30.6.05

RE: "Deficiências" nas contas do Rectificativo (I)

Miguel Sousa Tavares a propósito da morte de Álvaro Cunhal dizia há dias que quando o entrevistava (e nessa época era de uma maneira geral em relação a todos os políticos) tinha que se preparar durante semanas, e actualmente para entrevistar um politico basta meia hora. Isto diz um jornalista com experiência. Acho que está tudo dito em relação à competência de quem nos governa actualmente...
(Lança)

28.6.05

Dinossauro carnívoro descoberto em Pombal pode dar indicações sobre a separação dos continentes

O animal é de um género que existia na América do Norte, o que pode trazer pistas sobre a abertura do Atlântico Norte
Vários ossos de um dinossauro carnívoro foram descobertos na aldeia de Andrés, perto de Pombal. Trata-se de um dinossauro do género Allosaurus, um carnívoro temível, que, no caso deste animal em concreto, terá vivido entre há 148 milhões e 155 milhões de anos. Ontem, no final de duas semanas de escavação, os paleontólogos expuseram, durante uma conferência de imprensa no local dos trabalhos, os ossos que acabaram de retirar da terra e que vão agora juntar-se a outros retirados no mesmo sítio há 17 anos. Por pertencerem a um Allosaurus, antes só encontrado do outro lado do oceano Atlântico, na América do Norte, estes ossos em Portugal podem indicar quando e como aconteceu a abertura do Atlântico Norte.

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=28&uid=&id=27645&sid=3041

Comentário: Olhando para o mapa-mundi, parece-me crível que a hipótese científica da deriva dos continentes está correcta. Parece claro que há muitos milhões de anos atrás a Europa estava colada à América do Sul, a África estava ligada ao Brasil, no fundo o Mundo era apenas um só continente (até já lhe deram um nome: Pangéia). Até hoje a maior parte das provas científicas que surgem indicam essa mesma hipótese como sendo verdadeira. Alguns exemplares de espécies animais e vegetais têm sido encontrados do outro lado do Atlântico, onde não estariam se os continentes tivessem tido sempre a disposição actual. Com esta descoberta em Pombal, Portugal vai fazendo parte da “prova” de que a deriva dos continentes aconteceu mesmo.

Armas de fogo mataram 550 mil brasileiros em 24 anos

Relatório da UNESCO revela que os jovens são as principais vítimas. As balas matam, no Brasil, mais do que os acidentes rodoviários
Entre 1979 e 2003 morreram no Brasil, em consequência de disparos de armas de fogo, para cima de 550 mil pessoas. Mais de 205 mil destas vítimas tinham idades entre os 15 e os 24 anos. Estes são apenas alguns do números constantes do livro Mortes "Matadas" por armas de fogo no Brasil 1979-2003, que ontem foi lançado em Brasília depois de compilado por especialistas da UNESCO.A obra, segundo os autores, revela que nos anos em análise morreram mais pessoas com armas de fogo em território brasileiro do que, por exemplo, em conflitos armados como a Guerra do Golfo ou nas refregas entre israelitas e palestinianos.

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=28&uid=&id=27763&sid=3053

Comentário: São assustadores os números apresentados neste livro. É a prova de o Brasil é um país que, a nível de segurança, deixa muito a desejar. De facto é talvez esse o principal problema de um país com tantas possibilidades para ser uma verdadeira potência económica mundial. Ao contrário do que acontece por cá (felizmente para nós), os “arrastões” brasileiros costumam ter finais bem mais tristes do que o de Carcavelos…

"Deficiências" nas contas do Rectificativo

Governo rectifica contas e apresenta hoje no Parlamento nova versão do OE

Água na fervura. Ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, ficou visivelmente embaraçado com "duplicação" de despesas e receitas do Orçamento Rectificativo

"Para pagar salários dos professores são necessários mais 400 milhões de euros e para o SNS segue chegue adicional de 1,8 mil milhões de euros"
O ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha, negou "erros" no Orçamento Rectificativo entregue, sexta-feira à noite, na Assembleia da República, mas admitiu existirem "deficientes classificações de algumas receitas e despesas", o que atirou o nível de gastos do Estado acima dos 50% do PIB, a riqueza produzida no País, pela primeira vez em 30 anos. As novas contas corrigidas serão entregues no Parlamento e, garante o ministro, "não irão alterar o défice de 6,23% do PIB" inscrito no Orçamento.

In http://dn.sapo.pt/2005/06/28/tema/deficiencias_contas_rectificativo.html

Comentário: Deste caso há algumas ilações importantes a retirar. Em primeiro lugar, a atitude incompetente de todos os intervenientes no processo de realização do Orçamento Rectificativo. Erros na classificação de receitas e despesas? Duplicação de contabilização de receitas e despesas? Num processo tão delicado como a feitura de um Orçamento é incrível como se cometem estes erros básicos. Das duas uma: ou é pura incompetência, ou é a tentativa de esconder algo debaixo da manga do casaco… “Duas ou três contas, "das mais simples", seriam o bastante para detectar que algo estava mal feito, afirma um técnico da casa” – esta afirmação é um claro exemplo da inépcia de que falamos aqui.
Mais importante do que esta “trapalhada” é o facto do nível de gastos do Estado estar, pela primeira vez em 30 anos, acima da “barreira psicológica” dos 50%. Enquanto os nossos congéneres europeus vão descendo este valor (casos da Finlândia, Dinamarca, Suécia, que estão agora com um valor próximo do nosso), nós estamos na trajectória contrária. E o pior é que eles gastam o grosso desse dinheiro em prestações sociais, enquanto nós o gastamos em despesas correntes. Como ontem dizia, com inegável clareza, José Manuel Fernandes, “[o] que isto quer dizer é que temos um Estado gordo, não um Estado-social generoso”.

27.6.05

Re: Pessimismo dos portugueses face à situação económica do país agravou-se no último meio ano (I)

Viva Fernando, estou plenamente de acordo contigo, mas quanto à progressão na carreira, o desagrado pode ser esse, mas penso que acima de tudo tem a ver com o facto de as formações que certos funcionários fazem, e a partir de agora isso não lhes irá facultar a subida de escalão que pretendem, falo por exemplo de professores, médicos, polícias, entre outros. O que pessoalmente acho injusto.Abraços
(Bergano)

Novo Presidente do Irão promete continuar programa nuclear

A República Islâmica não tem "necessidade significativa de relações com os Estados Unidos", afirmou Ahmadinejad
O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros pediu ontem à comunidade internacional para não fazer julgamentos precipitados sobre o novo Presidente do Irão, o ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad. Mas no seu primeiro discurso após ser eleito, Ahmadinejad não pareceu muito diferente do que tinha vindo a mostrar na campanha, prometendo continuar com o programa nuclear do país e recusando a necessidade de melhorar as relações com os Estados Unidos.Numa conferência de imprensa, o novo líder disse ainda que chefiaria um Executivo "de paz e moderação". "Não será aceite nenhum extremismo num governo popular", afirmou, citado pela Reuters. Em relação aos laços com a América, Ahmadinejad afirmou que o Irão "não tem necessidade significativa de relações com os Estados Unidos".
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=27&uid=&id=27612&sid=3035

Comentário: A vitória de Ahmadinejad nas eleições para a presidência do Irão foi uma má notícia para o mundo ocidental. O seu ultra-conservadorismo, aliado à sua ligação aos ayatollahs, irá provocar com certeza um retrocesso na abertura que estava a ser conseguida (de forma ténue, é certo) pelo reformista Khatami. É uma derrota de quem ama a liberdade e a democracia. Uma vitória da ideologia teocrática sobre o pragmatismo.

Pessimismo dos portugueses face à situação económica do país agravou-se no último meio ano

Quatro meses depois de ter sido eleito, José Sócrates tem nas mãos um país "deprimido" e pouco esperançado na retoma da economia. Quase 90 por cento dos inquiridos considera a situação económica "má" ou "muito má". O desemprego, o aumento dos impostos, a perda de direitos na Função Público e um "buraco" no défice superior a 9 mil milhões de euros ajudam a afundar a confiança na economia de um país que se encontra em crise desde 2002
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=27&uid=&id=27548&sid=3029

Comentário: A situação económica do nosso país é muito má: défices muito elevados, dívida pública a aumentar, economia estagnada, desemprego a subir, impostos a aumentar, poder de compra a diminuir. E os portugueses estão, naturalmente, pessimistas. Assim, não há mesmo qualquer indicador que seja positivo.
Uma nota curiosa desta sondagem apresentada pelo Público é a de que medida que mais desagrada aos funcionários públicos, de todas as que implicam o fim de inúmeras das suas regalias, é a suspensão das progressões automáticas. Não é o facto da idade de reforma ir aumentar, não é o facto do valor da reforma ir diminuir. É o medo da avaliação. O medo de não progredir pelas suas próprias capacidades. É a assunção clara de que os trabalhadores não estão para se esforçar para serem promovidos. Interessa fazer o mínimo para ir progredindo. É o triste espírito “tuga”, em todo o seu esplendor…

23.6.05

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (XI)

Amigo Zema,

Tens um e-mail tão bom, em que concordava com tudo… e terminas com aquela provocação desnecessária… Borraste a pintura. :) Como sei que foi apenas um “apontamento de humor”, deixo passar, e passo só à minha perspectiva como Professor do Ensino Superior, pois penso que é o assunto sobre o qual poderei falar melhor.

Uma semana para preparar uma aula, ao contrário do que tu julgas, não é muito. Como disse anteriormente, mesmo com uma semana (de 7 dias), penso que tenho muito a fazer ainda nos anos vindouros. Na minha área específica temos de estar atentos aos avanços tecnológicos, como sabes. Tenho de manter actualizada a leitura de um grande número de revistas científicas, e tenho de ir acompanhando a literatura do assunto, enquanto faço as minhas longas pesquisas na Net. Tenho feito isto tudo? Claro que não! O tempo não chega para tudo, e eu também gosto de viver: gosto muito de ler coisas que nada têm a ver com o meu emprego, gosto de manter este Fórum (e o seu blog), gosto de ir a umas jantaradas com os amigos, gosto de sair à noite, gosto de ir ao ginásio, nadar... Mentir dizendo que vivia só para o trabalho não era só desonesto. Era uma estupidez. Mas devo defender-me com uma coisa: 36 horas semanais de trabalho é para rir! Acho que posso dizer que nunca tive uma semana com tão pouquinhas horas de trabalho. Nos últimos tempos então, nem me apetece fazer as contas… :)

Finito com este assunto. Tenho de ir trabalhar! LOL :)

PS: Essas autárquicas estão “no papo”, não? :)

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (X)

Amigo Fernando:

Uma Semana para preparar uma aula? – Larga os mails e o MSN é o meu conselho :)
Contudo não podes tentar comparar o que não tem comparação. O ensino secundário e é disso que falamos não é ensino superior. E tu, quer queiramos quer não, está no inicio de carreira. Essa mesma aula se a fores preparar no próximo ano vai demorar uma semana na mesma?

Eu nunca desconsiderei o trabalho dos professores. Tive óptimos e péssimos, como em tudo na vida. Acho, e foi sobre isso que me pronunciei, que existem regalias a mais para os professores tal como para a quase totalidade de todos que são funcionários dessa grande instituição que é o Estado Português. Acho que os professores não defendem a qualidade do ensino, pelo contrário, fomentam a mediocridade. Quando falo dos professores personalizo nos sindicatos. São instituições que só se preocupam com os seus “sócios”. Não defendem nunca a qualidade do ensino e por isso não lhes dou credibilidade nenhuma.

Defender a qualidade do ensino é querer os melhores professores, aqueles que foram formados para serem bons professores a dar aulas, não é defender que engenheiros sem preparação nenhuma pedagógica continuem a dar aulas, não é defender que o sistema de colocação em vigor contemple o tempo de serviço e a nota de formação sem levar em linha de conta onde foi feita essa formação. É excluir à partida, de parte do concurso, os melhores qualificados porque têm excesso de habilitações (como se isto fosse possível!)… Por tudo isto defendo e reafirmo que os professores não defendem a qualidade do ensino…

Miguel:

Duas breve notas:
Como disse logo no primeiro mail que enviei sobre este assunto, eu conheço a realidade. Eu vivo com uma professora, sei o que ela passa, as noitadas que tem de fazer por vezes e estranhamente continuo com a mesma opinião. Como disse em cima não desconsidero o trabalho dos professores, nunca aqui o fiz. Não faças relações directas entre a classe de ensino e a “construção e manutenção de uma sociedade” senão temos conversa para o resto da semana… :)

É verdade, trabalho na Câmara Municipal de Coimbra. Uma grande instituição. Mas é do estado, se soubesses do que eu por aqui vou vendo… Quanto mais vejo mais certezas tenho do que digo. Nunca fiz uma alusão directa ou que trabalhas ou deixas de trabalhar, portanto vou-te pedir um favor não o faças também em relação a mim. É que apesar de trabalhar numa Câmara podias ficar surpreendido. Nos últimos 40 meses tive 6 semanas de férias… Se isto fosse com os professores já tinham feito greve não? Mas sabes uma coisa? Eu gosto do que faço! Se isso é o mais importante…


Afinal são três notas:
É só uma nota que nada tem a ver com o assunto. Cada vez as pessoas são mais inteligentes, cada vez votam mais não pela partidarite mas sim porque reconhecem valor nas pessoas. Em Fevereiro deste ano o PS ganhou a legislativas em Coimbra por mais de 45% dos votos (acho!) hoje saiu uma sondagem num jornal local onde o actual presidente de câmara ganha por 53% das intenções de votos. Curiosidade: É do PSD! O PS tem 19% das intenções de votos.
Agora a provocação: Se por aqui se trabalhasse 22 horas por semana se calhar não era assim…. :)
Abraço forte

(Zema)

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (IX)

Caro José Marques se não fossem os professores não serias o que és hoje, nem tu, nem ninguém que pertence a este fórum. E não fiquei chateado, nem pretendo calar-te e não levo nada a mal.Quero salientar, que devemos priviligear a classe dos professore pela importância que têm na construção e manutenção de uma sociedade. Se pretendemos evoluri a função de docente é extremamente importante. A preparação das aulas, pode demorar 50 m ou talvez menos, mas por variadíssimas vezes demora bastante mais tempo. temos matrizes para fazer, testes, critérios de correcção, reuniões, exames nacionais. relatórios, entre diversas outras funções. Tu pelo que vejo no teu mail, pertences à Câmara de Coimbra, portanto, acerca do horário de trabalho, não te devias de manifestar muito.A matéria é constantemente alterada, são criados novos programas das disciplinas e os alunos são diferentes, portanto o trabalho no ano seguinte não diminui.Confesso que exagerei ao afirmar que os direitos dos alunos me desiludiram, mas ao ver grande parte dos alunos, que têm excelentes condições e não se interessam por nada, e ainda por cima tratam mal os professores, fico muito revoltado. No nosso tempo não eramos assim, de certeza.O adiamento dos exames, faz com que estes estudem, mais que uma vez e a matéria esta se mantenha na última camada da cebola.Cumprimentos a todos.
(Bergano)

Veleiro solar deve ter ficado perdido no espaço

Admitia-se, ao fim da tarde de ontem, que a missão tinha falhado
O veleiro solar lançado anteontem à noite no espaço não ficou na órbita planeada, devido a um problema no foguetão durante o lançamento feito de um submarino nuclear russo, no mar de Barents. As primeiras informações pouco depois do lançamento, às 20h46 (hora de Lisboa), indicavam que tinha corrido sem problemas, mas não foi assim. Ontem ao fim da tarde, a Sociedade Planetária, que concebeu o veleiro, admitia que a missão podia ter falhado. "Devido à paragem espontânea do motor do primeiro andar do foguetão Volna aos 83 segundos de voo, o veleiro solar não atingiu a sua órbita", dizia a agência espacial russa Roskosmos.Nas informações disponibilizadas às 18h30 de ontem, na página na Internet da Sociedade Planetária, admitia-se que a nave, a Cosmos 1, estava perdida no espaço. Considerava-se que a possibilidade de ter entrado na órbita correcta, a 800 quilómetros de altitude, era "muito pequena".

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=23&uid=&id=26792&sid=2953

Comentário: O sol empurrou o veleiro rumo a um destino desconhecido, e ele vagueia agora perdido no espaço. Os “enormes” avanços científicos são sempre minúsculos em comparação com a grandiloquente natureza do Universo…

Combate à pobreza minado por venda de armas do G8

Relatório de ONG diz que o grupo é responsável por 80 por cento das exportações de armamento, contribuindo para as violações de direitos humanos
Ao mesmo tempo que os membros do G8 anunciam um acordo histórico contra a pobreza, estão a vender armamento a países pobres, contribuindo para violações dos direitos humanos. O grupo é responsável por 80 por cento de todas as exportações de armas. A acusação é feita num relatório tornado público por três organizações não governamentais, na véspera de um encontro em Londres dos ministros dos Negócios Estrangeiros das sete nações mais industrializadas e da Rússia."Os países do G8 estão a minar os seus compromissos na redução da pobreza, estabilidade e direitos humanos com exportações irresponsáveis de armas a alguns dos países mais pobres e alvos de conflitos", lê-se no relatório. O destino das armas inclui o Sudão, Birmânia, República Popular do Congo, Colômbia e Filipinas (ver caixa).

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=23&uid=&id=26903&sid=2962

Comentário: Uma no cravo e outra na ferradura. Depois do importante acordo dos países membros do G8 para perdão da dívida dos países mais pobres, esta notícia – já publicamente (re)conhecida – faz-nos questionar a bondade das medidas com que se comprometeram. Mete-me confusão o Reino Unido vender armas à Colômbia e à Arábia Saudita. E os EUA ao Paquistão e a Israel. E o Canadá às Filipinas. E a França ao Sudão. E os exemplos multiplicam-se. De que vale perdoar as dívidas mas continuar a vender armas? Só poderá haver uma razão: perdoa-se a dívida, para os países pobres poderem comprar mais armas – o que leva a mais miséria, mais guerra, mais dívidas. E a bola de neve podre continua a girar. É triste, mas parece-me que é uma conclusão lógica. E assim se perdem as esperanças de aproveitar o dinheiro para educação, desenvolvimento, saúde…

UE e EUA querem sunitas no processo político do Iraque

Mais de 80 países apoiam a reconstrução. Annan descreveu encontro como "ponto de viragem" na História do país
Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) garantiram ontem apoio à reconstrução e ao processo político iraquiano, apelando ao novo Governo de Bagdad para assegurar que a minoria árabe sunita vai participar na definição do futuro do país. Na declaração de apoio saída da Conferência Internacional sobre o Iraque, em Bruxelas, mais de 80 países exprimem apoio "aos esforços para um Iraque federal e unido, com pluralismo democrático, onde exista total respeito pelos direitos humanos e políticos". O apoio abrangente enunciado levou o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, a descrever o encontro como um "ponto de viragem" na história do país. "Em última análise, claro, o futuro do Iraque está nas mãos dos próprios iraquianos", salvaguardou.

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=23&uid=&id=26897&sid=2962

Comentário: O processo político iraquiano vai avançando positivamente. Como escrevia ontem Kofi Annan num artigo também publicado no Público, “hoje, em todo o país, os iraquianos [estão] a debater quase todos os aspectos do seu futuro político”. Este é, na minha opinião, o aspecto mais importante do pós-guerra iraquiano. Em Janeiro passado realizaram-se eleições livres e pluralistas. Em Abril, a Assembleia Nacional nomeou o Governo de transição. Entretanto os três principais grupos étnicos do país estão a ser ouvidos para se chegar a um consenso para a Constituição, a qual deverá estar pronta até 15 de Agosto. É ainda importante salientar que os sunitas, apesar de terem sido muito menos votados que xiitas e curdos, conseguiram garantir uma presença forte na redacção do documento, o que garante um indispensável pluralismo que minimiza as possibilidades de uma guerra civil. Devagar lá se vai trilhando o caminho…

Primeiro veleiro solar foi ontem para o espaço

Nave impulsionada pelos fotões do Sol foi concebida pela famosa Sociedade Planetária, fundada por Carl Sagan
Parece ficção científica, mas não é. A primeira nave impulsionada com os fotões emitidos pelo Sol - a Cosmos 1 - foi lançada ontem à noite no espaço. Daqui a quatro dias, quando atingir a órbita final, abrirá as suas oito velas, cada uma com 15 metros de comprimento, e transformar-se-á num veleiro movido pelas partículas de luz que ali incidam. A Cosmos 1 viajou no topo do foguetão Volna, lançado de um submarino nuclear russo submergido no mar de Barents. Até à hora de fecho desta edição, sabia-se que o lançamento tinha decorrido sem problemas, mas os responsáveis pela missão aguardavam receber mais sinais da nave e confirmar que tudo estava bem, disse ao PÚBLICO Lu Coffing, da Sociedade Planetária, a entidade que concebeu a Cosmos 1.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=22&uid=&id=26652&sid=2937

Comentário: Mais um avanço científico de monta. Um “veleiro solar” não é mais do que uma nave espacial que, em vez de ser propulsionada por motores de combustão interna, é propelida pela luz solar. Como? A luz solar é composta por partículas – os fotões – que quando incidem num espelho reflector (neste caso são as “velas”) transmitem o seu “momento” para as mesmas, empurrando-as pelo universo fora… Quem se lembra da física do secundário (Newtoniana), recorda-se que o momento era uma “massa em movimento” (relembrando a equação de momento: momento=massa*velocidade). E agora se eu vos disser que um fotão não tem massa… mas tem momento (como fica provado com o funcionamento desta “passarola voadora”)? Essa é a parte que considero mais curiosa, que quebra a física de Newton e nos leva aos novos domínios da física, a que surgiu em 1905 com Einstein (relatividade) e a física quântica. Fico-me por aqui para não afastar a audiência! :) Espero pelo menos ter despertado o “apetite” de quem gosta destas matérias…

22.6.05

RE: Concorrência chinesa (XVI)

Quero também dar as boas vindas à Inês. Hoje estamos, felizmente, com muitas estreias! :)

E quero assinar por baixo esta sua opinião. Criar valor acrescentado nos nossos produtos passa por apostar no design e, acrescento também, no marketing e na promoção da “marca Portugal”.

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (VIII)

É com gosto que vejo que o Fórum hoje está bem activo. Por vezes parece um monstro com vida própria (lembra o nosso défice público!:)). É muito bom sinal!

Começo por dar um abraço de boas-vindas ao Adriano. Todas as opiniões fazem falta, por isso é com muito agrado que vejo mais pessoas interessadas em deixar um pouco de si para benefício de todos. O que custa é a primeira vez. Depois toma-se-lhe o gosto! :)

Gostava de deixar alguns comentários em relação a este assunto. Ponto a ponto, como aprecio:

1. Os professores não têm “4 ou 5 meses de férias”. Têm, no entanto, mais do que um mês, ao contrário do “comum dos mortais”. E além disso há fases (como esta dos exames) em que o trabalho a fazer é mínimo.
2. Só os educadores de infância e os professores do 1º ciclo se podem, hoje, reformar aos 55 anos (após 30 de serviço). Os restantes reformam-se como a restante função pública, aos 60 anos. De qualquer forma acho que ainda podem, e devem, trabalhar mais tempo. Partilho da ideia do Zema, de que um professor mais vetusto ainda tem muito para dar aos alunos. O horário não deve ser tão sobrecarregado, mas acho que se pode trabalhar até mais tarde. Assim, é natural e imprescindível que no futuro se aumente a idade de reforma (como sabem, contra mim falo).
3. Os professores do ensino secundário dão 22 horas de aulas. Achar que este número de horas é pouco é não saber o que é dar aulas. Dizer o que o Zema disse: “E uma aula não dá assim tanto trabalho a preparar…” é puro desconhecimento da realidade. Ainda bem que ele corrigiu logo de seguida “Neste ponto posso estar enganado”. Estás mesmo, Amigo. Quanto às tuas contas, Zema, deixa que te diga, deixam muito a desejar! (desconfio sempre das pessoas que tentam provar que trabalham mais do que as outras…:)) Dou o meu exemplo: este semestre comecei a dar uma disciplina nova, que necessitava, no mínimo, de 1 semana de preparação por cada aula (incluindo fim-de-semana). E digo-te que precisava de muito mais para a dar mais convenientemente – por isso nos próximos semestres continuarei a estudar para melhorar a minha performance… :) Além de ter de estar constantemente a inovar – melhorar – actualizar. Ainda para além disso há exames até 23 de Julho. E as aulas começaram a 13 de Setembro. Penso que terias de rever mesmo muito das tuas contas…
4. Generalizando (o Ensino Superior e não Superior): preparar aulas teóricas, práticas, laboratoriais, fazer exames, corrigir exames, fazer relatórios, corrigir relatórios, estar atento à evolução das nossas disciplinas, estudar constantemente, cansa. Estar várias horas a falar, a explicar matéria, a incentivar os alunos, a tentar que eles se interessem… cansa. Eu, que corro por gosto, não me importo. Mas não desconsideres, por favor, o nosso trabalho, Zema.
5. O Bergano afirma “Estou desiludido por afirmarem que os direitos dos alunos têm que ser protegidos”. Eu estou desiludido por ver esta frase… penso que foi infeliz (compreendo a parte em que falas dos exagerados direitos dos alunos, da sua falta de educação, de respeito, etc., mas isso seria uma outra discussão – e nisso concordaria, certamente, contigo). Parece-me óbvio que os direitos dos alunos têm de ser protegidos, tal como o dos professores. Estes últimos têm direito à greve mas, tal como os médicos, devem assegurar os serviços mínimos quando os direitos dos utentes (dos alunos) são superiores aos seus direitos de trabalhadores. No caso médico não há dúvidas: todos concordamos que o direito à vida é superior ao direito à greve. Mas e no caso da educação? Não te esqueças nunca que os alunos decidem nestes dias muito do seu futuro. (tenta recordar-te dos teus dias de exame; relembra os nervos, o stress, a ansiedade, a importância que esses dias tiveram, inegavelmente, no teu futuro). Se os alunos forem dedicados, têm um plano de estudos bem calendarizado, que pode ser totalmente trucidado se houver alterações nas datas dos exames, e podem, em consequência, marcar indelével e negativamente o futuro destes jovens. Por isso é minha opinião que os exames devem ser considerados “serviços mínimos”.

Fico-me por aqui, para não me acharem muito maçador! :)

Abraços e beijinhos!

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (VII)

Oh Miguel não é preciso ficares chateado…

Já agora aproveita e lê o meu mail. Onde escrevi que os professores trabalham menos de 22 horas ou mesmo 22 horas? Não escrevi porque se eu pudesse trabalhar apenas 1 hora e receber o mesmo se calhar tb aproveitava.

Mas se queres ir por ai…
Quantas pessoas trabalham 35/40 semanais e levam trabalho para casa? Levar trabalho para casa é um castigo exclusivo dos professores?
Eu sei o que custa preparar uma aula. Vamos quantificar?

Supondo que custa a preparar uma aula de 50 min outros 50 min, ou arredondando 1 hora para uma hora…
Supondo que um professor trabalha as tais 22 horas, então com a preparação, passa a trabalhar 44 horas.
Mas como só há aulas durante 8 meses por ano (Julho, Agosto, Setembro mais natal e páscoa – sem contando com as “férias” no meio dos períodos) logo um professor trabalha por ano: 44horas * 8 meses * 4,33 semanas = 1524 horas

Um trabalhador “normal”: trabalha 35 horas por semana * (52 semanas – 4.33) = 1668 horas (isto partindo do principio que não faz horas a mais nem leva TPC)

Mas há mais

No ano seguinte a aula que já foi preparada no ano anterior não vai demorar na mesma o mesmo tempo a preparar. Certo? Suponhamos que demora metade do tempo: 30 minutos

Assim um professor no 2º ano trabalha 75% do que trabalhou no 1º ano. Certo?
And so one… and so one

Quando comecei a ler que escreveste que a greve não foi convocada apenas por questões de subida de escalão… pensei , por momento, que era por razões não monetárias do género de ter melhores condições, pela segurança nas aulas, contra o cada vez menor controlo que um professor tem sobre a aula… afinal não eram questões monetárias.
(também não sou anjinho e sei que tem de ser assim)

Já agora, e se houver alguém ligado à psiquiatria ou psicologia aqui na mailing list poderia aproveitar para explicar isto, e tu tb deves saber isso porque para seres professor tiveste de estudar isto.
Sabes que a memória funciona a vários níveis. É Tipo cebola, por camadas, e ao estudar para um exame o conhecimento pode ser armazenado em várias camadas, ou apenas numa. Enfim depende de vários factores.
Ao estudar de véspera um aluno armazena a quase totalidade do que estuda na camada mais superficial, é a camada memória de curta duração, entra muito fácil (o conhecimento) e sai tb muito facil… tipo apresentarem-te um tipo dizem o nome dele, e tu passado duas horas não fazes ideia de como é o nome dele.
Os estudantes usam muito essa memória.
Portanto não digam, que adiar um exame não tem mal porque podem-no repetir noutro dia. As coisas não funcionam assim.

Não leves a mal estas conversas. Vê isto como uma partilha de pontos de vista. Como já percebeste eu adoro ser do contra e admiro muito quem me consegue calar, a mim não que valho pouco, Admiro quem consegue calar os meus argumentos.

Abraço(Zema)

RE: Concorrência chinesa (XV)

Sabem o que vos digo?
Para investir mais nas marcas, é necessário investir ainda mais no design (digo ainda mais porque, ultimamente, tem-se verificado uma procura crescente nesta área e uma maior preocupação com a imagem das organizações, exactamente devido a uma competitividade cada vez maior).
Neste sentido, é necessário esclarecer as pessoas acerca do que significa o design. O design não são "coisas bonitas" que se compram para decorar a casa. O design é uma abordagem holística que se preocupa em resolver problemas reais, respeitando a ética social e cultural, preocupando-se com questões ambientais e de sustentabilidade e com grande responsabilidade social. O design está em todo o lado, e representa uma atitude que cada um de nós pode e deve ter dentro de si!
Mas, em relação ao que aqui se está a discutir, é essencial referir que o design é imprescindível na criação da identidade de uma organização. Um programa de design bem feito dentro de uma empresa, irá ter como resultados fazer "corresponder a cara à careta". ou seja, dar a conhecer através de uma imagem gráfica a identidade da empresa, quem ela é, o que faz e porquê. São exactamentre estas questões que transmitem o seu factor de diferenciação. O design, junto com o branding (imagem aplicada aos produtos), constituem ferramentas altamente eficientes no desenvolvimento de estratégias competitivas para as organizações, e sem elas não há mercado que aguente, numa época de excesso de oferta e informação, em que só se evidencia aquilo que é diferente e que corresponde às expectativas das pessoas (identificação do consumidor com o produto).
Mas quem é que consegue convencer as pessoas a confiar e a investir numa área que (quase) ninguém sabe para que serve? (Ou que, pelo menos, que ficou mal explicada...)...
Ora vejam na imagem um excelente exemplo.

(Inês)

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (VI)

Claro que não quero ofender ninguém, esse nunca será o objectivo.
Mas retenho uma ideia fundamental: “Claro que não quero dizer que todos são iguais!”
Aqui sim, convém esclarecer que não se pode generalizar e como em todo lado há profissionais competentes e menos competentes e eu tentei transmitir essa ideia.
Não quero passar a ideia de que todos os profs são uns anjos intocáveis, aliás muitos estão corrompidos pelos vícios e regalias exageradas que gozaram durante muito tempo.
Se lerem com atenção eu concordo com muitas das medidas (aliás tenho registado com bastante apreço muitas das medidas deste governo) mas quando é demais é inaceitável.

É certo que quem estuda para um determinado dia e vê o seu exame transferido para outro dia fique chateado (pois claro que fica chateado), mas todos sabemos de experiência própria que a consequência é apenas um adiar das férias dos alunos porque quem sabe para um exame vai certamente saber mais se esse exame for mais à frente no tempo. Eu pelo menos não vejo mal nenhum nisso em termos didácticos, apesar de compreender que os alunos não aceitem bem isto. Enfim, é discutível ...

Esse caso que conheces é possível se tal como eu disse essa pessoa for DT ou coordenadora de grupo, em termos de horas lectivas efectivas podem ser inferiores a 12, mas o horário será sempre de 12 horas totais.
Mas tal como já tinha dito é um absurdo tal redução automática com o avançar da idade e aqui concordo com a posição da Ministra. No entanto, penso que é obvio que haja redução no tempo lectivo se um prof tiver outros cargos na escola e aqui nada tem a ver com a redução por idade.

Quanto aos serviços mínimos, eu não tinha falado nisso nem direi grande coisa porque desconheço a lei relativamente a isso, só digo o seguinte e muito simplesmente: Se a lei permite a convocação de serviço mínimos, muito bem, caso contrário não se pode exigir serviços mínimos, é claro como a água (desde que não seja da Ria).

Ainda bem que tiveste bons profs e espero que muitos alunos possam continuar a dizer o mesmo.



No mail do José Marques:

“Nas empresas para se subir tem que se fazer pela vida” – Nem sempre é verdade mas partindo desse princípio, um coordenador só o é se lhe forem reconhecidas pelos colegas capacidades para tal e para isso é eleito ou deveria ser. Eu nunca aceitaria ser coordenador com os conhecimentos que tenho neste momento sobre todos os aspecto burocráticos da escola.

As férias – este ano é certamente um mau exemplo relativamente ao seu início, e reconheço que os professores ficam a trabalhar a 50% ou menos depois das paragens lectivas, ou seja, nesta altura do ano, mas falar em 4 ou 5 meses de férias é um absurdo. Chegará a um mês e meio ou 2 meses no máximo (30 a 40 dias úteis) e por mim falo. Privilégio ou necessidade? Podemos discutir isto também.
Férias de Natal e de Páscoa: não concordo e cada um saberá o que faz, eu trabalhei nas chamadas paragens lectivas do Natal e Páscoa.

“Sistema Europeu” – esta minha alusão ao sistema europeu, servia para relevar o vicio dos privados em fazerem dos seus trabalhadores escravos em termos de horários de trabalho e depois vemos que estes se queixam que os outros são privilegiados. Não é isso que acontece! Não são os outros que são privilegiados, quem é explorado é que escravizado. Foi esta a ideia que quis transmitir.
Eu nem sequer sou comunista e nem tenho nada contra quem é, mas se não lutamos pelos nossos direitos a sociedade tende a ser dominado por alguns poucos que escravizam e usam os restantes.

“Regra Geral quem têm como patrão o Estado é um privilegiado” – eu já trabalhei num empresa que apesar de não ser exemplo a seguir e olha que tinha mais privilégios do que tenho agora. Enfim, mais uma vez, não convém generalizar.

Até breve :)
(Adriano)

RE: Concorrência chinesa (XIV)

Tens razão, Lança. E eu acho que devo corrigir parte do que disse. De facto não é minha opinião que se deixe de investir nos têxteis, como de facto afirmei. Penso é que se deve orientar o investimento para segmentos do mercado têxtil de elevado valor acrescentado. Lembro-me de ler um artigo no Expresso há algumas semanas, acerca de uma empresa do sector que estava a ter resultados muito bons, apesar da crise que se vive à sua volta. Qual o “segredo”? Apostou em segmentos diferentes: tecidos plastificados para a indústria automóvel, colchões perfumados (é verdade, vendem-se “que nem ginjas” nos EUA! :)), etc.

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (V)

Apesar de estar a ter um dia de cão, parei tudo para responder aos ultimos 2 e-mails.

Breve nota: Não tenho nada contra os professores, antes pelo o contrário porque até tenho uma em casa… :)

Miguel Bergano

Eu até estava a concordar com quase tudo o que escrevias até metade. Depois não sei o que se passou… quanto à primeira parte estamos conversados. Agora quanto à segunda (lá vem bala…)
Não concordas com os serviços mínimos. Mas achas que a educação é um “bem precioso” e “Algo a ter em conta”. Mas os serviços mínimos não deverão ser aplicados nos serviços fundamentais de um país? A educação não é um deles?
Dizem que a idade trás sabedoria. Um professor de 65 anos não será (em teoria) mais pedagógico, culto e ponderado do que um professor de 25? Qual é o problema de um professor dar aulas com 65 anos?
Quanto mais velho se é menos se precisa de preparar uma aula. E uma aula não dá assim tanto trabalho a preparar… Neste ponto posso estar enganado, mas os professores estão a fazer greve porque não vão ser automaticamente promovidos, não é?

PS- N sei q és mas se vais à naza deves ser um gajo porreiro! :)

Adriano Santos

First of all – Benvindo o que faz falta é gente com opinião e de preferência contraria à minha. O que é o caso! :)

“No entanto, há razões para a greve e os alunos não são prejudicados” - Claro que são… as greves só fazem sentido quando alguém é prejudicado. Essa é a essência da greve! O Governo não é porque ainda goza o chamado estado de graça, o Estado tb não porque assim até poupa uns cobres nos salários. Quem sobra? Os Alunos…

“Meus amigos, quando se sobe de posto em qualquer empresa o que é que acontece? Passamos a ganhar mais, certo?” – Mas nas empresas não se sobe automaticamente, tem de se fazer pela vida. Às vezes até se tem de trabalhar!!! Ao que chegamos…

“As aulas começam em Setembro e terminam em Julho (exames incluídos), as férias são em Agosto.” - Começam em Setembro? Em que ano? No ano passado acho que foi em Outubro e tarde… Depois no meio do 1º Período há umas pequenas férias, tal como no 2º e 3º, Férias de Natal e de Páscoa… No inicio de Junho acabam as Aulas e há exames para vigiar que não são todos os dias… Julho e Agosto enfim….

“Observem o que acontece a nível Europeu em termos de horário de trabalho” – Podemos discutir isso mas parece-me que não ficarás a ganhar. Aliás a discutir dever-se-á falar em termos globais e não só europeus ou então em função dos sistemas de ensino. Não me parece comparável o nosso sistema de ensino com o Modelo anglo-saxónico… Mas podemos r por ai.

“GNR, PSP, Judiciária, funcionários judiciais, esses sim são privilegiados” – Regra Geral quem têm como patrão o Estado é um privilegiado

“eu fiz greve”- Não tenho a presunção a opiniar sobre uma tua opção pessoal. Contudo pergunto-te se achas que a greve vai resolver alguma coisa? Eu nunca fiz greve e penso que nunca farei contudo respeito quem faz.
(Zema)

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (IV)

Agradeço o comentário do Adriano e aproveito para manifestar as boas vindas.

Sem vergonha mantenho, porque conheço um caso bem próximo, de uma professora que dá efectivamente menos que 12 horas de aulas por semana. Não posso neste momento asseverar se são 6, 8 ou 10, mas são seguramente menos que 12. Desconheço os motivos por que isso acontece, penso que tem a ver com um cargo qualquer que essa pessoa desempenha na escola.

O que sei - porque essa pessoa me disse - é que ela exerce esse cargo (e está em outras situações) precisamente para ter redução no horário! Portanto, alguma coisa de "positivo" há nisso, pelo menos na perspectiva dela... E, talvez, na dos professores desempregados que vão completar o horário que ela vê reduzido...
Será mesmo necessário um professor ter dois dias, ou dia e meio que seja, livres por semana, mesmo exercendo um cargo qualquer? Dispenso a resposta... Aliás, bem sei o que essas pessoas fazem nesses dias livres nos mais prazerosos shoppings... Claro que não quero dizer que todos são iguais!

Não vejo onde está a vergonha - sem querer ofender, como penso que não me quiseste ofender a mim - quando se diz que "os alunos não são prejudicados com isso [com a greve] porque tal como já aconteceu, quem não fez exame devido à greve vai ter nova oportunidade (mais uma vez a desinformação leva a outras interpretações)".

Ora, um aluno anda a estudar dias, semanas, a preparar-se para fazer o exame num determinado dia, e depois chega à hora do exame e não o pode fazer!!!! E dizem-lhe "terás nova oportunidade", "está tudo bem" e "não és nada prejudicado com isso"???

Recordo-me da minha preocupação em 1996, num domingo, estava eu embrenhado a ultimar o estudo para o exame de filosofia, que ia ser no dia seguinte, quando, à noite, ouvi no rádio que tinham sido roubados alguns exames de filosofia e que estavam a pensar calcelar o exame! Foi uma coisa terrível! Cheguei de manhã à escola e, felizmente, o exame foi feito. E se isto acontecesse porque o meu professor tinha feito greve???

Não discutindo a validade dos argumentos (os 100 euros de "extra", as 2 horas para o director de turma, etc.) será que os fins justificam os meios?

Ao menos admita-se que deve haver serviços mínimos!

Não obstante, deixo claro o meu apreço pelos professores realmente competentes de quem tive a sorte de ser aluno ao longo da minha vida, e que tiveram um papel decisivo na mesma. Eu sei destinguir o trigo do joio.

Cumprimentos
(Faber)

RE: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (III)

Eu nunca tinha comentado aqui no fórum mas perante a desinformação que para aqui vai é impossível resistir.
Apesar de eu concordar contigo no aspecto de os profs mais antigo terem poucas horas lectivas elas não são 8 nem 10 mas sim 12 (para quem não sabe fica a informação).
Este aspecto é bastante positivo pois não se compreende que haja um horário de 12 horas semanais, embora o horário real seja bem maior se esse prof for uma pessoa empenhada e se preocupar em preparar bem e de forma inovadora as suas aulas.
No entanto, há razões para a greve e os alunos não são prejudicados com isso porque tal como já aconteceu, quem não fez exame devido à greve vai ter nova oportunidade (mais uma vez a desinformação leva a outras interpretações).
Meus amigos, quando se sobe de posto em qualquer empresa o que é que acontece? Passamos a ganhar mais, certo?
Uma das medidas que é extremamente injusta é precisamente o facto dos coordenadores de grupo (responsáveis por um determinado grupo de ensino, ex.: Português) que antes recebiam um extra de 100€ mensais passarem ou pretende o governo passa-los para um nível de responsabilidade mais elevado sem que isso seja devidamente compensado.
Outra medida muito estranha (apenas a pensar na redução de custo) é deixar de haver tempo no horário do professor que seja Director de Turma. Ora isto é incompreensível, pois quem é DT de turma tem claramente mais trabalho do que quem não, logo é justo que quem não é tenha mais 2 horas de aulas semanais (todas as semanas o DT tem no seu horário horas de recepção aos pais que são trabalho efectivo).
Relativamente às férias, imagino que tenhas lido o editorial do Miguel Sousa Tavares, que eu considero um tipo inteligente mas que quando lhe pedem opinião sobre algo que ele desconhece não tem a humildade de se retrair. Enfim, basta ouvi-lo na TVI, há alturas em que é impossível continuar a ouvir tanta bacorada. Mas digo-te eu que alguém que tenha um horário completo de leccionação (22 horas) certamente que não tem 4 ou 5 meses de férias, isso que disseste é um absurdo. As aulas começam em Setembro e terminam em Julho (exames incluídos), as férias são em Agosto. Muito do trabalho é feito em casa porque a escola não tem condições para que tu trabalhes no teu local de trabalho. E acredita que há semanas em que se trabalha bem mais que 36 horas, pelo menos quem for dedicado e preocupado na preparação das aulas, mas tal como nas empresas meu caro, também só trabalha quem é dedicado e preocupado, e eu conheci muitos que trabalhavam bem menos que 22 horas semanais (que infelizmente é sempre a referência no que concerne aos professores, muitos pensam que aquilo é só chegar lá e dar as aulas, enfim...).
Observem o que acontece a nível Europeu em termos de horário de trabalho. É levado à risca, 36 horas e nem mais um minuto, e vê a produtividade deles. Muita gente insurge-se contra os prof por acharem que são privilegiados, vejam os GNR, PSP, Judiciária, funcionários judiciais, esses sim são privilegiados. O problema do país não são os profs, mas infelizmente como estão no final da cadeia são sempre os que se vão lixando mais.
Quanto às pensões não te sei dizer valores mas mais uma vez é um ponto com o qual concordo com as medidas do governo, se no privado são 80% e se é insustentável o actual panorama, então não há razão para que na função pública também não seja 80%.

Já agora uma última coisa, eu fiz greve e continuo a não ter qualquer problema em pedir aos meus alunos para se empenharem, porque é isso que eu tento fazer sempre em cada aula e desde que eles sintam isso não terei qualquer problema. E mais não estou no topo, aliás estou bem longe do topo, mas há medidas extremamente injustas e só não luta contra isso quem é passivo. Acho que farias o mesmo, ou pelo menos devias fazer.

Não há vergonha é em falar do que não se conhece.
(Adriano)

Re: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (II)

Viva Fernando. De facto os sindicatos são uns bananas, querem a cotazinha no final do mês e o resto não interessa, neste ponto estou plenamente de acordo contigo. Acrescento ainda que na escola que dou aulas não houve sequer uma reunião por parte de sindicatos que nos esclarecesse qualquer tipo de dúvidas relativamente a estes problemas e das consequências de quem faria greve. Estou desiludido por afirmarem que os direitos dos alunos têm que ser protegidos. Mais diretosd que eles têm agora, mais condições que eles têm agora, conheço variadíssimos casos em que um alunos com 5/6/7 negativas no Básico, transita de ano na mesma, a constante falta de respeito dentro e fora de uma sala de aula, uma falta de educação vinda de casa, dos próprios pais, que apesar dos disparates dos filhos os apoiam a 100%. O QUE É ISTO??? Sei que certamente não serão todos os alunos, mas a grande maioria é assim. Além disso, o que mais me irrita é disporem de tantas facilidades e não aproveitarem. Com as condições que vejo agora, posso afirmar que NÓS tivemos precários em todos os aspectos durante a nossa vida estudantil.Não concordo com a tua opinião acerca dos serviços mínimos. Os serviços mínimos aplicam-se muito bem a hospitais (por exemplo) e somente em casos de urgência, pois se uma operação que esteja marcada para o dia da greve esta operação é adiada. Para mim não tem qualquer lógica existir esta lei, muito menos sabendo que os próprios professores garantiriam na mesma o funcionamento correcto dos exames. Ou fariam-no com receio de um processo disciplinar (DITADURA, em que país é que vivemos)A educação é um bem precioso de uma sociedade e tem que ser bem tratado, como dás aulas, dás bem conta do esforço enorme que implica a preparação de uma aula, e por ventura começas a sentir-te cansado. Não consigo imaginar um professor com 65 anos a leccionar qualquer disciplina, se mais novos é o que é, quanto mais com esta idade. De facto os seus salários são demasiado elevados, concordo plenamente. Poderia haver outra solução para resolver este assunto, sem falar da redução de horário. Para terminar, penso que todas estas medidas, a classe dos professores ficam muito mal tratada e a sua imagem sai bastante visada com a palhaçada das medidas deste governo. Acho que a aposta na educação deveria ser algo a ter em conta, um rumo a seguir, e com isso a depreciação dos professores não é muito positiva.Abraços, vemo-nos na Nazaré
(Bergano)

Re: Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais (I)

Só gostava de saber com que cara os professores grevistas se apresentarão no primeiro dia de aulas do próximo ano lectivo perante os seus alunos que foram impedidos de realizar os exames. Será que lhes vão pedir outra vez o empenho necessário durante o ano com vista, designadamente, à boa preparação para o exame final (como faziam no meu tempo)? E será que os alunos vão estar motivados nesse sentido?

O mais pernicioso nisto tudo é que os professores que estão em condições de fazer grave e a fazem são precisamente aqueles que nenhuma razão têm para tal, sendo, neste caso, tal greve um exercício obsceno: refiro-me aos professores no topo (ou quase) da carreira, que dão seis, oito, dez horas - no máximo - de aulas por semana, que têm um ou dois dias livres por semana, que podem ter 4 ou 5 meses de férias por ano e que - talvez vencidos pelo cansaço - se reformam ao 55 anos (por enquanto...) com 400 ou 500 contos de pensão, quase 10 vezes a utópica pensão da Campanha Sócrates (300 euritos...).

Não há vergonha!
(Faber)

RE: Concorrência chinesa (XIII)

Não acho que se deva deixar de investir nos têxteis. Acho que devemos é olhar de maneira diferente para eles.
Acho que continuar a batalhar de frente com os chineses é ridículo, porque estamos a apostar no segmento dos chineses, isto é, fraco e barato.
Acho que no mínimo temos que apostar na qualidade e na imagem. E vender caro.
Só assim os nossos têxteis podem sobreviver.
(Lança)

21.6.05

Paralisação dos professores com pouco impacte nos exames nacionais

Os sindicatos garantem que foram muitos os docentes que não compareceram ontem nas escolas da Região Centro, mas as consequências para os mais de cem mil estudantes dos ensinos básico e secundário que ontem prestaram provas nacionais foram reduzidas. Apenas em cinco escolas não houve condições para se realizarem os exames, deixando de fora 191 alunos. Os sindicatos falam em clima de intimidação. A tutela espera que o resto da semana corra ainda melhor
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=21&uid=&id=26541&sid=2924

Comentário: Das 1281 escolas onde iam decorrer provas, apenas em 5 houve problemas. Dos cerca de 100 mil alunos inscritos para prestar provas, só 191 não o puderam fazer. E mesmo assim os sindicatos acham que a greve foi “um sucesso”, com uma adesão a ultrapassar os “90%” em muitos casos. De facto, os sindicatos vivem noutro mundo, e não são capazes de assumir que a greve foi um fiasco.
Já quanto à legalidade da situação, em relação ao facto de os exames serem considerados “serviços mínimos” e por isso os professores não poderem fazer greve, concordo com o Governo. De facto, entre dois direitos – o do aluno fazer exame e o do professor fazer greve – parece-me claro que, numa situação tão importante para o futuro dos discentes, o direito destes é muito mais forte que o dos docentes. Daí que, a nível legal, assim como a nível político, nada a opor.

20.6.05

RE: Concorrência chinesa (XII)

Amigo Carlos,

Eu nunca disse que a China não ia ser um concorrente nas áreas de valor acrescentado. Vai ser, e vai ser um concorrente de peso. E isso ainda nos obriga a investir mais e mais nas marcas, nas novas tecnologias, enfim, na diferenciação. Porque, em relação a tudo o que seja assente em mão-de-obra, digo e repito: esse campeonato já está mais que perdido. Temos é de tentar nos outros, tendo porém a certeza de que a China vai ser sempre um adversário temível. Meu amigo, eu estou do teu lado da barricada. Percebo os teus receios, infelizmente bem fundados. Só te gostava de perguntar: qual a tua ideia para tentar debelar o problema?

E em relação às divisões da IBM, tens toda a razão (a empresa é a Lenovo, penso – apontem!:)). Essa é a prova que não é só nos têxteis que nos temos de pôr a pau. Cada vez há mais capital em terras asiáticas (eles deram 1,25 mil milhões de dólares pelo negócios dos computadores da IBM, metade do qual em “cash”!)...

Como eu dizia, em tom de brincadeira (por ora), este fim-de-semana em conversa com alguns amigos: o melhor é começarmos a falar chinês. Há que precaver o futuro! (suspiro…)

Abraço forte.

RE: Concorrência chinesa (XI)

Caro Amigo

O textil é apenas o exemplo da discussão... o principio é aplicável a todos os produtos, porque todos sem excepção têm maior ou menor incorporação de mão de obra.
Sabias que uma empresa Chinesa de computadores, cujo nome ainda não fixei, mas vou (vamos) ter de fixar, comprou as divisões da IBM de PC's e portateis e junto com a tecnologia comprou a MARCA, tornando-se assim a 5ª maior empresa de computadores do mundo?
Que tal para os produtos de maior valor acrescentado...?
Não se iludam, o mundo aguentou nas decadas de 50 e 60 o crescimento do Japão com um percurso muito identico, mas o da China não vai aguentar.
(Carlos Afonso)

RE: Concorrência chinesa (X)

Nossa cultura neo-liberal, Carlos? Mas nossa, de quem? É que dos portugueses não é com certeza. Hoje em dia usa-se o epíteto “neo-liberal” de uma forma pejorativa. Eu sou, de facto, a favor da livre concorrência. Acho que o liberalismo económico permitiu o desenvolvimento e enriquecimento dos que hoje são os países mais avançados. Mas claro, não há bela sem senão.

Bem sei que os chineses são um “perigo” para nós, europeus. Trabalham muito mais horas que nós, recebem muito menos, têm muito menos regalias sociais, são em muito maior número e, não despiciendo, são capazes de morrer pelo seu país, sem pensar duas vezes (basta olhar para o exemplo dos seu vizinhos kamikazes). As contas que fazes estão absolutamente correctas, mas se calhar depois nós desviamo-nos é nas conclusões a tirar desses números. Tu pensas que a melhor forma é usar medidas proteccionistas. Eu acho que o melhor é mudar de produção. Esquecer o têxtil, porque tem de se assumir que é impossível competir hoje em dia com os países asiáticos, e investir noutras coisas, produzir artigos e serviços de maior valor acrescentado, onde o factor “mão-de-obra” seja menos importante.

RE: Concorrência chinesa (IX)

Não te esqueças que a mão de obra é apenas um dos muitos custos de produção. A china leva vantagem nesse campo obviamente. Mas nos outros não leva concerteza.
Importa saber explorar isso.

O Proteccionismo historicamente nunca deu vantagens competitivas a nenhum pais com excepção dos Estados Unidos (por razões muito concretas e limitadas no tempo e também pelo facto dos EEUU ser o único país de ter no mundo a chamada Economia Continental) por isso não estou a ver qual será a vantagem que daí poderá advir.
Teria graves custos sociais, eu sei. Mas esta discussão é académica e está a ser tida em termos macro por isso No Pain No Gain.(Zema)

RE: Ainda a morte do Cunhal (V)

Cuidado corajosos amigos Fernando e Faber, ainda sereis acusados de neofascistas....
(Carlos Afonso)

RE: Concorrência chinesa (VIII)

Pois bem, já estava à espera... o conceito de livre concorrência está demasiado enraizado na nossa cultura neo-liberal, mas convido-te a um pequeno exercício Fernando:

Horário de trabalho na China: 12H diárias @ 6 dias / semana (minimo)
Custo diário médio de um trabalhador chinês: 4 USD / Dia
logo ; custo hora = 4USD/1.2 = 3.33 EUR/dia = 0.28 EUR/ hora

Horário de trabalho em Portugal: 8H diárias @ 5 dias / semana (com férias, feriados, mas esqueçamos os peanuts)
Vencimento mensal médio de um trabalhador Portugues: 450EUR/mes = 20.45 EUR/dia = 2.55 EUR/Hora

Racio: 2.55/0.28 = 9 para 1

Com produtos texteis, de elevada componente de mão de obra, alguem acha possível competir com esta gente? Não esqueçam que na China não há greves, os custos de segurança social são irrisórios, há uma organização muito bem montada, estatal, para exportar todos a produção para o exterior, CE à cabeça.

pensem positivamente, se esta análise fosse feita na Alemanha ou na França, o racio seria mais de 20 para 1... pobre Europa
(Carlos Afonso)

17.6.05

Líderes europeus dramatizam riscos de fracasso nas negociações orçamentais

O dia de hoje é dedicado ao orçamento e o pessimismo é dominante. Poderá a cimeira prolongar-se para amanhã?
Vários líderes da União Europeia (UE) endureceram ontem posições nas negociações sobre o quadro orçamental plurianual comunitário de 2007 a 2013, agravando o ambiente pessimista sobre as possibilidades de conseguirem um acordo durante o dia de hoje.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?id=25896&sid=2854

Comentário: É muito provável que não se chegue a qualquer acordo, hoje, para o Orçamento europeu. O Reino Unido não abre mão do “cheque britânico” e a Holanda deseja baixar a sua contribuição líquida (este é o país que tem a maior contribuição líquida – saldo entre o dinheiro que dá e o que recebe –, e esta exigência de abaixamento tornou-se ainda mais amplificada com a recusa do Tratado Constitucional neste país). Vai ser muito difícil negociar um acordo nesta cimeira, por isso.
Penso que o que é mais triste, no entanto, é esta situação: o Orçamento representará 1,06% da riqueza total dos 25 países, tendo sido a proposta inicial da Comissão de 1,21%. Desta proposta reduziram-se algumas políticas comunitárias, e a que foi mais reduzida (em 40%) foi a ligada à “estratégia de Lisboa”, relativa ao aumento da competitividade económica europeia. Baixa-se o investimento na tecnologia e investigação, e investe-se na agricultura. Assim segue a Europa.

RE: Ainda a morte do Cunhal (IV)

Responderia ao caro José Marques reproduzindo precisamente o que eu disse a propósito do Cunhal:Respeito a vida de qualquer ser humano e lamento sempre a morte, sendo ambas as duas circuntâncias que me ligam a todos eles ---- neste caso são as duas únicas coisas que me ligam ao Cunhal e ao Salazar. Basta isto para responder!Respeito homens de carácter perseverante e rectilíneo, ainda que em segmentos divergentes e contraditórios aos que perfilho --- aplica-se exactamente ao Salazar, por que não?
Cunhal foi um homem que dignificou a luta contra o comunismo, felizmente lograda, por ser um líder combativo, o que exigiu adversários de qualidade e poíticas de qualidade para o derrotar --- aplica-se exactamente ao Salazar e aos seus adversários: a perseverança (neste caso moribunda, como até disse) dele dignificou a valorizou a luta - designadamente a do Cunhal - dos denominados anti-fascistas.

De resto, o "sentimento" só muda em função do papel mais ou menos interventivo que cada um teve na história. Sem dúvida que Salazar é uma figura histórica de maior peso no Séc. XX do que o Cunhal, assim como o Hitler o é em relação ao primeiro... isso tem a ver com os factos, não com simpatias.

Falando de simpatias, creio serem ambas figuras deploráveis...Alguma dúvida?
(Faber)

RE: Concorrência chinesa (VII)

Isto daria pano para mangas. Mas podemos considerar, penso que aí concordarás comigo, que ambos são partidos de centro, sendo o PS um partido mais à esquerda e o PSD um pouco mais à direita no espectro político. É curioso, no entanto, que o PS tem mais “orgulho” em dizer que é de esquerda, e de uma maneira geral o PSD é mais timorato ao afirmar que é de direita. Penso que ainda são as rememorações do Estado Novo a infligir na memória colectiva.

RE: Ainda a morte do Cunhal (III)

Essa pergunta é complicada de responder. E é complicada porque o Salazar esteve quatro décadas à frente dos destinos do nosso país, e a marca que ele deixou não pode ser esquecida. É de facto complicado generalizar esse tal “respeito” de que escrevia o Faber (e que eu assinei por baixo) sem esquecer a circunstância subjectiva da pessoa em questão.

De uma maneira geral, no entanto, eu “respeito homens de carácter perseverante e rectilíneo, ainda que em segmentos divergentes e contraditórios aos que perfilho”. E, também de maneira geral, eu abomino ditaduras e restrições de liberdade. Penso que para bom entendedor…

RE: Concorrência chinesa (VI)

O PS não é um partido de esquerda. Tal como o PSD não é uma partido de Direita.

Infelizmente que há uma grande crise de identidade nestes dois partidos. Andam a tentar-se encontrar…
(Zema)

RE: Ainda a morte do Cunhal (II)

Fernado e Faber,
Faber porque escreveu e Fernando porque assinou:

“Respeito homens de carácter perseverante e rectilíneo, ainda que em
segmentos divergentes e contraditórios aos que perfilho.”

Posso depreender que o sentimento que perfilham pelo Álvaro Cunhal é exactamente o mesmo que têm pelo António de Oliveira Salazar? OU há diferenças…?(Zema)

RE: Concorrência chinesa (V)

Penso que a conclusão que tiras, Lança, não corresponde à minha verdadeira opinião. Talvez eu não me tenha explicado da melhor maneira. De qualquer forma, eu falei num Bloco Central para rever a Constituição, o que inclui PS+PSD, que como sabes são os partidos nos quais, desde há muitos anos atrás, cerca de 75% da população portuguesa vota. Isso é "tendência de ditador" ou de democrata? Reafirmo, e podes confirmar no e-mail que enviei anteriormente, que eu nunca falei num “plano da direita”, a menos que não consideres o PS um partido de esquerda…

A 2 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição da República Portuguesa pela Assembleia Constituinte, a qual garantia os direitos fundamentais de uma democracia, apesar de manter a nível económico muitos resquícios do PREC. Era uma constituição claramente de esquerda. Apesar das suas seis revisões (sublinho a especial importância da revisão de 1982 que acabou com o Conselho de Revolução e, especialmente, a revisão económica de 1989 que permitiu a existência de uma verdadeira economia de mercado – 15 anos após o 25 de Abril!), todas a “puxarem” necessariamente o dito texto para a direita, ainda faltam fazer algumas alterações para o país poder, verdadeiramente, evoluir. Modificar o texto sem ser pelo Bloco Central poderia ter efeitos muito nocivos para o país.

RE: Concorrência chinesa (IV)

1)Portanto, no teu primeiro parágrafo queres dizer que apesar da vontade do povo português (que votou mais à esquerda) deve ser a direita a resolver a vida de Portugal apenas porque achas que o melhor plano vem da direita?
Isso, Fernando, são tendências de ditador. J
O Povo é que manda. Deixai os partidos, nas proporções em que estão representados na assembleia, decidir a nossa vida. E não os partidos que “deviriam estar” decidir. Qualquer dia aparecem aí uns monárquicos a dizer que apesar das votações ridículas nestes, estes é que deviam decidir o rumo a seguir pelo país! LOL!
Revisão à constituição, sim. Mas pelos partidos nos quais o povo português votou, e não nos que alguns de nós achamos que deviam ter sido os mais votados!

2) nem mais...apesar de andar agora apertado com os trabalhos para a pós-graduação e achar que não fazia mal nenhum alargar prazos!! LOLOL!! ;)
(Lança)

16.6.05

RE: Ainda a morte do Cunhal (I)

Esta mensagem do Faber só me dá vontade de dizer uma coisa: graças a Deus que ainda há pessoas politicamente incorrectas!

Sinto a obrigação de sublinhar a corajosa clarividência demonstrada pelo Faber nesta sua análise. Assinaria por baixo este escrito, com duas ou três idiossincráticas intercorrências:

a) Sublinharia a verticalidade, integridade e coerência do defunto, relembrando sempre a sua "impostura democrática";
b) Lembraria a sua importante luta contra a ditadura de Salazar;
c) Lembraria que a sua importância no PREC o responsabiliza também pela má situação económica do país desde 1974 e pelos nosso baixos níveis de desenvolvimento (11 de Março, nacionalizações, horror aos empresários “capitalistas”, horror à ”riqueza” – neste aspecto a bofetada dada por Champalimaud a todos os seus “camaradas” foi genial, e demonstra que a criação de riqueza deve ser um bem inestimável da sociedade, o qual deve ser acarinhado por todos);
d) Sublinharia que o também defunto “companheiro Vasco” foi claramente a marioneta conduzida pela mão de Cunhal (apesar do antigo Primeiro Ministro dizer, num acto demonstrativo da sua total demência de fim(?) de vida, que não tinha qualquer ligação ao PC!);
e) Sublinharia também que Portugal estava hoje muito melhor, se a “revolução de Abril” tivesse sido feita “à espanhola”.

Nada de novo, portanto, em relação ao que Faber disse. Mas fica o reforço (pela redundância) das suas ideias, que compartilho.

Ainda a morte do Cunhal

Ainda sobre a morte do Cunhal, depois das imagens pitorescas que vi a propósito das exéquias fúnebres do, em boa hora, malogrado ditador comunista ou, se quiserdes, democrata impostor, não posso deixar o de emitir o seguinte comentário:
Respeito a vida de qualquer ser humano e lamento sempre a morte, sendo ambas as duas circuntâncias que me ligam a todos eles.
No caso, as únicas!
Respeito homens de carácter perseverante e rectilíneo, ainda que em segmentos divergentes e contraditórios aos que perfilho.
Cunhal foi um homem que dignificou a luta contra o comunismo, felizmente lograda, por ser um líder combativo, o que exigiu adversários de qualidade e poíticas de qualidade para o derrotar.
Portugal ganhou com isso. Nessa medida, não foi um perdedor, como alguns pretendem.
Portugal perdeu foi com a perniciosa "manu militari" da facção que propagou, perdemos todos quando a luta se encobriu no coldre do 25 de Abril, esse famigerado golpe de estado armado comunista, que alguns, politicamente menos correctos ou menos comprometidos, como é o meu caso, já vão abertamente lamentando.
Não é de lamentar o objectivo da revolta em questão, que não era novo, apenas é de lamentar ter sido necessário esse desiderato chegar às mãos de quem chegou, com os resultados que agora - 30 anos depois - mais não se conseguiram esconder: uma profunda crise económica e financeira das instituições básicas Estado, empresa e família.
O 11 de Março de 75 e as nacionalizações que trouxe, foram a machadada final nesse sentido, arruinando todos os grupos económicos fortes indispensáveis a qualquer economia, especialmente naquela altura, o que agora se paga caro.
Aqui invoco Vasco Gonçalves, um mero agente do PC e de Cunhal, que foi a cara das nacionalizações, figura altamente prejudicial para o país, que nem uma lápide deveria merecer dos nossos impostos.
Lamentavelmente, repito, não soubemos sair do moribundo, sombrio e retrógrado Estado Novo - ainda mais indigno que dois 25 de Abris - duma forma democraticamente legitimada, sem rupturas ofegantes e irracionais. Quem o soube fazer (invoco, como muitas vezes o faço, o exemplo Espanhol) tem os resultados à vista.
Afinal, a história, sem preconceitos, encarregar-se-á de explicar os famosos 20 ou 30 anos de atraso de Portugal face aos países mais desenvolvidos da Europa. É certo que esse atraso já existia - e se calhar até era maior - no Estado Novo, mas o certo é que se mantém e até se está a agravar...
Tenho dito.
(Faber)

RE: Confronto entre França e Reino Unido ameaça de fracasso cimeira europeia (II)

O facto dos EUA também terem medidas proteccionistas não altera a minha posição. Eu também sou contra essas medidas americanas. Eu tenho pena é que a União só se consiga manter competitiva através deste sistema que, visto de uma forma global (somos 6 mil milhões de seres humanos, deveríamos pensar no conjunto, por mais demagógico que isso possa parecer), é profundamente injusto.

Quanto às cotas, isso então mete-me confusão. Mas é o problema da Europa. O excesso de legislação e de controlo, o querer centralizar todas as matérias, o querer controlar tudo o que se faz. O individualismo/capitalismo americano tem mostrado dar muito mais resultado do que o centralismo europeu (já para não falar do falido “modelo social europeu”).

RE: Concorrência chinesa (III)

Uma revisão da Constituição feita por partidos comunistas seria um retrocesso sem igual no nosso país. A nossa situação actual deve-se, em grande parte, ao tempo do PREC, e ao facto de termos uma Constituição em que ainda se fala em “abrir caminho para uma sociedade socialista” (preâmbulo do documento). O BE e o PCP pretendem ir por essa via, o que seria um retrocesso incomensurável na nossa sociedade. Por isso, penso que o melhor é propor um Bloco Central para rever os anacronismos ainda presentes na nossa Constituição.

Quanto aos proteccionismos, esses são meros paliativos que apenas vão enganando a doença, ao mesmo tempo que condenam à morte os povos mais débeis. Se há 15 anos se tivesse começado a preparar a abertura dos mercados, como se prometeu na altura, não estávamos agora a gritar “Ó da guarda” à entrada dos produtos chineses. Isto é como os meus alunos, que agora nos últimos dias para entrega dos relatórios dos trabalhos práticos, me diziam: “Não é possível, são muitos trabalhos, muitos prazos a cumprir agora, dê-nos mais uns dias!”. Inflexível como sou :), logo lhes disse: “Porque não se lembraram disso quando vos apresentei os trabalhos… há dois meses atrás?! Dar-vos mais um prazo seria apenas um paliativo, seria adiar esta discussão que estamos a ter mais uns dias…”.

RE: Fusão autárquica não entusiasma (II)

Tachos? Francamente! :)

Um tacho implica uma remuneração sem o correspondente trabalho inerente.

Estes presidentes de junta ganham misérias…
Não dá para pagar o gasóleo utilizado entre casa e a junta.
E as chatices que dá estes lugares? É porque o camião do lixo não passou, deixaram a tampa aberta, a vala que está suja, o carteiro quie se atrasa. Estes ouvem de todos e sobre tudo!

Não se é presidente de junta das pequenas freguesias pelo tacho. É pelas pequenas vaidades de dizer “Eu é que sou o Presidente da Junta!”

Não pense que há só 1 ou 2 Tinos de rãs.

O Tino é o nosso reflexo no rio!
(Zema)

RE: Fusão autárquica não entusiasma (I)

Ó Fernando! Francamente!!
Se acabarem com isto, onde é que um gajo pode arranjar tachos??
LOL!!

Abraços(Lança)

RE: Concorrência chinesa (II)

Só uma coisa rápida.

Acho que a ideia da revisão da constituição não é uma ideia descabida. Agora pensar que deva partir de um “pacto de regime entre as forças políticas credíveis do País (PS+PSD e talvez PP)” quando o PP nas ultimas eleições ficou atrás da CDU e quando o bloco de esquerda se apresenta com um crescimento de eleitorado bastante acentuado, não posso deixar de mostrar o meu desacordo total.

E apenas outra coisa, ao contrário de ti acho que são precisamente as acções que o Fernando expôs que podem salvar o nosso sector têxtil. Ou então reduzir os ordenados ao nível dos chineses...:))
Mas isto não invalida de modo algum uma mudança urgente e que é necessária de toda a nossa maneira de estar na vida. Os portugueses estão deitados à sombra da bananeira há séculos. É altura de percebermos que os descobrimentos e a exploração das nossas colónias já acabaram.

Abraços!
(Lança)

RE: Confronto entre França e Reino Unido ameaça de fracasso cimeira europeia (I)

99.99% de acordo

Uma pequena nuance, os EEUU também eles têm politicas proteccionistas da sua agricultura.

Não me enoja que haja subsídios há agricultura, não concordo mas não me enojo, porque assim a agricultura europeia consegue manter-se competitiva, o que faz que não haja fuga de divisas para o exterior à custa de um aumento das importações.

Pessoalmente faz-me muito mais confusão haver a subsídiação das famosas cotas onde há agricultores que recebem para não produzir e outros que pagam porque produziram de mais.

Enquanto nos restantes sectores se fala de produtividade, na agricultura é exactamente o contrário. Já para não falar nos países que sofrem de Fome crónica ( mas isto já é damagogia e não quero entrar por aí)
(Zema)

Confronto entre França e Reino Unido ameaça de fracasso cimeira europeia

A reunião de hoje e amanhã em Bruxelas é daquelas onde tudo pode correr mal. O confronto entre Tony Blair e Jacques Chirac ainda pode deitar a perder um acordo sobre o orçamento da União Europeia. À crise da ratificação do Tratado Constitucional somar-se-ia outra crise. A única ideia que parece ganhar consenso é a de que a Europa precisa mesmo de uma "pausa para reflectir".
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=16&uid=&id=25722&sid=2836

Comentário: A França quer que o Reino Unido deixe de receber o “cheque”. Londres acha que deve continuar a receber o “cheque”. Mas tudo isto parte de uma das piores políticas da União Europeia: a Política Agrícola Comum (PAC). Mas comecemos pelo princípio.
A PAC “come” 46% (sim, quase metade!) do “bolo” orçamental da UE. E todo esse dinheiro apenas se destina a 4% da população europeia (com este tipo de políticas os líderes europeus admiram-se dos cidadãos votarem contra Tratados Constitucionais e quejandos? E admiram-se que os EUA vão investindo na ciência, na investigação, na tecnologia, e assim vão progredindo, enquanto a Europa se preocupa quase exclusivamente com o sector agrícola…). Prosseguindo. A Sra. Margaret Thatcher, em 1984, Primeira-Ministra de um país que contribui largamente para o Orçamento europeu, logo para a PAC, não estava satisfeita com esta mesma PAC, porque o Reino Unido não recebia nada daí (e na altura a Política Agrícola “comia” 70% do orçamento!). Acrescente-se que um quarto do dinheiro da PAC vai para a França (um dos países mais ricos da UE…). Devido a esta política de distribuição orçamental claramente injusta, a Sra. Thatcher exigiu que a França desse algum dinheiro para o Reino Unido (o famoso “cheque britânico”), para o ressarcir dos prejuízos. Agora Chirac não quer continuar a pagar o cheque a Tony Blair. Mas quer manter a PAC até 2013…
E assim, com as “tricas” entre os países ricos da UE a ocuparem as reuniões do Conselho Europeu, os cidadãos europeus vão-se afastando dos seus líderes. E a UE vai, devagarinho, definhando. A “pausa para reflectir” é, por isso, urgente e recomenda-se.

15.6.05

Fusão autárquica não entusiasma

Um investigador lembra que a cidade de Copenhaga tem três ou quatro câmaras municipais. Os presidentes da Anafre e ANMP acham que António Costa tem as prioridades trocadas
A proposta do ministro da Administração Interna, António Costa, para fundir freguesias e municípios com menos de mil eleitores foi recebida com reticências entre alguns dos especialistas e responsáveis do poder local ouvidos pelo PÚBLICO.Fernando Ruivo, coordenador do Observatório dos Poderes Locais foi um dos que se mostrou muito crítico em relação à proposta do ministro, aproveitando para fazer "uma perspectiva comparada" com o cenário europeu. "As nossas autarquias já são muito grandes e em pequeno número quando comparadas com as de outros países. As comunas francesas e italianas rondam o tamanho das nossas freguesias e cidades capitais como Copenhaga têm três ou quatro câmaras municipais", afirmou ao PÚBLICO.

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=15&uid=&id=25579&sid=2821

Comentário: Esta proposta do Ministro da Administração Interna vai no bom sentido. Haverá alguma lógica em manter freguesias com apenas 39 eleitores recenseados (exemplo de São Bento de Ana Loura, em Estremoz)? É um desperdício de dinheiro, e não traz qualquer vantagem. Racionalizar, equilibrar, centralizar o que não necessita de estar disperso, para melhor gerir e administrar. Deve ser esta a lógica presente na fusão autárquica proposta por António Costa.

14.6.05

RE: Concorrência chinesa (I)

Envio abaixo um e-mail para o Fórum do Carlos Afonso.

Devo acrescentar que, apesar do tamanho, vale a pena ler com atenção. Por falta de tempo não poderei responder já a este e-mail, até porque ele merece uma análise mais cuidada, mais reflectida e mais rigorosa. Responderei ponto a ponto dentro de dias, e mais tarde voltarei a ele. Penso que está aqui um excelente intróito para um “Programa de Governo” :) a ser complementado pelos restantes membros do Fórum. Proponho um “Programa” que possa ter propostas contraditórias entre si (desde que bem explícitas no texto), com o propósito de demonstrar que haverá muitas propostas defendidas por todos os quadrantes ideológicos, enquanto noutras serão totalmente claras as dissensões doutrinárias. Acho que poderá ser um exercício interessante.

Carlos Afonso, obrigado por teres dado o pontapé de saída!

Abraços

De: Carlos Afonso
Caros participantes do forum, e em especial caro Fernando

Apesar de normalmente concordar contigo nos teus comentários, desta vez não posso deixar de assinalar a minha discordância profunda, neste assunto que considero como um desafio ao que os americanos chamam, e muito bem, de "our way of life". Este conceito, infelizmente, não existe na Europa como um bem comum a salvaguardar, ao contrário do que se passa nos EUA, onde (pasme-se) é um conceito tão importante quanto isto: se considerarem que o seu modo de vida está ameaçado, é razão para jovens estarem dispostos a lutar (e morrer) por ele. Exagero? Talvez, hoje o mundo, ou melhor dizendo, a Europa, é um oasis de paz e sã convivência entre os povos, com um processo de construção Europeia em pleno curso e com as desigualdades politicas, religiosas e sociais cada vez mais ténues...
Não se enganem... vivemos nestes dias uma encruzilhada histórica, da qual podemos derivar para um futuro negro que nenhum de nós julga ser possível, mas pode muito bem vir a suceder.
Os primeiros sinais visíveis do descarrilamento do comboio Europeu já apareceram, e aquilo que já considerávamos como adquirido (por exemplo a moeda unica) podem vir a desaparecer. As tensões internas dentro dos países da própria EU são cada vez mais visíveis, economias estagnadas, mesmo as tão outrora poderosas como a Alemã, a Francesa e mesmo a da nossa vizinha Espanha, sufocadas pelos custos insustentáveis dum estado-providência obsoleto e obeso.
As multinacionais Europeias com as Alemãs à cabeça, já estão a resolver bem os seus problemas, com uma deslocalização maciça para a China e agora também para os países da antiga Europa de Leste. Mas os custos sociais destas medidas serão insuportáveis para os Europeus, o desemprego continuará a subir, a produção industrial Europeia a baixar, e a inflação seguirá estável, artificialmente mantida com produtos de baixo custo vindo do sudoeste Asiático.
Soluções para esta crise continental, haverá concerteza muitas, e sobretudo pessoas bem mais credenciadas do que nós para as propor e implementar, mas de qualquer forma, proponho 10 para a Europa e 10 para Portugal, e convido os participantes a acrescentarem as vossas à lista. Só espero não levar muito na cabeça aqui dos digníssimos participantes do forum.

EUROPA

1) Suspensão imediata do comboio Europeu, seguida de período de nojo para que as cabeças pensantes do continente, tenham tempo de assimilar as recentes sinais do eleitorado Francês e Holandês, e sobretudo, para iniciar um debate profundo em cada Estado Membro sobre até onde a Europa poderá e deverá ir.
2) Suspensão de novas adesões à comunidade, até haver uma verdadeira consolidação e integração de todos os estados membros
3) Reforçar os poderes do Parlamento Europeu e extinguir a Comissão Europeia; Constituição de um governo Europeu eleito pelo Parlamento com uma estrutura minesterial com verdadeiro poder decisório, absorvendo os poderes da comissão.
4) Criar um Senado Europeu que funcione como mecanismo de controle ao governo Europeu, com um senador por Estado-Membro, eleito por eleições directas.
6) Suspensão dos fluxos migratórios para dentro da comunidade e regulamentação feroz dos vistos pseudo-turisticos para países do terceiro mundo, com especial ênfase para a China e Magreb (na Europa em geral) e para as Ex-colonias (ou se quiserem, os paises de expressão Portuguesa) em particular
5) Imposição de barreiras alfandegárias a países fora do espaço Europeu, determinadas com base numa matriz import-export com cada um dos países, onde o saldo seja, dentro do possivel e pelo menos, zero
7) Negociação a nível de EU de uma harmonização fiscal entre os países da União Europeia, com especial relevância nos impostos sobre o consumo
8) Término das cotas de produção dentro da EU
9) Criar um sistema Europeu de gestão de energia, para racionalizar os recursos do continente, com especial ênfase para a água, que será um dos bens mais preciosos deste século
10) Negociar com os EUA para conseguir o Eurodolar, uma moeda unica a nível mundial

PORTUGAL

1) CONSTITUIÇÃO; Alterar a constituição. É imprescindível um pacto de regime entre as forças políticas credíveis do País (PS+PSD e talvez PP) para reformular toda a estrutura da segurança social, e revogar o conceito constitucional dos direitos adquiridos da função publica, entre outros legados pós-revolucionários, para então começar a verdadeira reforma
2) FUNÇÃO PUBLICA; No seguimento da anterior, fazer uma verdadeira revolução no que diz respeito a toda a estrutura da função publica, harmonizando os regimes de trabalho, os vencimentos, os processos de avaliação, a estrutura de reformas, etc, que tornam a função publica como um estado dentro do proprio estado
3) ENSINO; Reforma do sistema de ensino, limitando ferozmente as vagas, publicas e privadas, nos cursos para ensino e outras áreas de pouca ou nenhuma saida, e reactivando uma das maiores riquezas perdidas de Portugal, que são os cursos tecnico-profissionais de onde sairam as poucas pessoas que ainda hoje são o motor dos sectores produtivos.
4) CRIMINALIDADE E JUSTIÇA; Combate feroz à crescente onda de insegurança no País; endurecimento das leis e sobretudo, alteração do sistema legal; criação de um nível unico de justiça, e por cima apenas um (verdadeiro) tribunal de relação, para acabar com os recursos consecutivos e com as prescrições; instauração da pena perpétua.
5) AMBIENTE; Combater os terroristas ambientais; simultaneamente aumentar o controle sobre contaminações ao meio ambiente, implementar um programa de utilização de materiais reciclados e, mais importante, retirar o poder que têm as pseudo-organizações ambientais que ganham fortunas com estudos de impacto ambiental e paisagistico que atrasam dramaticamente os investimentos que tanto fazem falta ao país
6) ESTADO; Reduzir as despesas correntes do estado; unificar institutos, reduzir mordomias, racionalizar efectivos, deslocalizar efectivos através de incentivos, programas de integração de funcionários publicos no sector privado, etc.
7) INDUSTRIA; Criar um programa de incentivos à Industria, com um acompanhamento criterioso feito por uma unica entidade fiscalizadora, resultante da fusão da míriade de institutos e organizações governamentais que proliferam no nosso país.
8) FISCO; Combate efectivo à fraude fiscal, eliminação do segredo bancário e cruzamento intensivo de dados para avaliar com rigor os sinais exteriores de riqueza dos Portugueses. Inclui a revogação dos previlégios fiscais das instituições bancárias
9) ENERGIA; Reduzir a dependência de energias fósseis; massificar a utilização de energias renováveis, com especial incidência para a Hídrica, Eólica e Solar; incentivos fiscais à utilização de paineis solares nas habitações, massificar os geradores éolicos com utilização de terremos do estado com licenças a muito longo prazo, reactivar Foz Coa; Criar um programa de energia nuclear como um desígnio nacional.
10) MENTALIDADE; O mais dificil de fazer... conseguir que com o tempo, voltemos a acreditar em Portugal, na capacidade dos Portugueses, historicamente provada e recentemente vilipendiada; utilização do conceito de excelência como padrão mínimo em tudo o que fazemos e, que deveremos ensinar aos nossos filhos

fico à espera dos vossos comentários
(Carlos Afonso)

RE: Morreu Álvaro Cunhal (V)

Ditadura Comunista não tem nada de forte…

Basta lembrar o cerco à constituinte

Apesar de tudo, e por ele já morreu:

Como todos os cavalos, o Cavalo Branco morreu de pé!
(Zema)

RE: Morreu Álvaro Cunhal (IV)

Hoje vivemos, felizmente, em democracia, e admito que foi também graças a Cunhal (já o tinha frisado). Mas reforço que ele foi importante no derrube da ditadura salazarista, e não tanto na instauração da democracia (repara que ainda hoje o PCP acha que a Coreia do Norte é uma democracia…).

O sonho dele, como dizes, até pode ser muito bonito. Mas, além de uma utopia irrealizável, é um devaneio muito perigoso. A prova está em todos os regimes comunistas que existiram (e ainda existem) por esse mundo fora.

RE: Morreu Álvaro Cunhal (III)

boa resposta. Mas o termo ditadura trás consigo um significado forte demais. Acho que Cunhal era uma excelente pessoa. Prefiro pensar que tinha um sonho bonito demais para poder ser aplicado a uma sociedade humana. Digo isto muito sinceramente, e como sabes quero ser rico, quero ter direito à minha indivualidade, etc, por isso não concordo com Cunhal, mas admiro-o...muito.E mais. Temos que admitir que é muito graças a ele que somos hoje um pais democrático.
(Lança)

13.6.05

RE: Morreu Álvaro Cunhal (II)

Muito honestamente, não me parece que “ditadura comunista” seja nada forte. Por isso mantenho exactamente as mesmas palavras. Apetece até relembrar o célebre debate Soares/Cunhal, em que ao ataque de Soares (a dizer exactamente o que eu disse…) respondeu Cunhal com um “olhe que não, olhe que não”…

Cunhal era um verdadeiro comunista leninista. Manteve sempre os seus ideais até ao fim. Os partidos comunistas europeus foram evoluindo (no que o comunismo pode evoluir), mas o PCP português manteve-se fiel à União Soviética e ao Leninismo até ao fim (mesmo após o fim da URSS e a queda do Muro de Berlim). O regime pós-Revolução bolchevique – em especial com Lenine e Estaline – era, de facto, uma ditadura comunista. E Cunhal nunca negou querer instaurar um regime soviético desse tipo em Portugal. Felizmente que a maioria do povo português não desejou esse modelo.

Cunhal foi, como dizia anteriormente, um homem coerente, de facto. O futuro se encarregará de ditar o destino que terá o seu nome nos próximos volumes da História de Portugal. Esta coerência será, certamente, vista de uma de duas destas formas: como uma atitude de conformidade ideológica, ou então como uma atitude de pura cegueira política.

RE: Morreu Álvaro Cunhal (I)

Um grande homem.
Um grande intelectual.
Um grande artista.
Uma grande perda. Fiquei chocado.

Só mais uma coisa. “Ditadura Comunista” parece-me um bocado forte..

Abraço forte.

(Lança)

Desalojamento de 200 mil zimbabweanos é "desumano"

O arcebispo da Igreja Católica de Harare, Robert Ndlovu, classificou ontem a política do Governo do Zimbabwe de demolir casas "desumana". Durante as duas últimas semanas, o Executivo de Harare lançou a operação Murambatsvina (literalmente, limpeza da imundice) que deixou, segundo a ONU, 200 mil zimbabweanos desalojados. O Governo de Mugabe diz que a operação tem como objectivo acabar com as casas e mercados ilegais na capital, Harare; a oposição e grupos de direitos humanos garantem que este é um castigo para quem votou contra o partido de Mugabe. "Tendo em conta que esta é a estação de Inverno, sentimos que foi mesmo desadequado", disse o arcebispo à BBC.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=13&uid=&id=25384&sid=2794

Comentário: O trabalho do ditador Mugabe prossegue a bom ritmo. Depois de roubar os terrenos aos brancos, acabando assim com a economia do Zimbabwe, o autocrata resolveu “limpar a imundice” ou, por outras palavras, resolveu desalojar quem não votou nele. Talvez o seu objectivo seja cultivar uma “democracia pura” no seu país, sem qualquer “imundice”...

Morreu Eugénio de Andrade

O poeta Eugénio de Andrade morreu hoje, no Porto, aos 82 anos, vítima de doença prolongada, disse à Lusa fonte da Fundação Eugénio de Andrade.
O poeta morreu às 03h30, em sua casa, no Porto. Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, nasceu a 19 de Janeiro de 1923 na Póvoa de Atalaia, Fundão, região da Beira Baixa, fixando-se em Lisboa em 1932 com a mãe.
In http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1225627&idCanal=37

Comentário: José Fontinhas, conhecido pelo seu pseudónimo Eugénio de Andrade, um dos poetas mais “internacionais” portugueses (a sua obra é a segunda mais traduzida, logo a seguir a Pessoa), deixou-nos também hoje, aos 82 anos. A melhor despedida será a dada pelo próprio:
Adeus

Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou, se preferes, minha boca nos teus olhos
carregada de flor e dos teus dedos;

como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve - e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.

Como se a noite se viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
Digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde teu corpo principia.

Como se houvesse nuvens sobre nuvens
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou, se preferes, a tua boca clara

singrando largamente no meu peito."

Morreu Álvaro Cunhal

Álvaro Cunhal, o líder histórico do PCP, faleceu hoje de madrugada, aos 91 anos, anunciou o Partido Comunista Português.
Em comunicado, o Secretariado do Comité Central do PCP informa "com profunda mágoa e emoção" a morte do antigo líder dos comunistas, que deixou o cargo de secretário-geral em 1992.
In http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1225625&idCanal=27

Comentário: Depois da morte de Vasco Gonçalves, anteontem, faleceu hoje de madrugada mais um “lutador anti-fascista”. Cunhal ficará na história do século XX português como um incansável combatente contra o regime salazarista, e como o mais crente comunista português. Ajudou a instaurar a democracia por acaso, pela ajuda que deu ao derrube do Estado Novo. Felizmente que os seus intentos – a criação de uma ditadura comunista em Portugal, ao estilo soviético – não foram atingidos, embora o carácter socialista da nossa Constituição (ainda presente apesar das imprescindíveis revisões que o texto sofreu), em grande parte responsável pela nossa situação actual, seja devida aos dois homens que faleceram nos últimos dias. De qualquer forma fica a memória da verticalidade e coerência de ambos (Vasco Gonçalves e Cunhal). Foram um marco do século XX português.

12.6.05

G8 perdoa a dívida de 18 países pobres, na maioria africanos

Os ministros das Finanças dos estados mais industrializados do mundo chegaram a um acordo histórico no valor de 32.700 milhões de euros
Os países mais ricos do mundo concluíram ontem em Londres um acordo histórico para perdoar a dívida de 18 dos estados mais pobres, 14 dos quais africanos. O compromisso anunciado ao princípio da tarde pelo primeiro-ministro do Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, que é nesta altura o presidente da União Europeia (UE), faz parte de uma campanha conduzida pelo Governo britânico no sentido de libertar a África subsariana da pobreza e das doenças que anualmente matam milhões de pessoas.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=12&uid=&id=25220&sid=2775

Comentário: Uma das três acções mais importantes para dar esperanças de desenvolvimento aos povos mais pobres do Mundo foi alcançada (as outras duas são o aumento da ajuda aos países com maiores carências, e a alteração das regras comerciais de forma a favorecer a entrada dos países indigentes no mercado internacional). Agora, os fundos libertados resultantes do perdão da dívida devem ser criteriosa e escrupulosamente vigiados, de forma a serem utilizados onde são precisos – na saúde, na educação e no desenvolvimento. Hoje é um dia especial para todos os povos que mais necessitam; mas é também um dia feliz e de esperança para os que, sendo mais afortunados, não se sentem completos por viverem ainda num Mundo tão injusto.

9.6.05

A "extraordinária revolução" do Governo

Acabou a mais impopular das regalias dos titulares dos cargos políticos: as subvenções vitalícias a que os deputados tinham direito após 12 anos de exercício do cargo. O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, chama-lhe uma "extraordinária revolução". "A verdade é que aquilo que se julgava um estatuto consagrado e imutável vai mesmo acabar", disse ontem, no final do Conselho de Ministros.Segundo foi aprovado, os deputados que venham a completar 12 anos de serviço parlamentar até ao fim da legislatura podem ainda ser abrangidos pela subvenção, mas o tempo deixa de contar a partir do dia da entrada em vigor da nova lei.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=09&uid=&id=24746&sid=2723

Comentário: Subvenções vitalícias após apenas 12 anos no exercício de um cargo. Reformas de fausto, muito antes dos 50 anos, por estar pouco mais de 4 anos num dado posto. Enfim, luxos que para o “reles” Zé Povo não passam de uma utopia, de um privilégio dos afortunados. Penso que é bom acabar-se com este tipo de privilégios, apesar de ser claro, para mim, que têm sido estas mordomias que têm possibilitado a captação dos melhores quadros para o exercício de funções públicas, pois a nível de salários o privado é muito mais aliciante. Assim, findados estes luxos, como cativar os melhores? Aumentando os salários, claramente. Penso que é melhor oferecer melhores salários e acabar com estes privilégios muitas vezes “obscuros”, por uma questão de maior transparência, do que manter as coisas como estão.

8.6.05

Incêndios florestais fustigam nove distritos

Região de Tomar era ontem a mais ameaçada ao final do dia, com vários fogos activos. Circulação chegou a ser cortada na linha ferroviária do Norte e na A1, em Albergaria-a-Velha
O distrito de Santarém, onde ontem ao fim da tarde ainda estavam activos 15 incêndios florestais, foi a zona mais atingida pelos fogos que grassaram por todo o país. A Aveiro, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal e Beja, que já se encontravam no sistema de alerta amarelo, juntaram-se ontem as regiões de Lisboa e Viana do Castelo, também elas alvo de vários fogos.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?id=24626&sid=2709

Comentário: Voltaram os incêndios. Sinceramente, já cansa ver passar os anos e chegar-se sempre a isto. “Falta de meios”, “dificuldades técnicas”, “vaga de calor”. As desculpas são sempre as mesmas, os problemas sempre os mesmos, as soluções nenhumas. Entretanto o país vai ardendo, o verde transforma-se em negro. Parece que os incêndios só acabarão quando acabar a floresta em Portugal!...

Governo e oposição unem-se para impedir que o Brasil mergulhe em crise

A denúncia de que o Governo pagava mensalidades a deputados para votarem as suas propostas gerou um escândalo, o "mensalão", e a mais grave crise da Administração de Lula da Silva. Se as hipóteses de reeleição do Presidente podem ter saído prejudicadas, Governo e oposição parecem ter unido esforços para evitar a ingovernabilidade. Por Paulo de Vasconcellos, Rio de Janeiro
Governo e oposição resolveram ontem unir forças para livrar o Brasil de uma potencial crise de ingovernabilidade como a que levou à renúncia o Presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, quando, no meio de uma avalanche de denúncias de corrupção, uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) decidiu pelo impeachment.O Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu reagir à crise que se instalou no coração do Governo depois de o presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson, ter denunciado que o Palácio do Planalto pagava uma "mesada" de trinta mil reais - cerca de 9900 euros -- a cada deputado que votasse a favor das propostas governamentais.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=08&uid=&id=24514&sid=2700

Comentário: As potencialidades de um país como o Brasil são imensas, mas a endémica corrupção que grassa por aquelas bandas tem impedido o desenvolvimento do país. Pouco mais de 10 anos depois da destituição de Collor de Mello, também devido a suspeitas de corrupção, Lula da Silva pode ir pelo mesmo caminho. Será o ex-sindicalista o novo Collor?

7.6.05

Grã-Bretanha suspende referendo sobre a Constituição europeia

O Governo de Londres anunciou ontem que vai meter na gaveta a legislação para avançar com uma votação sobre o tratado europeu no Reino Unido. Vários responsáveis europeus reagiram com reservas, argumentado que esta suspensão do referendo britânico não "mata" a Constituição e remetendo para o próximo encontro europeu dos dias 16 e 17 uma decisão sobre as consequências do "não" na França e na Holanda. Mas houve quem, sem hesitar, passasse a certidão de óbito à Constituição.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2005&m=06&d=07&uid=&id=24372&sid=2684

Comentário: O habitual pragmatismo inglês. De facto, com duas “negas” à Constituição dadas por países fundadores com a importância da França e Holanda, é absolutamente natural que o Tratado esteja ferido de morte. Ainda para mais a minha crença é a de que, se continuarmos a fazer referendos, as “negas” se vão multiplicar. É uma atitude inteligente do Governo de Tony Blair, num país que, muito clara e pragmaticamente, votaria “Não” neste referendo (na última sondagem apenas 20% dos inquiridos votaria favoravelmente) … Paremos para reflectir; acho que é esta a melhor atitude a tomar agora.