eleições 2005, eleições anti-Blair”. A grande medida de Mugabe – expulsão dos fazendeiros brancos das suas terras para os entregar à população negra – teve como resultado a falência económica do país (a redução da produção agrícola foi drástica). Apesar de tudo isto, o ditador deve ser eleito (curiosa ironia) por mais de 2/3 dos votos, podendo alterar a Constituição de modo a ter mais poder. O Zimbabwe dá, assim, mais um tombo na sua caminhada rumo ao abismo – cresce o desemprego (80%), desce a economia (-30% em 5 anos), aumenta a inflação (127%). E entretanto, o povo, esse (reconheceu-o Mugabe finalmente este mês), vai morrendo à fome…

RE: Aumentam pensões de idosos e diminuem férias judiciais (III)

O que mina a discussão do problema, como eu já esperava, é haverem profissionais que efectivamente se aproveitam dos dois meses de férias judiciais para gozar férias laborais...
Da parte dos advogados, embora não conheça nenhum que consiga ter 2 meses de férias, e poucos que conseguem sequer um, admito que possa acontecer, sendo uma profissão liberal, logo, de livre gestão do tempo. É uma questão de volume de trabalho e de facturação...
Quanto aos juízes, das duas uma: ou trabalham em comarcas de pequena dimensão, em que há pouco trabalho - as tais comarcas que o anterior governo queria extinguir (isso sim, uma medida com impacto na celeridade e eficiência processuais; lembro que o actiual mapa judiciário vem, grosso moso, do Séc.
XIX...) e efectivamente gozam 2 ou 3 meses de férias (ou de falta de trabalho, pelo menos) ou então é um juiz irresponsável que trabalha numa comarca normal, com trabalho acumulado, e, mesmo assim, fica refastelado a olhar para ele... sujeitando-se às inspecções periódicas.
Como em todas as actividades, há sempre maus profissionais, os quais não devem servir de bitola para fazer reformas do sistema.
Acredito piamente, precisamente por ser advogado e estar dentro do sistema - o que me dá até algum à vontade para falar disto, já que, na maioria dos casos, os advogados têm todo o interesse em que os processos terminem (tirando aqueles exemplos-chavão, pensareis vós, dos processos crime e fiscais em que pode haver interesse em arrastar o processo com vista à prescrição...) - que um período de férias judiciais superior a um mês é não só vantajoso como essencial para assegurar a boa administração da justiça, com celeridade e qualidade.
Se assim não for, como é certo que não vai ser, pois em matéria de justiça em Portugal decide-se primeiro e depois é que se ouvem os advogados e magistrados, como é hábito, cá estaremos para tentar ultrapassar as dificuldades e servir os cidadãos o melhor que pudermos.
Pelo menos tenho a esperança que o corte não seja tão radical e que se fique pelos 45 dias de férias. Os 30 dias será o caos, pior que o caos que já temos.
(Faber)

24.3.05

RE: Aumentam pensões de idosos e diminuem férias judiciais (II)

Começo por te citar:

“Aí sim, os tribunais vão parar! Aí sim vamos ter um mês perdido!!! Com a
agravante de os agentes irem de férias e, no dia em que voltam, o trabalho
estar exactamente na mesma, nada ter sido adiantado, com os prazos a voltarem a
correr, os julgamentos voltam a efectuar-se às dúzias por dia... Vai ser o
caos.


Dois comentários:
1) O mês de Agosto é um mês perdido em qualquer área da nossa economia, em qualquer empresa, em qualquer escola. Não me escandaliza que o seja num Tribunal. É-o nas férias de 2 meses. Será ainda nas férias de 1 mês.
2) Dizes que vai ser o caos. Humildemente te pergunto: o que é agora?

Uma medida pode ser populista, mas ainda assim ser correcta e por isso merecer o meu maior crédito e apoio. É o caso da diminuição das férias judiciais e da venda de medicamentos em farmácias. Mas também há medidas populistas que merecem descrédito, como o aumento das pensões dos idosos. Não pela medida em si, que acredito ninguém normal atentará contra, mas pela falta de explicação de como se consegue tão abnegado objectivo: como se aumentam as pensões, mantendo o défice abaixo dos 3%, sem recorrer a receitas extraordinárias, numa altura em que vivemos a terceira recessão em 2 anos, e sem aumentar impostos?

O problema para muitos dos que leram o teu interessante comentário, Faber, é que tu és advogado, e por isso a tua opinião está sempre enfermada desse facto (como estaria, possivelmente, a minha se eu estivesse a falar da classe docente, ou da classe dos engenheiros). De qualquer maneira, como reconheço as tuas capacidades intelectuais e o (mais importante ainda neste caso) teu total desprendimento à judicatura quando te embrenhas numa reflexão ou num acto de partilha de opiniões, li com muita atenção e cuidado as tuas críticas a esta medida do Governo, que ora glosamos. Mas mesmo assim apoio a medida do Governo (a ser tomada, claro!).

Como sabes, recorri algumas vezes aos meus amigos advogados para resolver pequenas questões, e várias vezes o fiz para tirar algumas dúvidas. Lembro-me, em especial, de, no ano passado, em Julho, necessitar de resolver um qualquer problema ou tirar uma dúvida, e receber de resposta “agora não se pode fazer nada, há que esperar até 15 de Setembro”. Retorqui: “2 meses?”. Resposta: “Pois. Férias judiciais.”.

Depois do anúncio desta medida por parte do nosso PM li algumas reportagens em jornais com alguns exemplos de entraves provocados por causa das férias judiciais. Muitos exemplos eram graves e vergonhosos, e eram factos claros que davam razão à nossa Justiça ser tão lenta. E percebi que tens razão numa coisa, Faber, o problema – se calhar - não são as férias judiciais. [aproveito para citar o comunicado da Ordem dos Advogados em relação a esta medida: “A existência de dois meses de férias judiciais no período indicado, não significa, obviamente, que os profissionais forenses gozem dois meses de férias.” (ver aqui)].

O problema está na parte que eu destaco. Além de amigos advogados, também tenho tido algum contacto com magistrados. E já discuti o problema das férias judiciais com um membro da classe. Falei, especificamente, do problema das férias dele. Cito, de cor, parte do que este magistrado me disse em relação às suas férias: “Sou um privilegiado no que diz respeito a férias. Tenho mais de 2 meses (Verão, Natal, Páscoa). Por vezes fico aborrecido de ter tantas férias, pois chego a um ponto em que estou farto”.

Isto é verídico. Factual. E chocante, na minha opinião. Se, de alguma forma, posso aceitar os tribunais “fecharem portas” por dois meses (pelas razões que apresentas), não aceito que um funcionário público tenha esse tempo exagerado de férias. Parafraseando o célebre dito espanhol: “Não acredito em férias de dois meses, pero que las hay, las hay!”…:)

Re: Aumentam pensões de idosos e diminuem férias judiciais (I)

O comentário do Fernando confirma que o novo PM quis aproveitar-se do populismo
desta medida completamente inútil, errada e prejudicial aos agentes da
justiça.
O comentário é normal, é o que é induzido nas pessoas que estão fora do
sistema.

Passo a explicar, começando com um silogismo:

Premissa maior: os agentes judiciários têm 2 meses de férias.
Premissa menor: os agentes judiciários fazem a justiça.
Conclusão: a justiça vai 2 meses de férias.

O novo governo criou esta falácia, que reside essencialmente na primeira
premissa e reforça-se na segunda. Só que, férias judiciais não são férias
laborais.

As férias judiciais não são períodos em que os tribunais estão fechados.
As férias judiciais são simplesmente períodos em que os prazos não urgentes
estão suspensos e as diligências processuais (designadamente julgamentos)
também não urgentes não são efectuadas.

Como qualquer cidadão, os advogados, magistrados e funcionários vão de
férias um mês por ano (números redondos).

Os 2 meses de férias judiciais são normalmente aproveitados para dar despacho
a expediente que, durante a azáfama diária dos Tribunais, estão parados (por
exemplo, a elaboração de uma sentença ou de um acórdão superior mais
complicado, ou a eleboração de uma acção, por um advogado, mais complexa,
que esteve de lado durante o ano judicial...).

Fora do mês de férias que qq cidadão tem, normalmente os primeiros 15 dias de
férias servem para pôr em dia o que ficou para trás, para "fechar o ano
judicial", e os últimos para preparar a "abertura" em Setembro, pondo o
trabalho em dia. Isto fazem os juízes, advogados, oficiais, etc.

Não se pense que isso é uma mera questão de organização pessoal de cada
agente. É uma questão de essencial importância prática. Normalmente,
durante as férias judiciais, os processos avançam consideravelmente, com
reflexos logo na reabertura dos Tribunais, em Setembro. Esse avanço, doutra
forma, não se daria, garantidamente. Senão reparem:

Reduzir as férias judiciais a um mês, significa que se faz coincidir
exactamente o período de férias judiciais ao período de férias laborais.
Logo, uma coisa vai estar, aí sim, associada à outra, e toda a gente vai
querer estar de férias nesse mês, necessariamente.

Aí sim, os tribunais vão parar! Aí sim vamos ter um mês perdido!!! Com a
agravante de os agentes irem de férias e, no dia em que voltam, o trabalho
estar exactamente na mesma, nada ter sido adiantado, com os prazos a voltarem a
correr, os julgamentos voltam a efectuar-se às dúzias por dia... Vai ser o
caos.

Por outro lado, todos os cidadãos indirectamente serão afectados, podendo ser
chamados a colaborar com a justiça em período de férias (testemunhas,
peritos...), pagando pesadas multas se faltarem.

Last, but not the least, a lei já prevê exactamente quais os actos, processos
e diligências que não podem parar durante as férias, classificados de
urgentes, como, por exemplo, processos crime em que o arguido está preso e
providências cautalares.

Enfim, apresentem-me o primeiro colega, magistrado, funcionário que não seja
apoiante acérrimo do governo que concorde com esta medida populistamente
estapafúrdia...

Abraços
(Faber)

22.3.05

Artigo de José Manuel Barroso

O triângulo do conhecimento: uma base sólida para o crescimento e o emprego
José Manuel Durão Barroso

O "triângulo do conhecimento", constituído pela educação, pela investigação e pela inovação, é a chave do crescimento da produtividade. Induz a criação de emprego, a riqueza privada e o bem-estar público.

Pela primeira vez em três décadas, a taxa de crescimento da produtividade na Europa situa-se abaixo da dos Estados Unidos. O investimento em investigação, expresso em percentagem do PIB, é de 1,96 por cento, a comparar com 3,12 por cento no Japão. O facto de existirem 400.000 europeus com qualificações científicas ou técnicas a viverem nos EUA e de três quartos dos estudantes de origem europeia que preparam um doutoramento nos EUA afirmarem que preferem por lá ficar após conclusão da sua tese parece vir confirmar o receio de uma fuga de cérebros.

Se tivéssemos o nosso próprio Instituto Europeu de Tecnologia, este poderia funcionar como principal pólo de atracção para os melhores talentos, ideias e empresas de todo o mundo.

In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=22&id=12319&sid=1336

Comentário: Um artigo interessante do Presidente da Comissão Europeia, onde ficam expressas as suas ideias em relação ao que deverá ser a Investigação na Europa. A criação de um “MIT europeu", o Instituto Europeu de Tecnologia, seria óptima. Difícil é concretizá-la, difícil é cativar os melhores cientistas e investigadores para este pólo europeu, em detrimento do MIT original…

Aumentam pensões de idosos e diminuem férias judiciais

Sócrates apresentou ao país dezenas de medidas. Instituir já a pensão mínima de 300 euros para os maiores de 80 anos e o corte nas férias judiciais foram dois anúncios simbólicos
No capítulo da celeridade da justiça, Sócrates anunciou a revisão do actual sistema de férias judiciais, "que permanece sem justificação bastante há tempo demais". O primeiro-ministro afirmou que proporá à Assembleia que "a suspensão do funcionamento normal dos Tribunais no Verão seja reduzida de dois meses para um mês".
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=22&id=12362&sid=1342

Comentário: Parece-me de pura lucidez diminuir as férias judiciais dos dois meses actuais para um mês. Com uma justiça tão canhestra e tão lenta não se entende que os funcionários judiciais tenham umas férias luxuosas, ao contrário dos reles mortais (isto é, o resto da população).

A Suécia é o "herói", a Itália o "vilão" e Portugal vai mal na execução da agenda de Lisboa

A iniciativa foi lançada há cinco anos para fazer da economia europeia a mais competitiva do mundo em 2010. Estudo de think-tank britânico faz o balanço, a meio caminho
Há cinco anos que o Centre for European Reform (CER) de Londres faz o balanço da execução da chamada "agenda de Lisboa", e no último relatório anual a história repete-se: com alguns ajustes, os países nórdicos são quase sempre os melhores alunos, os do Sul, Portugal incluído, os piores. Feitas as contas, a Suécia é grande vencedora em termos globais, merecendo a Itália a pior classificação.
Só para se ter uma ideia, a Suécia já atingiu 12 dos 17 objectivos quantificáveis definidos em 2000. A Dinamarca cumpriu nove. O Reino Unido surge em terceiro lugar com sete metas cumpridas, e só não faz parte dos melhores por uma aplicação mais irregular das reformas, nomeadamente quanto à inovação e à inclusão social.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=22&id=12294&sid=1334

Comentário: Norte frio mas rico e bem comportado, sul quente mas pobre e displicente. O problema deve ser, realmente, do calor…

21.3.05

Alemanha reescreve Pacto de Estabilidade

Unificação alemã, elevadas contribuições para o orçamento comunitário, inovação e estagnação económica serão atenuantes para violação do défice orçamental
As reivindicações da Alemanha para a revisão do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) ficaram, ontem, praticamente aceites pelos ministros das Finanças da eurolândia, com a inclusão de vários problemas nacionais, incluindo os custos da sua unificação, nas circunstâncias atenuantes de eventuais derrapagens orçamentais.

In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=21&id=12186&sid=1320

Comentário: É unanimemente aceite por todos os membros da UE que o Pacto de Estabilidade e Crescimento necessita de ser reformado. É positivo que se mantenha a importância do controlo orçamental (manteram-se as regras de 3% para o défice público e 60% para a dívida pública), embora seja essencial considerarem-se algumas atenuantes, tais como a conjuntura económica. Claro que os grandes vencedores foram os alemães, que conseguiram introduzir todas as suas reivindicações – o que é natural, pois eles são os maiores contribuintes para o orçamento comunitário.

Há cada vez mais egípcios a dizer "Basta!" a Mubarak

No Egipto, manifestantes têm desafiado as proibições e saído à rua para gritar o slogan "kefayia", ou seja, basta. Ontem o país viveu mais uma manifestação. O PÚBLICO falou com uma activistae um analista para perceber a importância destes protestos em que a polícia está sempre presente em maior número do que os manifestantes. Por Maria João Guimarães
São novos e velhos, activistas e estudantes, sindicalistas, islamistas, comunistas. Os manifestantes que se têm juntado ficaram conhecidos pelo seu slogan, Kefayia (Basta!), mas pertencem a dois movimentos de "mudança": a Campanha Popular para a Mudança e o Movimento Egípcio para a Mudança. Ontem voltaram a sair às ruas
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=21&id=12234&sid=1326

Comentário: Continuam as manifestações contra o todo-poderoso Mubarak que, assim, vai vendo cada vez mais a necessidade de abrir mão do seu poder e criar um Estado mais livre. A pressão internacional (exercida principalmente pelos EUA), à qual se junta agora esta pressão interna, parece estar a dar frutos.

17.3.05

Universidade do Minho apoia projectos de risco

A Universidade do Minho, em parceria com outras entidades académicas, empresariais e financeiras, lançou ontem, em Braga, a SpinValor, uma sociedade que vai apoiar projectos de base tecnológica originárias do meio universitário. Será uma espécie de "empresa-semente", que arranca com uma dotação de 200 mil euros, e que já conta com oito candidaturas para analisar, na área das biomédicas, tecnologia de informação e ambiente.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=17&id=11492&sid=1248

Comentário: Excelente aposta da Universidade do Minho. Um dos grandes problemas portugueses é o medo de arriscar. Muita da investigação feita nas Universidades do nosso país é de qualidade, mas há uma falta de cultura de risco em Portugal: muitas das nossas ideias (falo por conhecimento próprio) são “vendidas” ao desbarato a universidades ou empresas estrangeiras, que as patenteiam e que apostam, injectando capital de risco (venture capital), na abertura de novas empresas que fazem uso das tecnologias que nós inventámos. A Universidade do Minho está a fazer algo que é comummente feito nos países mais avançados, por isso esta notícia é de saudar.

Orçamento de Brown é o trunfo eleitoral de Blair

Ministro das Finanças traça um quadro optimista da situação económica no Reino Unido
Foi com uma mensagem de confiança e optimismo que o ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, apresentou ontem na Câmara dos Comuns o Orçamento para 2005. A poucas semanas das legislativas, previstas para o início de Maio, a apresentação é também um importante trunfo de campanha para o Partido Trabalhista de Tony Blair - que, segundo todas as previsões, deverá conseguir conquistar o terceiro mandato consecutivo, mas que alguns acusam de estar sem fôlego e sem ideias.
Num discurso de 50 minutos, Brown traçou um retrato extremamente positivo do estado da economia do Reino Unido. O país "vive o mais longo período de crescimento contínuo desde que estas estatísticas foram criadas, em 1701", declarou. "Para resumir, a inflação está no nível mais baixo desde há 30 anos, as taxas de juro desde há 35 anos, o nível de emprego nunca foi tão alto, e o nível de vida progrediu três por cento anualmente desde 1997".
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=17&id=11563&sid=1254

Comentário: Com políticos como Tony Blair e Gordon Brown (o homem que, segundo o Financial Times de ontem, substituiria Tony Blair se este “fosse atropelado por um autocarro”) à frente de um país, é normal ser-se optimista. E não espanta, por isso, que a economia inglesa se esteja a comportar muito melhor que as suas congéneres europeias. A “boa moeda” funciona mesmo.

CCB com mais bilhetes e novo auditório para Festa da Música

Os bilhetes para a Festa da Música vão ser postos à venda na próxima quarta-feira. Na inauguração, um concerto vai cruzar a técnica dos DJ com as sinfonias do compositor alemão. A festa, em Abril, é uma oportunidade para ouvir a quase totalidade da obra de Beethoven.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=17&id=11472&sid=1247

Comentário: A Festa da Música é um encontro musical a que, penso, vale a pena assistir. Este ano será dedicada ao brilhante compositor do muito europeu “Hino à Alegria” (sinfonia nº9, último andamento), por isso considero que valerá especialmente a pena.

16.3.05

Parlamento inaugura hoje uma nova era no Iraque

O dia 16 de Março ficará como uma data marcante no Médio Oriente: pela primeira vez, os xiitas, os eternos vencidos do mundo islâmico, passarão a ser hegemónicos num país árabe, o que produz um choque regional. O impasse da negociação dos últimos dias, entre xiitas e curdos, mostra também a dureza dos confrontos que esperam esta assembleia constituinte, como o federalismo, as leis civis, a distribuição da renda do petróleo. Ontem, ao fim do dia, caiu uma pequena bomba: a Itália começa a reduzir o seu contingente em Setembro, o que poderá "contagiar" outros países.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=16&id=11345&sid=1232

Comentário: Pela primeira vez desde a intervenção americana no Iraque este país tem instituições eleitoralmente legitimadas, e pela primeira vez democraticamente eleitas. Vale a pena sublinhar que 86 dos 275 lugares da Assembleia Nacional do Iraque serão ocupados por mulheres, e acrescentar que até o Governo iraquiano tem mais mulheres que o português (6 contra 2)…

15.3.05

Manifestação histórica no Líbano contra a Síria

Chegaram de todos os cantos do país para entupir as ruas de Beirute. Foram quase um milhão, num país que não chega a ter quatro milhões de habitantes, a exigir um Líbano "100 por cento libanês". Um mês depois da morte de Rafiq Hariri, a oposição anti-síria mostrou que é capaz de mobilizar mais milhões que o Hezbollah, o movimento xiita aliado de Damasco.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=15&id=11271&sid=1223

Comentário: Depois da mobilização popular do Hezbollah, com o seu apoio incondicional à Síria, a maior parte do povo libanês (alguns meios de comunicação falam em cerca de milhão e meio de pessoas, 40% da população), mostrou – na maior manifestação de sempre no país – que deseja um Líbano “100% libanês”, mostrando claramente que não deseja a ingerência da Síria no seu Estado e que está contra o Hezbollah.

Especialistas questionam a venda da pílula do dia seguinte nos supermercados

A medida anunciada por José Sócrates no seu discurso de tomada de posse, de autorizar a venda de medicamentos sem receita médica em supermercados, continua a dividir os especialistas. Num momento em que as críticas à medida em si se atenuam, médicos e farmacêuticos dividem-se agora sobre se todos os medicamentos de venda livre deverão continuar a sê-lo.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=15&id=11221&sid=1216

Comentário: A venda de medicamentos sem receita médica nos supermercados é uma boa medida, e está em sintonia com o que é feito em inúmeros países europeus (no Reino Unido, por exemplo, até se vende em estações de serviço…). Em princípio os medicamentos de receita livre não apresentam problemas de maior, e podem ser vendidos sem qualquer controlo. De qualquer modo tem-se discutido nos últimos dias que alguns destes medicamentos (por exemplo a pílula do dia seguinte), pode trazer “perigos para quem sofre de doença vascular”. Assim sendo talvez seja necessário rever quais os medicamentos que podem ser vendidos livremente (embora com controle de um técnico farmacêutico) nos supermercados. De qualquer forma a medida continua a ser positiva.
O mais positivo, aliás, em tudo isto, é o importante ataque ao lobby farmacêutico, muito em especial à Associação Nacional de Farmácias. Talvez desta forma se dê um empurrão na liberalização deste anacrónico sector: porque não se eliminam as actuais barreiras à criação de farmácias (possibilitando o emprego de jovens farmacêuticos e aumentando a oferta para o consumidor)? Porque se mantém a abertura de farmácias reservada apenas a farmacêuticos (monopólio profissional)? Porque tem de haver condicionamento, ao nível concelhio (capitação mínima), à abertura de farmácias? Porque tem de haver uma distância mínima entre farmácias? Porque não se deixa que o sector farmacêutico faça parte da economia liberalizada, como todos os outros sectores?

14.3.05

RE: Homenagem aos sobreviventes do Tarrafal (V)

Basta pensarmos no que chamo "off-shore legal de direito(s) (humanos)" a falácias jurídicas como Guantanamo para vermos que os Tarrafais existiram e continuarão a existir no mundo.
O mais impressionante é que os ditos off-shores, em cada lapso de tempo em que subsistem, acolhem não só os corpos semi-vivos dos respectivos hóspedes como toda a ideossincracia do regime que a suporta e, reflexamente, dos cidadãos que que o sustentam.
Com propriedade diremos:
- Não há direito!
Com isto, espero que não venha aí uma vaga de comentadores anti-Bush, que não é isso que pretendo.
(Faber)

Mubarak anuncia mais reformas políticas no Egipto

Presidente admite mudanças nas leis relativas aos partidos políticos e ao funcionamento do Parlamento no Cairo
O Presidente egípcio, Hosni Mubarak, voltou a surpreender ontem ao anunciar alterações legislativas, designadamente nas leis relativas aos partidos políticos. Há duas semanas, Mubarak tinha afirmado que, pela primeira vez, iria permitir eleições presidenciais com vários candidatos, em vez do habitual referendo em que se podia votar sim ou não ao candidato escolhido pelo Parlamento.Num discurso feito na cidade de Alexandria e transmitido pela televisão estatal egípcia, Mubarak afirmou que as mudanças dizem respeito a leis sobre direitos políticos e às duas câmaras da Assembleia Nacional.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=14&id=11170&sid=1207

Comentário: Qualquer pequeno passo dado por Mubarak pode ser considerado, pelo Ocidente, como um pulo enorme. Parece mesmo que a bola de neve continua a rolar…

O render da guarda no maior banco privado português

Em 1985, com a economia ainda fortemente estatizado, Jorge Jardim Gonçalves criou o BCP à sua imagem, impondo-lhe uma estratégia agressiva. Vinte anos depois deixa o maior banco português, com activos de 72 mil milhões de euros e 3,5 milhões de clientes. A liderança executiva é entregue a um "outsider", um institucional, 25 anos mais novo do que ele: Paulo Teixeira Pinto. A passagem de testemunho dentro do BCP constitui um passo importante na renovação geracional da liderança da banca portuguesa. Depois da surpresa, o mercado deu sinais de entender o alcance da decisão e o título BCP regressou ás subidas
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=14&id=11121&sid=1201

Comentário: Criador de uma das maiores empresas privadas portuguesas, Jardim Gonçalves é, juntamente com Belmiro de Azevedo e poucos mais, um empresário português, um gestor, de inegável sucesso. Conseguiu criar um banco privado de sucesso há 20 anos, numa altura em que o Estado dominava totalmente a economia.
Hoje termina uma caminhada, e até na saída esteve perfeito: deixou os problemas financeiros do banco resolvidos, alterou a táctica de expansão internacional tornando-a muito mais segura, e escolhe para a sucessão Paulo Teixeira Pinto, deixando para trás os dois “pesos-pesados” da Administração da empresa (Filipe Pinhal e Christopher de Beck). Justificação? Simples: escolhendo uma pessoa bastante mais nova garante uma continuidade, uma liderança de longo prazo (ao invés das soluções anteriores, que pela idade seriam provavelmente de menor prazo). Cômputo geral: 5 estrelas!

RE: Homenagem aos sobreviventes do Tarrafal (IV)

O Tarrafal foi diferente de Auschwitz. Cometo até a ignomínia de dizer que foi muito, mas mesmo muito, diferente. Ah, e é verdade, não sou só eu que penso. A frase que coloquei no final do meu comentário, “o mal absoluto não admite comparações”, foi dita por uma pessoa que esteve no Tarrafal, e que como compreenderás percebeu melhor do que nós o que foi este campo de concentração. Coloco aqui mais algumas palavras do dito ex-prisioneiro:

Para o horror de Auschwitz não há "vias reduzidas". O mal absoluto não admite comparações. O Tarrafal foi um campo de concentração típico. Não teve nada a ver com os campos de extermínio nazis.

Como vês, até mesmo alguns que passaram pelo Tarrafal cometem ignomínias como esta…

RE: Homenagem aos sobreviventes do Tarrafal (III)

Aqui na Madeira, o Conselheiro de Estado Alberto João, quando não gosta do que ouve tem por hábito afirmar que "defeco nisso". Pois bem, por imperativos óbvios não o digo. Vontade não faltaria.
Estas duas foram foi só para iluminados! Há coisas que não merecem ser comentadas! Pertencem ao campo das ignomínias.
Não percebo como alguém pode ter a leviandade de comparar estes dois casos! A liberdade é um valor absoluto! (VALOR ABSOLUTO). Existe ou não! Medir o sofrimento? É para rir?
Citas comparações que eu nunca subscreveria, "Auschwitz de via reduzida" (etc), não faço comparações, porque elas não podem ser feitas.
Vão dizer ás pessoas que perderam os filhos e os homens no Tarrafal que aquilo era diferente de Auschwitz!! Digam! Pode ser que levem onde não estão á espera!
Bom fim de semana e reflictam...se conseguirem!

(Picá)

11.3.05

RE: Homenagem aos sobreviventes do Tarrafal (II)

De facto ler os jornais hoje e não ver nenhuma referência aos 30 anos do nosso 11 de Março… é sintomático. Assim se vai perdendo a memória…

RE: Homenagem aos sobreviventes do Tarrafal (I)

Ó Fernando o que tu foste dizer...

Prepara-te que vais ouvir!

Afinal a verdade pouco interessa, o que é verdadeiramente importante é o que sai da boca de alguns "iluminados".

11 de Março não é uma data importante apenas por causa dos Atentados em Espanha. Faz hoje 30 anos que começou o "Verão Quente".
25 de Abril é uma data importantíssima na história de Portugal mas o 25 de Novembro é-o igualmente importante apesar de muitos tentarem que assim não seja.

Afinal somos um país onde Bombistas são heróis, andam em liberdade e são condecorados pelo Presidente da República... um país de brandos costumes!

Abraços

(Zema)

Homenagem aos sobreviventes do Tarrafal

Para os que pensam que "os brandos costumes" pátrios suavizaram a prática repressiva do Estado Novo, aí está o Tarrafal. Amanhã é dia de romagem pública de saudade, ao memorial do Alto de São João, em Lisboa. Por António Melo
Há 27 anos, no dia 18 de Fevereiro, levantou-se no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, um memorial às vítimas do Tarrafal, o campo de concentração que o Governo de Salazar, seguindo o modelo da Alemanha nazi, decretou que se construísse nos terrenos do Chão Bom, Achada Grande e Ponte da Achada, em Cabo Verde, "com capacidade para 500 presos".

In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=11&id=10729&sid=1154

Comentário: A prisão do Tarrafal é uma das mais tristes memórias que temos da ditadura salazarista em Portugal. A homenagem aos seus sobreviventes, assim como aos que lá pereceram, é por isso muito importante. Perder a memória é ir perdendo o que fomos conquistando. A mim, o Tarrafal envergonha-me enquanto português. Mas já chamar a esta prisão um campo de concentração que “seguia o modelo Nazi”, ou chamar-lhe “Auschwitz de via reduzida” é, além de um brutal exagero, um profundo desconhecimento do que foi o Nazismo, do que foram os seus campos de extermínio (e não somente de concentração…) e do que se passou em Auschwitz. No Tarrafal morreram 32 pessoas (ao que se juntam algumas centenas de doentes e escanzelados). Na Alemanha morreram 6 milhões (ao que se juntam alguns milhões de doentes e escanzelados). Comparar o incomparável é desprezar e mitigar o que foi a chacina e o genocídio Nazi. E, como alguém dizia, “o mal absoluto não admite comparações”.

10.3.05

Não precisamos de inventar outra estratégia de Lisboa

O primeiro erro da "agenda de Lisboa" foi ter adoptado uma perspectiva muito estatista, diz Manuel Castells, um dos mais importantes teóricos da Sociedade de Informação. Mas não é preciso inventar outra estratégia, outra grande visão, que é o que gostam de fazer os europeus
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=10&id=10499&sid=1129

Comentário: Uma entrevista com um dos gurus da Sociedade da Informação. Ficam as dúvidas: “A estratégia de Lisboa pretendia fundamentalmente aproximar a Europa em termos de produtividade e competitividade da economia americana, gerando inovação mas mantendo a coesão social, o modelo social europeu.” (será isto possível? Seria desejável, mas na prática a realidade vai-nos mostrando a impossibilidade da manutenção do modelo social europeu tal e qual como está) e as certezas: “o primeiro erro da "agenda de Lisboa" foi ter adoptado uma perspectiva muito estatista”. Excelente entrevista. Leitura obrigatória. :)

9.3.05

Santana dado como certo na Câmara

O regresso de Pedro Santana Lopes à presidência da Câmara Municipal de Lisboa é um dado certo nos Paços do Concelho. A incógnita reside agora na decisão que Carmona Rodrigues irá tomar perante o facto.

In http://dn.sapo.pt/2005/03/09/nacional/santana_dado_como_certo_camara.html

Comentário: Há pessoas que não têm, pura e simplesmente, vergonha na cara.

Hezbollah agradece à Síria com milhares de fiéis nas ruas

Entre 400 mil e um milhão de manifestantes mobilizados pelo movimento libanês protestaram contra a "ingerência" dos EUA
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=09&id=10429&sid=1120

Comentário: A capacidade que a organização fundamentalista radical e terrorista libanesa Hezbollah (Partido de Deus) tem para mobilizar muçulmanos xiitas é, de facto, impressionante. É sintomática, no entanto, a incoerência. Uns cartazes gritam “Obrigado Síria" e outros apregoam um "Não à ingerência estrangeira". Pergunto: é a Síria e o Líbano um só Estado? Se não é, não são as 14.000 tropas sírias no Líbano um acto de ingerência? Se não são, são o quê? Terá tudo isto alguma coisa a ver com o facto do Hezbollah ser financiado pela Síria?

Rússia matou o comandante supremo da guerrilha tchetchena

Os serviços secretos russos assassinaram Aslan Maskhadov, o chefe supremo dos independentistas na Tchetchénia. Em Moscovo, as autoridades consideram ter dado um "golpe mortal" no separatismo no Cáucaso, mas alguns políticos alertam que a morte de um dirigente "moderado" apenas vai radicalizar o conflito. A liderança da guerrilha pode passar para a mão do extremista Chamil Bassaiev.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=09&id=10376&sid=1113

Comentário: A luta contra o terrorismo é muito difícil, e torna complicado o total discernimento em situações como esta. Terá sido positivo matar um líder de um grupo guerrilheiro responsável por inúmeros actos terroristas (por exemplo o assassinato do Presidente Tchecheno Ajmad Kadyrov, em Maio do ano passado), dificultando assim a sua expansão? Ou foi negativo ter assassinado um dos poucos dirigentes “moderados” com quem se poderia ter mantido alguma negociação política na procura de resolução do conflito tchetcheno? Neste, como noutros casos do género, a resposta é delicada, pois a linha de separação entre as duas escolhas é minúscula.

8.3.05

RE: UE "chocada" com a repressão de manifestantes na Turquia (II)

Penso que há factos que deixam qualquer um optimista:

1. O anúncio de eleições por parte do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, juntamente com as manifestações que se têm repetido no Cairo, com pessoas a gritar "não a Mubarak" (algo inconcebível há apenas alguns meses);
2. O rei Mohammed VI, de Marrocos (que sucedeu ao seu pai, Hassan II, em 1999) iniciou uma série de reformas: autorizou a participação política de partidos islamistas moderados, libertou prisioneiros políticos (mesmo do regime do seu pai), liberalizou um pouco a economia. Hoje, que é dia internacional da mulher, até vale a pena referir o crescimento do número de mulheres no Parlamento: passou de 3 para 38, em apenas 5 anos…
3. A Arábia Saudita deu um (pequeno) passo com a realização de eleições para alguns conselhos municipais (limitado pois as mulheres estavam impedidas de votar e de ser candidatas). Recorde-se que há uma década o Rei dizia que nunca iria haver eleições no seu país.
4. A Líbia comprometeu-se, em 2003, a desistir do seu programa de armas de destruição maciça, e assumiu a responsabilidade do ataque de Lockerbie.
5. Este ano o Qatar irá a votos e entrará em vigor a Constituição aprovada em 2003, criando um parlamento de 45 deputados (30 eleitos e 15 seleccionados pelo emir).
6. Na Jordância decorreram as primeiras eleições parlamentares sob o reinado de Abdullah II em Junho de 2003.

Ninguém diz que está tudo bem, muito antes pelo contrário, isto são apenas pequeníssimos passos em países onde a maior parte das coisas ainda corre mal, mas devo reafirmar que me sinto um pouco mais optimista. Como titula a revista The Economist desta semana: “Something stirs in the Middle East” (algo se move no Médio Oriente)… e move-se para o bom caminho, parece-me.

RE: UE "chocada" com a repressão de manifestantes na Turquia (I)

Meu caro Fernando, ainda tinhas dúvidas?
Esta notícia impresionou-me bastante pela violência exercida e pela aparência de cada uma das bestas equipadas de negro...vinham disfarçados de homens! Esta notícia e o funeral do Calipari chocaram-me! Esta última menos que a primeira...afinal foi só mais um dano colateral, consta que o número já vai em 100 000 no Iraque! Sinto-te mais optimista em referência ao Médio Oriente, ainda bem! Eu não!
(Picá)

UE "chocada" com a repressão de manifestantes na Turquia

Ancara promete investigar a atitude desproporcionada da polícia contra um protesto ilegal
O ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Abdullah Gul, anunciou ontem que o seu Governo vai realizar um inquérito sobre a repressão policial de uma manifestação a favor dos direitos das mulheres realizada no domingo em Istambul. A declaração de Gul surgiu depois de a União Europeia se ter declarado "chocada" com aquilo que considerou ser um uso desproporcional da força por parte da polícia antimotim."Ficámos chocados com as imagens da polícia a bater em mulheres e jovens que se manifestaram em Istambul por ocasião do Dia da Mulher", lia-se num comunicado assinado por Jean Asselborn, ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo (país que assegura a presidência da UE).
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=08&id=10314&sid=1105

Comentário: Assim se afasta a Turquia da União Europeia. Os diversos países que estão contra a entrada da Turquia na UE têm, assim, mais um relevante motivo para acharem que este país não tem ainda as condições para ser aceite no grupo dos 25.

Imprensa internacional questiona escolha de Freitas do Amaral

As posições anti-americanas de Freitas do Amaral são comentadas pelos jornais Financial Times e El Mundo
"José Sócrates, o primeiro-ministro socialista recém-eleito em Portugal, surpreendeu o país ao nomear como ministro dos Negócios Estrangeiros um antigo líder conservador e crítico declarado da invasão do Iraque", afirmava ontem o Financial Times, numa das escassas reacções da comunicação social estrangeira ao novo Governo português.Num artigo intitulado "Crítico dos Estados Unidos nomeado ministro dos Negócios Estangeiros", Peter Wise, correspondente em Lisboa do Financial Times, lembra que Diogo Freitas do Amaral foi fundador do CDS e o candidato vencido por Mário Soares nas eleições presidenciais "ferozmente disputadas" de 1986.

In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=08&id=10329&sid=1106

Comentário: O nosso Portugal aos olhos do Mundo…

Tropas de Damasco já recuaram, mas não abandonam o Líbano

Os presidentes Bashar al-Assad e Emile Lahoud concordaram ontem que os 14 mil soldados sírios vão abandonar as suas actuais posições no Líbano e concentrar-se no Vale de Bekaa, no Leste, até ao final deste mês. Não foi definido um calendário para uma retirada total - das tropas e dos agentes secretos - que será negociada posteriormente pelos dois governos. Na Praça dos Mártires, em Beirute, milhares de manifestantes indignaram-se e continuaram a gritar "liberdade, soberania e independência", mas os protestos atraem agora mais cristãos, sobretudo maronitas, do que muçulmanos, sunitas, xiitas e drusos. Hoje, o movimento Hezbollah, instrumento de Damasco e de Teerão no conflito com Israel, mobilizou os seus fiéis para uma demonstração de apoio ao patrono sírio.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=08&id=10260&sid=1099

Comentário: Parece-me claro que, depois dos processos no Afeganistão e no Iraque, os povos árabes daquela zona começam a perceber que a liberdade é possível. As aberturas democráticas têm sido claras: desde o Egipto (onde Mubarak, líder desde 1981, ouvindo o “grito” de várias manifestações populares contra si, decidiu abrir as eleições, pela 1ª vez, à oposição), passando pela Arábia Saudita (onde houve, pela primeira vez, no mês passado, um escrutínio), e acabando agora nestes clamores de liberdade e independência dos libaneses. Algo está, de facto, a mudar para aquelas bandas…

7.3.05

Campos e Cunha abre polémica no novo Governo

As declarações do indigitado ministro de Estado e das Finanças, Luís Campos e Cunha, a duas estações de rádio marcaram a primeira polémica em que se vê envolvido o novo Governo. Menos de 24 horas após o seu nome ter sido confirmado para um dos três mais importantes postos no Executivo socialista, liderado por José Sócrates, Campos e Cunha surpreendeu os portugueses - e a generalidade dos dirigentes do PS - ao admitir a subida dos impostos.Em declarações à TSF, no sábado, o indigitado ministro disse que "subir os impostos é uma possibilidade" a encarar pelo Executivo. "Não a encaramos como uma primeira medida mas algo que pode ser necessário, no médio prazo, o que é provavelmente quase inevitável", acrescentou.

In http://dn.sapo.pt/2005/03/07/nacional/campos_e_cunha_abre_polemica_novo_go.html

Comentário: É para mim natural que a situação económico-financeira do país obrigue o novo Governo a subir alguns impostos. A conjuntura do país a isso pode obrigar, e portanto tal situação, apesar de ingrata, não me escandaliza. O que eu considero triste é que, durante a campanha, José Sócrates diga que “não aumentará qualquer imposto”, e o seu Ministro das Finanças assumir essa possibilidade mal inicia funções. Não é a questão política que me choca: é apenas a questão da verdade e da honestidade.

5.3.05

Metade PS, metade independentes

José Sócrates anunciou ontem um governo de onde está ausente António Vitorino - regressa algum guterrismo,foi buscar independentes por si conquistados e lança de novo para o governo o fundador do CDS, Freitas do Amaral.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=05&id=9841&sid=1048

Comentário: A novidade menos (?) esperada – a escolha de Freitas do Amaral para MNE – merece um comentário muito pessoal. Tenho uma imensa consideração e admiração por Freitas do Amaral. Fundador do CDS, este Professor de Direito Administrativo já foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, Ministro da Defesa Nacional, vice-Primeiro-Ministro, Presidente da Assembleia-geral da ONU. Ou seja, currículo não lhe falta – daí a minha admiração. Mas, e aqui começam as minhas dúvidas, parece-me que nos últimos tempos ele se anda a colar muito aos partidos que têm mais hipóteses de ser Governo (independentemente das ideologias de cada um): colou-se a Durão Barroso há 3 anos, colou-se a Sócrates agora, e consegue com este último o lugar de MNE. O mais absurdo é, aliás, a resposta autista que ele dá quando lhe perguntam o porquê destas mudanças de partido e, supostamente, de ideologia: “Não sou eu que tenho mudado, são os partidos…”. Exacto.
Parece-me que Freitas do Amaral ficou profundamente conturbado com a derrota nas eleições presidenciais que disputou com Mário Soares. E ele quer, à força, ser Presidente da República. Ora, “qual é a forma mais fácil de ser Presidente em Portugal?”, pensará ele. Resposta lógica: ser de esquerda, ter o apoio do PS. Ora aí está… mas aquilo com que ele não contaria é que Vitorino não quis ser Ministro. Porque será?
Será esta cogitação obra da minha mente alucinada? Não sei. Mas que outra justificação haverá para um “senador” como Freitas do Amaral ser agora um mero subordinado de um “miúdo” como José Sócrates?

3.3.05

"Todos os dados apontam para que haja um aumento dos incêndios florestais"

Tudo faz temer um ano complicado para os fogos. As condições climatéricas são adversas e o país confronta-se com a "inexistência" de uma política de prevenção. "Já se deveria ter iniciado a limpeza das matas, mas nada foi feito", alerta o presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=03&id=9622&sid=1022

Comentário: Em Portugal, quando há frio, não estamos preparados, e morre-se do frio. Em Portugal, quando há calor, não estamos preparados, e morre-se do calor. Triste fado, o nosso…

2.3.05

Consumo de antidepressivos aumentou 45 por cento nos últimos cinco anos

Ansiolíticos e tranquilizantes seguem a mesma tendência de subida em Portugal
O consumo de medicamentos antidepressivos aumentou 45 por cento nos últimos cinco anos: em 2000 foram compradas em Portugal cerca de quatro milhões de embalagens, no ano passado foram quase seis milhões. É o que revelam dados fornecidos pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed). Os ansiolíticos e tranquilizantes seguem a mesma tendência de subida.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=02&id=9399&sid=996

Comentário: É assustador o crescimento do consumo de medicamentos, de uma maneira geral, e de antidepressivos, em particular, em Portugal. Temos, de facto, um problema de saúde pública que não vale a pena escamotear. Será que a prescrição de medicamentos antidepressivos, ad liberum, pelos médicos, é a forma mais correcta de resolver o problema?

Re: Rússia e Irão assinam acordo nuclear (III)

Só Portugal é que não vende nada!!!
Assim não vamos longe...
(Lança)

RE: Bush pressiona Putin para que a democracia na Rússia não recue (II)

Porque é que o anti-americanismo básico não é capaz de concordar com nada que os EUA façam? Porque é que não se congratula com esta importante pressão sobre Putin? Porque é que não apoia o regresso do multilateralismo americano por que ainda há pouco tempo bramia tanto? Porque é que não se é capaz de dizer que, desta vez, os EUA estiveram bem?

Acho que é importante sermos rigorosos na compreensão dos factos, tentando não ser sectário. Acho que é possível (e desejável) criticar o que está mal, mas ao mesmo tempo apoiar o que está bem. Nos EUA, como na maior parte do Mundo, não é tudo mau. E também não é tudo bom. A verdade está, algures, no meio, a maior parte das vezes…

RE: Rússia e Irão assinam acordo nuclear (II)

Eu apenas estava a falar da Rússia, pois era o caso em questão. De facto todos têm telhados de vidro:

1. A Rússia vende combustível nuclear ao Irão;
2. Os EUA venderam armas ao Saddam;
3. A UE quer vender armas à China;
4. Et cetera

De facto, ninguém pode arvorar-se como paladino de nobres causas…

RE: Bush pressiona Putin para que a democracia na Rússia não recue (I)

Porque não o faz em relação à China (essa grande democracia!, à Arábia Saudita (aliados e grandes compradores de armas), à Coreia do Norte, a grande parte dos países africanos? Porque não o fizeram anteriores presidente americanos em relação à Indonésia, ao Chile (foi a CIA o cérebro do golpe ao governo de Allende que inaugurava uma revolução sem precedentes no continente americano, felizmente bem longe da via seguida por essas figura sinistra que dá pelo nome de Fidel!Os Estados Unidos da América no jogo das relações internacionais, infelizmente não têm moral!(Picá)

RE: Rússia e Irão assinam acordo nuclear (I)

Os russos e os americanos sempre que existe uma oportunidade! O Saddham foi armado por quem? Quando o dinheiro é o modo de calcetar as relações internacionais está tudo dito.
(Picá)

1.3.05

RE: Atentado suicida a sul de Bagdad provoca pelo menos 114 mortos (I)

Quanto tempo? :))) É a guerra! Ainda não respondi aos outros mails por manifesta falta de tempo. Até lá espera eheheh. Abraços.(Picá)

Cientistas propõem manto de invisibilidade

A ideia de criar um manto de invisibilidade, que nos esconda dos olhos dos inimigos, foi muito explorada pela ficção científica, mas dois investigadores da Universidade da Pensilvânia (EUA) apresentaram uma proposta que a pode tornar possível.
Andrea Alù e Nader Engheta são engenheiros electrónicos e estão a tentar desenvolver um aparelho que consiga tornar um objecto "quase invisível" para um observador. Se os objectos não absorvessem luz nenhuma, nem reflectissem alguma, tornar-se-iam invisíveis. Portanto, a sua ideia é evitar que a luz seja reflectida ao bater na superfície de um objecto.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=01&id=9157&sid=968

Comentário: Alguém quer ficar invisível? Quem quiser ler o artigo científico (full-paper), pode vir aqui: http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=01&id=9157&sid=968.

Governo pró-sírio do Líbano demite-se sob pressão da rua

A oposição libanesa acaba de obter a sua primeira vitória. A Síria parece condenada a retirar as suas tropas do País do Cedro
O primeiro-ministro libanês, o pró-sírio Omar Karamé, anunciou ontem à tarde a demissão do seu Governo, o que provocou uma explosão de alegria entre os 60 mil manifestantes que no centro de Beirute exigiam a sua resignação.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=01&id=9253&sid=978

Comentário: Cada vez mais o Líbano se afasta da Síria. O povo libanês não gosta da presença de tropas sírias no seu território, e aproveitou agora o clamor internacional, após o assassinato do seu ex-Primeiro-Ministro, para reivindicar uma mudança política. A grande dúvida é: como reagirão os xiitas, nomeadamente o Hezbollah, aliado histórico da Síria?

Atentado suicida a sul de Bagdad provoca pelo menos 114 mortos

129 feridos acolhidos no hospital local
O ataque com carro armadilhado em Hilla foi o mais mortífero desde a queda do antigo regime, em Abril de 2003
Pelo menos 114 pessoas foram mortas e 129 feridas num ataque suicida ocorrido no início da manhã de ontem em Hilla (100 quilómetros a sul de Bagdad). O atentado mais mortífero no Iraque desde a invasão anglo-americana de Março e Abril de 2003, e de imediato condenado pelos principais responsáveis internacionais, quase coincidiu com a captura de um meio-irmão de Saddam Hussein, definido como um dos "financiadores" da rebelião iraquiana.
In http://jornal.publico.pt/noticias.asp?a=2005&m=03&d=01&id=9250&sid=978

Comentário: Apesar dos claros progressos no Iraque, em especial depois das boas notícias nas eleições, continuam os ataques suicidas e a matança prossegue. Parece-me óbvio que a ajuda internacional, em especial na área da segurança, terá de ser mantida no Iraque durante bastante mais tempo.

Re: PÚBLICO passa a cobrar leitura na Internet (III)

O que eu faço pelos Amigos!... :)

RE: PÚBLICO passa a cobrar leitura na Internet (II)

LOL
(André)

RE: PÚBLICO passa a cobrar leitura na Internet (I)

Uma homenagem ao NANDO!
Nando: fico contente por passares a pagar a assinatura on-line do PUBLICO de
modo a continuares a manter este sublime forum informado!

Abraço!!!
(Faber)