28.6.06

Teixeira dos Santos desdramatiza impacte do fecho da Opel

Ministro nega que esteja quantificado número de funcionários públicos a integrar no quadro de supranumerários
O ministro das Finanças desdramatizou ontem o impacte do eventual encerramento da fábrica da Opel na Azambuja nas exportações portuguesas, apesar de admitir o seu efeito negativo. "Não sobrevalorizo o impacte que terá porque outros investimentos surgirão e os efeitos conjugados relativizarão o efeito desse hipotético evento. Em termos relativos, o impacte é nulo", disse.Teixeira dos Santos respondia a questões dos deputados Honório Novo, do PCP, e Francisco Louçã, do BE, colocadas durante uma audição na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República sobre as Grandes Opções do Plano (GOP) para 2007.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=28&uid=&id=86227&sid=9385

Comentário:
Há 2 anos atrás a Autoeuropa chegava a um acordo histórico com os seus trabalhadores. Na iminência da fábrica sair de Portugal, os trabalhadores acordaram o congelamento dos seus salários e acederam a trabalhar mais horas nos períodos de maior “aperto”, com compensação nos períodos mais calmos. Assim, perdendo certas regalias se conseguiram manter os postos de trabalho.
Nessa mesma altura, na Azambuja, os problemas eram os mesmos. Mas os trabalhadores não quiseram chegar a acordo com os patrões. Ao pedido de congelamento de salários, responderam com greves. À tentativa de flexibilização dos horários de trabalho, responderam com greves. E agora, no momento em que a fábrica da Opel se prepara para sair do país, qual foi a resposta da comissão de trabalhadores? Uma greve…
Os dois exemplos são paradigmáticos. Os sindicatos que conseguem compreender as mudanças no Mundo, conseguem salvar o que devem defender: os postos de trabalho. Os sindicatos acomodados, aqueles que não conseguem evoluir – infelizmente a maior parte – são, de facto, parte do problema. E ainda têm a desfaçatez de dizer que defendem os “interesses dos trabalhadores”…

27.6.06

Multimilionário entrega fortuna pessoal à fundação filantrópica de Bill Gates

A verba oferecida dava para construir o equivalente a 25 pontes Vasco da Gama
O multimilionário americano Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, vai doar a maior parte da sua fortuna pessoal à fundação filantrópica dirigida por Bill Gates e a sua mulher Melinda. De acordo com uma carta enviada ao casal Gates e divulgada no website da Berkshire Hathaway - o colosso industrial e financeiro liderado por Buffett -, a fundação vai receber 10 milhões de acções daquela empresa, com um valor correspondente de cerca de 30.700 milhões de dólares (cerca de 24.300 milhões de euros).
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=27&uid=&id=86184&sid=9377

Comentário: Mais um ricalhaço altruísta. Os dois homens mais ricos do Mundo são, afinal, grandes filantropos. Os capitalistas de maior sucesso do nosso planeta dão um belo exemplo a todos os empreendedores e homens de negócios.

O sistema capitalista vingou, com sucesso, no século XX, aniquilando todas as outras formas falsamente “igualitaristas”, e estes bons exemplos apenas clarificam o que para mim é óbvio: a busca do lucro não é um mal em si. Pelo contrário. A conquista do lucro é a forma mais eficaz de enriquecemento e desenvolvimento das nações. A busca de mais proveitos não é sempre sinónimo de ganância. Produzir mais e melhor de forma a arrecadar mais receitas é a maneira que até hoje se mostrou mais eficiente para que uma maior quantidade de pessoas possa viver melhor. Parafraseando Churchill, este pode ser o pior sistema, mas só depois de excluirmos todos os outros..

23.6.06

RE: Xanana rompe com Mari e Olo e ameaçou demitir-se hoje (II)

Concordo contigo, Lança.

De facto, o Xanana nunca teve punho. Primeiro, não queria candidatar-se a Presidente. Foi obrigado a fazê-lo, totalmente a contragosto. Depois, parece-me que a mulher dele gosta de se imiscuir nos negócios de Estado (há quem diga que ela é favorável a um golpe de Estado feito pelos australianos para estes controlarem o país). Por fim, este insulso Presidente tem poderes constitucionais para demitir o Primeiro-Ministro, que até nem aprecia, tem a maioria da população do seu lado (ao que parece) e, em vez de mostrar força, segurança e personalidade, decide-se por uma pueril “birra”. Apesar da simpatia, é um chefe de Estado fraco, de um Estado, ele próprio, débil. E o pior é que não parece haver alternativa.

RE: Xanana rompe com Mari e Olo e ameaçou demitir-se hoje (I)

O que eu não percebo é o Xanana ameaçar em demitir-se…
Segundo a constituição ele tem poder para demitir o governo caso ache que não está a funcionar bem.

O amigo Xanana não tem claramente punho para controlar este País.
Eu diria que sofre do sindroma de “Toni” o celebre treinado benfiquista – É um gajo porreiro, mas…(Lança)

Xanana rompe com Mari e Olo e ameaçou demitir-se hoje

O Presidente timorense ameaça demitir-se. Deixando a Presidência e o Governo nas mãos Lu-Olo e Alkatiri - líderes, a quem chama "ilegítimos", do partido no poder. A oposição receia que o país se divida em duas facções: pró-Xanana e pró-Fretilin.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=23&uid=&id=85375&sid=9293

Comentário: Xanana Gusmão, o carismático Presidente da República (PR) de Timor perdeu a confiança em Mari Alkatiri, Primeiro-Ministro (PM), e exigiu a sua demissão. Alkatiri não parece interessado em se demitir, e Xanana então avança: “ou sais tu ou saio eu”. Entretanto, Timor, enquanto Estado soberano, afunda-se.
Possivelmente Xanana não deveria ter feito este ultimato ao PM numa altura em que a situação é tão melindrosa, mas a relação entre os dois nunca foi muito boa, e agora atingiu o pior momento. Mas a verdade é que se o PR se demitir a situação pode tornar-se calamitosa. Xanana tem sido a “cola” que une os timorenses e, se hoje podemos falar dum Estado (ainda) não falhado, muito se deve à consideração que quase todos os timorenses têm pela figura deste lorosae.

22.6.06

Esquerda trava petição para referendo sobre reprodução assistida

PS, PCP e BE travaram ontem, no Parlamento, a petição de referendo de iniciativa popular sobre reprodução medicamente assistida, que tinha sido entregue ao presidente da Assembleia da República no mesmo dia da votação final global da lei sobre aquele assunto.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=22&uid=&id=85292&sid=9283

Comentário: Para os partidos de esquerda, a petição para referendo não pode ser admitida porque o processo legislativo já não está em curso (dado que já houve a votação final). Para a direita, como o Presidente ainda não homologou o diploma, o processo legislativo ainda não está terminado, e portanto o referendo deve ser considerado.
Para mim, no entanto, o problema não é este imbróglio constitucional. A questão nuclear é a discussão – que se desejaria esclarecedora – acerca da Reprodução Medicamente Assistida. O PS, PCP e BE votaram à pressa uma lei controversa e não ouviram o apelo de mais de 75 mil cidadãos que queriam levar este assunto a referendo. A democracia participativa, tão ao gosto da nossa esquerda, leva assim uma machadada irredutível.
O assunto é tecnicamente complexo. Integra conceitos como a fertilização intra (inseminação artificial) ou extracorpórea (in vitro), o uso de gâmetas do próprio casal (fecundação homóloga) ou de terceiros (heteróloga), etc. E além de ser tecnicamente complexa coloca ainda questões éticas que mereceriam ampla discussão: devem estas técnicas ser apenas usadas por pessoas inférteis? O que fazer aos embriões excedentários (aqueles que os técnicos julgam não ser necessários para assegurar uma gravidez bem sucedida)? Deve ser aceite a maternidade de substituição (vulgo barriga de aluguer)? Pessoas solteiras podem aceder a estas técnicas? E homossexuais? E a inseminação post-mortem?
As questões são muitas e são muito complicadas de responder. Por isso era importante haver mais informação e a lei não devia ser votada à pressa de forma a fugir ao referendo. Todo o processo foi mal encaminhado, e por isso a mensagem que os partidos de esquerda enviaram foi a de que não escutam os anseios das populações, e não estão disponíveis para aceitarem a participação da sociedade nestas questões.

20.6.06

Bill Gates troca Microsoft pela filantropia

Bill Gates, o carismático fundador da Microsoft, vai abandonar o seu lugar cimeiro na multimilionária companhia de software para se entregar em exclusivo ao trabalho filantrópico da sua fundação particular, dedicada à ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres do mundo. O actual chairman e chief software architect vai progressivamente diminuir as suas responsabilidades operacionais até à saída definitiva em Julho de 2008.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=17&uid=&id=84646&sid=9203

Comentário: Um exemplo para o Mundo. Bill Gates é o homem mais rico do planeta. Foi o empresário de maior sucesso de toda a história mundial. Fundou uma das maiores empresas existentes até hoje. Entretanto vai dedicar-se totalmente à difícil tarefa de “redução da pobreza e promoção do acesso à saúde e educação das populações dos países mais desfavorecidos”. Bill Gates vai ainda distribuir 95% do seu espólio pessoal antes de morrer. Uma lição de vida. Uma das faces boas do capitalismo. Um modelo a seguir.

16.6.06

Bagdad anuncia "o princípio do fim" da Al-Qaeda no Iraque

EUA mataram 104 rebeldes e capturaram 759 numa semana
O conselheiro iraquiano para a Defesa, Mouwafak al-Rubaie, anunciou ontem que as forças de segurança do país obtiveram informações vitais sobre a rede da Al-Qaeda, declarando que a descoberta deste "enorme tesouro" marca "o princípio do fim" do ramo iraquiano daquela organização terrorista. "Estamos em vantagem: sabemos onde estão, sabemos os nomes dos líderes, onde se reúnem e como se organizam, e sabemos onde estão as armas", congratulou-se Rubaie, adiantando que toda aquela documentação mostra que a Al-Qaeda se encontra "em muito mau estado" politicamente e em termos de armamento, treino e propagação dos seus ideais.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=16&uid=&id=84417&sid=9179

Comentário: Ao contrário do que tem sido habitual nos últimos tempos, as últimas notícias vindas do Iraque são positivas. Al Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque, foi morto num raide aéreo norte-americano. Agora as forças de segurança conseguiram descobrir documentos muito preciosos para a captura dos terroristas deste grupo fundamentalista – alguns destes documentos foram encontrados no esconderijo de Zarqawi. O Iraque vive momentos complicados, com um conflito étnico (entre xiitas e sunitas) que poderá conduzir a uma guerra civil. Penso que, neste caso, a ideia da amnistia a certos sunitas pelo governo liderado por um xiita seria um bom sinal, pois poderia refrear a tensão (ver editorial do Financial Times de ontem, http://news.ft.com/cms/s/2ec4318e-fc0b-11da-b1a1-0000779e2340.html). E, sem atritos étnicos, seria com certeza mais fácil controlar os terroristas islâmicos que vão aproveitando a confusão para ataques contínuos no país.
Para já, algumas boas notícias. Espera-se que os próximos passos do governo iraquiano (e do americano, que tem sempre uma palavra a dizer) sejam no sentido correcto.

Internet e tecnologia digital alimentam mundo "gratuito" de Agostinho da Silva

Estará a utopia de uma civilização da gratuitidade a dar os primeiros passos? Estará a tecnologia digital a criar condições materiais para o acesso fácil e barato a uma multidão de bens e serviços? Os sinais são contraditórios. E invertem as prioridades do mundo sonhado por Agostinho da Silva: produtos ligados à cultura e ao lazer parecem mais acessíveis, mas continua a ser impossível fazer download de bifes, sapatos e casas para habitar...
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=16&uid=&id=84346&sid=9172

Comentário: O português Agostinho da Silva acreditava que o progresso tecnológico iria criar, no futuro, um mundo que, aos olhos de hoje, surge como utópico: não existiria economia, não existiria Governo. Não era preciso dinheiro para nada. Tudo era gratuito, não era preciso gastar nem ganhar dinheiro (ele dizia que o homem era feito para criar, não para trabalhar). A sociedade perfeita?
Este pensador português morreu em 1996, por alturas do nascimento da Internet, e portanto não assistiu ao crescimento ubíquo deste fenómeno – fenómeno este inicialmente tecnológico, mas cada vez mais sociológico. Na verdade, hoje há livros gratuitos na Internet (google books ou http://www.gutenberg.org/, por exemplo). Há viagens de avião ao preço da chuva (ontem vi viagens para Londres a 0.99£, o que faz com que, mesmo acrescentando as taxas e outros gastos, seja mais barato ir de Aveiro a Londres do que ir da nossa capital a Aveiro...! :)). Há jornais diários grátis. Conseguem fazer-se telefonemas gratuitos (entre computadores e até para a rede fixa!). Etc. Etc. E tudo tem um denominador comum: a Internet.
Será que, no futuro, Agostinho da Silva acabará por ter razão?

14.6.06

Azambuja no último dia de incerteza

Está tudo preparado para que a direcção europeia da General Motors anuncie hoje aos trabalhadores da fábrica da Azambuja a sua decisão. Ontem, os funcionários fizeram o seu primeiro dia de luta contra o encerramento da fábrica. Esperaram também por uma resposta às propostas que apresentaram, terça-feira, em Frankfurt, mas sem sucesso. Os dirigentes da GM Europa foram a São Petersburgo assinar o contrato para a construção de uma nova fábrica.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=14&uid=&id=84139&sid=9147

Comentário: Parece que, neste confronto Rússia-Portugal, os russos levaram a melhor. Parece que os veículos na Azambuja saiem mais caros que noutras fábricas (cerca de 500€, segundo um estudo da GM). O que é estranho é que o Presidente da GM Europa diz que “a fábrica da Azambuja é uma das melhores do grupo na Europa", das que "apresentam melhores resultados”, e ainda “grandes melhorias nos últimos tempos". Ainda assim, parece que a fábrica irá mesmo fechar, ao mesmo tempo que, na Rússia, se vai construir uma nova.
Daqui se concluiu que, cada vez mais, a componente de produção automóvel se desloca para países com mão-de-obra mais barata, e a solução, neste como noutros sectores, deverá ser a aposta na criação de novas ideias, na inovação, na investigação em novos produtos, novos serviços e novas mais-valias na área da engenharia automóvel. Manter fábricas que apenas produzem automóveis em série é mais barato noutros países, por isso a solução deverá mesmo passar pela alteração da nossa presença na cadeia de produção.

12.6.06

Re: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXXII)

Se o teu irmão tem 5 a tudo e não estuda, é muito simples é um génio e com certeza necessita de um ensino mais específico adequado ao seu nível de educação. Não aceito que o professor seja fraco apenas por dar 5. E tem todo o direito de se incomodar quando é confrontado com esse tipo de perguntas. Com certeza também te sentes assim, quando és questionado sobre a qualidade da tua forma de trabalhar. por pessoas que não estão minimamente dentro do teu trabalho. Não percebo esta justificação para se poder avaliar os professores. Isso do pagar e exigir tem piada!
(Bergano)

7.6.06

RE: Clínicos britânicos terão classificação tipo guia Michelin (I)

Era excelente existir uma avaliação do sistema público dos médicos em Portugal (reparem que usei a palavra sistema em vez de serviço).
Infelizmente a minha experiência passa por péssimos casos de atendimento.
Não coloco em causa as capacidades científicas e/ou clínicas dos médicos, mas sim o péssimo serviço que prestaram...
Num dos casos eu tinha uma fractura no pulso e o médico mandou-me embora sem me ver o pulso com uma receita de uma pomada e de uma injecção...
Se existisse algum questionário de avaliação em cada centro de saúde e hospital já era um passo importante.

Cumprimentos,
(Tiago Hipkin)

RE: Irão recebe proposta internacional com "abertura" (I)

Fazemos um acordo: Se Portugal ganhar ao Irão eles entregam-nos as armas nucleares. Se empatarem, acabam com o programa nuclear. Se ganharem, convencemos o George Bush a fazer um acordo em que ele se sujeita a ir ao Irão oferecer F16 velhos em troca de não haver sanções em cima deles.

E esta hein?
(Tiago Hipkin)

Clínicos britânicos terão classificação tipo guia Michelin

Os médicos clínicos gerais britânicos poderão vir a ser classificados em termos de qualidade num esquema semelhante ao usado pelo famoso guia Michelin. O colégio da especialidade de clínica-geral está a negociar com o Governo um sistema de classificação voluntária que poderá arrancar dentro de um ano, noticia a BBC News. O trabalho de cada profissional será avaliado por médicos, enfermeiros e doentes em cada três anos e será classificado num sistema de um a três pontos. Para obter a classificação máxima, os clínicos gerais terão de oferecer aos seus doentes um conjunto alargado de serviços.O responsável pelo colégio de clínica geral diz que, ao nível da qualidade dos cuidados de saúde, o Reino Unido está entre os primeiros na Europa. "Não há qualquer problema a nível dos cuidados. Acreditamos que a maioria dos clínicos atingirá a classificação", explica Mayur Lakhani. "Mas o sistema dará aos doentes a confiança de que o seu clínico-geral cumpre com os requisitos necessários."
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=07&uid=&id=82970&sid=9025

Comentário: Em Portugal os resultados do sistema educativo são péssimos, e mesmo assim os funcionários do sistema têm medo de ser avaliados. O Reino Unido está no top mundial ao nível dos cuidados de saúde, mas mesmo assim não está satisfeito e quer melhorar. Imagine-se que os médicos vão passar a ser avaliados pelos seus colegas, pelos enfermeiros e pelos doentes. Que sacrilégio! Mas será que os doentes percebem alguma coisa de medicina? [sarcasmo] Se isto fosse em Portugal cairia, certamente, o Carmo e a Trindade!...

Irão recebe proposta internacional com "abertura"

Os iranianos consideram o plano "positivo" e "ambíguo". A negociação será dura e longa
Começou ontem em Teerão a diplomacia séria. Javier Solana comunicou a Ali Larijani, o negociador iraniano, o conteúdo da proposta de "incentivos" e "desincentivos" elaborada por europeus, americanos, russos e chineses. O conteúdo não foi divulgado, mas entre as medidas estarão gestos inéditos, como a aceitação americana de fornecer tecnologia nuclear ao Irão. Diplomatas iranianos prevêem vários rounds de negociação.À chegada a Teerão, na segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia falou em estabelecer "uma nova relação", baseada "no respeito mútuo e na mútua confiança". Os iranianos apreciaram a discrição e o facto de a proposta não ter sido tornada pública.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=07&uid=&id=82944&sid=9023

Comentário: Os Estados Unidos resolveram negociar com os iranianos. Depois da recusa da proposta europeia por parte de Ahmadinejad, e depois da carta enviada a George W. Bush, era claro que o seu governo só iria aceitar negociar se os EUA entrassem no esquema. O objectivo do Irão é claro: ao encetar negociações, os americanos estão a recolocar, implicitamente, o regime persa na cena política internacional, o que os fortalece em relação aos seus vizinhos árabes.
Depois da normalização das relações com o regime de Tripoli (Kadhafi), torna-se evidente a mudança política americana em relação ao Médio Oriente. O “idealismo” dos neoconservadores, que queriam mudanças de regime nos países onde imperam ditaduras de modo a levar a democracia a todo o mundo foi substituído pelo “realismo”. Parece ser melhor manter autocratas calmos do que impor democracias que só aumentam a entropia da zona.

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXXI)

Ainda deixo outra pergunta no ar...
O meu irmão tem tudo 5, não estuda!
Qual é a responsabilidade de um professor quando vê uma situação destas?
Resposta: Nenhuma. Não são avaliados. Ficam chateados com os pais quando eles exigem alguma coisa.
Mas quem é você para me ensinar a dar aulas? O que percebe você de pedagogia? Bla, Bla, Bla.
Resposta: Quem paga impostos sou eu, portanto quem paga os salários dos professores dos meus filhos sou eu. Logo, tenho direito a questionar os métodos utilizados.
Tal e qual como quando se compra um produto qualquer. Pago, exijo!
Mas pronto, nesta, e em todas as nações socialistas, há a inconsciência que o contribuinte é o cliente. Como tal, tem direito a saber para onde vai o seu dinheiro, e como o mesmo é aplicado.
Cumps,
(Daniel Rocha)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXX)

Só falta uma coisa para ser uma discussão excelente. Gajos a oferecerem porrada e a desejarem a morte de outros. :)
(Lança)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXIX)

Pelo menos noto que já não se invoca o sistema de saúde cubano como modelo, como hipocritamente era usual suceder...

A pergunta a lançar é: em que lugar preocupar-vos-ia menos ficar doente?

EUA, Cuba ou Europa (englobando pouco mais que Inglaterra, França e países escandinavos)?

A resposta a isto responde a tudo...
(Faber)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXVIII)

E pronto, chegou-se o circulo...

Voltamos novamente à questão da educação.

Serão as notas dadas um espelho real em relação às capacidades dos alunos?
Talvez não sejam...
Mas provavelmente ainda é o melhor que temos.

Finalmente uma discussão à antiga. Já tinha saudades!...
(Zema)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXVII)

Não, não acho que seja isso que o preocupa.
Caso como o dele só vem dar razão a algumas bocas populares: "Na universidade da vida é que se aprende."
No caso dele, será sempre lembrado como o estudante brilhante e como o péssimo profissional. O será que alguém lhe reconhece méritos profissionais [não políticos]?
Cumps,
(Daniel Rocha)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXVI)

Acham que um tipo que se formou com 19 valores em engenharia está preocupado?
(Zema)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXV)

Obrigado Fernando e Dani

Mas eu não tenho o e-mail do eng. Guterres, ele é que se enganou... nas contas e no valor do PIB!

Se alguem tiver, queira fazer o favor de reencaminhar o link

(Coitado, nem agora eu lhe dou descanso! eh eh eh)
(Zema)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXIV)

Caro Fernando,
Até posso concordar em parte. Realmente os EUA gastam muito em Saúde, mas é o sector privado que faz esse investimento, na Europa é o Estado o principal financiador. Faltam-nos dados para analizarmos bem o sstado da Saúde nos EUA, nomeadamente em termos de acesso ao sistema, tempos de espera por consulta, operações, etc.
Em termos de indicadores de saúde eles estão na média da OCDE, ficando apenas abaixo no caso da mortalidade infantil [Mas nem todos os países incluem os imigrantes ilegais nas suas estatísticas, pois não? Lá pagam impostos, e em alguns estados, até podem tirar a carta de condução].
Mas muita das vezes os números escondem a realidade. Será que a despesa em Saúde dos EUA é mesmo despesa, ou será "investimento"? Qual o número de consulta de ginecologia de prevenção nos EUA? Ou o número de check-ups?
Foi esta a conclusão do Relatório Anual de 2004 da OCDE. Grande parte da despesa em saúde dos EUA é gasta em prevenção. Nem toda esta prevenção é deliberada, mas é exactamente causada pelo o que o Fernando disse: "Já que temos seguro, então vamos usá-lo".
Mas mesmo esta mentalidade, através do mercado leva a ajustes de longo prazo, com estas consultas de prevenção a ficarem fora das apólices de seguro, apresentando custos mais baixo paraos clientes.
Veremos mais lá para a frente se valeu a pena ou não.
Uma coisa parece-me óbvia: a transferência cada vez mais de responsabilidade do Estado para ao individuo. "Se não queres ir ao dentista não vás, o problema é teu."
Cumprimentos,
(Daniel Rocha)
PS - Os americanos podem estar a por em causa o seu sistema de saúde, mas nunca colocaram a hipotese de terem um sistema europeu :D

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXIII)

Obrigado, Daniel, era exactamente esse link que ia enviar ao Zé...

Abraços

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXII)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XXI)

Acrescento a tudo isto que a distribuição demográfica nos Estados Unidos é pouco uniforme o que cria vastas zona de baixissima densidade populacional que impede bons cuidados de saude. Caso manhattan fica no Alaska teria 1 habitante em vez dos actuais 1500000. Outro ponto que a meu ver incrementa as despesas do Sistema de Saúde Americano, e é o meu senso comum a pensar porque não me baseio em nada, é aquele medo crónico que todos os médicos devem ter de levar com um processo judicial em cima. Um doente entra constipado mas pelo sim, pelo não tem de fazer n analises, TAc e outros que tais. Defende-se o médico e paga o seguro.

Já agora Fernando, tens a certaza dos valor do PIB para a Saúde na OCDE que referes?
É que aqui há 10 anos atrás Portugal gastava com a Saude 3% do PIB e o Eng. Guterres veio aos HUC de Coimbra dizer que desejavelmente Portugal deveria gastar na saúde 6% do PIB...
E há um jornalista, sacana, que lhe pergunta mas isso em dinheiro é quanto?
E o eng. Guterres: Ora bem se o PIB são 18 mil milhões, 6 % do PIb... 6 +x 4....
(o resto acho que toda a gente sabe...) :-)
(Zema)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XX)

Há uma grande discussão, actualmente, nos EUA, em relação ao seu Sistema Nacional de Saúde, e na absoluta necessidade de o reformar. Este país gasta imenso em saúde (cerca de 15% do PIB, o dobro da maior parte dos países mais desenvolvidos: a média dos países da OCDE é de cerca de 8,5%, sendo que na Inglaterra esse valor é de menos de 8%), mas o sistema é considerado ineficiente (fala-se muito nos problemas de duplicação de serviços, utilização de serviços desnecessários, etc.). Apesar de se gastar mais dinheiro, os resultados são genericamente piores (sempre comparando com os países mais desenvolvidos e melhor providos a nível de sistema de saúde): menor esperança de vida, muita disparidade no acesso ao sistema (mais de 1/3 da população não tem, ou tem um acesso deficiente, ao sistema de saúde), etc.

Na Europa, o sistema de saúde é público e universal. Nos EUA os cuidados de saúde são maioritariamente privados e selectivos, e a maior parte dos americanos tem seguros de saúde (mas não todos, como dizia atrás; e além disso não são todos privados – há o Medicare que é público). Há quem sustente que o problema da eficiência pode estar exactamente aqui: os americanos sem seguro vão menos ao médico (só vão mesmo quando precisam) e então gastam cerca de 1000 dólares por ano em cuidados de saúde. Os que têm seguro vão mais vezes (mesmo quando não é preciso...) e isso faz com que se gaste, com eles, cerca de 2500 dólares por ano, o que parece tornar o sistema ineficiente. Assim, as pessoas sem seguro são mais eficientes: não vão ao médico por razões “fúteis”. Mas há um problema grave. É que estas pessoas sem seguro também tendem a poupar quando têm problemas sérios, o que faz com que, por exemplo, os não-segurados controlem menos os problemas de tensão arterial, etc., aumentando a sua taxa de mortalidade em relação aos segurados do sistema.

Em conclusão, o sistema americano de saúde está doente. A sua reforma é um dos tópicos quentes nos EUA. O problema aqui não será totalmente entre público e privado, mas parte passará também por aí. O mau desempenho deste país na oferta de saúde aos cidadãos, e a comparação com a Europa, em especial, faz-me crer que não há uma solução única perfeita para resolver todos os problemas. Os EUA ganham nas universidades, mas a Europa parece ir vencendo nos hospitais.

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XIX)

Bom dia.
A saúde nos EUA é assim tão má? Ou será que eles tiram quem não tem dinheiro das estatísticas? Os indicadores de saúde dos EUA são piores ou melhores que os nossos?
Quem é que nos EUA não tem acesso a cuidados de saúde?
Porque tanta aversão ao mercado? Por ser verdadeiramente concorrencial? Por nos obrigar a "correr" todos os dias? Por sermos responsabilidados individualmente e não podermos colocar as culpas na sociedade?
É esse o problema dos europeus: a culpa é sempre dos outros! - leia-se da sociedade.
Cumprimentos,
(Daniel Rocha)

6.6.06

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XVIII)

Mas onde é que se maquilha a realidade?...


As universidades Americanas estão ou não entre as melhores e mais dinamicas universidades do mundo?...

Até admito que haja outros modelos… mas para a nossa forma de ser e de estar não vejo modelo mais adequado que a privatização…

Para nós tudo o que é de borla ou quase é para estragar… O conceito de Utente que está tão entranhado na nossa forma de ser é perfeitamente repugnante… Queremos ter bons serviços?... Então passemos a ser clientes e paguemos o valor justo por eles… Claro que isso tem muitas outras implicações mas aí os teus patrões ficariam pouco satisfeitos… J…


PS – O desprezo que demonstras pelo conceito de atleta de alta competição é paradigmático… É que eles até nisso reconhecem a excelencia… Os nossos atletas, na maioria dos casos, são obrigados a optar pois é-lhes impossível compatibilizar as duas actividades…
(Luis Pereira)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XVII)

Ás vezes só me apetece insultar-vos! J

Maquilham a realidade de uma maneira…

Já agora tb podes falar do ensino básico e secundário. Meritocracia??? Qual Há uns cepos que joagam bastante bem basquetebol e que tb estão na universidade…há

E a quantidade alunos suficiente que não entram na universidade?


É como a saúde nos EUA, óptima não é Fernando? Para quem pode!
(Picá)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XVI)

Sujeito criado e educado sempre em escolas públicas, quero também afirmar a minha concordância com esta posição. Em todos os sectores se tem provado à saciedade que o mercado tem virtudes inegáveis, e que um mercado concorrencial livre assegura o melhor para os utentes.

Um exemplo claro encontra-se no Ensino Superior. Comparemos as universidades americanas (privadas) e as europeias (maioritariamente do Estado). De entre as 20 melhores do Mundo, 17 são americanas, e só duas são europeias (Oxford e Cambridge). A que falta referir é a de Tóquio. Sem Estado as universidades parecem ficar em melhor estado… Mas mais do assunto: Nos EUA as universidades financiam-se com as propinas dos alunos (muito elevadas) e com contribuições de empresas, etc. Os alunos com menos posses recebem bolsas para poderem estudar em qualquer universidade (embora lhes sejam exigidas boas notas: meritocracia em funcionamento...).

Mas o mais fantástico, e o que prova inegavelmente as vantagens do mercado, são os chamados “endowment” (isto é, as contribuições privadas que as universidades recebem, de empresas, etc., para se conseguirem financiar). A Universidade de Harvard recebe na ordem dos 20 mil milhões de dólares por ano (!!) de “endowment” (ver http://www.yaledailynews.com/article.asp?AID=23249). Só para terem uma ideia, isso é mais do que o orçamento de todas as universidades inglesas juntas! (e note-se que as melhores universidades europeias estão localizadas exactamente na Inglaterra…)

Mercado? Sim. Privados? Sim. Estado? Também. Mas principalmente como regulador e garante da equidade social (através da concessão de bolsas aos alunos mais desfavorecidos, possibilitando a educação para todos – garantia, felizmente, constitucional).

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XV)

Meu caro Pedro…

Continuas a querer fechar os olhos às virtudes do mercado. A privatização das escolas permitiria uma saudável concorrencia entre escolas no sentido da excelencia. Cada escola empregaria os professores que quisesse e a avaliação dos mesmos seria feita pelo desejo dos pais manterem ou não os filhos no dito establecimento. Ao estado caberia um papel diferente, não providenciar o serviço, mas sim providenciar aos alunos com menos meios a possibilidade de frequentarem escolas privadas.
(Luis Pereira)

Re: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XIV)

Esta história de esperar que as mentalidades mudem é perniciosa. As mentalidades não mudam por obra e graça do Espírito Santo. Provavelmente, o que há de mais positivo em pôr os pais a avaliar os professores, em encará-los como parte importante da comunidade educativa, em esperar deles uma contribuição, é precisamente que se está a criar o "caldo cultural" transformador das tais mentalidades, ao contrário do que se obtém com a tradição de troca de acusações que existe entre pais e professores. Ninguém se torna responsável antes de ter responsabilidades.

Avaliar os professores e a escola é bom. Por outro lado, temos que proteger os professores da perseguição a que a certa altura podem começar a ficar sujeitos, a somar àquela que já têm algumas vezes nas aulas. Temos que perceber que não é esperado que um professor numa sala de aula responda a problemas da dimensão sociológica da delinquência juvenil, que não se compadecem com reguadas - se fosse por aí, acho que os arraiais de pancada que estes putos levam em casa (quando ao menos a violência é só física...) já teriam resolvido o problema. Mas, de facto, criar uma cultura de avaliação é fundamental. E é a escola e os professores que importa avaliar. Concluir que um certo casal nunca deveria ter tido filhos ou que um miúdo é insuportável e dá vontade de esganá-lo é, pelo menos, totalmente inútil, a não ser como desabafo. É às instituições e aos profissionais que se pode exigir alguma coisa. Se as relações entre as escolas e as famílias são más, vamos discutir a escola, não vamos esperar que os pais mudem a mentalidade e depois apareçam na escola.

Muita da discussão, acho eu, tem finalmente a ver com as consequências a retirar destas avaliações. Mas estou com muito calor e vou-me embora daqui.
(Kiki)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XIII)

Um conselho aos professores sindicalizados: escrevam ao vosso sindicato a perguntar que medidas eles propuseram à Sr. Ministra... ah não propuseram nada? RECLAMEM!

Deixem-me contar aqui um caso que ocorreu com um amigo meu, que dá aulas de matemática. Ele costuma expulsar da aula o(s) aluno(s) mais perturbadores quando tal é necessário. Concordo inteiramente com a atitude dele. Uma vez os alunos roubaram-lhe a chave do carro, outra esvaziaram-lhe os 4 pneus e riscaram-lhe o carro. Infelizmente ele não tem provas de nada. Por causa disso teve que alguém da família apanhar um táxi para ir buscar o filho dele ao infantário. Ele agora não pode guardar nada de valor no carro pois não sabe quando poderá ser assaltado. Digam lá se estes putos não merecem é uns valentes tabefes??

Abraços,
(Tiago Hipkin)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XII)

Três breves notas:

1) Quando se diz, acerca de um qualquer assunto, “mudem-se as mentalidades e depois talvez seja possível”, como já aqui foi afirmado por alguns egrégios membros do nosso Fórum, isso é o mesmo que dizer: “deixai ficar tudo na mesma”. Não se conseguem mudar as mentalidades sem alterar o status quo. Pensar o contrário é pura ilusão.
2) Apesar de ter falado das “reguadas” que apanhei, e que asseverei me terem ajudado a tornar aquilo que sou hoje, sou totalmente contra o uso do método da “reguada” na escola, ou em qualquer outro lado. Não que me escandalize um professor dar um tabefe a um aluno, ou um pai dar uma palmada a um filho. Mas penso que é possível garantir disciplina sem recorrer à força física. A pessoa por quem eu sempre tive mais respeito (no sentido de “medo” quando ainda imberbe) foi o meu pai, e ele nunca me deu, sequer, um estalo. Bastava ele abrir um pouco mais os olhos do que o normal, e garanto-vos que isso garantia pronta disciplina da minha parte…
3) Quanto ao aluno “que agride colegas e lhes rouba dinheiro”, deveria ser expulso, pura e simplesmente, como se faz no ensino privado (conheço exemplos). E se fosse reincidente, como parece, deveria ser colocado naquelas instituições de inserção, vulgo “prisão de menores”. Neste país, roubar e agredir é crime.

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (XI)

Caros colegas,

Efectivamente, como alguém disse e muito bem, enquanto houver pais (a tal maioria de 90%) como aqueles com que me deparo hoje em dia, é quase insultuoso dar-lhes a responsabilidade de avaliar quem quer que seja. E acreditem que as histórias que podem contar são muitas e rocambolescas, olhando apenas a um ano de trabalho. As escola democrática é isto mesmo, reflecte a sociedade. Eu até sou daqueles que tenho apoiado muitas das decisões da senhora ministra, mas esta é infeliz. Mudem-se as mentalidades e depois talvez seja possível.

Como alguém disse também, há maus e bons professores como em todas as profissões. No entanto, e na minha opinião, o que mais contribui para o insucesso escolar é a indisciplina que reina nas salas de aula. Uns pelo aparato físico, outros pela força das palavras, vão conseguindo manter a disciplina, mas outros há que nada conseguem fazer durante uma aula devido a tal grau de indisciplina. Não sei se a solução passará pelo recurso à régua (esta irrita e de que maneira os pedopsicólogos), mas passa certamente pela responsabilização dos pais perante os comportamentos dos filhos, ou seja, o filhinho querido que é um anjo e não faz mal a ninguém faz asneira, os pais pagam. Há exemplos desta forma de punição pela Europa fora e resulta, inclusivamente com processos crime por asneiras grossas dos filhos.
Relatando acontecimentos que conheço: Um aluno com atitudes de indisciplina umas atrás das outras, que agride colegas e lhes rouba dinheiro, que consome drogas (com 13 anos), que pega fogo a coisas dentro da escola e essa mesma escola nada pode fazer para o castigar a não ser mandá-lo para casa 10 dias suspenso (suspensão máxima possível) e ainda tem que ouvir a mãe a ameaçar a escola com um processo porque ela não sabe o que fazer ao filho durante os dias de suspensão. Protecção de menores, tribunal de família, direcções regionais de educação envolvidas e não há soluções. E adivinhem de onde esta família veio “corrida” para que os pais não fossem presos? Suiça. Enfim, isto é só uma amostra ...

Outro grande contributo para o estado da educação vem da parte dos sindicatos. O exemplo concreto do que é ter um tacho, mandar uns bitaites a fazer de conta que defendem os professores, que na visão deles é estar contra tudo o que o ministério propõe, em vez de contribuírem de forma positiva para a melhoria da educação e ao mesmo tempo defenderem os professores. Por exemplo: exigirem o cumprimento da lei relativamente ao número de alunos por turma, que é sobejamente ultrapassado em várias turmas na maioria das escolas, o que contribuiria para a melhoria da qualidade do ensino e ao mesmo tempo para o aumento do número de horários disponíveis.
Para não falar do número de sindicatos existentes que sinceramente é escandaloso. Obviamente, no sentido de garantir o maior número de tachos.

E outras coisas mais, mas chega por agora, ... :)

Cumprimentos,
(Adriano)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (X)

Tenho sempre alguma dificuldade em dirimir ideias brilhantes. Será possível explicar-me melhor o conteúdo da sua afirmação? Se a mesma vier acolitada de um desenho ficaria eternamente agradecido. Depois se quiser também lhe posso explicar o que é a educação e o ensino.
(Picá)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (IX)

Bons dias.
Quem avalia os professores? É fácil! O mercado. Privatizemos as escolas e veremos que a longo prazo o mercado se irá encarregar de fazer a respectiva avaliação.
Cumprimentos,

(Daniel Rocha)

Alan García vence por larga margem no Peru

Ganhador promete um governo sem "frivolidades", sem "viagens" nem "assessorias"
O antigo Presidente social-democrata Alan García venceu a segunda volta das presidenciais no Peru com um avanço de dez pontos sobre o adversário, o nacionalista Ollanta Humala, cujo apoio do líder venezuelano Hugo Chávez terá sido fatal, concordam os analistas.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=06&uid=&id=82784&sid=9006

Comentário: O social-democrata Alan García venceu o nacionalista Ollanta Humala. Escolhido o menos mau? Provavelmente. Alan García já foi Presidente do Peru, entre 1985 e 1990, e os resultados foram péssimos. Nacionalizou a banca e, com isso, colocou o país numa situação económica gravíssima, com a inflação a atingir os 7000%! Foi ainda acusado de corrupção, mas tal nunca se provou. Depois disso viria o corrupto Alberto Fujimori, que ainda hoje se encontra exilado no Chile (depois de uma passagem pelo Japão). Apesar de tudo, do outro lado tínhamos Humala, o nacionalista publicamente apoiado por Hugo Chávez, que queria mais um companheiro para juntar ao trio Chávez, Fidel e ao índio recentemente feito membro do clube populista, Evo Morales.

5.6.06

Re: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (VIII)

Já que trouxeste à liça o nome da nossa professora primária (ainda se lembram que era assim que se chamava? Agora temos de dizer que são “professoras do 1º ciclo”…), aproveito a oportunidade para expressar aqui o meu reconhecimento à Professora Adélia, extraordinária pedagoga (como se diz agora) e mestre no uso da “régua”. Fui dos alunos que soube o peso da “reguada”, e sinceramente penso que, do que sou hoje, muito devo à minha professora primária e a estas “reguadas”... Levava nota 20, se pudesse avaliar…

Re: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (VII)

Viva a todos. Para mim, o professor é alguém com muita importância na sociedade, pelo simples facto de serem estes os "criadores" do nosso futuro. Existem muito bons professores por este nosso país fora, mas também existem os maus, e não é preciso que haja avaliação para saber que eles são maus, basta um pai reparar de vez em quando no caderno do seu filho (com certeza que numa turma deve haver um pai com capacidade para o fazer) ou num teste para ver que aquele professor não tem qualificações para formar os nossos descendentes. Tal como em outras profissões, se o trabalho não é bem feito, ou emendas ou és despedido.O fundamental desta questão talvez seja a AVALIAÇÃO DOS PAIS, estes é que nunca estão disponíveis e praticamente todos culpam a professor(a) sem qualquer conhecimento prévio. Ser professor é uma função muito importante e não se pode permitir que qualquer um seja professor. A formação de um professor devia ser mais controlada, porque analisando o seu percurso académico, principalmente em matérias pedagógicas, reconhece-se um bom professor. Por exemplo, como é que é possível que alguém a frequentar o 3º ano de Ensino de Matemática em Aveiro, mudando a sua matrícula para uma privada no Porto melhora automaticamente a sua média em 1 valor, e o estágio pedagógico vale 50 % da nota final de curso, mas no seu anterior estabelecimento valia 1/3. Isto fazem os alunos com mais dificuldades e com mais dinheiro, e que com estas "facilidades" ganham muitos lugares na posição na lista de graduação nacional de professores. Espero não ferir susceptibilidades, mas os alunos de privadas em licenciaturas para professor, têm a vida muito facilitada, tenho um conhecimento muito próximo disso, e esses professores estão a ocupar o lugar de alguém melhor do que eles, e por ventura a arruinar com a nosso educação. É claro que não falo no geral, mas quase. Também existem públicas que são mais fracas, é verdade.Neste aspecto compete ao estado avaliar as várias licenciaturas e recompensar quem tem uma licenciatura mais difícil, juntamente com as públicas.No ensino básico, é uma brincadeira, existem bacharelatos que competem lado a lado com licenciaturas. Como é que é possível um professor formado num instituto qualquer dutrante 3 anos consiga dizer que foi mais fácil que o 12º ano (tenho conhecimento de vários casos). Lembras-te Fernando das sovas que colegas nosso levaram da Professora Adélia, e como foi um ensino de grande qualidade, bons tempos! Bem, às vezes era quase espancamento, mas isso não interessa, eheh.Existem muitas formas possíveis de avaliar em concreto um professor sem que sejam os pais a fazê-lo.Abraços(Bergano)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (VI)

Comparares isso com a ideia de que só alguns deveriam votar não me parece correcto, pois são situações totalmente díspares.

Eu não disse que é correcto. Aliás o dislate intencional da minha comparação era para te mostrar que se já é estúpido integrar a componente avaliação dos pais na avaliação global do professor, muito mais grave é dizer que só alguns é que deveriam avaliar…havia de ser bonito!

Mantenho também o que disse, é não é, como sabes, por uma razão corporativa, longe disso. Ataquemos os problemas reais da educação. Deixemo-nos de “bricolage”.

Estamos de acordo no que respeita à avaliação dos professores. É necessária e vital. Mas é de todos! Do básico ao superior.

Avaliação dos pais! Nunca. Só quem nunca viveu a escola por dentro com os encantos e desencantos próprios de instituições feitas de pessoas para pessoas, pode almejar defender a ideia mais parva. Mudem-se primeiro as mentalidades, depois falaremos.
(Picá)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (V)

No fundo, o que os pais podem avaliar é a disponibilidade dos professores em colaborar com eles na educação dos filhos, nomeadamente se dão feedback dos filhos e identificam problemas

E se eu fizer tudo isso da melhor maneira. E se eu chamar um pai à liça porque a educação que ele está a dar ao filho não é a melhor? E se o pai não gostar que eu o chame à razão?

Pois é, e se eu…(Picá)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (IV)

Mantenho o que digo: não se deve permitir que todos os pais avaliem os professores. Comparares isso com a ideia de que só alguns deveriam votar não me parece correcto, pois são situações totalmente díspares. Tem alguma coisa a ver a avaliação de um funcionário com a organização democrática de um Estado?

De facto, só pode avaliar a prestação de um funcionário, com o propósito de decidir a sua progressão na carreira, quem tem conhecimento de causa. Poderias avaliar um aluno se não lhe desses aulas, se não lhe fizesses uns exames, etc.? Claro que não. E, assim, os pais que nunca vão à escola (a maior parte) não podem decidir, às escuras, se um professor é bom ou mau, e daí fazerem depender a futura progressão do mesmo. Só pode avaliar quem conhece. E só conhece quem acompanha os filhos na escola. Só estes deveriam poder avaliar.

Quanto à lei da mobilidade. Eu não disse se o que havia era melhor ou pior. Só sei que me parece ser muito bom ser “excedentário”. Como sabes, no privado não existe nada disso. O que existem são rescisões negociadas. É ir para o “olho da rua” com as garantias previstas na lei, recebendo uma compensação financeira. O que li da nova proposta foi, de facto: 1) Primeiros 2 meses: salário por inteiro; 2) do 3º mês ao fim do 1º ano: 5/6 do salário; 3) a partir do 1º ano: 2/3 do salário e possibilidade de acumular outro vencimento no sector privado. O Estado tem dinheiro para isto tudo? Se sim, tudo óptimo... mas, como bem sabes, não é o caso...

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (III)

Ora, para mim a solução passa por não permitir que todos os pais avaliem os professores.

Lindo. Uma pérola! Nessa esteira, para ti só alguns deviam votar!

Não brinques comigo, a avaliação é muito séria…os pais terem uma palavra a dizer, concordo, mas nunca na avaliação. Aliás a merda da escola democrática que temos, levou a aberrações como esta: nas reuniões de carácter disciplinar, o delegado e o subdelegado de turma (alguns com 10 e onze anos) bem como o representante dos Encarregados de Educação, participem, e tenham direito a voto como qualquer professor! Nestas reuniões são muitas vezes descritas o ambiente familiar do aluno (se o pai e a mãe são alcoólicos, se há agressões entre o casal…) muitas vezes para deleite de um puto de onze anos…ou, como já me aconteceu, para gáudio de um representante dos Encarregados de Educação que não podia ver a mãe do menino que ia ser punido!

A avaliação é para as chefias, pena que não as tenhamos porque não há em Portugal essa cultura! Outra coisa, e fala um profissional do ensino básico e secundário, com nove anos de carreira, os pais não vão à escola! Não vão! Entendido? Aliás vão! No final de cada período buscar as notas dos filhos…

Quanto à lei da mobilidade, pergunto…Já viste melhor pois eu não!

Para os funcionários com mais de 20 anos de serviço, a tua solução é o olho da rua?

Se vires a lei, sabes que para efeitos de pensão estes funcionários nunca a terão na totalidade.

Os 66% apenas dizem respeito ao primeiro ano! Pois passados 5 anos vai lá ver quanto estão a receber…Sinceramente, no que a esta lei diz respeito, é a possível…portanto é a melhor.
(Picá)

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (II)

Naturalmente que a avaliação dos professores pelos pais não poderá, nunca, ser relativa à sua preparação pedagógica e científica, e passará, como dizes muito bem, pela “disponibilidade dos professores”, colaboração na identificação e resolução dos problemas dos filhos, etc. E também estou de acordo que esta será só uma componente. É aliás essa a lógica do Ministério da Educação (a Ministra até disse que era uma componente muito minoritária).

Assim, as várias componentes penso que seriam: 1) auto-avaliação (!) dos professores (esta tem piada: que nota me darei para poder progredir na carreira e ganhar mais dinheiro?? J), 2) avaliação dos colegas, 3) avaliação da escola, 4) avaliação dos pais e encarregados de educação. E penso que também é previsto haver uma componente que tem a ver com as classificações dos alunos... e não sei se haverá mais alguma coisa. Pelo menos, para já, estas são as ideias em discussão. O fundamental é que se crie uma verdadeira mentalidade de avaliação séria dos professores, e por isso penso que a discussão é positiva. Entretanto vamos vendo quais serão, exactamente, os critérios que balizarão as ditas avaliações...

RE: Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar (I)

Fernando, concordo contigo em relação aos pais, embora reconheça que os pais não estão preparados para avaliar os professores. No fundo, o que os pais podem avaliar é a disponibilidade dos professores em colaborar com eles na educação dos filhos, nomeadamente se dão feedback dos filhos e identificam problemas. Penso que não podemos entrar na avaliação pedagógica dos professores se os pais não assistem às aulas. Em todo o caso, a avaliação dos professores pelos pais é só uma componente.
Agora a minha questão sobre a classificação dos professores é: "Quem avalia os professores?"
Tem que ser uma entidade isenta, senão corremos os riscos de haver manipulação dos resultados por parte de alguns directores de escola.

Abraços,
(Tiago Hipkin)

Professores dizem que pais não estão preparados para os avaliar

Os pais participam na vida da escola? É possível dizer que estão preparados para avaliar os professores? O PÚBLICO fez uma ronda por 15 escolas, de Norte a Sul do país para ouvir os professores. A resposta é "Não".
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=06&d=04&uid=&id=82411&sid=8967

Comentário: Ao contrário da maior parte dos comentadores, eu concordo que parte da avaliação dos professores seja feita pelo pais. Então não será lógico que os principais interessados no sistema tenham uma palavra a dizer em relação à formação – e aos formadores – dos seus filhos?
Aqui os principais problemas apontados a esta proposta têm sido estes: os pais não vão à escola, não têm informação para avaliar os professores e podem ser “enganados” pelas opiniões dos seus filhos. Ora, para mim a solução passa por não permitir que todos os pais avaliem os professores. Na minha opinião só os pais e encarregados de educação que vão à escola periodicamente, que participam em reuniões da escola (penso que se poderiam promover encontros entre todos os docentes e os pais interessados, ou então promover “reuniões de disciplina”), e que portanto estão informados e têm interesse no que se passa na escola poderiam avaliar os docentes. Se apenas “10% dos pais vêm à escola”, como se diz na notícia, penso que essa minoria interessada deve ter uma voz activa na avaliação da escola e dos professores.
Outro ponto fundamental, e que julgo correcto, colocado pela Ministra da Educação, tem a ver com a necessidade dos professores terem notas de “Muito Bom” ou “Excelente” para poderem progredir na carreira (ao contrário do pouco exigente “Suficiente” que era necessário até agora...). Além disso, parece que vai haver quotas a definir o número máximo de notas elevadas a atribuir – o que fará com que não se dê “Excelente” a todos os professores como acontece actualmente na função pública.
Pelo menos estas ideias muito genéricas, colocadas à discussão agora, são interessantes. Esperemos que os sindicatos não obriguem o Governo a recuar nas mais duras (mas claramente indispensáveis) medidas.

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (XIV)

E da Académica...(Zema)

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (XIII)

Muito bem.

Aproveito o momento para enviar os meus parabens a todos os benfiquistas pela excelente época 2005/2006.
Isto devido a um incrivel 3º lugar na liga portuguesa, um sensacional percurso na Liga dos Campeões (Quartos-de-Final, algo nunca conseguido pelo clube desde que a competiçao tem este nome), e também mais uma grande vitoria na taça amizade - desta vez em Africa contra outro grande do futebol mundial.

Aproveito para me juntar aqueles que pretendem Rui Costa, Jogador-Treinador. e já que percebe tanto de bola, porque não presidente nos tempos livres???

Abraço!!


Faber: Porque não te juntas às Produções Ficticias? com esse tipo de humor e clubite aguda para seres o novo "Zé Manel Taxista" só te falta o bigode!! (e talvez o taxi...) Atençao!! isto nao é nenhuma critica. Gosto mesmo muito do teu humor!!!
(Paulo)

Re: Xanana assume Defesa e Segurança (XII)

É que o Xanana é benfiquista… :)

Re: Xanana assume Defesa e Segurança (XI)

que é que isso tem a ver com Timor???????????
(Tiago Hipkin)

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (X)


(Ricardo Murta)

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (IX)

É nestas alturas, vendo, por exemplo, o que o Sporting fez ao Sá Pinto (vergonhoso...) e o que o FCP fez ao Jorge Costa a época passada (em que o FCP não ganhou nada), comparando com o desejado regresso do Rui Costa ao Benfica, que eu percebo algumas razões que levaram o Benfica a estar 10 anos sem ganhar campeonatos e sem participações relevantes nas competições europeias, para, com esta gestão, voltar a ganhar taças e supertaças de Portugal, campeonatos e, pasme-se, estar entre os oito finalistas da Liga dos Campeões 2006, onde, aliás, devia estar sempre de acordo com os seus pergaminhos.

E percebo o porquê de tanto ciúme em relação ao regresso do Rui Costa... tanto mais que ele de tosco ainda não tem nada...

Quanto à grandeza do Benfica, é precisamente ela que cria nos benfiquistas a sensação de serem todos pequeninos mas iguais, seja qual for a sua posição social, em contraponto com clubes de menor expressão popular, em que o clube é instrumentalizado pelo alter-ego elitista de cada adepto.
O benfiquista não tem uma relação contemplativa do seu clube, tipo sujeito-objecto, típica dos elitismos dos Condes e Viscondes dos lados de Alvalade, ou da monárquica raíz do FCP, mas sim uma relação intersubjectiva romântica entre os seus adeptos, em que o clube é o pretexto para a união de todos, em que todos valem por um:
E PLURIBUS UNUM!!!

Vejam como é típico nos sportinguistas, por exemplo, quando se querem superiorizar, propugnarem a defesa do indivíduo sportinguista em relação aos outros adeptos: porque o Sporting é que tem gente séria, que querem lavar o futebol, fazer um 25 de Abril no futebol, etc.

Já o benfiquista, sempre falando em regra geral, claro, quando quer defender a sua dama, exalta o amor pelo seu clube, fala do seu estádio, das vitórias, etc., o que provoca um conhecido ciúme no nosso caro con-cidadão rival.

Só nós sabemos... (e não só EU sei!). (Faber)

RE: Supranumerários perdem 33% do salário num ano (II)

É verdade… no país onde os funcionários públicos têm regalias que não são existem em mais nenhum lado, ser Professor do Ensino Superior é um trabalho precário. Ironias...

Abraços

Re: Supranumerários perdem 33% do salário num ano (I)

é quase tão bom como as reformas da PT!!!!
infelizmente quem é que vai pagar os salários dos supra-numerários?? nós...
e ainda por cima se eu for para o desemprego não tenho direito a subsídio, nem tu Fernando! QUERO UM NOVO ECDU JÁ!!!
Cumps,
(Tiago Hipkin)

2.6.06

Supranumerários perdem 33% do salário num ano

Os funcionários que ficarem no quadro de supranumerários poderão ficar afastados das suas funções ad aeternum, até à idade de aposentação, com redução salarial, mas com possibilidade de trabalhar no sector privado.

In http://dn.sapo.pt/2006/06/02/economia/supranumerarios_perdem_33_salario_an.html

Comentário: O que significa ser supranumerário em Portugal? Nos primeiros dois meses significa receber todo o salário sem trabalhar. Nos 10 meses seguintes significa receber 5/6 do salário sem trabalhar. A partir desse momento (1 ano) significa receber 66% do salário mas podendo acumular a esse valor uma remuneração através de trabalho no sector privado (mantendo o dever de retornar ao serviço público se para tal for chamado). Ao mesmo tempo mantém todas as regalias, tais como subsídios de Natal e de férias, e ainda a normal protecção social da função pública. É isto que acontece aos “funcionários pior classificados nas avaliações anuais em serviços previstos para extinção, fusão, reestruturação ou racionalização”. Quem (não) quer ser supranumerário?

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (VIII)

Olá Daniel,

Agradeço imenso este e-mail. É sempre positivo receber comentários de pessoas com experiência pessoal no assunto glosado. Neste, em particular, foi muito interessante ler o ponto de vista de uma timorense – até pelo que deu para perceber da qualidade do português por aquelas bandas...

Abraços a todos

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (VII)

Fernando, João Francisco (há quanto tempo!), Lança, e restantes membros do fórum...

Estive em Timor há pouco mais de um ano, a dar aulas na Universidade Nova de Timor Leste (UNTL), quando a situação estava calma e não fazia prever muita agitação. Ainda assim, de conversas que tinha com outros professores que lá estavam há alguns anos e com os meus alunos timorenses, já dava para perceber que havia um ou outro rastilho que ateado faria uma grande explosão - infelizmente foi o que aconteceu! Refiro-me a algumas feridas mal-curadas pós-independência (o caso da Africa do Sul, de reuniões de reconciliação deveria ter sido seguido), a ausência de projectos de desenvolvimento nacionais que pudessem criar postos-de-trabalho e motivar e orgulhar os timorenses, a herança indonésia (e portuguesa) de inércia intelectual, a questão da distribuição e aplicação da riqueza proveniente do petróleo... a meu ver a principal causa do conflito actual (e em quase todas as guerras é assim: a causa é o dinheiro, a camuflagem seria motivos de discriminação étnica ou outro qualquer).

Para finalizar deixo-vos com um relato de uma ex-aluna timorense (agora engenheira na TimorTelecom), que me enviou um email, conjuntamente com outros professores da UNTL, sobre a situação actual in loco (nota: o português é dos melhores que se pode encontrar em Timor):

“Olá,

Por aqui a situação ainda igual mas pouca mais calma, as pessoas começam andar nas ruas só a noite que não e Já começamos trabalhar mesmo que só até meio dia.

E já não há muitos tiros como nos dias anteriores. E também já não há muitas casas que foram queimadas, mas ainda tem uma ou duas casas que foram queimadas no dia a dia.

E há alguns grupos desconhecidos que aproveitam roubar as coisas nas casas que não têm os donos (os mesmos pró-indonésios que nunca foram julgados como deviam ter sido?!?!).

A minha casa já foi queimada e as coisas que deixamos na casa foram roubados, como TV, roupas, camas, colchão, pratos, etc.

Os nossos livros e alguns fotos também já foram queimados (até hoje só pensei os meus livros que foram queimados).

Espero que tudo vai correr bem e os problemas vão ser resolvidos.


Beijinhos para todos.”
Cumprimentos,(Daniel Martins)

1.6.06

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (VI)

Só mesmo o Benfica para dar ânimo aqui ao nosso forum que tem andado tão mortiço

Sou obrigado a reconhecer a grandeza do Benfica.

O Benfica é grande... É enorme!!!!

Não imagino outro clube português a jogar em Dilí... Já estou a ver: o Estádio cheio, o povo a gritar "Benfica, benfica", o Deusebio a chorar, o Xanana a dar o pontapé de saida, o Mario Alkatiri ao ver o Beto a dar uma das cacetadas do costume (reparem que nem falei no petit porque ela agora não é do benfica, é de todos nós :) ) vai finalmente ver a luz. Vai ser uma festa... E quando águia, ou outra ave desde que seja de rapina para fazer jus aos seus dirigentes, vier a voar para o centro do relvado vai ser a P*** da loucura.

Depois por outro lado temos as reacções tipicamente benfiquistas ao ver um gajo, que nunca foi capaz de ser uma grande referência no futebol mundial, cheio de artroses a voltar à toca para ai passar os seus ultimos dias em paz e cria-se uma loucura colectiva. E atenção que eu até gosto gastante do Rui... acho-o humilde e já foi um bom jogador. Deixem o gajo gozar a reforma.... Ele não vem fazer milagres. Não porque não queria mas porque não pode...

O Benfica é grande, são muitos. Mas em certas coisas é tão pequenino...
(Zema)

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (V)

Aliás, com a vinda do Rui Costa resolveu-se a desconfiança em relação ao Fernando Santos: assim já temos lá alguém que percebe de futebol!
(Faber)

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (IV)

Só quero manifestar a minha total concordância em relação a esta análise do meu Amigo Kiki, a qual, penso, marca a sua estreia no Fórum! (em especial, naturalmente, em relação ao nosso nº 10! :))

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (IIII)

Eu acho que, apesar de tudo, concluir que a ideia de sucesso é uma fraude é um pouco exagerada. Claro que nós, portugueses, maníaco-depressivos, que a respeito de tudo - veja-se o futebol - só sabemos ser ridiculamente eufóricos ou a pior merda do mundo, fizemos com Timor uma espécie de expiação da culpa vinda de 75 e do colonialismo em geral e quisemos ver ali o fim de todos os problemas. "Este" sucesso, de facto, é uma fraude. Mas nenhuma democracia nasce em plena pujança. Se compararmos Timor com democracias consolidadas, temos talvez um fracasso. Mas se compararmos com as tentativas de "exportação" da democracia que por aí andam, continuo a achar Timor um belo exemplo. E nós, que erigimos a nossa democracia "a partir de dentro" e somos o país dos brandos costumes, estivemos a milímetros de uma guerra civil. Foi imaturidade ou será a natureza conflitual da própria evolução?

Claramente, a resposta terá que passar pelo Rui Costa. Nem me importo do Fernando Santos desde que voltei a ter nº. 10. Sou um benfiquista à antiga.
(Kiki)

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (II)

E penso que o Rui Costa podia candidatar-se a Presidente de um Governo de Salvação Nacional… ele já tem idade para isso! :) LOL

RE: Xanana assume Defesa e Segurança (I)

Penso que temos que pôr lá o Benfica a jogar. :)
É a única coisa que os pode animar. :)

(Lança)

Xanana assume Defesa e Segurança

Ramos-Horta recusou pasta porque queria Governo de unidade nacional. Ontem à noite, esperava-se que Roque Rodrigues e Rogério Lobato - os ministros que o Presidente da República aconselhou Mari Alkatiri a demitir numa intervenção televisiva - já não comparecessem, esta tarde, na reunião do Conselho Superior de Defesa e Segurança. Mas pode não ser esse o entendimento do primeiro-ministro, que parece decidido a mostrar que é ele quem continua a mandar no Executivo. Do nosso enviado Adelino Gomes, em Díli
A reunião, esta tarde (início da manhã em Portugal), do Conselho Superior de Defesa e Segurança constituirá o primeiro teste à solidez do acordo para "ultrapassar a crise", entre o Presidente da República e o primeiro-ministro timorense, anunciado por Xanana Gusmão, numa comunicação ao país ontem à noite, em Díli.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=05&d=31&uid=&id=81691&sid=8890

Comentário: Será Timor um "Estado falhado"? Penso que, por ora, não se pode dizer que sim, mas também não se pode responder taxativamente que não a esta pergunta. De facto, num país independente há meros 6 anos, com um Primeiro-Ministro muito contestado e um Presidente que, embora muito apoiado pela população, nunca mostrou grande interesse naquele cargo (recorde-se que, aquando das eleições para Presidente, Xanana Gusmão mostrou sempre grande enfado e relutância em candidatar-se...), as coisas nunca poderiam ser simples. Depois, Alkatiri é um muçulmano laico em terra de católicos, o que não abona nada em seu favor. Mais: num país onde uma das línguas oficiais é a portuguesa, mas quase ninguém sabe falar o nosso idioma, penso que se consegue imaginar a "estranheza" da situação.
O mais esquisito é que para os portugueses Timor foi sempre um caso de sucesso. Um povo que quis deixar o jugo indonésio, e que conseguiu assim criar um novo país, democrático e livre. De facto, esta "capa" servia bem a todos – portugueses, australianos, ONU, etc. – mas a verdade é que por baixo da mesma estava um caldo em ebulição. E quando assim é, ao mínimo "abanão" a entropia aumenta exponencialmente e a "capa" rompe-se. E fica à vista o "Estado"... possivelmente "falhado".
E soluções? Deveria Xanana defenestrar Alkatiri? Declarar "Estado de sítio"? Deveria o Primeiro-Ministro demitir-se por ser um "obstáculo à paz", como disse a esposa de Xanana (numa ingerência incompreensível num Estado de Direito)? Cria-se um Governo de Salvação Nacional, como propôs Mário Carrascalão? Manda-se voltar a ONU (prova-se agora que não devia nunca ter saído tão cedo...)? Salvará a nossa GNR a situação :)? As dúvidas são imensas. E as respostas incertas. Assim se prova que nem sempre o que aparenta é. A bela imagem do "caso de sucesso" era uma fraude. A única coisa positiva desta triste situação é que clarificou as coisas. Talvez assim não se cometam os mesmos erros no futuro.