Re: Palavras racistas de James Watson recebidas com chuva de críticas (XXXII)
e não digo mais nada...
Abraço (Bergano)
Anytime, anywhere, anyone...
Olá Zema,
A tua proposta é muito boa, e eu vou segui-la. Pensei nisso da mailing list desde o início do Fórum, e nunca o fiz por uma única razão. Ao contrário de todas as outras mailing lists que conheço, queria que esta fosse mais “clara”, “aberta” e que fizesse com que todos nos conhecessemos mais facilmente (a verdade é que nem todos se conhecem pessoalmente – eu próprio não conheço todas as pessoas! :)). E achei que aparecendo todos os nomes em todos os emails o pessoal se fosse, ao menos, conhecendo pelo nome (claro que também podemos fazer isso numa mailing list normal, mas não é a mesma coisa).
De qualquer forma, julgo que esta era a única vantagem – e até questiono agora se era mesmo uma vantagem – no meio de muitas desvantagens (problemas com spam, enorme lista que dificulta a leitura dos comentários anteriores, etc.).
Assim, vou tratar disso entretanto. Obrigado pela ideia, Zema.
Um abraço
Ouviste apenas uma das partes.
O que pensa a junta médica, formada por profissionais da saude, sobre este caso?Serão assim tão incompetentes os vários medicos das várias juntas médicas que analisaram este problema?Por vezes os jornalistas empolgam as situações para chocar mais as pessoas. Como sabes, têm de vender.
Faber, concordo plenamente. Esse é actualmente um dos maiores "cancros" da sociedade portuguesa.
Praticamente desde que nasci a minha madrinha depositava umas coroas em meu nome no Montepio. Volta e meia acenava-me com a caderneta de longe, prevenia- Aos dezoito anos tens aqui um dinheirinhoe aos dezoito anos, eu que imaginava milhões e me imaginava a mim transformado em nababo, tinha ali um dinheirinho de facto. E como não dava para uma volta ao mundo nem para um iate ancorado na Riviera, comprei os livros todos de Miguel Torga.
(...)
O seu amor por Portugal, torturado e imenso, parecido com o meu. Aprendi com ele a gostar ainda mais do meu País, e continuo a zangar-me quando lhe chamam pequeno e periférico, dado que para mim é o centro do Mundo e um motivo permanente de orgulho. Há anos, em Paris, cheio de febre num quarto de hotel, por causa de uma infecção a que nenhum antibiótico valia, o meu único pensamento era- Quero morrer na minha terrae continuo a querer viver e morrer nela. Miguel Torga, que falou de Portugal como poucos, com infinito orgulho e infinita piedade, ajudou-me a conhecê-lo e a não me sentir culpado pelo complicado relacionamento de indignada paixão que com ele tenho. E agora, que me traduzem por todo o sítio, compreendo melhor que é para os portugueses que escrevo e que me acho, cada vez mais, no meio de nós e connosco. Isto que digo, Miguel Torga o disse a seu modo, antes de mim.
(…)
É raro encontrar um escritor de prosa tão masculina e no entanto capaz de um jeito maternal a transbordar de emoção, contida à rédea curta pela força do pulso, no qual se percebe uma pessoa em carne viva, de sofrimento todo embrulhado em ironia e pudor. O que nos deixou pode ser muito bem, um bom, ou menos bom mas é inalteravelmente sério e sem trapaças o que é mais raro que se julga.
(...)
Depois gostava da cara dele, que só conheço de retratos. Lavrada de ossos achava-o a viva pintura do que somos e a virilidade da sua ternura comoveu-me sempre, como uma escondida lágrima de sangue
(…)
Tenho saudades do entusiasmo com que o li em adolescente, o copiei, o imitei, o invejei na busca, eternamente adiada, da minha própria voz, que tão tarde chegou. Claro que copiei, imitei e invejei muitos outros.O meu receio agora é copiar, invejar e imitar António Lobo Antunes embora isso sejam contas de outro rosário. Porém, acho que foi à custa de os copiar, imitar e invejar que me libertei deles e me prendi a mim, sem nada publicar, sem sequer dizer que escrevia, num desespero e numa raiva que apenas quem está por dentro destas coisas pode entender.(…) Lembrei-me neste momento de lhe ler no Diário, a propósito do autor do Messias, que de vez em quando Deus encontra homens à sua medida. As palavras são estas, mais coisa menos coisa. Miguel Torga podia perfeitamente estar a falar de si mesmo porque foi um homem assim. A sua doença tocou-me, a sua morte tocou-me, as últimas páginas que compôs para o Diário são de uma desgarradora aflição, a desgarradora aflição de um homem vertical e corajoso, que tanto de si mesmo nos entregou a todos. Sei bem o que é o cancro, sei bem que, embora matando-o, não o venceu. Ninguém vence uma fraga. Ninguém vence um negrilho. E ninguém derruba um homem que, desde o início, fez corpo com a terra, e lançou tão fortes raízes no interior de nós.
Excertos da crónica de António Lobo Antunes, publicada na revista Visão de 20 de Setembro de 2007.
Comentario: So tenho pena de nao ter conseguido a versao integral da cronica (se alguem a tiver agradecia imenso que a fornecesse!). Lobo Antunes retrata Miguel Torga com uma precisao e perfeicao inigualaveis. Vale a pena tambem ler a soberba entrevista deste excelente escritor a Visao – o escritor despe-se, de verdade. Considero um crime nao se ler esta entrevista...
Bom dia caríssimos participantes do forum
Só para esclarecer, eu não concordo com a aplicação da pena de morte em caso de homicidio qualificado simples, apenas e só em casos em que o homicidio seja cumulativo com comportamentos que eu considero que não se enquadram dentro do mais alargado espectro de tolerância que se possa conceber. Descrimino
Assassinato de crianças associado a pedófilia
"Serial Killers"
Assassinatos associados a terrorismo
Assassinato "simples" associado a premeditação pura com vista a obter benefícios financeiros com o acto (assassinos contratados)
Não reconheço capacidade e muito menos obrigação à sociedade para promover a reincerção de pessoas que cometam os crimes que referi, ou seja, continuo a achar que a sociedade deve ter mecanismos para eliminar estas pessoas.
(Carlos Afonso)
Bom dia pessoal,
Não deixando de concordar com os vossos argumentos (Fernando e Faber), tenho de
apoiar também a opinião do Carlos porque toda esta questão deixa-me algumas
dúvidas:
1 - porque é que temos de dar uma oportunidade de viver a alguém que tirou a
vida a outra? Será que mostrar que matar é errado fará mudar a mentalidade de
um assassino?
2 - tendo o culpado cumprido pena de prisão (aproveitando a oportunidade de
mudança), quem nos garante que não volta a matar? E depois? Voltará para a
prisão?
4 - os custos de manutenção do sistema prisional têm de ser suportados por
alguém (nós, contribuintes!)
3 - será que não se criará um sentimento de "justiça popular" pois é certo que
no exemplo dado pelo Carlos um pai ou uma mãe certamente não achará muita piada
á possibilidade do assanino do seu filho andar em liberdade
5 - o sistema judicial não se tornará mais brando aos olhos de um assassino,
levando-o a pensar que o máximo que lhe pode acontecer é ir preso e passado uns
anitos com bom comportamento está cá fora
6 - etc...
Não quero com isto dizer que sou 100% a favor da pena de morte mas terão de ser
criadas condições e mecanismos para garantir que se faça justiça, ou então
qualquer dia andamos todos de pistola á cinta :-)
(Luis)
Abraço