27.2.07

RE: Juízes dizem que novo regime de férias não trouxe "ganhos de produtividade" (IV)

A nossa Justiça é do pior que temos na Administração Pública (e na generalidade a Administração já é por si má). A lentidão é um escândalo: vê agora o exemplo do caso da custódia de duas crianças, disputadas por pai holandês e mãe norueguesa, que devido aos atrasos levou a que a justiça portuguesa fosse objecto de censura pelo Supremo Tribunal norueguês, tendo este decidido avançar com o processo em paralelo... vergonhoso.

Mas voltando atrás: a Justiça funciona mal. Aqui ao lado, em Espanha, 1 mês de férias judiciais. Ninguém se queixa, e não me parece que funcione pior. Aqui em terras lusas, quando o Governo (juntamente com outras medidas) decide que as férias passam a ser apenas de 1 mês (no Verão, já que os magistrados, repito, também tiram no Natal e na Páscoa – portanto é muito fácil “organizarem-se” para tirar as férias, têm muito por onde escolher), os resultados aparecem. Podem ser escassos, podem ser devidos a outros factores. Mas a verdade é esta: houve melhoria.

De tudo isto, uma pessoa como eu, que está fora do sistema judicial, que assiste com pasmo às “greves de zelo” (recordam-se?) para reinvidicação de 2 meses de férias de Verão (mesmo que fossem justificadas esse tipo de actuação fica mal), junta as coisas, à Paulo Bento: férias enormes, processos a acumular, lentidão; férias “normais”, parece que melhora um pouco. Por isso, férias “normais”. Passadas, espera-se, com... tranquilidade. :)

Re: Juízes dizem que novo regime de férias não trouxe "ganhos de produtividade" (III)

Esse magistrado a que te referem, Nando, é dos tais pecadores pelos quais pagam os justos.

Quem trabalha bem nos tribunais, incluindo os advogados, sabe a importância das férias judiciais para despachar o trabalho pendente, sem as obrigações de prazos e expediente do resto do ano. Além vantagens que já falei da organização das férias de todos os juízes e funcionários dentro período de férias judiciais se estas forem de 2 meses.
(Faber)

RE: Juízes dizem que novo regime de férias não trouxe "ganhos de produtividade" (II)

De facto os números do Governo omitem esses factores, que seriam fundamentais para perceber todas as medidas tomadas, incluindo a redução das férias judiciais. Era importante fazer a análise dos dados correlacionando todas as variáveis envolvidas, mas o Governo provavelmente manterá essa omissão para propagandear a tal medida de fundo (bem mais mediática).

Mas a verdade é esta: por mais que tentem justificar, eu não consigo concordar com os 2 meses de férias judiciais. Quando ouço um magistrado dizer que “já há algum tempo que não trabalhava no período 15/7 – 15/9”, não posso deixar de me questionar: estes 2 meses de férias judiciais melhoram mesmo a Justiça? Se me provarem cabalmente que sim, que se mantenham. Enquanto não mo provarem (e tudo me mostra o exacto oposto), acho ridículo (“redíclo”, como diria o outro).

Re: Juízes dizem que novo regime de férias não trouxe "ganhos de produtividade" (I)

A ligeira diminuição da pendência teve a ver principalmente com dois factores:

- Incentivo da Lei do OE para 2006 à resolução de processos por acordo das partes, com "perdão" das custas judiciais em dívida, o que levou as grandes empresas (chamadas "litigantes de massa") a dar instruções aos advogados para fazerem acordos em milhares de processos, acordos esses impensáveis antes dessa possibilidade (isso aconteceu comigo em alguns processos dessas empresas, como a TMN, e OPTIMUS e a EDP, contra clientes meus);
- Descriminalização do cheque sem provisão de valor inferior a 150 euros, o que levou ao arquivamento de milhares de processos antigos, por força do princípio da aplicação da lei mais favorável ao arguido, e à não entrada de outros milhares de processos. Nestes casos, como havia processo crime, os lesados acabavam por deduzir o pedido de indemnização no próprio processo crime, o que era muito fácil e contava com a prova do M.P.; agora têm de instaurar uma acção cível de € 150, que não interessa a ninguém.

Não quer dizer que estas duas medidas estejam erradas, pelo contrário.
Simplesmente, embora o governo não revele os números (prova de que eles são decisivos...) é evidente para quem anda nisto que foi esta a causa da ligeira diminuição da pendência processual, o que é positivo mas não tem nada a ver com férias judiciais nem com aumento de produtividade dos agentes da justiça. Neste aspecto, a sensação de todos é que as coisas pioraram: agora é frequente vermos funcionários de férias durante quase todo o ano (e os juízes, também têm direito...), perturbando o funcionamento dos tribunais, quando antes se resolvia tudo em 2 meses, à vez, de 15 Julho a 15 de Setembro. (Faber)

Juízes dizem que novo regime de férias não trouxe "ganhos de produtividade"

Conselho Superior da Magistatura contraria conclusão do Governo e preconiza que o período para gozo de férias se inicie em 15 de Julho

In Público, Secção Portugal

Comentário: Facto: Em 2006 deram entrada cerca de 273 mil processos cíveis, e foram terminados 293 mil. Um resultado líquido positivo de 20 mil processos. Há mais de 10 anos que o resultado líquido não era positivo. Outro facto: Em Julho, Agosto e Setembro de 2006 (com um menor período de férias judiciais) o número de processos terminados foi quase 60% superior ao que aconteceu no ano anterior (ainda com o regime de férias antigo). Conclusão do Conselho Superior de Magistratura (CSM): “o novo regime de férias judiciais não trouxe qualquer benefício ao sistema de administração de justiça”. E portanto o CSM recomendou ao Governo que se aumentassem a férias judiciais de novo. Estranho juízo, não?

Portugueses acham que a vida será mais fácil no futuro


Sondagem a quase 27 mil europeus marca arranque de consulta pública "sem precedentes" na UE
Esperança no futuro não é o que caracteriza os europeus. Um inquérito do Eurobarómetro, ontem divulgado, mostra que quase dois terços (64 por cento) acham que as novas gerações terão uma vida mais difícil do que eles tiveram. Mas os portugueses olham para as coisas de outra maneira: 57 por cento dizem que quem é agora criança irá ter uma vida mais fácil. É o único país onde esta resposta obtém uma percentagem tão alta e tão ao arrepio da média da União Europeia.É o texto do próprio relatório Realidade Social Europeia - baseado numa sondagem feita a 26.755 pessoas - a deixar uma pista para estes números: em Portugal, "depois de tempos difíceis, os cidadãos manifestam agora confiança no futuro". Será que essa "ressaca" explica tudo - a vida era tão dura que nos anos que se avizinham só pode ser menos inclemente?


In Público, Secção Portugal

Comentário: A maioria dos portugueses acha que a vida dos seus filhos será mais fácil do que a sua. E com estes dados a notícia conclui que os portugueses são muito mais optimistas, e que têm uma grande confiança no futuro. Eu pergunto: será que é mesmo optimismo, ou será apenas aquela tendência nacional para achar que “a minha vida é muito difícil, o meu trabalho é muito duro”? Não é típico à pergunta: “Como estás?” o português responder “vai-se andando”, como se o Mundo estivesse a desabar sobre as suas costas? “No futuro será forçosamente melhor – pior do que a minha dura vida é impossível”. Optimismo, ou só a ideia de que as dores do Mundo são apenas fardo próprio?

Dick Cheney escapa ileso de atentado contra base americana no Afeganistão

Dezoito pessoas morreram em consequência de um atentado suicida ocorrido hoje em Bagram, à entrada da principal base norte-americana no Afeganistão, quando nela se encontrava o vice-Presidente dos Estados Unidos, anunciou fonte oficial afegã.

In Público

Comentário: Foi por pouco que o Vice-Presidente dos EUA se safou a este ataque terrorista no Afeganistão. Um porta-voz dos taliban, Yousef Ahmadi, disse que o ataque foi propositadamente perpetrado para atingir Dick Cheney. Deverá ter havido alguma falha de segurança, já que normalmente estas visitas do vice-Presidente americano costumam ser mantidas em total secretismo.

25.2.07

Presidente italiano reconduz Romano Prodi

O Presidente italiano, Giorgio Napolitano, pediu ontem a Romano Prodi que permaneça no posto de primeiro-ministro e enfrente uma moção de confiança no Parlamento. O desfecho para a crise iniciada com a derrota do Governo num voto sobre política externa no Senado, e a consequente demissão de Prodi, quarta-feira à noite, já era esperado, mas o último capítulo só deverá acontecer quarta-feira, quando Prodi confirmar se conta com maioria nas duas câmaras do Parlamento.

In Público, Secção Mundo

Comentário: O sistema político italiano é mau, e isso tem sido demonstrado até à exaustão pelos últimos Governos de Berlusconi e de Romano Prodi. A existência de inúmeros pequenos partidos políticos faz com que os vencedores eleitorais tenham de fazer grandes coligações (a coligação de Prodi é composta por cerca de 20 partidos...) – e grandes concessões –, ficando assim dependentes de um ou dois deputados, de um ou dois senadores, normalmente de partidos extremistas. Temos por vezes partidos com apenas 1% do eleitorado que condicionam enormemente o Governo, e que muitas vezes têm lugares ministeriais de relevo.
Prodi já havia sido derrubado em 1998 pela Refundação Comunista, e agora ia acontecer o mesmo (sendo apenas travado pelo Presidente). Mas Berlusconi também já tinha sido derrubado antes dele, em 1994, pela Liga Norte. Pequenos partidos, extremistas, condicionam assim a governação italiana. Enquanto não se colocar uma barreira (por exemplo de 5%) para retirar os partidos ultra-minoritários do poder, como acontece na maior parte dos sistemas políticos europeus, ou enquanto não se optar por uma segunda volta entre os partidos mais votados (como em França), os problemas políticos não acabarão no país da “Cosa Nostra”.

24.2.07

Inquérito conclui que há mentalidade permissiva em relação à corrupção

Em Portugal a corrupção só é vista como tal se envolver dinheiro, conclui um estudo inédito do CIES-ISCTE
a A maioria dos portugueses (83,8 por cento) considera ineficaz o combate à corrupção e diz que há uma cultura de permissividade em Portugal. Mas 65,3 por cento também têm uma "visão minimalista dos standards da ética na vida pública". Estas são conclusões preliminares do estudo Corrupção e Ética em Democracia: o Caso de Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e realizado pelos investigadores do Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES-ISCTE) João Triães e Luís de Sousa.


In Público, Secção Destaque

Comentário: Os portugueses vêem a corrupção como tal apenas se envolver dinheiro. Práticas de amiguismo, clientelismo, nepotismo, não são vistas como corrupção. O país da cunha revela-se. Como combater o flagelo se ele não é compreendido pelo “povão”?

13.2.07

Coreia do Norte aceita terminar programa nuclear

A confirmar-se o acordo, Pyongyang vai receber anualmente centenas de milhões de euros em ajuda energética

In Público, Secção Mundo

Comentário: É uma boa notícia. Conseguiu-se, diplomaticamente, estancar (esperemos) um perigo nuclear. O país liderado pelo “Querido Líder” teve de ceder, visto que a sua população está a morrer à fome, e precisa urgentemente de ajuda externa. Assim, através da negociação, consegue ajudar-se o povo coreano, ao mesmo tempo que se trava o tresvario de Kim Jong-il.

Aborto terá consulta de esclarecimento e período de reflexão

A nova lei na especialidade quer garantir confidencialidade no sector público e no privado. A IVG no privado não será gratuita, mas apenas comparticipada pelo Estado.
a Uma consulta de esclarecimento sobre o aborto e as suas alternativas será obrigatória na nova lei que permite a interrupção voluntária da gravidez (IVG) até às dez semanas a pedido da mulher. Tal como já prevê o Código Penal para os restantes casos de aborto legal, a mulher terá de dar o seu consentimento por escrito, devendo ter um período de reflexão de três dias. Quem optar pelo sector privado terá de pagar, mas o Estado comparticipará.A ideia do PS no debate da lei na especialidade, que deverá arrancar na próxima semana, é respeitar à risca o desejo da mulher, sendo ela esclarecida quer sobre o aborto e os seu procedimentos, quer sobre os apoios a que terá direito, se decidir levar por diante essa gravidez. Depois dessa consulta, a mulher terá obrigação de esperar três dias até poder interromper a gravidez.

In Público, Secção Destaque

Comentário: Uma das coisas que eu achava que faltava na pergunta colocada a referendo era a obrigatoriedade de uma consulta de esclarecimento antes da IVG, uma imposição semelhante à que está prevista, por exemplo, na lei alemã. Por isso penso que é muito positivo que o Governo a esteja a considerar na alteração da lei.

RE: "Sim" obteve mais um milhão de votos do que no referendo de 1998 (I)

Resultados totais nacionais (eleicoes.cne.pt)
2238053 SIM 2007
1308130 SIM 1998

1539078 NAO 2007
1356754 NAO 1998

Nota-se claramente que mais pessoas votaram, tanto do lado do sim como do não, pelo que a participação foi positiva.
(Tiago Hipkin)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XLI)

ah...Belas memórias que me traz essa discussão do Milosevic.
Muito bom.(Lança)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XL)

Nem mais Luis!!
é isso mesmo!

abraço forte!
(Lança)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXIX)

Em relação à tua pergunta (“que deve ser a mais longa de sempre, confirmas Fernando?”), penso que não, mas não tenho a certeza. Houve aqui há uns tempos uns comentários em resposta à morte do Milosevic (assunto que depois descambou...), que chegou às 48 respostas. Esta minha é a 39ª, “apenas”... ;)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXVIII)

Olá a todos.

Parece que cheguei tarde...
Pena. A minha vida ultimamente tem sido pouco mais do que estar à frente do computador na fábrica...A Claudia já deve andar desconfiada...:)

Mas não queria deixar de deixar a minha opinião nesta discussão (que deve ser a mais longa de sempre, confirmas Fernando?)

Eu sou um adepto do "sim"
Para além de todos os argumentos do sim, queria acrescentar o seguinte:
Dizem os adeptos do "não" que estamos a matar um ser humano...E que, coitadinho, ao matá-lo estamos a impedir que seja feliz, e que ande de bicicleta e tal.
Meus amigos! Acordem! Quantas das crianças indesejadas tiveram a sorte de a mãe e o pai, a seguir a nascer, terem dito "eu não queriamos tê-lo, veio atrapalhar a nossa vida, mas hoje estamos muito contentes!".
Pois é...devem ser muito poucos. A maior parte destas crianças devem sofrer na pele as belas frases tipo " foste a desgraça de minha vida" ou " a minha vida é uma merda por causa de ti".
Acham que isto é vida? Estas crianças nunca hão de ser felizes! O ponto mais alto vai ser quando estiverem a enfiar a seringa na veia!
Sim, meus amigos, é que eu votei "sim" mais pelo humano que supostamente estamos a matar, do que pela mãe ou pelo pai!
E que tretas são essas de estarmos a matar um ser vivo?
Primeiro, está provado que ainda não tem consciencia. E sem consciencia, não passa de um conjunto de células.
E isso, matamos nós todos os dias! Até a roer as unhas.

Portanto, acima de tudo deixemos de ser hipócritas, e olhemos a vida como ela é, e não como deveria ser. A vida não é justa, mas pode ser mais justa do que é hoje.

Abraços e beijos
(Lança)

12.2.07

"Sim" obteve mais um milhão de votos do que no referendo de 1998



À segunda, foi. A lei que despenaliza o aborto a pedido da mulher até às dez semanas, em estabelecimento legalmente autorizado, vai ser submetida a votação final global com carácter de urgência, depois de ontem 59 por cento dos votantes se terem exprimido nas urnas a favor do "sim". A abstenção, na ordem dos 56,4 por cento, faz com que o resultado do referendo não seja vinculativo, pois não votaram metade mais um dos eleitores. Mas, ontem à noite, todas as forças políticas foram consensuais a aceitar a inevitabilidade política da aprovação da lei. Até porque esse foi o compromisso assumido pelo primeiro-ministro e líder do PS, José Sócrates, ainda antes da campanha, no Congresso do PS, que se realizou em Novembro, em Santarém.

In Publico

Comentario: Na minha opiniao, o Primeiro-Ministro tem toda a legitimidade para alterar a lei da IVG, dados os resultados do referendo. Se o referendo fosse vinculativo (se a percentagem de votantes fosse superior a 50%), o Governo era obrigado a cumprir o desejo da maioria dos votantes. Nao sendo vinculado, como e o caso, o Governo pode fazer o que quiser.
Naturalmente que o resultado de um referendo nao-vinculativo merece sempre uma detalhada analise politica, de modo a se decidir qual o caminho a seguir no que respeita ao assunto referendado. Neste caso a leitura politica e simples de fazer, e ha varias razoes que me levam a considerar que o Governo tem toda a legitimidade para alterar a lei: 1) o Eng. Socrates disse sempre que ia respeitar a escolha dos eleitores, independentemente do referendo ser vinculativo ou nao; 2) o “sim” ganhou muito confortavelmente, com uma diferenca de quase 20 pontos percentuais, e com mais um milhao de votos do que em 1998; 3) a abstencao ate nem foi muito elevada, considerando que isto era um referendo; 4) todos os outros partidos da oposicao parecem estar de acordo com o avanco da lei da despenalizacao.
PS: Aconselho-vos a dar uma vista de olhos pelo novo site do Publico. Esta com um grafismo excelente, penso que consegue suplantar qualquer dos jornais que leio diariamente (ao contrario do que acontecia ate agora). Ah!... E hoje e a borla...

RE: O futuro dos referendos posto à prova pelo interesse dos eleitores (III)

Fica a correcção feita. Obrigado.(Tiago Hipkin)

RE: O futuro dos referendos posto à prova pelo interesse dos eleitores (II)

Deve ter sido lapso, mas não foi um partido político que sugeriu este nem o outro referendo. Foram três, os partidos políticos que sempre o defenderam, pelo menos a partir de determinada altura: O PS, o PSD e o PP. A bem da verdade.(Pica)

RE: O futuro dos referendos posto à prova pelo interesse dos eleitores (I)

A abstenção diminuiu, mas continua demasiado elevada.
Mas desta vez, como o resultado “interessa” ao partido político que sugeriu o referendo, vai-se discutir uma nova lei…
(Tiago Hipkin)

Re: Pentágono terá planos para atacar o Irão na Primavera (I)

mas com o bush nunca se sabe...
(Vitor)

11.2.07

Re: O futuro dos referendos posto à prova pelo interesse dos eleitores (I)

não resisto a dizer que ganhou o ZIM...

o VARZIM!

LOL(Tiago Hipkin)

Re: Opção de escolha (I)

Hoje é dia de referendo.
Sim, vai prevalecer a opinião que melhor soube usar a arma comunicacional moderna.
O apelo ao sim procurou transmitir um sentimento de culpa em cada um dos indivíduos que, votando não, se tornariam os carrascos da prisão de cada uma das mulheres a quem a vida intra-uterina, prosseguindo, irromperia a sua liberdade.
Mulheres que pagariam uma liberdade à custa da outra, por alheio imiscuir na sua vontade.
Vontade legamente clandestina, perigosa por inerência.
Apenas isto estava em causa: ser ou não ser o carrasco da consciência alheia e dos .

Infelizmente, raros foram os nãos que rebateram esse sentimento de culpa sem introduzir o que lhe é inverso: o complexo de culpa da mãe assassina.

A liberdade que valorizamos é sempre relativizada por natureza, por isso é que os humanistas do renascimento, a quem devemos o conceito moderno de liberdade, criaram ao mesmo tempo que ela a pena de prisão.

A pena de prisão, como a concebemos hoje, tem uma dupla função: de prevenção individual, inicialmente relacionada com o expiar da culpa e hoje associada à reabilitação do indivíduo, e a prevenção colectiva, do afirmar social da imperatividade da norma.

E só se justifica reabilitar o indivíduo e afirmar a vigência da norma, dando-lhe dignidade penal, quando esta tem uma relevante função conformadora dos comportamentos individuais e sociais.

Se apenas isto estivesse em causa, é bom de ver que poucos votariam não, porque a generalidade das pessoas já não quer conformar o comportamento das outras no que toca à interrupção da vida intra-uterina, aplicando-lhes uma pena de prisão.

Daí que a empresa comunicacional dos defensores do sim tenha funcionado na perfeição, tentando convencer que apenas isto está em causa.

Cabia aos defensores do não convercer que não era apenas isto que estava em causa.
Mas nunca com os argumentos da mãe assassina, do orçamento da saúde, da recessão demográfica, do fundo de estabilização financeira da segurança social.
Antes com uma argumentação que levante o véu da liberdade absoluta. Isto sim, está em causa, embora encapotadamente, no referendo.
Vem aí uma lei que permitirá a liberdade absoluta de interromper a vida intra-uterina, a vida daquele que se preparava para vir a ser livre, não uma célula indiferenciada, não um vegetal, também não um indivíduo autónomo, como também não o será nos primeiros anos de vida, mas uma vida individual.
Vem aí uma lei que continuará a penalizar quem, por decoro ou ignorância, não for a um hospital legalmente autorizado, antes ou depois das dez semanas.
A interrupção da vida intra-uterina não será o exercício de uma liberdade, relativizada à liberdade e ao respeito pelo indivíduo em gestação, mas um direito cego e absoluto.

Em sentido metafórico (porque a lei ainda terá de ser votada e promulgada), direi que, na segunda-feira, me vou arrepiar quando vir uma grávida dirigir-se ao hospital de Aveiro. Porque lhe demos um direito sem lhe explicar que tem só uma liberdade. Porque não lhe demos o direito de conhecer, de se esclarecer, sobre essa liberdade (em regra, sabendo que há pessoas que estão previamente esclarecidas). Porque nos esquecemos do ser que ela transporta, com coração, cérebro, cabeça, tronco e membros.

Porque nos demitimos de tentar dar razões às mulheres para prosseguirem a gravidez, com boas instituições pré-escolares, bons apoios financeiros, bom sistema de saúde, etc.
Porque combatemos uma coisa que ninguém deseja, permitindo-a indiscriminadamente.

Por tudo isso e mais, vou ter de votar não a um certo sim.

Mas viva a democracia.(Faber)

Pentágono terá planos para atacar o Irão na Primavera

Reforço da frota naval no Golfo Pérsico pode ser indício de preparativos
Os Estados Unidos têm "em estado avançado" planos para um ataque aéreo contra instalações nucleares no Irão na Primavera, embora o mais provável seja no próximo ano, pouco antes de George W. Bush deixar a presidência, noticiou ontem o diário britânico The Guardian. Os sinais de preparativos têm-se sucedido, dizem especialistas em segurança citados pelo jornal, referindo-se a um reforço militar no Golfo Pérsico, com o envio de mais um porta-aviões, o USS John Stennis, para apoiar o USS Eisenhower, além da instalação de baterias de mísseis antimísseis Patriot.

In Público

Comentário: Apesar do Irão 1) querer construir uma arma nuclear e 2) ter um Presidente populista que nega o Holocausto e deseja a destruição de Israel, porque é que é errado atacar o Irão? 1) O Irão não é o Iraque, 2) o exemplo do Iraque não é o melhor, 3) a ocupação do Irão é impossível neste momento (devido aos esforços no Iraque e no Afeganistão), e um ataque “cirúrgico” às instalações nucleares (as conhecidas) apenas adiaria o problema, e poderia resultar num escalar do mesmo, 4) um Iraque nuclear, com Saddam, seria catastrófico; mas o Irão, com um sistema muito mais plural, dificilmente usará o poder nuclear para além da dissuasão.
Apesar de tudo isto, uma arma nuclear nas mãos de um extremista como Ahmadinejad seria um perigo. Por isso é muito importante tentar evitá-lo a todo o custo. Mas a solução deverá ser diplomática. Um ataque militar terá consequências devastadoras.

O futuro dos referendos posto à prova pelo interesse dos eleitores

Se hoje voltar a registar-se uma abstenção muito elevada e o referendo voltar a não ser vinculativo, os que sempre criticaram esta forma de democracia directa vão questionar se vale a pena continuar a consultar os eleitores mesmo, sobretudo quando se está perante temas "de consciência".
In Público

Comentário: Hoje há duas questões que vão a votos: a despenalização da IVG até às 10 semanas, nas condições já conhecidas, e a instituição referendo. Em primeiro lugar, os portugueses vão dizer se querem que se despenalize a prática do aborto naquelas situações específicas. Em segundo lugar vão dizer se querem continuar a ser chamados às urnas para dar a conhecer a sua opinião sobre determinado assunto, ou se preferem que os seus representantes eleitos tratem de todos os assuntos por eles. Ficamos pela democracia representativa, ou queremos também democracia directa?
Em relação a este segundo ponto, até agora a resposta tem sido "a democracia representativa chega". Os dois primeiros referendos não foram vinculativos, pois a participação no acto referendário não chegou aos 50% (cerca de 32% no primeiro referendo da IVG e 48% no da regionalização). Se o mesmo suceder hoje, creio que será muito díficil termos, nos próximos tempos, um novo referendo em Portugal. Se a participação não chegar aos 50% teremos, assim, um “não” nacional à instituição referendária.

10.2.07

Suspeita de aliciamento de jogadores

Equipa de Morgado investiga suborno de futebolistas para ajudarem adversários a ganhar jogos
O processo “Apito Dourado” chegou aos jogadores de futebol. A equipa de Maria José Morgado está a investigar várias suspeitas de aliciamento de futebolistas para ajudarem os adversários a ganhar jogos. Um dos casos diz respeito ao alegado pagamento de 25 mil euros a um jogador do União de Leiria, antes do encontro com o Porto para a Supertaça de 2003.
In SIC

Comentário: Os árbitros são corrompidos. Os dirigentes são corruptos. Os futebolistas são comprados. Os jogos são preparados. Os resultados são, a priori, combinados. Tudo isto é conhecido. Que belo retrato este das últimas décadas do futebol em Portugal.

9.2.07

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXVII)

Já agora e se vale alguma coisa uma opinião vinda de longe (apesar de ter a sorte de estar em Portugal no Domingo para poder votar)...

Eu, porque sou o pai orgulhoso de uma criança de três anos, voto sim. Porque quero que todos os que sejam pais sintam o memso orgulho que eu, porque sei que não é fácil, para que todas as crianças se sintam desejadas e porque nem sempre fui responsável e porque não acho que alguem tenha que pagar por alguns erros para o resto da vida.

Abraços a todos,

PS - Felizmente assisti a esta campanha à distancia e não fui obrigado a ouvir os argumentos, geralmente extremstas, das duas campanhas. Mas já agora deixo aqui uma achega. Neste mometo estou a viver na Dinamarca, país que já conseguiu repor o crescimento da sua população em terreno positivo. É perfeitamente normal ver por aqui casais com 2 ou tres filhos. O "commitment" da sociedade dinamarquesa às suas crianças è verdadeiramente impressionante. Para quando uma reflexão sobre este tema para Portugal?
(Luis Pereira)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXVI)

Nas minhas contas tu eras um dos “nao”... nao contei os nims... :)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXV)

Falta o meu NIM…. Mais Não que Sim mas sempre NIM

PS: Mais um mail inútil… mas como já passa das 17.30 dou-me a esse luxo! J

Abraços, bom fim semana e segunda cá estaremos para fazer o rescaldo da jornada…(Zema)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXIV)

Nao faco ideia… houve muita gente que nao disse nada... das pessoas que me lembro que falaram do assunto aqui no Forum, diria que ha 4 pelo “nao” e 8 pelo “sim”. Nao estou a contar comigo porque nao posso exercer o meu direito de voto. Mas a verdade e que muita gente se absteve de participar (mais de 40 pessoas nao disseram nada...).

Assim, numa sondagem pelo Forum, teriamos 66% “sim” e 33% “nao”... mas a abstencao seria muito elevada! Por isso nao retiro qualquer conclusao.

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXIII)

Fernando, depois de tantos argumentos, fazes alguma ideia da “sondagem” aqui do fórum?
Quantos sins, quantos nãos e quantos indecisos?
Só por curiosidade…(Tiago Hipkin)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXII)

Acho que neste debate sobre o aborto ate se conseguiu isso do azul e do amarelo, nao? E civilizadamente, o que e positivo.

E agora penso que podemos descansar deste assunto. Pausa para reflexao. Votem em consciencia.

Abracos e beijos.

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXXI)

Cheira-me a uma re-edição de algo que aconteceu aqui há uns tempos atrás.
Espero que sejamos todos homenzinhos (e mulherzinhas – não me esqueço que nessa altura perdemos uma) e que saibamos manter as espadas embainhadas.
Todos têm direito à sua opinião.
Não conheço muito de vós mas gosto de todos…
Eu tenho opinião sobre quase tudo e quando quero partilho-a. ( é a tal sinergia vagina e opinião)
Tenho saudades quando dizia azul e vinham logo outros dizer amarelo… e que fundamentavam. Bons tempos!
Agora tudo ficou mais civilizado o que para mim é mau porque gosto de esgrimir argumentos. Válidos e inválidos.
Entendo quem vibre com uma boa discussão, como eu, como entendo aqueles que só acham piada aqueles que pensam como eles.
Somos todos diferentes e é isso que nos torna únicos.

Muita paz para todos e Boas discussões
(Zema)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXX)

Pelos vistos tu...(Nuno Daniel Cardoso)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXVIX)

Quem tem paciência para ler?(Marco)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXVIII)

Fernando e Restantes Membros do Fórum,

Tenho assistido, um pouco à distância, à troca de emails sobre a questão da despenalização do Aborto, e gostei da troca de ideias que houve e a correcção demonstrada por todos (ultimamente menos...).
Devo-me confessar adepto do Não! Não porque a vida humana para mim é o bem supremo do Homem e nenhum outro está acima! Não porque considero que existo desde o momento em que fui concebido! Não porque a minha liberdade acaba no momento em que implica prejudicar outro de alguma forma! Não porque cada pessoa deve ser responsável pelos seus actos e suas consequências!
Defendo a vida humana: no útero materno, em adulto, e da grávida que tenta abortar (legalmente ou ilegalmente, para que também ela não corra risco de vida). Algumas da opiniões do Sim que tenho visto, não põem em causa o já se tratar de uma vida humana, mas apenas a consideram uma vida humana indesejada – não me parece que seja um critério justo para o menino(a), muito menos me parece suficiente para terminar com a sua existência uterina!
A coragem de não abortar e assumir o filho em casos difíceis, representa certamente bastante sofrimento, mas ainda mais de certeza representa embalar os bebés no colo até eles adormecerem, ensiná-los a andar de bicicleta, ficar horas infindáveis a sofrer golos dos seus remates inofensivos, ajudá-los a fazer o trabalho de casa, ...
Pensem nisto quando forem votar no Domingo!

Cumprimentos,(Daniel Martins)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXVII)

Devias acrescentar: “mais inúteis que se enviam e que se leem todos os dias e a toda a hora”... lol Abracos

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XVII)

Concordo e subescrevo.
(Zema)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXVI)

Aqui está o porquê da fraca produtividade do nosso país. A quantidade de mails inúteis que se enviam todos os dias e a toda a hora.
(Marco)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXV)

Contraceptivo 100% Eficaz: Aspirina! Colocada entre os joelhos da mulher...
O Argumento do aborto vs benfiquista fez-me vacilar...(Zema)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXIV)

Tenho de dar o braço a torcer e concordar contigo.
Quem náo anda à chuva de certeza que náo se molha....
Para todos os outros e outras indica-me qual o contraceptivo 100% eficaz...
Assumir as responsabilidades faz parte do crescimento e formação do carácter duma pessoa.
E aprender a distinguir o mundo real do mundo de fantasia também...
Cptos
(David)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXIII)

> Rui Freitas disse:
> "Quantos de nós ja náo apanhou sustos com os "atraso na menstruaçáo"
> imaginem o que fariam se vossa namorada ficasse gravida durante o
> curso ou ainda pior enquanto andavam no secundario. O que faziam?
> Será que nunca tiveram sexo com alguem que mal conheciam? E se apesar
> de todas as precauções acontecesse uma gravidez....
> "
Quem tem comportamentos de risco passa por esses sustos, lá diz o povo
"Quem anda à chuva molha-se!"
Quem vive uma sexualidade responsável, integrada e feliz não vive assim.

> "O que fariam se a vossa filha ou irma de 16 anos chegasse a casa a
> dizer que estava gravida? Deixem me adivinhar a menina deixava os
> estudos para tomar conta da criança e hipotecava o futuro...."

Que tal apoiar, assumir a criança, e dar oportunidade de regressar aos
estudos... Perder um ano não é o fim do mundo.

Assumir as responsabilidades faz parte do crescimento e formação do
carácter duma pessoa.
Cumprimentos,
(Tiago Hipkin Meireles)

O irresponsável mau carácter

"Assumir as responsabilidades faz parte do crescimento e formação do carácter duma pessoa."
Subscrevo. Por isso mesmo, não deveremos coarctar a liberdade de cada um de poder fazer a sua escolha.
O "Não" impede essa escolha. O "Sim" não vinculará quem optar por ter a criança, aos 12, aos 13, ou aos 16 anos.
Atenciosamente:
O irresponsável mau carácter(Picá)

7.2.07

Abandonou bebé na rua com 29 graus negativos

"Edwards destacou que a mãe tem 18 anos, «é uma estudante que vive sozinha e não tem qualquer tipo de apoio familiar em Saskatoon». No sábado, Ed Anderson, de 58 anos, encontrou à porta da sua casa um bebé ainda com o cordão umbilical, tapado por um saco-cama."

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=770854&div_id=291

Terá tido opção de escolha???
Decidiu baseada no moldura penal mais favorável ao seu acto????
Será mais traumatizante optar pelo aborto ou pelo abandono?????

Pequeno Poema - Sebastião da Gama

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.
Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu.
Somente, esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu...
Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu...
As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém....
para que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha mãe...(Silvia)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXII)

Caro Zé
Recebi a atoarda e vou abandonar o remanso da minha quietude. Vou tentar ser telegráfico. O aborto, clandestino ou não, é sempre um problema. O aborto clandestino é um caso de saúde pública e, nesta assunção, exige do poder político atenção especial. Ou exigiria…
O aborto clandestino é, também, um problema social, cuja raiz, como todos devemos saber, radica em causas económicas, nomeadamente quando há escassez de recursos… E aqui, meus amigos, dever-se-á discutir o que é “aborto de luxo”* e o “aborto por necessidade”*? Penso que não? E vou tentar explicar porquê! Até agora a discussão entre os defensores do sim (entre os quais estou incluído), tem sido debatida à luz da saúde pública e problemas sociais. A tónica, quanto a mim, não esquecendo o sublinhado, deveria ser posta no âmbito dos direitos. É filosoficamente mais discutível, dá pano para mangas, mas quanto a mim, é nesse âmbito que a interrupção voluntária da gravidez deve ser tida (e aqui, caro Zé, não vou entrar em diatribe com o fetoJ não pondo eu em causa que o feto é uma forma de vida…) Porque é que uma mulher não pode decidir sobre o seu corpo? Porque é que uma mulher há de ter uma gravidez que não deseja? A direita exime-se a este discurso, e largos sectores da esquerda é relapsa à incorporação do discurso mais feminista…espero que compreendam não me ter socorrido, ou sequer aqui aduzido os argumentilhos hipócritas do não…
Porque é que sou pelo sim? Para além das razões supraexpostas e em síntese:
- é preciso pôr cobro ao aborto ilegal e inseguro
- o aborto não é um método de planeamento familiar, mas não é suficiente para prevenir a gravidez indesejada
- o sim não obrigará ninguém a abortar
- o aborto clandestino mata e é mais traumatizante e também mais inseguro e, por isso mesmo, é um problema de saúde pública.
- Pela maternidade e paternidade conscientes
- Porque qualquer indivíduo deve ter liberdade suficiente de decidir sobre o seu corpo

E quanto ao ataque que desferes ao Sócrates, nesta matéria, humildemente, e até prova em contrário, tem estado impecável! Sinceramente não percebi o teu desconforto! O que querias que ele fizesse? Está amarrado de pernas e mãos, por um cozinhado político feito em 1998 entre o Guterres e o Marcelo. O Guterres sim, teve culpa, como era do contra, deixou-se engendrar pela estratégia marcelista (pelo menos à época havia oposição) e perdeu em toda a linha…Se houve consulta popular em 1998 e outra em 2006 (quanto a mim o aborto não é referendável, mas isso é outra estória), o Governo não tem margem de manobra para mudar o quadro legislativo atinente a esta matéria caso vença o não. Presumo que caso contrário estaríamos a brincar aos referendos…ou já estaremos?

Abraço


* expressões caras a Álvaro Cunhal que as usou na sua tese Aborto- causas e soluções (excelente tese, embora em alguns pontos já histórica e ideologicamente datada…basta ler a justificação do autor para a proibição do aborto na União Soviética em 1937).(Pica)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XXI)

Oh Rui tás a tratar este assunto com leviandade... :-)
Só uma nota: Nunca chamei assassinio nem que não se preza a vida humana. Eu apenas disse que quem vota sim não acredita que um feto com 10 semanas seja um ser humano.
Estou enganado?
A agora acrescento: Se lá está uma vida humana, o que honestamente não sei, não há nenhum argumento que valide o aborto.
Se não está lá uma vida humana, o que honestamente também não sei, há argumentos válidos para abortar.
Nota final só para chatear o Pedro que tem andado muito calado: Acho uma vergonha o nosso Primeiro andar a fazer politica com o aborto. "Se o não ganha, não mexemos no actual quadro"... Baixa politica, uma vergonha... Até porque toda a gente sabe que o nosso primeiro é a favor do aborto.
Assim de repente estou a lembrar-me de um que até é ministro... e fala inglês: "I’m the one they love to hate."(Zema)

6.2.07

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XX)

Obrigado pelo teu comentário e pelo teu testemunho. Faltava-nos uma opinião feminina para ajudar à reflexão.

Beijos

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XIX)

Olá a Todos
Não vou aqui usar, nem contestar, a argumentação que todos nós já conhecemos, apenas dizer que, como mãe e mulher que já abortou na clandestinidade, voto sim:
Porque considero que a maternidade é uma "bênção", um estado superior inigualável; Porque nunca ouvi dizer "foi encontrado um bebé abandonado pelo pai à porta …"; Porque nunca vi um homem ser julgado por um aborto; Porque não sou hipócrita; Porque, e muito especialmente, a mulher tem o direito de escolher.
Um beijo
(SiSi)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XVIII)

Por muitas voltas que este assunto dê. Volta sempre ao mesmo ponto de argumentaçáo e que normalmente é introduzido pelos defensores do Náo
Quem vota sim - Náo tem sentimentos e é assassino e náo preza a vida humana Quem vota não - preza a vida humana a cima de tudo.

Este referendo e sobre um conflito de interesses entre um feto e a mulher. E normalmente só e conduzido pelo ponto de vista do feto.
Qual o papel da mulher?
Eu ja apelei neste forum à participaçáo feminina ( pelo menos contei 8 mulheres na lista).

Elas melhor que ninguem conseguem sabem o que lhes passa pela cabeça quando têm um famoso "atraso".
Quantos de nós ja náo apanhou sustos com os "atraso na menstruaçáo"
imaginem o que fariam se vossa namorada ficasse gravida durante o curso ou ainda pior enquanto andavam no secundario. O que faziam?
Será que nunca tiveram sexo com alguem que mal conheciam? E se apesar de todas as precauções acontecesse uma gravidez....
O que fariam se a vossa filha ou irma de 16 anos chegasse a casa a dizer que estava gravida? Deixem me adivinhar a menina deixava os estudos para tomar conta da criança e hipotecava o futuro....
Ter de suportar uma gravidez indeseja com todas as complicaçóes sócio econimicas
Mas se calhar tudo isto não existe . So existe sexo depois do casamento e unicamente para procriação
Todas as questóes que apresentei têm em conta a mulher e náo o feto
.
Eu sei que este mail é polemico e vou ser novamente acusado de tratar este assunto com leviandade. Mas sáo situações que podem acontecer...
E se acontecer o que fazem os defensores do náo??
Resposta: váo tirar uma semana de ferias a Espanha...(David)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XVII)

Se conseguires puxar um pouco pela memória vais lembra-te que já antes esse argumento foi usado.
A Propriedade da barriga.

Em relação ao restante teu mail reconheço que a lei tal como está é estúpida… ou se cumpre ou não!

Se um aborto mata um ser humano, como quem defende o não acredita, a lei deveria ter uma moldura pena bastante mais pesada.
Se um aborto apenas mata um ser vivo não deveria haver criminalização.

Agora se um aborto mata um ser vivo, então acho que deveria haver uma multa do mesmo género das que são aplicadas a quem mata um cão na rua. Acho que apesar de tudo um feto com 10 semana podendo não ser um ser humano é pelo menos tanto quanto um cão.

Ou não?(Zema)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XVI)

Essas palavras de ordem surgiram nos julgamentos de Aveiro, bastante depois do referendo, segundo me recordo.

E se nao ha mulheres presas, apesar de terem cometido aborto, para que a lei? Nao e cumprida? Entao para que mante-la? Contraditorio, nao?

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XV)

No primeiro referendo a grande palavra de ordem eras as feministas histéricas a gritar “Na minha barriga mando eu!” “Quem manda aqui sou eu!”
Agora entendeu-se que era algo demasiado radical e passou-se a apelar ao sentimento com a mulheres condenadas a 3 anos de prisão, o vão de escada as condições sub-humanas.

Curioso que o grande argumento seja falacioso, nos últimos anos não há mulheres presas por terem cometido abortos… (Zema)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XIV)

Não acredito que haja uma pessoa quem vota sim e acredite que um feto com 10
semanas seja um ser humano... só é possível votar sim se houver a convicção
que um feto com 10 semanas é um ser vivo mas não um ser humano!(Zema)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XIII)

Eu sou muito sensível aos argumentos vindos da sensibilidade, da moral e da ética de cada um. Mas francamente: alguém acha que a mulher que recorre ao aborto (aliás: TODAS as mulheres que recorrem ao aborto) tem padrões éticos, morais, cívicos, etc., inferiores aos de uma mulher que não o faz? Claro que se eu me puser na posição de cada uma posso ser totalmente solidário. Mas só se achar que alguma delas é, sistematicamente, menos inteligente, menos responsável, menos matura ou o que quer que seja é que me coloco em posição de alvitrar qual é que está "certa". Há mil coisas que eu acho mal a ponto de vomitar, mas confesso que nem todas poderiam ser matéria do direito penal. Quanto mais não seja, porque não reúnem consenso suficiente. Há dúvidas de que este problema não reúne consenso suficiente para se tomar um só partido? Há dúvidas de que a discussão não é entre pessoas de bem e pessoas de mal?

E mais uma vez: por muito que nos ajudasse neste debate, não é possível dizer em definitivo o que é um ser humano - não por investigação insuficiente, mas pela própria natureza do problema. A ciência divide-se, a filosofia divide-se, a religião divide-se, e até me custa acreditar que uma pessoa não se divida. Acho realmente desonesto que alguns homens da ciência aceitem a autoridade de determinar algo sobre esse assunto, quando o que quer que digam, embora sob a capa da autoridade da ciência, será posição pessoal. Felizmente, muitos outros cientistas deixam isto bem claro. (Kiki)

Re: Universidade de Lisboa prepara integração do Politécnico (I)

Apesar de tudo, acho que há características da cultura do politécnico que são positivas e que, provavelmente, serão absorvidas pela da universidade - por exemplo, a ligação ao mercado de trabalho, nomeadamente dos docentes. Não é raro, e tende a agravar-se, que tenhamos no sistema universitário corpos docentes quase exclusivamente compostos por indivíduos que nunca saíram do meio académico.

De resto, suponho que se vai poupar muito em recursos humanos, e quanto a isso estamos fartos de saber o que isso tem de "bom" e de "mau", mas principalmente há, de positivo, o tal potencial de enriquecimento para a investigação. Potencial, claro, porque a assimilação de uns organismos por outros ainda há-de dar muita porradinha. (Kiki)

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XII)

Falas em numeros, e eu de facto ja havia apresentado alguns que penso que podem ajudar (destaco o topico de que falavas). Perto de 30% dos abortos clandestinos resultam em complicacoes que depois vao parar aos hospitais publicos. Aqui esta o texto completo:

Oficialmente, 906 [abortos] em 2005. Mas, e sem contar com os que são feitos em Espanha (que, como sabes, são muitos), realizam-se clandestinamente 18 mil por ano (5 mil mulheres são hospitalizadas devido a complicações pós-aborto, por ano). “De acordo com um estudo recentemente divulgado pela Associação para o Planeamento Familiar, cerca de 350 mil mulheres portuguesas em idade fértil já terão abortado” (http://www.correiomanha.pt/pda/noticia.aspx?id=227482&idselect=90&idCanal=90&p=200). Eu acho que, na verdade, “são assim tantos”.”, (in Forum do Nando).

Re: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (XI)

Uma das questões que me incomoda nos apoiantes do não é o facto de afirmarem que não querem que os seus impostos paguem abortos, à qual eu pergunto se preferem pagar impostos para pagar abortos mas executados, de casos de abortos clandestinos que correm mal e vão parar ao hospital. Não tenho acesso aos números mas admito que devem ser elevados. Nunca devemos esquecer, que a decisão principal é da mulher, apesar de o pai também ter opinião.Mas ninguém quer pensar que o aborto é solução porque não o é. Deve-se evitar o mais possível, com isto todos estamos de acordo. (Bergano)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (X)

Cometários em baixo.

Tenho vindo a apreciar a discussão sobre o aborto neste forum, e eu não vou votar, por ser um assunto que, e não me levem a mal, não atrai muita a minha atenção.
No entanto vou tomar a liberdade de opinar (mal ou bem) aqui no forum.

Acho que estamos todos a discutir um assunto que nenhum de nós (penso eu) passou por uma situação em que se encontrou no dilema de estar com a sua namorada ou mulher e de repente surigir um imprevisto da vida e colocar-se a questão: temos este filho ou abortamos?
Todos temos lido jornais, ouvido opiniões de comentadores, politicos, organizações etc... mas quando nos toca a nós e dependendo da maneira que toca a nossa visão muda radicalmente...

Abraço!
não é extremismo, Fernando, é a minha perspectiva e a de quem considera que há vida no ventre da mãe.
E se te colocares nessa perspectiva, obviamente não tens outra alternativa senão votar não.
Eu penso que uma mulher que conscientemente faz um aborto comete um crime e deve ser julgada. Principalmente as que abortam porque lhes é inconveniente por causa da carreira ou outros motivos que são insuficientes quando comparáveis com uma vida humana.

[Sousa, Luis] Não compreendo porque é que estas mulheres devem ser julgadas! Não concordo quando nós homens que nunca iremos transportar uma criança no nosso ventre ( a não ser que a ciência evolua de tal maneira que enfim...até possa ser possivel) estamos para aqui a opinar sobre este assunto. Nós falamos de "boca cheia".... pois felizmente ninguém ainda passou por um desaire na vida, e mesmo que passe, o pai ou a mãe até tem algum dinheiro e resolve a situação, ou mesmo que a mulher queira dar prioridade a sua vida profissional e por algum motivo engravide, tem de ser obrigada a ter um filho indesejado?! E se a sua situação economica não permitir uma qualidade de vida razoavel para o bébé?
(Luis)

Universidade de Lisboa prepara integração do Politécnico

Proposta de Protocolo prevê que a integração do Instituto Politécnico de Lisboa esteja concretizada no prazo de dez anos. Direitos de alunos, professores e funcionários serão salvaguardados.Susana Represas e Madalena QueirósO Instituto Politécnico de Lisboa (IPL) será integrado na Universidade de Lisboa, no prazo de dez anos. Este é o calendário avançado na proposta de integração do IPL na UL a que o Diário Económico teve acesso. Este processo de fusão, o 1º a registar-se no ensino superior público, criará a maior instituição com cerca de 33 mil alunos.

In DE

Comentario: Penso que e salutar a fusao de certas instituicoes de Ensino Superior em Portugal. Tal como as empresas, penso que a juncao de sinergias e positiva, e pode alavancar, finalmente, a investigacao portuguesa. Um dos grandes problemas nacionais e a pouca produtividade dos nossos docentes/investigadores. Visto aqui de Cambridge, e desolador ver tao poucos portugueses a fazer investigacao aqui, e e ainda mais triste verificar que nao ha, praticamente, artigos cientificos em renomadas revistas internacionais (infelizmente os portugueses tendem a publicar artigos em conferencias de segunda - porque ha N conferencias por esse mundo fora – e no fundo o seu trabalho nao e (re)conhecido pela comunidade cientifica mundial).
So para dar um exemplo, aqui na Universidade de Cambridge, pelo menos nos dois departamentos/laboratorios onde trabalho, so se publica em revistas cientificas especificas, e so se enviam artigos para determinadas conferencias. Ha uma escolha criteriosa nesse aspecto. E isso tem de ser perseguido tambem em Portugal. Ha muitas razoes pelas quais isso nao acontece, e uma delas e uma questao de escala. Por isso e importante criar maiores instituicoes, com maior acesso a financiamento e com uma maior integracao entre investigadores. Penso que isto podera criar investigacao com maior qualidade, a qual sera depois direccionada para a industria e para o ensino dos nossos alunos.

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (IX)

Uma adolescente de 12 anos que comete um aborto, segundo a lei actual, é julgada em tribunal e incorre numa pena de prisão. Isso aconteceu ainda há pouco tempo num dos julgamentos por aborto, não sei se estás recordado.

Eu so pergunto: a situacao actual do aborto em Portugal agrada-te? Nao e um horror a praga do aborto clandestino? O “nao” faz com que fique tudo na mesma. O “sim” tenta diminuir o aborto clandestino. Nao se esta a votar “sim” ou “nao” ao aborto. Nao ha um lado do “nao” que defende a vida e do outro lado um “sim” que e contra a vida. Nada disso. Infelizmente os abortos existem hoje, e vao existir apos o referendo. Votar “sim” ou “nao” e, na minha opiniao, igual em relacao ao numero de abortos antes e depois do referendo. Se votar “nao” diminuisse o numero de abortos acho que ninguem devia ter duvidas em votar “nao”. Mas votar "nao" e deixar tudo na mesma. Ja votar sim altera uma coisa fundamental: faz com que varias mulheres que iriam abortar num vao de escada passem a ir a um local com todas as condicoes.

E mais. Hoje em dia o aborto faz-se em profunda solidao. Como e clandestino, nao ha qualquer acompanhamento. Penso que uma das possibilidade que o “sim” abre e a possibilidade de acompanhamento. Como nao e feito “as escondidas”, pode haver aconselhamento medico, conversas acerca dos metodos contraceptivos, possibilidades de adopcao, etc. Pode ser uma ideia optimista, mas se houvesse verdadeiro acompanhamento poderiam evitar-se muitas IVGs. Votando “nao” tudo ficara igual. O aborto continuara a ser feito “as escondidas”.

Forte abraco,

Fernando

PS: Hao-de ter reparado que, no primeiro paragrafo, ainda usei acentos. Mas e quase impossivel escrever um texto num teclado ingles com acentos (tenho de estar a fazer copy+paste como um louco). Nao ha pachorra! :)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (VIII)

não é extremismo, Fernando, é a minha perspectiva e a de quem considera que há vida no ventre da mãe.
E se te colocares nessa perspectiva, obviamente não tens outra alternativa senão votar não.
Eu penso que uma mulher que conscientemente faz um aborto comete um crime e deve ser julgada. Principalmente as que abortam porque lhes é inconveniente por causa da carreira ou outros motivos que são insuficientes quando comparáveis com uma vida humana.
Agora o caso de uma adolescente de 12 anos que nem sabe o que faz, é diferente...
A lei actual permite, no meu entender, o aborto por razões justificáveis, algumas quase como "legítima defesa" em caso de risco de vida da mãe...

Um abraço,
(Tiago Hipkin)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (VII)

Compreendo profundamente as vossas palavras. Mas penso que utilizar uma expressão como "matar ou não matar vidas humanas" (o que é uma vida humana?) é extremamente forte e injusto para muitos dos apoiantes do “sim” que, por razões também válidas, honestas e humanas, vêem este complexo e agoniante dilema de outra forma. Não fico por isso agradado com tal extremismo na linguagem.

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (VI)

Faço minhas as palavras do José Marques...
Todos estes dias de debate sobre permitir matar ou não matar vidas humanas têm-me deixado agoniado.
Para mim a razão de votar não é porque defendo a vida daquela criança.
Todos os outros argumentos (economicistas, legais, etc.), embora válidos, para mim são secundários.
Um abraço,
(Tiago Hipkin)

5.2.07

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (V)

Só um pormenor importante. Não é verdade que muitos dos que vão votar "sim" achem que "não há ser humano". Muitos dos que votam "sim" fazem-no para que uma mulher que, por alguma circunstância da vida, faça um aborto antes das 10 semanas, não incorra numa pena de prisão de 3 anos. Entre o valor da vida existente no ventre da mulher e a realidade do aborto clandestino e da punição penal da mulher, consideram que o prato da balança mais pesado é este último.

Não estou a fazer um juízo de valor, não estou a julgar se isto é certo ou é errado. Já falei disso nestes últimos dias (e é bom verificar que este tema tem interessado muitas pessoas no Fórum). Estou só a escrever o que tenho lido em muitos artigos de opinião de votantes no "sim", e que contraria a tua simplificação (na verdade acho que simplificaste muito, apesar de não o quereres à partida... :)).

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (IV)

Sem quer simplificar muito no geral quem vota não fá-lo porque acredita que
um aborto é um acto que vai sacrificar um ser vivo, um ser humano, uma vida.

Não tem nada a ver com dinheiro, ser pobre ou rico.

Quem vota a favor achas que não há ser humano!

De modo simples é isto.

Tudo o resto são actos complexos de uma coisa simples: Quando começa a vida
e que valor tem a vida humana?

Droga, prostituição ou jogo são muito importantes mas comparadas com UMA
vida humana valem o que vale.
Acho que é aqui que tudo se joga.
Quem é a favor do sim não vê uma vida humana logo a droga, prostituição ou
jogo tem uma importância relativa alta mas quem é a favor do não dá-lhes uma
importância tão menor.(Zema)

Ryanair's profits take off

Low-cost airline lifts targets for the year after 'exceptional' performance in the run-up to Christmas
In TimesOnline

Comentário: Por vezes pergunto-me como é que uma transportadora aérea que oferece vôos de Londres para Barcelona, ida e volta, a 20€, ou de Londres para o Porto, a 30€, consegue sobreviver. Mas a verdade é que a Ryanair obteve um aumento dos lucros de 30% em apenas um trimestre, e com isso as suas acções subiram mais de 6% num só dia. Não há dúvida de que o modelo de negócio implementado, baseado no “low-cost”, se está a revelar de “high-quality”!

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (III)

Olá Tiago!

Longe de mim pretender reduzir a importância de um assunto como a IVG, mas penso que a droga e a prostituição também são assuntos da maior seriedade e importância...

Mas não foi isso que me levou a esta resposta. Queria só deixar aqui um comentário em relação à tua afirmação de que o número de abortos aumenta após legalização do mesmo. Não conheço nenhum estudo científico que tal o indique. Há, de facto, vários estudos, feitos em vários países, que apontam para o aumento do número de IVGs após a legalização. Mas o grande problema desses estudos é que comparam apenas o número de abortos legais feitos antes da "liberalização", com o número de abortos legais feitos após a "liberalização", o que falseia claramente os resultados. O grande problema destes estudos é que não incluem o número de abortos clandestinos (logo "inexistentes") feitos pré-liberalização, portanto quanto a mim não permitem extrapolar a tua conclusão.

Abraço

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (II)

Caro Rui,
há n estudos que indicam que o aborto aumenta após a legalização do mesmo...
E penso que é uma leviandade comparar um assunto tão sério com o consumo de
droga ou a prostituição...

Cumprimentos,
(Tiago Hipkin)

RE: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou não (I)

Apreciei particularmente o repto lançado às mulheres do Fórum. Aguardamos novidades... :)

Resp.: E se a pergunta fosse... Tens $$$ ou náo

"Se náo tens pais ricos e náo te saiu a lotaria, entáo vota SIM"

Este sim devia ser o slogan da campanha do sim.
no Correio da Manha do dia 4 de fevereiro aparece um anuncio a cores de uma clinica em espanha com o seguinte titulo
"IVG -interrupçáo voluntaria da gravidez - Clinica dos arcos ..... Espanha"
Se quiserem faço um scan do respectivo.
O consumo de droga neste pais deixou de ser crime, e não é por isso que nos tornamos ou não toxicodependentes.
Posso dar mais exemplos....
Será que se legalizarem a prostituição vamos todos começar a utilizar os serviços...
E o jogo...
Entáo porque é que anda tanta gente aflita com a despenalização do aborto. Será que no dia a seguir à lei ser mudada vai tudo a correr e a cantar aos hospitais abortar.

Pior incrivel que pareca este assunto foi muito pouco comentado pelas mulheres deste forum... O que será que elas pensam...
Fica o desafio ;)
(David)

4.2.07

Re: E se a pergunta fosse... (VI)

Para ser mesmo claro, mas mesmo claro, daquele tipo de clareza que um gajo até diz: “epá, este gajo é mesmo claro!” (Gato Fedorento, para quem não sabe :)):

À pergunta: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" tu já disseste que ias votar “não”, por motivos totalmente compreensíveis (aliás como a generalidade dos do “sim”).

E se te fizessem a pergunta: “Concorda com a penalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. Votarias “sim” ou “não”? Repara que esta é a realidade actual: se uma mulher, por sua opção, interromper voluntariamente a gravidez, nas primeiras 10 semanas, num estabelecimento de saúde de saúde legalmente autorizado, ela (e o médico) incorre numa pena de prisão até 3 anos.

Quanto à parte final do que dizes, eu concordo praticamente com tudo. Tens razão que “mais vale prevenir que remediar”, e tudo isso. Por isso é que esta questão é tão complexa. Só discordo com uma parte: dizes que isto não resolve os problemas dos apoiantes do “sim”, pois a partir das 10 semanas tudo se mantém na mesma. É verdade, mas para um defensor do “sim” mais vale ser até às 10 semanas do que nunca, como na lei actual. E recordo que 73% dos abortos ocorrem antes das 10 semanas logo, para um defensor do “sim”, estarias a resolver 73% dos seus problemas – o que como concordarás não é nada despiciendo.

Forte abraço.

Re: E se a pergunta fosse... (V)

Sejamos claros e honestos. Se à pergunta genérica: “Concorda com a despenalização?” uma pessoa responder “não” isso não significa que essa pessoa concorda com a penalização?
significa para esta pergunta genérica, mas para a questão do referendo não se pode simplesmente colocar o sim ou não só na parte da (des)penalização...
Há que ter em conta o resto da pergunta:
"se realizada, por opção da mulher"
"nas primeiras 10 semanas"
"em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
Não se pode simplesmente ficar pela primeira parte da pergunta, embora seja sem dúvida fulcral.


Quem vota “não” no referendo está a dizer que não quer despenalizar a IVG, “se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado”. Ou seja, quer manter a lei actual, a qual prevê penalização. Não é isto absolutamente claro?
Aqui sim, concordo plenamente com a tua interpretação, é claro.

Quanto à pergunta que fiz (Concorda com a penalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, após as primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"...), foi simplesmente para focar, na minha opinião, um dos pontos absurdos desta proposta de lei: as mulheres que abortem depois das 10 semanas vão continuar a ser penalizadas... Na minha perspectiva, se o "sim" ganhar, não vai resolver os problemas de quem defende o "sim". Vão continuar a existir abortos ilegais, vão continuar a ser julgadas mulheres por abortar após as 10 semanas, ainda por cima se vai gastar dinheiro público, possivelmente ocupar recursos escassos da saúde pública, e para quê? Para continuar a matar crianças indefesas, tudo porque simplesmente não se fez um correcto planeamento familiar, porque não se usou um método contraceptivo, por ignorância, porque a nossa educação sexual é uma miséria, porque é mais fácil "remediar que prevenir" do que investir seriamente em educação. Eu defendo que se deve investir nas 2 vertentes: em "prevenir" através da educação e "remediar" através do apoio dado por mais de 40 instituições de apoio a grávidas.
Um grande abraço,
(Tiago Hipkin)

28 razões para votar conscientemente no referendo: 14 para cada lado

"O aborto deve ver seguro, legal e raro"
Bill Clinton

São agora 18 horas e 20 minutos de Domingo, 4 de Fevereiro de 2007 (Marcelo dixit, e eu copio). Como falta uma semana para o referendo para a IVG, resolvi partilhar algo convosco. Depois de muitas leituras, muitas discussões, muitos comentários, muitos artigos, e após aglutinar uma série de ideias, resolvi partilhar uma lista de “28 razões para votar conscientemente no referendo: 14 para cada lado”.

Comentem/acrescentem/critiquem. Exerçamos a nossa liberdade. E peço desculpa pelo enorme e-mail. Espero que tenham paciência e tempo para o lerem.

Notas prévias:
1. A pergunta do referendo diz apenas respeito à despenalização nas primeiras 10 semanas da gravidez. A lista que se segue toma isto em consideração, assim como os restantes aspectos da pergunta do referendo: “Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”. Não se trata, naturalmente, de se ser genericamente contra ou a favor do aborto.
2. Na minha opinião a Lei deve ser cumprida. Se existe, é para cumprir. Se não é cumprida porque não é justa, porque não se consegue fazer cumpri-la, ou por qualquer outra razão, deve ser modificada. Assim, não considero a hipótese de “crime sem sanção”, como alguns propõem. Até porque essa hipótese é exterior à pergunta actual, isto é, se o “não” vencer não há qualquer garantia de que tal vá acontecer.

14 razões para votar SIM
1. Diminuir consideravelmente o aborto clandestino.
2. Impedir a lesão da saúde da mulher devido a gravidez não desejada.
3. Mulher deixa de ser penalizada criminalmente por interromper a gravidez antes das 10 semanas. Actualmente a mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até três anos.
4. A IVG, nestas situações, passa a realizar-se em estabelecimento de saúde oficialmente reconhecido.
5. O Estado democrático só deve criminalizar uma conduta quando ela seja consensualmente condenada pela sociedade. Como esse consenso não existe, deixa-se para cada um o direito e o dever de, nas suas opções de vida, serem fiéis às suas certezas morais.
6. As mulheres abortam independentemente da lei actual, por isso apenas se pretende garantir a segurança e dignidade das mulheres neste caso específico.
7. Partidários do “não” afirmam que “nenhuma mulher foi presa” e que “a Polícia Judiciária para não deve ter entre as suas prioridades as investigações sobre o crime de aborto”. Qual a razão então de manter a lei actual?
8. Em Espanha a lei é praticamente igual à actualmente em vigor em Portugal. Mas os médicos lá não têm problema em fazer um aborto em muitas situações, invocando “a saúde física ou psíquica da mulher grávida”. Se cá a actuação fosse essa, a lei actual seria considerada suficiente.
9. Cientificamente, para o aparecimento de um novo ser humano, não há um momento específico da fecundação. A mesma é resultado de uma série de processos que duram várias horas. Penso ser necessário, por isso, haver uma distinção entre vida e pessoa humana. “O blastocisto representa vida humana mas não uma pessoa humana. Se entre a fecundação e o início da nidação (sete dias), pode haver a possibilidade de gémeos monozigóticos (verdadeiros), é porque não temos ainda um indivíduo constituído. Antes da décima semana, não havendo ainda actividade neuronal, não é claro que o processo de constituição de um novo ser humano esteja concluído. De qualquer modo, não se pode chamar homicídio, sem mais, à interrupção da gravidez levada a cabo nesse período.” (Padre Anselmo Borges, DN)
11. Despenalizar o aborto não é aprovar o aborto. É apenas não querer ver uma mulher condenada em tribunal.
12. O projecto de Lei prevê uma consulta num Centro de Acolhimento Familiar com o objectivo de analizar as razões, consequências, alternativas, de forma a decidir de forma livre, informada e não precipitada.
13. A despenalização do aborto não obriga ninguém a actuar contra as suas convicções; a punição penal, sim.
14. Partidários do “não” argumentam que a decisão não devia ser somente da mulher. Mas o objectivo de ser “por opção da mulher” é para que um terceiro possa ser punível se forçar uma mulher a abortar.


14 razões para votar NÃO
1. Agora, até às 10 semanas, deixaria de haver duas pessoas jurídicas e passaria a existir apenas a mãe.
2. Não seria preciso justificação para abortar antes das 10 semanas.
3. Às 10 semanas e 1 dia tudo ficaria na mesma, e as mulheres que foram julgadas voltariam a ir.
4. Porquê 10 semanas, e não 8 ou 12? Que “click” surge para a decisão do número 10?
5. A Lei actual já prevê casos em que se pode abortar (perigo de morte ou lesão grave para a saúde da mulher, previsão de doença incurável ou mal formação da criança, casos de violação) em estabelecimento de saúde oficialmente reconhecido.
6. Ás 8 semanas já bate um coração, já existem ondas cerebrais, o feto já sente dor e reage ao toque.
7. Lesão da saúde mental provocada na mulher devido a IVG.
8. A decisão é unicamente da mulher.
9. O Estado vai utilizar o dinheiro de todos para um acto que muitos consideram criminoso e moralmente repugnante.
10. O art. 24.º da Constituição diz que "A vida humana é inviolável".
11. Deixa de se proteger o direito à vida do embrião até às 10 semanas.
12. O aborto até às 10 semanas passa a ser totalmente livre, por escolha da mulher, sem nenhuma causa justificativa.
13. A Declaração Universal do Direitos do Homem consagra expressamente o princípio da inviolabilidade da vida humana.
14. Se o “sim” vencer a mãe passa a ter o poder de dispor livremente da vida do filho até às 10 semanas.

RE: E se a pergunta fosse... (IV)

Sejamos claros e honestos. Se à pergunta genérica: “Concorda com a despenalização?” uma pessoa responder “não” isso não significa que essa pessoa concorda com a penalização?

Quem vota “não” no referendo está a dizer que não quer despenalizar a IVG, “se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado”. Ou seja, quer manter a lei actual, a qual prevê penalização. Não é isto absolutamente claro?

Abraço

RE: E se a pergunta fosse... (III)

a tua pergunta não é "concorda com a lei actual" nem de longe!!!
Não podes simplificar a questão trocando só uma palavra...
Se colocares a questão dessa forma estás a afirmar que quem vota "não" está "penalizar" a mulher...
Mas como disse, mais tarde vou comentar com tempo.
(Tiago Hipkin)

RE: E se a pergunta fosse... (II)

Absurda? Possivelmente. De facto a pergunta que eu faço é mais ou menos “concorda com a lei actual?”, quando o normal num referendo seria “concorda com a alteração a esta lei?”. Mas se reparares estou a perguntar exactamente a mesma coisa, só que de maneira diferente. Considero ser um excelente exercício interpretativo e reflexivo. Daí o ter colocado no Fórum. E não tem nada a ver com o referendo em si. Pessoalmente concordo com a pergunta tal como nos vai ser colocada para a semana.

A melhor forma de descobrir uma resposta é quase sempre saber fazer a pergunta... daí achar interessante o exercício. Só isso. Não tenho nada na manga! :)

A tua pergunta, não sendo absurda, não tem nada a ver com o referendo actual. Nós só vamos votar o que se passa nas primeiras 10 semanas. A partir daí vai ficar tudo na mesma, aconteça o que acontecer.

RE: E se a pergunta fosse... (I)

Sinceramente acho a tua pergunta absurda... mas em breve hei-de comentar quando tiver tempo...

E que tal perguntares :
..."Concorda com a penalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, após as primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"...
(Tiago Hipkin)

3.2.07

E se a pergunta fosse...

..."Concorda com a penalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"...

...seria o resultado do referendo o mesmo (trocando o “sim” pelo “não”, obviamente! :))?

Cientistas e governos reforçam tese da culpa humana

Novo relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas reforça certezas sobre o aquecimento global no presente e sobre os cenários pessimistas para o futuro. Representantes governamentais fizeram alterações, mas investigadores dizem que conteúdo e resultados permaneceram inalterados.
In PÚBLICO

Comentário: A conclusão geral deste novo relatório do IPCC é de que é “muito provável” (com 90% de certeza, subindo dos 66% em 2001 – os cientistas adoram quantificar tudo! :)) que sejamos nós os principais responsáveis pelos problemas climáticos que estão a surgir no nosso planeta: aumento da temperatura da Terra e consequente aumento do nível das águas do mar, devido ao facto de estarmos a alterar a composição da nossa atmosfera. O aumento do gás antropogénico mais importante de todos (por outras palavras, o principal responsável pela génese do Homem na Terra), o dióxido de carbono, foi brutal: passou de 280ppm para 379ppm em cerca de 2 séculos (cabendo a responsabilidade maior ao uso de combustíveis fósseis, claro está).
O sumário deste relatório está disponível online (vale a pena ler, só tem 21 páginas).

2.2.07

Mais poderes para Chávez

A Assembleia Nacional da Venezuela outorgou poderes especiais ao Presidente, Hugo Chávez (na foto), reeleito em Dezembro. A decisão foi aprovada por unanimidade. Chávez pedira a faculdade de governar o país por decreto durante 18 meses para "realizar reformas de grande envergadura", provavelmente a nacionalização das indústrias de petróleo e gás. Entretanto Chávez desejou ontem ao Presidente dos EUA, George W. Bush, que seja julgado e encarcerado "até ao fim dos seus dias" enquanto "criminoso de guerra".

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=02&d=02&uid={B03479D5-6E73-40D0-B178-D11D014C777D}&id=119561&sid=13252

Comentário: Nos últimos tempos as notícias de aumento do poder de Hugo Chávez têm sido consecutivas. Fica a pergunta: não sera possível que, insuflado com tanto e tanto poder, o déspota acabe por... explodir?

RE: Dislates ministeriais (III)

Acho soberba esta frase:

"A 'verdade' do ministro é a confirmação da 'mentira' de um Governo que, todos os dias, garante que a sua principal prioridade é a qualificação dos portugueses."
Constança Cunha e Sá, a propósito das polémicas declarações do ministro da Economia na China, PÚBLICO, 2-2-2007
(Luis)

Re: Dislates ministeriais (II)

Eu creio que o Sr. Ministro, com o abandono escolar que existe, pretende fazer com que os jovens que o abandonam, ganhem umas massas ou mesmo nenhuma, a cozerem bolas de futebol em casa e coisas do género.Talvez ele pretende aumentar a produtividade através do exemplo chinês que desde o momento que saiem da barriga da mãe têm que pagar uma multa por ter nascido e com um dia de vida começam a trabalhar para pagar a coima. E o Socrates a apoiar, de facto vivemos num país maravilhoso.
(Bergano)

RE: Dislates ministeriais (I)

É por estas e por outras que hoje em dia ninguém vai ao circo, porque os palhaços não estão lá....

Para mim este ministro está completamente deslocado da visita e do seu propósito. Començam a ser disparates a mais...
(Luis)

1.2.07

Dislates ministeriais

"Portugal é um país competitivo em termos de custos salariais. Os custos salariais são mais baixos do que a média dos países da União Europeia e a pressão para a sua subida é muito menor do que nos países do alargamento."

Manuel Pinho, na China

Comentário: Que bom, Sr. Ministro. Para Si, é bem positivo termos os salários mais baixos da Europa. Bem esquisito para quem está de visita a um país onde os salários são ainda mais baixos. E isto sem querer falar dos “fantásticos” índices de produtividade que nos tornam mesmo “competitivos”... Mas o mais fantástico ainda é mesmo a expressão: "a pressão para a sua subida é muito menor". Obrigado, sr. Ministro. Além de mal pagos, somos parvos obedientes. Que mais para deixar o Sr. Ministro tão contente?

RE: Câmara de Lisboa Suspensa das Investigações da Judiciária (I)

E ainda dizem que o Alberto João é que é o culpado do défice!!!
Off-topic: A dívida do metro de Lisboa corresponde a 2,2% do PIB enquanto que a dívida da RAM é de 1%...

Concordo que a dívida da RAM é grande mas a atitude do Sócrates de politizar isto é que está mal!(Tiago Hipkin)

Câmara de Lisboa Suspensa das Investigações da Judiciária

O futuro da Câmara de Lisboa é uma incerteza. Caso o vereador Fontão de Carvalho seja constituído arguido, o mais provável é que o executivo não resista às investigações sobre as vendas e permutas de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular com a empresa Bragaparques. O advogado Ricardo Sá Fernandes anunciou que vai processar o gerente da empresa, que hoje responde em conferência de imprensa.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=02&d=01&uid={9C60CBE0-C7FF-4497-B47A-8666187BFFD6}&id=119280&sid=13225

Comentário: Problemas financeiros (passivo de 1000 milhões de Euros, impossibilidade de mais endividamento), problemas políticos (demissão da vereadora Maria José Nogueira Pinto que provocou a estagnação do funcionamento normal da Câmara), e agora problema judiciais. Os problemas acumulam-se e, qual bola de neve, parecem fazer desmoronar o Governo da nossa capital. Avistam-se, ao fundo do túnel, novas eleições para tentar resolver os graves problemas que de que Lisboa padece. Mas haverá novidades (caras novas?) para estabilizar e, finalmente, dar um novo rumo à principal Câmara do país?