Re: JULHO DE 1956 O PAÍS ADORMECIDO EM QUE A GULBENKIAN NASCEU (I)
(Kiki)
Anytime, anywhere, anyone...
A demissão anunciada concretizou-se ontem. Freitas do Amaral, o democrata-cristão, deixou o Governo dos socialistas. A causa directa foi a sua saúde e a necessidade de uma operação. O timing, o início da preparação da presidência portuguesa da UE. Com posse marcada para segunda-feira, para o lugar de Freitas trasita o discreto e eficaz Luís Amado, que terminou a reforma da Defesa. Para a tutelas das Forças Armadas entra Severiano Teixeira, que assim regressa a um executivo socialista. Termina assim o mandato do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que entrou no executivo socialista como a "jóia da coroa", a mais-valia não-socialista, mas cujo consulado se caracterizou por uma sucessão de casos, gaffes e polémicas.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=07&d=01&uid=&id=86722&sid=9442
Comentário: Foi, possivelmente, a melhor solução, quer para o Ministro, quer para o país. De facto, Freitas do Amaral estava “cansado” de ser Ministro. Dizem as más línguas que este político só aceitou o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros como “trampolim” para a Presidência da República, mas Mário Soares e o PS trocaram-lhe as voltas. E não estão tantas vezes as “más línguas” cheias de razão? Depois das eleições que colocaram Cavaco Silva no lugar cimeiro do Estado Freitas do Amaral começou a dizer que estava “cansado”, disse que a Presidência da União Europeia não era “assim tão importante” para uma pessoa com o currículo dele (esquecendo a importância para Portugal), e procriou mais umas polémicas do género.
Este problema de saúde, convenhamos, vem mesmo em boa altura (se é que se pode dizer que um problema de saúde vem alguma vez em boa altura...). Portugal inícia agora a preparação para a presidência portuguesa da UE, e assim o novo MNE, Luís Amado (uma boa escolha, penso, e Nuno Severiano Teixeira também é uma boa solução para a Defesa), pode desde já assumir essa importante responsabilidade diplomática, e levar do princípio ao fim (assim se espera) este barco a bom porto. E, além disso, Freitas alija esse peso e trata, com calma, dos seus problemas de coluna. Diz o adágio popular com acerto: às vezes há males que vêm por bem...