31.1.07

RE: Cambridge pode recuar na intenção de extinguir licenciatura em Português (II)

Sim, tens razão. Há quem diga que é a 4ª, mas também já vi estudos que indicam que é a 5ª, 6ª ou 7ª língua mais falada do Mundo. Certo, certo é que é falada por cerca de 200 milhões de pessoas. E isso é imenso.

Em relação à tua pergunta, retiro da notícia:

“"O número de estudantes tem aumentado a um ritmo acelerado na última década. Hoje temos aproximadamente sete vezes mais estudantes do que tínhamos em 1993 nesta licenciatura. Para termos uma ideia dos números, em 1993 havia seis estudantes e este ano há 37. Destes, 17 licenciar-se-ão este ano em Estudos Portugueses. No nível de doutoramento, um terço dos estudantes do Departamento de Espanhol e Português está a desenvolver investigação na área do Português", conta a responsável.”

RE: Cambridge pode recuar na intenção de extinguir licenciatura em Português (I)

olha que penso que é a 5ª e segundo outros ainda a 6ª.
portanto temos é de ter filhos...ou adoptamos "via cambridge"...

já agora quantas pessoas frequentam essa licenciatura?
(João Vieira)

30.1.07

Cambridge pode recuar na intenção de extinguir licenciatura em Português

Instituto Camões, que desde 1954 paga o ordenado de um dos professores, ainda não foi informado oficialmente da decisão
Depois de, na semana passada, a Universidade de Cambridge ter comunicado que pretendia extinguir a licenciatura em Português, existente desde 1926, com base em questões financeiras, a decisão pode recuar. Segundo o Varsity, o jornal da Universidade de Cambridge, Portugal, na pessoa do embaixador português em Inglaterra, António Santana Carlos, e outros países lusófonos, nomeadamente o Brasil, iniciaram conversações com a instituição. E esperam-se resultados nos próximos dias.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=30&uid={0158A5C4-7425-4496-9F0A-75BD6A8B55B1}&id=119097&sid=13201

Comentário: Esperemos que a petição que assinei há momentos (e que vos enviei a todos para assinarem também) possa fazer com que se continue a estudar e a investigar a língua de Camões (a 4ª língua mais falada no Mundo) aqui em Cambridge.

29.1.07

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XIX)

Atenção, eu não quis partidarizar, simplesmente quis fazer passar a mensagem que o argumento dos lobbies parece-me descabido, tão descabido como o argumento dos partidos.
O mais importante é pensar nas mulheres e nas crianças.
As clínicas e parteiras ilegais, que lhe caiam as polícia em cima! Legalizar não é solução.(Tiago Hipkin)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XVIII)

Por acaso nao era de essa que estava a falar.. estava a falar de uma mesmo no centor de Aveiro
Sendo assim ja são 2 emn aveiro que o fazem. E pelos vistos abertamente.
Entao para que manter a lei actual??
O problema deste debate e de outros e sempre o mesmo... A partidarização das questões.
(David)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XVII)

Faber Campos disse: “Partilho a opinião do Marcelo Rebelo de Sousa: sou a favor da descriminalização da mulher que aborta por sua vontade, desde a primeira à última semana, e não até às 10 ou o que for”

Face ao que disseste, sugiro que visites:

http://www.protegersemjulgar.com/

· Muitos dizem: “eu sou contra o aborto, mas não quero ver as mulheres que abortam no tribunal”. Será que é preciso descriminalizar, legalizar ou liberalizar o aborto para evitar julgamentos de mulheres grávidas que abortam?
· Com esta iniciativa legislativa, pretendemos conciliar a censura do aborto enquanto atentado à vida humana com uma atitude solidária para com as mulheres que, muitas vezes em situações dramáticas ou sob fortes pressões externas, são levadas a essa prática. Por isso, entendemos que deverá fazer-se uso da suspensão provisória do processo. Este instrumento processual penal, sem prescindir de uma função sancionatória, pedagógica ou de advertência, evita o julgamento dessas mulheres e a publicidade que lhe está associada e, sobretudo, contribui para enfrentar, com medidas de apoio psico-social, as causas que levam à prática do aborto.
· A presente iniciativa pretende reunir 35.000 assinaturas que permitam apresentar à Assembleia da República o Projecto de Lei sobre a aplicação da suspensão provisória do processo penal relativo ao crime de aborto consentido em que é autora a mulher grávida.
Um abraço,
(Tiago Hipkin Meireles)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XVI)

Só uma pequena correcção. O Marcelo Rebelo de Sousa fala em “despenalização, desde a primeira à última semana”. Não fala em “descriminalização”. São dois termos, na minha opinião, diferentes, e que indicam mesmo maneiras de ver o problema bem distintas.

Quem fala em despenalização não quer nenhuma pena para a mulher, apesar de poder considerar, em algumas situações, a prática do aborto um crime. Penso que será isso que “despenalização” quer dizer, apesar de me parecer algo ambíguo. Quem fala em descriminalização parece considerar que o aborto pode ter uma qualquer pena, mas não ser um ilícito criminal (assim como um índice de álcool abaixo dos 1,2 ter pena sem ser crime). Parecem-me coisas diferentes, mas não tenho a certeza de estar a ver as coisas bem.

Como jurista, qual a tua opinião?

Abraços

Re: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XV)

Caríssimos:

Em relação à problemática do abortamento, queria partilhar a minha seguinte perplexidade: com listas de espera no SNS superiores a 1 ano e meio, considerando que a gravidez dura 9 meses, será que a mãe pode levar o bebé a um hospital para iniciar o processo de retro-abortamento? Ou poderá o cidadão não abortado pedir uma indemnização ao Estado por existir? Não, claro. Nem isto é argumento para nada do que está em causa, também sei.

Partilho a opinião do Marcelo Rebelo de Sousa: sou a favor da descriminalização da mulher que aborta por sua vontade, desde a primeira à última semana, e não até às 10 ou o que for.

Não sou é a favor da liberalização irresponsável e facilitada do abortamento, por decisão da mulher que tanto pode ser ponderada como absolutamente arbitrária ou mesmo caprichosa, ou tomada por motivos que, sob um acompanhamento de profissionais de saúde e a devida assistência social não a levariam a IVG'zar.

Neste aspecto, sou a favor da manutenção da lei como está.

(Faber Campos)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XIV)

A clínica de Oiã é semi-legal, já apareceu no Público e tudo...
E isso da teoria da conspiração do lobby das parteiras e clínicas é um bocado ridícula.
De qualquer forma também se diz que há interesses do PS em trazer para cá clínicas espanholas e outras coisas que tal. Lobby pelo sim?
Deixemo-nos de argumentos falaciosos destes!
É preciso é reflectir do ponto de vista da criança, da mãe e do pai.
Cumprimentos,
(Tiago Hipkin Meireles)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XIII)

So mais uma ...pra fogueira.
E as clinicas privadas que realizam abortos ilegais.
Vão dizer que não conhecem nenhuma em Aveiro. Pode ser que se acabe o filão de ouro.
Vejam o que diz a Maria José Morgado ....
Ou será que a senhora só fala direito quando é para se meter com o futebol...
Vale a pena pensar nisto...
Há um submundo de clinicas e parteiras que exercem um lobby fortissimo pelo não.
Isto só me faz lembrar a hipocrisia da droga
Náo e crime consumir mas é crime vender - por outras palavras se não tens quem te venda como podes consumir(David)

25.1.07

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XII)

http://www.assimnao.org/videos.htm

site do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa
(Tiago Hipkin)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (XI)

Até ia porque faço questão de usar os direitos que me dão mas fazer mais de 200 km para votar branco não me parece um medida energeticamente aceitável.
Faz parte do meu plano pessoal de racionalização energética para o país. :)
Recebi um powerpoint de um Estudo base da prática do aborto em Portugal pedido pela Associação para o planeamento da Família que posso enviar a quem quiser pois não o vou anexar a este mail visto ter 3 megas e tal.
Quem quiser diga-me que eu envio.

Abraço
(Zema)

24.1.07

Re: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (X)

«Só acrescento que há argumentos que me deixam doidos… Podíamos também defender o direito de opção de cometer assassinatos… Ficava opção de assassinar na consciência de cada um de nós. Quem queria mandava balázio, quem não queria não metia chumbo…»

Não me parece que seja por acaso que o direito ao assassínio ainda não foi a referendo... Não se pode dizer que seja, no presente, uma questão que conduza a enormes interrogações éticas. No presente, claro.

Acho que há um equívoco, entretanto: nunca haverá uma autoridade, científica ou de outro tipo, que nos venha dizer em que ponto o feto deve considerar-se um ser humano. Isso é convencionado. Decide-se, não se descobre. Não é o tipo de tema em que exista «a verdade». É isso que faz dele um problema complexo. E para todos os problemas complexos existe uma resposta simples, clara, directa e estúpida, como dizia o outro.

Quando se trata de opções de valores, em que não há «o valor certo» e, neste caso, em que não há consequências ameaçadoras para a ordem social, não aceito que me digam o que fazer. A lei não serve para dizer paternalmente o que está bem: serve para que possamos viver em conjunto o mais livremente possível.

Vou votar «sim» e isto não tem nada que ver com dizer que sou contra ou a favor do aborto. Acharia natural que alguém pessoalmente contra o aborto votasse «sim». O problema é que as pessoas têm tendência a confundir os seus valores com «a verdade».
(Kiki)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (IX)

Caro José,
Sugiro que vás na mesma votar, nem que seja em branco…
“> - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a> pinadela? Ou é a olho?”

As semanas contam-se a partir da data da última menstruação. Fica o esclarecimento.

Cumprimentos,
(Tiago Hipkin Meireles)

23.1.07

Re: Bush promete estratégia ambiciosa para combater aquecimento global (I)

tens aqui o porquê da atitude do Bush...

http://www.diarioeconomico.com
EUA 19:43
Empresas norte-americanas solicitam medidas para enfrentar aquecimento global
Algumas das maiores empresas norte-americanas, entre elas a Alcoa, a General Electric (GE) e a Dupont, exigiram nesta segunda-feira ao presidente americano, George W. Bush, e ao Congresso, que adoptem medidas para enfrentar o aquecimento global.(Tiago Hipkin)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (VIII)

Amigo Zema,

Deixo alguns comentários ao longo do teu texto.

“Andava a evitar meter a minha foice nesta seara mas já que tem sido um dos> assuntos mais activo nos últimos dias aqui na lista deixo breves> apontamentos, não sem antes vos contextualizar. > Não pretendo ir votar pois sou sensível a argumentos de ambos os lados, mas> quanto mais os dias passam, e o debate acontece, cada vez sinto-me mais> próximo dos defensores do não. Posto isto:> > - Julgo que nunca foi nenhuma mulher presa por ter abortado em Portugal nos> últimos 30 anos;

Sim, é verdade. Mas isso apenas significa que a nossa lei actual não está a ser cumprida. Ao não ser cumprida, o Estado de Direito não está a funcionar convenientemente. Onde já se viu gastarem-se recursos em investigação policial, em acções judiciais, etc., para depois no final a lei NUNCA ser cumprida? Isso é uma razão para alterar a lei, porque certamente ela não está a servir o Estado de Direito. No fundo esse será um argumento para o “sim”.

> - As poucas "abortadeiras" de vão de escada, que há, não vão acabar... Quem> lá vai tem poucos recursos e muitas das vezes às 10 semanas nem sabe que> está grávida. Vão lá depois...
Provavelmente não vão acabar. Mas de certeza que o aborto clandestino vai diminuir. Imensa gente fez um aborto num “vão de escada” (só essa ideia me petrifica) porque não podia ir ao hospital. E além disso as “abortadeiras de vão de escada” vão continuar a ser punidas criminalmente, assim como qualquer mulher que fizer um aborto clandestino (mesmo que antes das 10 semanas). Só é despenalizada a IVG “se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado».”. Esta nova lei não muda nada em relação ao aborto clandestino. Esse continuará a ser punido.
Mais uma coisa. Dos abortos realizados em Portugal (ver ponto e link adiante), cerca de 73% das mulheres fazem-no antes das 10 semanas.

> - Seja esta lei mantida ou alterada, um dos problemas no Pós referendo vai> ser gerir as Listas de espera, e principalmente encontrar equipas médicas> dispostas a efectuar um aborto;
Concordo.

> - O aborto é uma vergonha numa família... Ao torna-lo legal a vergonha> diminui? Acho que muitas não vão aos hospitais por vergonha e irão continuar> a ir ao "privado";
As mulheres não vão ao hospitais porque é crime realizar um aborto actualmente (excepto nas várias situações conhecidas). Mas concordo que decidir um aborto é uma situação muito complicada, e também compreendo que muitas mulheres têm vergonha. Mas, sinceramente, acho que a vergonha diminui quando a sociedade e o Estado deixarem de considerar criminosas as pessoas que interrompem a gravidez. Achas que uma mulher que faz um aborto por ter sido violada tem “vergonha” de o fazer? Não, não tem. A vergonha normalmente reside no facto de ter sido violada (infelizmente, pois a mulher não tem culpa nenhuma, mas quase todas ficam com algum remorso – isto é algo que só uma mulher que tenha passado por uma tragédia desse tipo poderá dizer ao certo). O facto de ser aceite o aborto nessa situação (e isto é só um exemplo) faz com que ela não sinta vergonha. A sociedade aceita esse aborto. E, se o “sim” ganhar, isso significa que a maior parte dos portugueses aceita o aborto até às 10 semanas, e as mulheres já não têm de sentir vergonha. “Vergonha é roubar e ser apanhado”. A vergonha existe, principalmente, por receio de ir parar ao banco dos réus.
Em relação ao privado, a ideia é que se possa ir a um hospital, ou centro de saúde, público ou privado. O que interessa é que esteja “legalmente autorizado”.

> - Quantos abortos são feitos em Portugal? Acho que não são assim tantos> quanto se fala mas não sei...
Oficialmente, 906 em 2005. Mas, e sem contar com os que são feitos em Espanha (que, como sabes, são muitos), realizam-se clandestinamente 18 mil por ano (5 mil mulheres são hospitalizadas devido a complicações pós-aborto, por ano). “De acordo com um estudo recentemente divulgado pela Associação para o Planeamento Familiar, cerca de 350 mil mulheres portuguesas em idade fértil já terão abortado” (http://www.correiomanha.pt/pda/noticia.aspx?id=227482&idselect=90&idCanal=90&p=200). Eu acho que, na verdade, “são assim tantos”.

> - Há alguma razão científica para ser até às 10 semanas? Ou é assim pela> mesma razão que um jogo tem 90 minutos?
Penso que tem a ver com o facto de, nessa altura, o feto não ter ainda sistema nervoso central (e por isso não ser considerado “pessoa humana”). Mas isto é muito discutível, naturalmente.

> - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a> pinadela? Ou é a olho?
Da mesma forma que sabes quantas semanas tem o bebé que está na barriga da mãe grávida. O tempo começa a contar no momento em que a mãe deixou de ter menstruação (informei-me disto com uma mãe recente! :)).

> - Caso uma grávida vá ao hospital para abortar e porque a consulta demorou 1> semana a ser marcada, e já não possa abortar poderá essa grávida exigir do> estado que assuma a totalidade dos encargos com a criança?
Isto depois terá que ver exactamente com a lei que vai ser escrita, com certeza. O referendo só trata de uma pequena parte (a mais importante, claro está). Não estará no espírito da lei prejudicar uma mulher devido a atrasos nos hospitais, mas este é de facto um problema muito sério. Porque se não for feito antes das 10 semanas, a verdade é que o feto já terá mais tempo de incubação (e portanto estará mais desenvolvido), o que traz os tais problemas de podermos ter ali já uma “pessoa humana”.

> - E se essa mesma grávida, ao não lhe ser dado acesso ao aborto gratuito> porque já tem 12 semanas, recorre à iniciativa privada e o médico que a> acompanhou teve conhecimento deverá fazer participação criminal dessa> grávida?;
Isso é a situação que temos hoje. Se o médico fizer a interrupção estão os dois a cometer um crime.

> - Poderá uma grávida com 10 semanas de gestação menos 1 dia recorrer às> urgências de um hospital? E em caso afirmativo qual será a cor a atribuir à> paciente segundo o Sistema de Manchester? Vermelho? E qual a prioridade> entre um politraumatizado e uma grávida no acesso ao bloco operatório?
Compreendo onde queres chegar, e isso é de facto um problema bicudo. Penso que, mais uma vez, terá de ser resolvido no projecto de lei que for apresentado.

> Tenho dezenas de dúvidas como estas... por isso prefiro pôr-me de parte. Não> quero fazer parte deste processo de escolha. E pela primeira vez na minha> vida não vou exercer o meu direito e dever de cidadania.
Sou sempre contra esse tipo de atitude. Mas, naturalmente, aceito pois essa opção é individual e livre, felizmente. Quando tenho dúvidas voto em branco. No nosso sistema vai dar ao mesmo, eu sei, mas pelo menos fico melhor com a minha consciência: exerci o meu dever (ir votar), e também o meu direito (votar em branco).

> Só acrescento que há argumentos que me deixam doidos… Podíamos também defender o direito de opção de cometer assassinatos… Ficava opção de assassinar na consciência de cada um de nós. Quem > queria mandava balázio, quem não queria não metia chumbo…
Como dizia anteriormente, “os Estados só devem criminalizar uma conduta quando ela seja consensualmente condenada pela sociedade”. O tal “balázio” é consensualmente condenado. Por isso é crime. O roubo, a corrupção, são consensualmente condenados. São crimes. Eu acredito num Estado Livre, de facto, mas também de Direito. Somos livres mas temos responsabilidades. A nossa liberdade termina quando começa a liberdade do outro.
Forte abraço.

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (VII)

Ainda não tinha intervido neste assunto. Nem o farei agora com o tempo que mereceria mas vou fazer um copy/paste de um mail que enviei ontem para outra mailling list onde participo, que se debruça sobre a académica e que pela primeira vez desde que existe está a abordar um tema extra-briosa, onde penso que resume o que penso:

“Andava a evitar meter a minha foice nesta seara mas já que tem sido um dos> assuntos mais activo nos últimos dias aqui na lista deixo breves> apontamentos, não sem antes vos contextualizar. > Não pretendo ir votar pois sou sensível a argumentos de ambos os lados, mas> quanto mais os dias passam, e o debate acontece, cada vez sinto-me mais> próximo dos defensores do não. Posto isto:> > - Julgo que nunca foi nenhuma mulher presa por ter abortado em Portugal nos> últimos 30 anos;> - As poucas "abortadeiras" de vão de escada, que há, não vão acabar... Quem> lá vai tem poucos recursos e muitas das vezes às 10 semanas nem sabe que> está grávida. Vão lá depois...> - Seja esta lei mantida ou alterada, um dos problemas no Pós referendo vai> ser gerir as Listas de espera, e principalmente encontrar equipas médicas> dispostas a efectuar um aborto;> - O aborto é uma vergonha numa família... Ao torna-lo legal a vergonha> diminui? Acho que muitas não vão aos hospitais por vergonha e irão continuar> a ir ao "privado";> - Quantos abortos são feitos em Portugal? Acho que não são assim tantos> quanto se fala mas não sei... > - Há alguma razão científica para ser até às 10 semanas? Ou é assim pela> mesma razão que um jogo tem 90 minutos?> - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a> pinadela? Ou é a olho?> - Caso uma grávida vá ao hospital para abortar e porque a consulta demorou 1> semana a ser marcada, e já não possa abortar poderá essa grávida exigir do> estado que assuma a totalidade dos encargos com a criança?> - E se essa mesma grávida, ao não lhe ser dado acesso ao aborto gratuito> porque já tem 12 semanas, recorre à iniciativa privada e o médico que a> acompanhou teve conhecimento deverá fazer participação criminal dessa> grávida?;> - Poderá uma grávida com 10 semanas de gestação menos 1 dia recorrer às> urgências de um hospital? E em caso afirmativo qual será a cor a atribuir à> paciente segundo o Sistema de Manchester? Vermelho? E qual a prioridade> entre um politraumatizado e uma grávida no acesso ao bloco operatório?> > Talvez se me desse ao trabalho de ler a tese de doutoramento do cunhal não> tivesse tantas questões...> > Tenho dezenas de dúvidas como estas... por isso prefiro pôr-me de parte. Não> quero fazer parte deste processo de escolha. E pela primeira vez na minha> vida não vou exercer o meu direito e dever de cidadania.> Como o António Matos Godinho disse num email anterior... o mal disto são os> extremos. A Vida não é a Preto e Branco... também há vários níveis de> cinzento. Eu estou lá... no cinzento!> > Mas tento não ser um cinzentão :-)> > Acho que este referendo é um aborto... não a instituição do referendo mas> este referendo.> Acho o nosso processo evolutivo não é perfeito e chegamos a um ponto onde a> nossa evolução exige que façamos um controle da natalidade a qualquer custo> e esse mesma evolução ainda não permite que o façamos sem colocar em causa> valores que suportam toda a sociedade ocidental.> > Talvez daqui a uns anos, e porque a ciência cria soluções, sejamos acusados,> tal como hoje acusamos quem fez a inquisição, mas para nós actualmente faz> sentido... pelo menos para alguns.Andava a evitar meter a minha foice nesta seara mas já que tem sido um dos> assuntos mais activo nos últimos dias aqui na lista deixo breves> apontamentos, não sem antes vos contextualizar. > Não pretendo ir votar pois sou sensível a argumentos de ambos os lados, mas> quanto mais os dias passam, e o debate acontece, cada vez sinto-me mais> próximo dos defensores do não. Posto isto:> > - Julgo que nunca foi nenhuma mulher presa por ter abortado em Portugal nos> últimos 30 anos;> - As poucas "abortadeiras" de vão de escada, que há, não vão acabar... Quem> lá vai tem poucos recursos e muitas das vezes às 10 semanas nem sabe que> está grávida. Vão lá depois...> - Seja esta lei mantida ou alterada, um dos problemas no Pós referendo vai> ser gerir as Listas de espera, e principalmente encontrar equipas médicas> dispostas a efectuar um aborto;> - O aborto é uma vergonha numa família... Ao torna-lo legal a vergonha> diminui? Acho que muitas não vão aos hospitais por vergonha e irão continuar> a ir ao "privado";> - Quantos abortos são feitos em Portugal? Acho que não são assim tantos> quanto se fala mas não sei... > - Há alguma razão científica para ser até às 10 semanas? Ou é assim pela> mesma razão que um jogo tem 90 minutos?> - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a> pinadela? Ou é a olho?> - Caso uma grávida vá ao hospital para abortar e porque a consulta demorou 1> semana a ser marcada, e já não possa abortar poderá essa grávida exigir do> estado que assuma a totalidade dos encargos com a criança?> - E se essa mesma grávida, ao não lhe ser dado acesso ao aborto gratuito> porque já tem 12 semanas, recorre à iniciativa privada e o médico que a> acompanhou teve conhecimento deverá fazer participação criminal dessa> grávida?;> - Poderá uma grávida com 10 semanas de gestação menos 1 dia recorrer às> urgências de um hospital? E em caso afirmativo qual será a cor a atribuir à> paciente segundo o Sistema de Manchester? Vermelho? E qual a prioridade> entre um politraumatizado e uma grávida no acesso ao bloco operatório?> > Talvez se me desse ao trabalho de ler a tese de doutoramento do cunhal não> tivesse tantas questões...> > Tenho dezenas de dúvidas como estas... por isso prefiro pôr-me de parte. Não> quero fazer parte deste processo de escolha. E pela primeira vez na minha> vida não vou exercer o meu direito e dever de cidadania.> Como o António Matos Godinho disse num email anterior... o mal disto são os> extremos. A Vida não é a Preto e Branco... também há vários níveis de> cinzento. Eu estou lá... no cinzento!> > Mas tento não ser um cinzentão :-)> > Acho que este referendo é um aborto... não a instituição do referendo mas> este referendo.> Acho o nosso processo evolutivo não é perfeito e chegamos a um ponto onde a> nossa evolução exige que façamos um controle da natalidade a qualquer custo> e esse mesma evolução ainda não permite que o façamos sem colocar em causa> valores que suportam toda a sociedade ocidental.> > Talvez daqui a uns anos, e porque a ciência cria soluções, sejamos acusados,> tal como hoje acusamos quem fez a inquisição, mas para nós actualmente faz> sentido... pelo menos para alguns.Andava a evitar meter a minha foice nesta seara mas já que tem sido um dos> assuntos mais activo nos últimos dias aqui na lista deixo breves> apontamentos, não sem antes vos contextualizar. > Não pretendo ir votar pois sou sensível a argumentos de ambos os lados, mas> quanto mais os dias passam, e o debate acontece, cada vez sinto-me mais> próximo dos defensores do não. Posto isto:> > - Julgo que nunca foi nenhuma mulher presa por ter abortado em Portugal nos> últimos 30 anos;> - As poucas "abortadeiras" de vão de escada, que há, não vão acabar... Quem> lá vai tem poucos recursos e muitas das vezes às 10 semanas nem sabe que> está grávida. Vão lá depois...> - Seja esta lei mantida ou alterada, um dos problemas no Pós referendo vai> ser gerir as Listas de espera, e principalmente encontrar equipas médicas> dispostas a efectuar um aborto;> - O aborto é uma vergonha numa família... Ao torna-lo legal a vergonha> diminui? Acho que muitas não vão aos hospitais por vergonha e irão continuar> a ir ao "privado";> - Quantos abortos são feitos em Portugal? Acho que não são assim tantos> quanto se fala mas não sei... > - Há alguma razão científica para ser até às 10 semanas? Ou é assim pela> mesma razão que um jogo tem 90 minutos?> - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a> pinadela? Ou é a olho?> - Caso uma grávida vá ao hospital para abortar e porque a consulta demorou 1> semana a ser marcada, e já não possa abortar poderá essa grávida exigir do> estado que assuma a totalidade dos encargos com a criança?> - E se essa mesma grávida, ao não lhe ser dado acesso ao aborto gratuito> porque já tem 12 semanas, recorre à iniciativa privada e o médico que a> acompanhou teve conhecimento deverá fazer participação criminal dessa> grávida?;> - Poderá uma grávida com 10 semanas de gestação menos 1 dia recorrer às> urgências de um hospital? E em caso afirmativo qual será a cor a atribuir à> paciente segundo o Sistema de Manchester? Vermelho? E qual a prioridade> entre um politraumatizado e uma grávida no acesso ao bloco operatório?> > Talvez se me desse ao trabalho de ler a tese de doutoramento do cunhal não> tivesse tantas questões...> > Tenho dezenas de dúvidas como estas... por isso prefiro pôr-me de parte. Não> quero fazer parte deste processo de escolha. E pela primeira vez na minha> vida não vou exercer o meu direito e dever de cidadania.> Como o António Matos Godinho disse num email anterior... o mal disto são os> extremos. A Vida não é a Preto e Branco... também há vários níveis de> cinzento. Eu estou lá... no cinzento!> > Mas tento não ser um cinzentão :-)> > Acho que este referendo é um aborto... não a instituição do referendo mas> este referendo.> Acho o nosso processo evolutivo não é perfeito e chegamos a um ponto onde a> nossa evolução exige que façamos um controle da natalidade a qualquer custo> e esse mesma evolução ainda não permite que o façamos sem colocar em causa> valores que suportam toda a sociedade ocidental.> > Talvez daqui a uns anos, e porque a ciência cria soluções, sejamos acusados,> tal como hoje acusamos quem fez a inquisição, mas para nós actualmente faz> sentido... pelo menos para alguns.Andava a evitar meter a minha foice nesta seara mas já que tem sido um dos> assuntos mais activo nos últimos dias aqui na lista deixo breves> apontamentos, não sem antes vos contextualizar. > Não pretendo ir votar pois sou sensível a argumentos de ambos os lados, mas> quanto mais os dias passam, e o debate acontece, cada vez sinto-me mais> próximo dos defensores do não. Posto isto:> > - Julgo que nunca foi nenhuma mulher presa por ter abortado em Portugal nos> últimos 30 anos;> - As poucas "abortadeiras" de vão de escada, que há, não vão acabar... Quem> lá vai tem poucos recursos e muitas das vezes às 10 semanas nem sabe que> está grávida. Vão lá depois...> - Seja esta lei mantida ou alterada, um dos problemas no Pós referendo vai> ser gerir as Listas de espera, e principalmente encontrar equipas médicas> dispostas a efectuar um aborto;> - O aborto é uma vergonha numa família... Ao torna-lo legal a vergonha> diminui? Acho que muitas não vão aos hospitais por vergonha e irão continuar> a ir ao "privado";> - Quantos abortos são feitos em Portugal? Acho que não são assim tantos> quanto se fala mas não sei... > - Há alguma razão científica para ser até às 10 semanas? Ou é assim pela> mesma razão que um jogo tem 90 minutos?> - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a> pinadela? Ou é a olho?> - Caso uma grávida vá ao hospital para abortar e porque a consulta demorou 1> semana a ser marcada, e já não possa abortar poderá essa grávida exigir do> estado que assuma a totalidade dos encargos com a criança?> - E se essa mesma grávida, ao não lhe ser dado acesso ao aborto gratuito> porque já tem 12 semanas, recorre à iniciativa privada e o médico que a> acompanhou teve conhecimento deverá fazer participação criminal dessa> grávida?;> - Poderá uma grávida com 10 semanas de gestação menos 1 dia recorrer às> urgências de um hospital? E em caso afirmativo qual será a cor a atribuir à> paciente segundo o Sistema de Manchester? Vermelho? E qual a prioridade> entre um politraumatizado e uma grávida no acesso ao bloco operatório?> > Talvez se me desse ao trabalho de ler a tese de doutoramento do cunhal não> tivesse tantas questões...> > Tenho dezenas de dúvidas como estas... por isso prefiro pôr-me de parte. Não> quero fazer parte deste processo de escolha. E pela primeira vez na minha> vida não vou exercer o meu direito e dever de cidadania.> Como o António Matos Godinho disse num email anterior... o mal disto são os> extremos. A Vida não é a Preto e Branco... também há vários níveis de> cinzento. Eu estou lá... no cinzento!> > Mas tento não ser um cinzentão :-)> > Acho que este referendo é um aborto... não a instituição do referendo mas> este referendo.> Acho o nosso processo evolutivo não é perfeito e chegamos a um ponto onde a> nossa evolução exige que façamos um controle da natalidade a qualquer custo> e esse mesma evolução ainda não permite que o façamos sem colocar em causa> valores que suportam toda a sociedade ocidental.> > Talvez daqui a uns anos, e porque a ciência cria soluções, sejamos acusados,> tal como hoje acusamos quem fez a inquisição, mas para nós actualmente faz> sentido... pelo menos para alguns.Andava a evitar meter a minha foice nesta seara mas já que tem sido um dos assuntos mais activo nos últimos dias aqui na lista deixo breves apontamentos, não sem antes vos contextualizar. Não pretendo ir votar pois sou sensível a argumentos de ambos os lados, mas quanto mais os dias passam, e o debate acontece, cada vez sinto-me mais próximo dos defensores do não. Posto isto: - Julgo que nunca foi nenhuma mulher presa por ter abortado em Portugal nos últimos 30 anos; - As poucas "abortadeiras" de vão de escada, que há, não vão acabar... Quem lá vai tem poucos recursos e muitas das vezes às 10 semanas nem sabe que está grávida. Vão lá depois... - Seja esta lei mantida ou alterada, um dos problemas no Pós referendo vai ser gerir as Listas de espera, e principalmente encontrar equipas médicas dispostas a efectuar um aborto; - O aborto é uma vergonha numa família... Ao torna-lo legal a vergonha diminui? Acho que muitas não vão aos hospitais por vergonha e irão continuar a ir ao "privado"; - Quantos abortos são feitos em Portugal? Acho que não são assim tantos quanto se fala mas não sei... - Há alguma razão científica para ser até às 10 semanas? Ou é assim pela mesma razão que um jogo tem 90 minutos? - Como se define as 10 semanas? Pelo dia em que a grávida diz que deu a pinadela? Ou é a olho? - Caso uma grávida vá ao hospital para abortar e porque a consulta demorou 1 semana a ser marcada, e já não possa abortar poderá essa grávida exigir do estado que assuma a totalidade dos encargos com a criança? - E se essa mesma grávida, ao não lhe ser dado acesso ao aborto gratuito porque já tem 12 semanas, recorre à iniciativa privada e o médico que a acompanhou teve conhecimento deverá fazer participação criminal dessa grávida?; - Poderá uma grávida com 10 semanas de gestação menos 1 dia recorrer às urgências de um hospital? E em caso afirmativo qual será a cor a atribuir à paciente segundo o Sistema de Manchester? Vermelho? E qual a prioridade entre um politraumatizado e uma grávida no acesso ao bloco operatório? Talvez se me desse ao trabalho de ler a tese de doutoramento do cunhal não tivesse tantas questões... Tenho dezenas de dúvidas como estas... por isso prefiro pôr-me de parte. Não quero fazer parte deste processo de escolha. E pela primeira vez na minha vida não vou exercer o meu direito e dever de cidadania. Como o António Matos Godinho disse num email anterior... o mal disto são os extremos. A Vida não é a Preto e Branco... também há vários níveis de cinzento. Eu estou lá... no cinzento! Mas tento não ser um cinzentão :-) Acho que este referendo é um aborto... não a instituição do referendo mas este referendo. Acho o nosso processo evolutivo não é perfeito e chegamos a um ponto onde a nossa evolução exige que façamos um controle da natalidade a qualquer custo e esse mesma evolução ainda não permite que o façamos sem colocar em causa valores que suportam toda a sociedade ocidental. Talvez daqui a uns anos, e porque a ciência cria soluções, sejamos acusados, tal como hoje acusamos quem fez a inquisição, mas para nós actualmente faz sentido... pelo menos para alguns.”

Só acrescento que há argumentos que me deixam doidos… Podíamos também defender o direito de opção de cometer assassinatos… Ficava opção de assassinar na consciência de cada um de nós. Quem queria mandava balázio, quem não queria não metia chumbo…

Há uma palavra que ando a ficar farto. Cada vez que oiço a palavra hipocrisia cada vez sou mais pelo não… Odeio argumentos vazio e ocos! Odeio a conversa da parteira de vão de escada, das mulheres presas, dos milhares de mortos… custa-me ouvir!
(Zema)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (VI)

Vale a pena ver!
Site do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.

http://www.assimnao.org/(Tiago Hipkin)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (V)

O teu ponto de vista tem muita razão de ser. Concordo inteiramente com ele.

Há aqui um conflito (constitucional) de interesses: liberdade da mulher / vida do embrião, que está em disputa. Há pessoas que entendem que o Estado deve proteger o embrião, e então decidem pela penalização do aborto – escolhem a vida do embrião (é já um ser humano? Pior: é já uma pessoa?) em detrimento da liberdade da mulher. Curiosamente muitos dos que defendem a liberdade pessoal a nível económico, político, etc., são muito pouco liberalizadores neste aspecto. Eu talvez me veja mais como puramente liberal, e entenda que a forma mais correcta de resolver este assunto é deixá-lo na consciência de cada um. Aposto na liberdade.

Sendo contra o aborto por princípio (haverá alguém a favor?) fico naturalmente sensibilizado com o facto de existir, de facto, um coração a bater às 10 semanas. Mas posso também contrapor com o facto de não existir actividade neuronal nesse período. Assim sendo, podemos falar de um indíviduo? Existe, claramente, vida, mas poder-se-á considerar isso uma pessoa humana? Concordo também contigo nisto, Kiki, não há respostas certas nem simples para estas questões.

Penso que os Estados só devem criminalizar uma conduta quando ela seja consensualmente condenada pela sociedade. Não havendo consenso, penso que o Estado deve deixar para cada um o direito de decidir. E, de facto, esta nova lei (proposta) não obriga ninguém a abortar. Permite apenas que, cada pessoa, a nível individual, possa decidir, livremente, o que fazer numa situação tão desesperante (psíquica, física e moralmente) como esta. No entanto, e para que este referendo não fosse apenas uma tentativa de “liberalização do aborto”, como muitos lhe chamam, penso que se deveria colocar, na questão do referendo, uma única condição para se poder interromper a gravidez até às 10 semanas: a mulher deveria passar por um centro de aconselhamento reconhecido antes da IVG, ao exemplo do que já acontece na Alemanha. Penso que era uma condição muito simples que atenuava um pouco a ideia do “vou abortar porque me apetece”.

Voltarei a este assunto dentro de uns dias, com uma lista que estou a organizar: “razões para votar não / razões para votar sim”.

Abraços

Re: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (IV)

O que realmente me irrita neste referendo é que, na verdade, está-se a perguntar: quer que AS OUTRAS pessoas possam abortar ou não? Se se admite que a delicadeza e a complexidade da questão não permite que uns decidam pelos outros (os representantes políticos por todo o povo), então porque não assumir isso realmente e permitir que cada um decida pela sua consciência? Se vencer o «não», será uma parte e impor a sua grelha moral a outra. Se vencer o «sim», cada um preserva o direito à sua - numa discussão sobre a qual a única coisa já provada e que alguma vez se poderá provar é que não tem respostas certas nem simples, por mais ciência, religião, filosofia ou arrogância que se lhe empregue.

(Kiki)

Eleições sérvias deixam o campo democrático ainda mais dividido

Os ultranacionalistas tiveram uma vitória simbólica e os partidos pró-europeus a maioria absoluta. Mas nada garante a sua unidade
Os ultranacionalistas do Partido Radical Sérvio (SRS) confirmaram o primeiro lugar nas eleições legislativas de domingo, enquanto o conjunto dos partidos democráticos obteve uma maioria absoluta no Parlamento. A UE e os EUA apelaram à rápida formação de um governo "pró-europeu" mas a maioria democrática é ilusória, com profundas divisões sobre o Kosovo, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ), as reformas económicas ou a política europeia. O árbitro da situação poderá ser o primeiro-ministro, Vojislav Kostunica.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=23&uid={3B373FAC-24F4-472C-A435-A0A00BB77948}&id=117985&sid=13073

Comentário: Uma má e uma boa notícia nas eleições sérvias. Má notícia: o Partido Radical, ultranacionalista, ficou em primeiro lugar nas eleições. Infelizmente há ainda muitos sérvios a votar nos populistas do SRS. Relembre-se que o seu líder está preso, em Haia, por crimes contra a Humanidade, e que este partido deseja (aliás como outros, e como grande parte da população) anexar o Kosovo tornando-o de novo parte da Sérvia (actualmente a administração do território está entregue às Nações Unidas), esquecendo a vontade da maioria da população, os seus 2 milhões de albaneses, que desejam independência. Boa notícia: os partidos democráticos pró-europeus conseguiram a maioria absoluta no Parlamento. Como desatar agora este nó górdio? Só mesmo se os partidos democráticos esquecerem as suas diferenças e se unirem para a formação de um governo (recorde-se que eles já se uniram quando o objectivo comum era destituir Milosevic). Mas todos sabemos que, em política, isso é normalmente muito complicado.

Bush promete estratégia ambiciosa para combater aquecimento global

O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vai usar o seu discurso sobre o Estado da União desta noite para anunciar algumas mudanças radicais nas suas políticas de energia e ambiente, através de uma nova e "ambiciosa" estratégia nacional para combater o aquecimento global e promover a independência energética do país. Por Rita Siza, Washington
Exactamente um ano depois de ter proclamado que "a América vive viciada em petróleo", o Presidente dos EUA vai avançar novas iniciativas destinadas a reduzir a dependência americana das importações petrolíferas de países politicamente instáveis. Segundo antecipou o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, George W. Bush vai repetir aos americanos que a dependência energética constitui uma das maiores ameaças à defesa nacional, defendendo que o seu plano de promoção do recurso às energias alternativas ultrapassa a questão ambiental e é um aspecto essencial da política de segurança.

In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=23&uid={3B373FAC-24F4-472C-A435-A0A00BB77948}&id=117905&sid=13066

Comentário: Os EUA, o país com maiores responsabilidades pelo aquecimento global do nosso planeta, parecem decidir finalmente apostar a sério na promoção das energias renováveis e em aumentar a eficiência dos combustíveis para a indústria automóvel. Num país onde os cidadãos são “viciados” em carros desportivos SUV “sugadores” de combustível e onde o Presidente rejeita a ratificação do Protocolo de Quioto, é muito positiva esta procura da eficiência energética e aposta na inovação em energias alternativas.
Além do questão ambiental, o problema é também de segurança. Os EUA, tal como a Europa, estão cada vez mais dependentes do petróleo importado das regiões mais instáveis do Mundo, por isso a segurança energética (através da diversificação de fontes e de países fornecedores) é uma questão actualmente essencial para estes dois blocos.
É opinião (quase) unânime na comunidade científica que o Homem está a alterar o clima, e que isso poderá ter consequências catastróficas no futuro. É de saudar que a maior potência mundial comece a levar este assunto mais a sério.

22.1.07

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado (X)

Este Homem é um Senhuar…carago!!!(Andre)

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado (IX)

A culpa foi minha…Mas andava e ando curioso com esta historia do Beira Mar.Parece-me um erro… a solução mais fácil. Mas posso estar errado… Espero nãoestar porque acredito que um clube de futebol é parte de uma cidade, de umaregião e que vale por si e pela sua história.A história de uma cidade não pode estar à venda. Falo do Beira Mar, daAcadémica e de todos os clubes.Posso ser um velho do Restelo mas não sei ser diferente neste assuntoMas, e porque fui eu que deixei o Pinto da Costa cair, recupero algumaspérolas desse Best Seller de seu nome “Eu, Carolina”:“Nada tem de promíscuo trabalhar em barres como o Calor da Noite.Promiscuidade é o que existe no mundo do futebol, onde é moda, fica bem e dástatus ter relações extraconjugais e quase todos as têm.Certa noite, ao despedir-se de mim, não me deu um beijo na cara, como erausual, mas um beijo na boca [...] estava completamente apaixonada [...]Demorei uma eternidade na casa de banho a tentar evitar o inevitável [...]Ele já me esperava, pacientemente, na cama [...] E vivi uma linda einesquecível noite de amor.Confessou-me que tinha encetado uma relação com a jornalista Maria Elisa[...] que já terminara [...] devido ao consumismo extremo de que elapadecia.Tendo problemas de flatulência [...] de vez em quando descuidava-se [...] emcerimónias oficiais, levando-me a acender, de imediato, um cigarro paradisfarçar o odor.Cortava-lhe as unhas dos pés e aparava-lhes os pêlos das orelhas.O Jorge Nuno alterou-se com o senhor Scolari ao verificar que este nãocederia jamais às suas vontades.Sempre que [...] o Jorge Nuno achava que o árbitro tinha prejudicado o FCP,ligava ao senhor José António Pinto de Sousa, [...] começando por manifestara sua indignação [...] mas acabando sempre por marcar um jantar para fazeras pazes.Os árbitros Martins dos Santos e Augusto Duarte, entre outros, eram visitasda casa. Eram levados pelo empresário António Araújo, bebiam café e comiamchocolatinhos.O Araújo funcionava como uma ponte entre o Jorge Nuno, o Reinaldo e osárbitros, disponibilizando-lhes simpatias, tais como raparigas e outrosbens.Se o Jorge Nuno ficasse detido, contava com o apoio dos Super Dragões para otirarem lá de dentro.Dizia-me [...] que era preciso dar uma lição ao doutor Ricardo Bexiga [...]Prontifiquei-me a tratar do assunto. O serviço custava dez mil euros.”
(Zema)

Re: Pinto da Costa volta a ser investigado (VIII)

A saída do Inácio era o que a direcção mais desejava (sei disto por fontesinternas do Beira-Mar), o dinheiro que o Beira gastou em alojamentos,viagens, alimentação, etc. nas dezenas de jogadores que vieram à experiênciae que grande parte retomou o caminho de ida, mas infelizmente outra parteficou, todos de qualidade muito reduzida, tanto que acho que desses queficaram nenhum costuma jogar.Depois veio o treinador que esteve no Belenenses com uma das melhoresequipas de sempre, com um dos melhores orçamentos da Liga, e por incrívelque pareça desceu de divisão, belo treinador, de facto.Mas acho que o maior problema do Beira não é só o treinador, a equipaestá-se nas tintas para o clube, sei de uma história (que é verdade e não éficção) que na derrota do Beira no Bessa os jogadores vierm todos contentesa cantar no Autocarro de regresso a Aveiro. É triste!!Hippy, grande jogador, notava-se bem, quando jogávamos à casulas no Largo daCapela de S. Gonçalinho. Joga em part-time no Gafanha e é o melhor jogador,ao vê-lo jogar não se percebe porque está num clube daqueles, e com a fracaqualidade dos jogadores do Beira Mar, este tinha lugar garantido no onze.Quando à mudança para o grupo espanhol, espero que dê resultados e que aautoridade espanhola impere no balneário, porque caso contrário se o Beiradesce, ou muito me engano ou deixa de haver clube na Cidade de Aveiro.
(Bergano)

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado (VII)

Não sabia dessa faceta do Inácio, mas é curiosa! :) Sinceramente nunca gostei dele como treinador, mas aqui a questão não é se ele é bom ou mau; o ponto fulcral era a estabilidade, e esta troca constante de treinadores (e agora de jogadores!) só pode ser prejudicial ao Beira.

Ao ler o que escreveste, e sabendo que tu estás sempre bem informado, só posso dizer que o Beira já comprou o bilhete para a Liga de Honra. Vamos ver se há um milagre que nos salve... mas infelizmente não creio.

Abraços.

PS: Quem se vai safando com isto é sempre o Pinto da Costa. Tudo começou com ele (ver ainda o assunto dos e-mails!), e rapidamente se mudou para o Beira-Mar. O homem, de facto, deve ter algo de especial. Consegue sempre safar-se. Safa!

Re: Pinto da Costa volta a ser investigado (VI)

Um pequeno reparo amigo Fernando...

O Inacio não foi mandado embora. Ele é que pediu para sair porque tinha uma proposta de um clube Grego (Ionikos se não me engano) onde ia ganhar muito bom dinheiro... Acontece que o Ionikos estava em último e em último está! O "Mercenário" Inácio, entretanto já fez as suas malas e voltou ao nosso país. Como diz o povo (o povão), teve mais olhos que barriga...

Não posso concordar quando dizes que o mal do Beira Mar foi a saída do Inácio. O Inácio teve os jogadores que pediu e com os quais fez bom dinheiro (comissões). Se reparares os jogadores Brasileiros que o Inácio foi ver ao Brasil (e mais tarde recomendou à direção) são MUITO FRACOS e nada ou quase nada jogaram na primeira liga até hoje. Para quê traze-los se não para encher os bolsos de dinheirinho com comissões? O Inácio cultiva muito bem a sua imagem! Temos dele a ideia de que é uma pessoa séria, mas para fazeres uma ideia, nos tempos em que jogou pelo FCP, era conhecido pelo Bufo. Ninguém falava à frente dele, excepto quando queriam que a direção soubesse o teor da conversa... Os seus colegas de então dizem mesmo, "o Inácio não jogou no Porto. O Inácio passou pelo Porto!" Como diria o Octávio, "eu sei do que estou a falar..." ;)

A meu ver a sua saída teria sido benéfica para o Beira, não fosse a Direção contratar outra "nódoa" como treinador que é o Sr. Carlos Carvalhal... Naquela altura o treinador adequado para o Beira teria sido o António Sousa. Por todas as razões e mais alguma!!

Quanto à parceria com o grupo Espanhol, neste momento ainda não tenho uma opinião concreta, mas o que vejo assusta-me...

Só te digo que desde que o mercado de jogadores reabriu em Janeiro, já entraram no Beira Mar seis jogadores e todos eles de qualidade no minimo duvidosa. Não sei mesmo se se poderão chamar reforços... "E mais! E mais!" (como diz o Arlindo) O Beira tem quatro guarda redes no plantel (ainda que um esteja lesionado) e segundo o Diário de Aveiro de hoje, vai ser apresentado mais um (brasileiro) nos próximos dias (talvez mesmo hoje), juntamente com mais dois "brazucas" (um defesa central e um médio) todos eles vindos desse grande colosso Brasileiro, o Joinville!! A estes irá juntar-se mais um avançado, também Brasileiro (já tinhamos poucos). Já dizia o Pedroto, "um Brasileiro é bom, dois é de mais e três é uma escola de samba!" (acho que era mais ou menos isto...). Mas o Circo não termina aqui!! Segundo o mesmo Jornal, chegaram ainda durante esta semana mais três reforços!! Acho que numa altura em que o Beira precisa de estabilidade para poder ganhar pontos que lhe permitam garantir a manutenção, estas contratações não são de todo a melhor opção...Mas assim vai o "nosso" Beira Mar... Depois querem que a malta vá ao Estádio...

Beijinhos e Abraços,
(João Nuno)

Ps - Atenção que nada tenho contra os Brasileiros!! Só acho que o futebol deles é diferente do nosso e se mesmo grandes craques (como o Roger, por exemplo) têm dificuldades de adpatação, o que dizer destes "miúdos" (todos eles têm entre 19 e 24 anos)...

19.1.07

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado (V)

Sou da opinião que foram feitas apostas em vários jogadores sul americanos que em nada vieram contribuir para o clube e esqueceram-se das camadas jovens do Beira Mar que concerteza formam jogadores com melhor qualidade a custos mais baixos.

Mas este é um problema que já vem de alguns anos no clube da nossa terra - dou-vos o exemplo do Hippy - que morava na beira mar e jogou futebol no largo do São Gonçalinho com muitos de nós aqui do forum. Foi convocado para a selecção nacional de sub-16, foi com o Beira Mar á final da Taça de Portugal há uns anos atrás e depois disso foi dispensado e se não me engano joga hoje num clube regional (tipo part-time).

Em relação a estas mudanças de fundo vou esperar para ver.... prefiro dar o beneficio da dúvida....

Abraço(Luis)

Re: Pinto da Costa volta a ser investigado (IV)

Boas,

Na minha opinião é um negócio, em que os jogadores jogam, não como objectivo principal a victória da equipa, mas porque é necessário para ganharem ritmo ou serem mostrados.
Penso ser um mal necessário, porque o clube, pelo que me apercebi, estava perto da falência.

Cumprimentos,
(Nuno Daniel)

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado (III)

Para mim o grande problema foi mandarem o Inácio embora só porque teve uns maus resultados no início. Agora só um milagre é que pode “ressuscitar” o nosso Beira...

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado (II)

Pouco mais há a acrescentar ao mail do Fernando até porque como adepto confesso da Académica não posso mandar pedras.

Mas mesmo assim aproveito para perguntar, porque o assunto é futebol e sabendo que muitos de Vós são Aveirenses, que opinião têm sobre as recentes alterações no Beira-Mar…

Uma inovação ou uma Aberração?
Uma invasão ou uma Iberização?
O Beira-Mar vai ficar a ganhar ou a perder?

Pessoalmente não gostei de ver o treinador despedido nem de ver o Jardel fora do campeonato Português mas não tenho opinião formada em relação ao resto.

Abraços(Zema)

RE: Pinto da Costa volta a ser investigado

Este homem é um SR. .... carago! :-)(Luis)

Pinto da Costa volta a ser investigado

Reaberto inquérito aos factos relacionados com o jogo FC Porto-Estrela da Amadora. Declarações de Carolina Salgado motivam volte-face na investigação
O processo relativo ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora da época 2003-04 vai voltar a ser investigado. O presidente da SAD portista Pinto da Costa; o vice-presidente Reinaldo Teles; o empresário António Araújo e os árbitros Luís Lameira, Jacinto Paixão, José Chilrito e Manuel Quadrado podem ainda ver validada a tese do procurador Carlos Teixeira, do Ministério Público de Gondomar, que defende que os quatro primeiros cometeram o crime de corrupção desportiva activa e os restantes de corrupção desportiva na forma passiva.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=19&uid={3B919035-4271-43A1-A53D-F170AF021DFE}&id=117381&sid=13004

Comentário: No nosso país é preciso que surja um evento extraordinário (no caso o livro da ex-meretriz) para que a Justiça volte a funcionar. A razão pela qual o primeiro processo foi arquivado é verdadeiramente espectacular: as escutas telefónicas feitas aos intervenientes não eram claras. Dou um exemplo muito curioso: em vez de prostituta, os arguidos do processo falavam de “fruta”. Entendido. É absolutamente natural que os magistrados achem normal uma conversa deste tipo entre Pinto da Costa e um qualquer árbitro:
Pinto da Costa (PC): “Olha lá, tenho aqui “fruta” da boa para ti! É de comer e chorar por mais!”. Árbitro (A): “Eh lá, então mas que “fruta” é?”. PC: “Tenho umas “laranjas” bem sumarentas, uma “melância” madurinha e uns “marmelos” que é de um homem ficar saciado! Tens é de fazer o habitual. Ajuda os meus “canários” a piar mais vezes que os “mochos”...”. A:”Claro! Por “fruta” dessa qualidade faço tudo. Se for preciso até lhes dou uma ou duas doses de “alpiste” para ver se eles conseguem pelo menos “piar” com o “alpiste”. Quando os “mochos” de Alcântara vieram ao teu “quintal” nem com uma dose de “alpiste” no último segundo os “canários” “piaram””. PC: “Para evitar isso manda um ou dois “mochos” para as “gaiolas” mais cedo...
Esta estória é ficção, mas penso que será uma boa réplica da realidade. É mais que banal duas pessoas falarem ao telefone de “frutas” e “canários” (e até de “meias de leite”, se bem me lembro)... Ou se é literal nas conversas, ou então arquiva-se o assunto. Pois bem, vamos todos começar a falar por código.

17.1.07

RE: Que não se julgue que a culpa é da OPEP e da Galp (I)

Sou daqueles que têm de gastar 70,00€ sempre que querem encher o depósito e cada vez que vou às bombas venho de lá a falar para dentro.
Posto ist,o não me choca e estou disposto a pagar caro a gasolina mesmo sabendo que diminui a nossa capacidade produtiva e concorrencial, mas que é baseada num modelo de desenvolvimento económico errado, desde que:
- Isso fomente a implantação de fontes de energias renováveis;
- Fomente a utilização de transportes públicos (eu estou convertido);
- Fomente a racionalização na utilização da energia;
- Contribua para o desenvolvimento e modernização das nossas unidades de produção.
Por outro lado continuo a achar que este tipo de impostos são socialmente mais justos do que os impostos sobre os rendimentos. Só paga quem consome…

É limitar o consumo pelo preço ao invés do que foi feito, por este governo, no mercado eléctrico ao não deixar o mercado actuar o que vai obrigar-nos a pagar o que os outros consumem. É andar a pagar demais na Gasolina e de menos na Factura de EDP…

Eu complementava a noticia que o Fernando escreveu com esta:
http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=289097 (Zema)

Reformadores e radicais unidos nas críticas às políticas de Ahmadinejad

Documento de 50 deputados exige que o Presidente se explique ao Parlamento em Teerão; o Guia Supremo também estará desapontado
Um grupo de 50 deputados reformadores do Irão assinou um documento onde exorta o Presidente, Mahmoud Ahmadinejad, a explicar ao Parlamento as suas políticas radicais, informou ontem a BBC on-line. No entanto, para forçar o chefe de Estado a prestar contas ao Majlis seriam necessárias 75 assinaturas.As críticas a Ahmadinejad têm aumentado desde que o Conselho de Segurança da ONU aprovou sanções à República Islâmica devido à insistência em prosseguir o seu suspeito programa nuclear. Até jornais da "linha dura" do regime têm publicado editoriais a reprovar o Presidente por ser "demasiado agressivo em relação ao Ocidente", constatou a BBC.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=17&uid={90D27DB6-5231-436B-B8E9-86A8F1F62A9B}&id=117012&sid=12964

Comentário: É muito positivo ver que há crítica e oposição às políticas radicais de Ahmadinejad internamente. A inflação, o desemprego, a visita à América Latina (que muitos criticam por ter sido extremamente onerosa em tempos de crise), e as sanções da ONU levaram a uma insatisfação muito generalizada nos deputados. E até o Guia Supremo, ayatollah Ali Khamenei, está insatisfeito com Ahmadinejad.
Na minha opinião tudo isto é positivo, pois a melhor forma de remoção deste tipo de governos é a endógena. Como se tem visto, quando as mudanças vêm do exterior é sempre muito mais difícil ter o apoio da população. É provavelmente muito cedo para dizer isto, mas – e até tendo em conta a grande derrota de Ahmadinejad nas eleições locais há 1 mês atrás – seria muito bom que isto fosse o princípio do fim do regime deste extremista iraniano.

16.1.07

Que não se julgue que a culpa é da OPEP e da Galp

Eduardo Moura
Há um ano e meio, a gasolina sem chumbo 98 custava 1,235 por litro. Agora custa 1,321. Naquela altura, o barril de petróleo custava 53 dólares, agora custa exactamente o mesmo. Só que então, o dólar valia 0,82 euros e agora vale apenas 0,78. Quem é que afinal está a ganhar dinheiro?
Em primeiro lugar, precisamos perceber que há 18 meses atrás, as refinarias, como por exemplo a Galp, estavam a comprar o litro de petróleo a cerca de 27 cêntimos de euro. A certa altura de Agosto de 2006, depois de brutais aumentos o preço do barril de crude bateu nos 78 dólares, e as refinarias estavam a comprar o litro a cerca de 37 cêntimos de euro. Agora, os contratos de compra de crude estão a ser feitos a cerca de 26 cêntimos por litro.
A verdade é que o Estado fica com a parte de leão do preço dos combustíveis. Só em IVA, para a referida gasolina sem chumbo 98, o Estado está a receber 22,9 cêntimos por litro. Mas, além disto, em Imposto sobre os Produtos Petrolíferos, o Estado ainda arrecada mais 58,9 cêntimos.

Portanto, feitas as contas para cada litro de gasolina, a OPEP arrecada 26 cêntimos, o Estado fica com 81,8 cêntimos e, finalmente, todo o processo de transporte, refinação e distribuição de gasolina fica com 24,3 cêntimos.
Agora, se olharmos para 18 meses atrás verificamos que o Estado, em IVA e ISP, arrecadava 72,3 cêntimos, a OPEP 27 cêntimos e todo o processo de transporte, refinação e distribuição ficava com 24,2 cêntimos.
Fica claro que o aumento de preço de 8,6 cêntimos não se fica a dever à OPEP, não se fica a dever à Galp, nem à variação da taxa de câmbio do dólar pelo euro, mas exclusivamente ao aumento dos impostos.
In http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&SqlPage=Content_Opiniao&CpContentId=289003

Comentário: Este artigo de Eduardo Moura, do Jornal de Negócios (do qual reproduzo só parte) faz umas contas bem interessantes. É curioso compreender que o Estado arrecada 62% do preço total que pagamos pela gasolina, enquanto que os restantes 40% são partilhados pelos produtores de crude (19,5%) e pelas refinarias/distribuidoras (18,5%). Ainda há poucos dias conversava com uns Amigos aqui do Fórum: mas se o petróleo voltou ao preço de há uns meses atrás, porque é que nós continuamos a pagar praticamente o mesmo? Quem está a ganhar com isto? A resposta aí está: o Estado. Que o gaste bem gasto, é o que desejo...

Especialistas querem vacina contra o cancro do útero no Plano de Vacinação

Produto que dá imunidade contra o papilomavírus está à venda desde ontem. As três doses de vacina custam 480 euros e só daqui a três meses haverá decisão de comparticipação
Os especialistas são unânimes: se a vacina contra o cancro do colo do útero, que ontem começou a ser vendida em Portugal, tiver os resultados esperados deve ser incluída no Plano Nacional de Vacinação (PNV). A vacina custa 480 euros, mas só dentro de três meses as autoridades de saúde decidem a sua comparticipação. A Áustria incluiu, no início do mês, a vacina no seu PNV. Em Portugal o processo poderá demorar anos.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=16&uid={2CAF6525-1F7D-4847-9A41-D16078EC9A93}&id=116791&sid=12941

Comentário: A procura de uma vacina contra o cancro é uma área em que a investigação médica tem despendido imenso tempo e dinheiro. O cancro é hoje em dia das doenças que mais mata no Mundo, e infelizmente os casos parecem ser cada vez mais frequentes. Apesar do cancro do útero poder ser facilmente evitado, a verdade é que ainda mata muita gente (há muitas mulheres que não fazem o rastreio regularmente; se este cancro for detectado em fase precoce pode ser tratado em quase 100% dos casos). Até agora só havia outra vacina contra o cancro (a vacina da hepatite B, que previne o cancro do fígado), por isso é um extraordinário avanço médico e científico a descoberta de uma vacina contra o cancro no útero. Pela protecção contra esta doença cancerígena específica, mas também pela esperança que traz na procura de vacina para outros tipos de cancro.

15.1.07

RE: Congresso americano hostiliza plano de Bush para o Iraque (II)

Acho que é mesmo por preguiça… Dá-me mais jeito escrever EEUU dos que EUA. Tenho de carregar em menos teclas… apesar de ter um opinião pouco abonatória dos espanhóis… mas reconheço que neste caso já estou Iberizado.
Este tipo de comunicação fomenta o ócio.
Guilty as charged….

Estive para te responder num mail privado mas como a pergunta foi em canal aberto… (Zema)

Re: Chávez e Ahmadinejad querem menos produção de petróleo (V)

Mas se o interesse era mesmo apenas o petróleo, tinha mais lógica invadir-se a Venezuela. Não é muito melhor ter o petróleo mais perto de casa, evitando os custos de transporte? Já viram o petróleo que se gasta para levar petróleo do Iraque para os EUA... :)

Re: Chávez e Ahmadinejad querem menos produção de petróleo (IV)

Se queima melhor não sei, mas de certeza que queima mais longe...

Cumprimentos,

(Nuno Daniel)

RE: Chávez e Ahmadinejad querem menos produção de petróleo (III)

Se invadir é um argumento de peso para aqueles que defendem que a invasão do Iraque foi por causa do Petróleo.
Agora se não invadir não me venham dizer que é porque o petróleo do Iraque queima melhor do que o da Venezuela…
(Zema)

RE: Chávez e Ahmadinejad querem menos produção de petróleo (II)

Será que ninguém se lembra de perguntar ao Dr. Mário Soares se continua a rejubilar-se com a Vitória de Chavez?(Zema)

RE: Congresso americano hostiliza plano de Bush para o Iraque (II)

Como sabes, fui da minoria dos que apoiaram Bush na sua decisão de invadir o Iraque. As razões apontei-as aqui há uns anos atrás: 1) remover um ditador sanguinário do poder, promovendo a democracia no Iraque; 2) impedir que o regime fabricasse armas de destruição maciça (ADM); 3) atacar um regime com ligações ao terrorismo internacional, nomeadamente à Al-Qaeda.

Os 2 últimos pontos, as armas e as ligações à Al-Qaeda, revelaram-se falsos. Eu acreditei nas palavras do Presidente dos EUA e no seu Secretário de Estado na altura, Colin Powel. Acreditei ainda em Blair, Aznar e Durão Barroso, e nas “provas” em relação às ADM. Fui ludibriado. Eu e muitos milhões de americanos e muitos milhões de europeus.

No entanto, e apesar das falsidades claras, continuei a achar que o facto de se remover Saddam, e de se começar a tentar instaurar uma democracia no Iraque era positivo.

Em relação a este ponto, uma história. Aqui na minha residência mora um iraquiano (“curdo, mas com nacionalidade iraquiana”, como ele costuma dizer). Devo dizer que ele tem uma experiência de vida muito diferente daquilo a que estamos habituados. Ele está aqui em Inglaterra há alguns anos pois o pai esteve preso e foi torturado pelo regime de Saddam porque era seu opositor (pertencia ao Partido Comunista). Fugiu para Londres e controla o partido a partir daqui. Continuou a ser perseguido até o Saddam ser preso. Dois tios dele foram assassinados pelo ditador, num dos ataques com armas químicas protagonizado pelo regime. Por tudo isto os curdos detestavam Saddam. Os xiitas também. Isto dito pelo meu amigo iraquiano: a maior parte deles, apesar de não gostar muito dos americanos e de não gostar da ideia de lhes invadirem o território, agradece a remoção do ditador e a tentativa de instauração de um regime democrático e livre (embora mantendo as suas diferenças do regime ocidental). Por tudo isto o ponto 1) de que falava atrás continua, para mim, a fazer todo o sentido. Houve eleições democráticas, há uma nova Constituição no país, que concede direitos e liberdades aos iraquianos que eles nunca tiveram. E continuei, agora com mais reticências, sou honesto, a apoiar os EUA. A guerra, em si, não correu mal – tirando o facto de que uma guerra é sempre algo de negativo, mas que por vezes é o último recurso. Mas o problema são os erros enormes do pós-guerra. A estratégia de Bush e dos seus conselheiros foi péssima. E quando não se prepara convenientemente o pós-guerra, não se pode decidir começar uma guerra.

No plano interno e externo, Bush acumulou erros e mais erros, disse parvoíces a mais, demonstrou uma inabilidade para o cargo surpreendente (isto para dizer o mínimo). Como em tudo na sua vida, foi levado ao colo por ser filho de quem é. Por essas razões, e como o disse na altura aqui no Fórum, votaria em Kerry nas últimas eleições americanas. Mas o problema é que os EUA têm a tendência histórica de apoiar os seus presidentes em tempos de guerra – o que é normalmente positivo. E os americanos consideram-se em guerra, algo que choca a maior parte dos europeus. Os europeus são muito “pacifistas”, diria arrogantemente "pacifistas", e muito pouco realistas e pragmáticos (as más línguas dizem que somos timoratos e cobardes, mas eu nem vou por aí). Por isso não têm voz, não têm força, e são totalmente menosprezados (e muitas vezes ridicularizados) pelo resto do Mundo. Apesar da UE já contar com mais de 500 milhões de habitantes e de termos vários séculos de História, a nível de relações internacionais estamos muito frouxos. Mas já estou a divagar...

Termino dizendo que concordo contigo, Zema. Não acho que os americanos devam sair. Mas não me parece que mandar mais 20 mil militares seja a estratégia mais correcta. Parece-me um paliativo que nada irá resolver. Ou se mandavam mais uns 300 mil, e assim talvez se conseguisse travar a insurreição (cenário perfeitamente irrealista). Ou então, e esta é a minha opinião, talvez se devesse procurar uma solução mais negociada, seguindo mais de perto as propostas do relatório Baker-Hamilton.

Forte abraço,
PS: Já estou para te perguntar isto há muito tempo, Zema. Porque raio é que escreves EUA como EEUU, à maneira espanhola??

RE: Congresso americano hostiliza plano de Bush para o Iraque (II)

Gostei de ver que o fórum parece começar a ter novamente batimentos cardíacos… J

Actualmente há uma opinião generalizada que a intervenção no Iraque foi um erro estratégico do actual presidente dos EEUU mas foi um erro para ele e para os 3000 soldados americanos que já lá deixaram a vida. Não sei se o mesmo se poderá dizer relativamente aos iraquianos…
Não me parece que a retirada do Iraque seja um cenário sequer a considerar. É uma afronta àqueles que perderam a vida a lutar pela liberdade de outros e que deixaria aquela região ainda pior do que estaria com o ditador Saddam.
Acho que nós Portugueses ainda deveríamos entender esse cenário ainda melhor depois dos graves erros que cometemos em Africa quando decidimos vir embora de um momento para o outro.
Importa fazer a transição no Iraque rapidamente mas nunca deixando a região num vazio de poder pois será rapidamente aproveitado pelos países fronteiros, em especial o irão.

Bom dia para todos(Zema)

RE: Chávez e Ahmadinejad querem menos produção de petróleo (I)

Será que o Bush vai invadir a Venezuela?
(Tiago Hipkin)

Chávez e Ahmadinejad querem menos produção de petróleo

Os dois líderes, declarados opositores a Washington, criaram um fundo de ajuda mútua de mais de 1.500 milhões de euros
A Venezuela e o Irão anunciaram ontem que vão apresentar uma frente unida junto da Organização de Países Produtores de Petróleo (OPEP), para que o cartel adopte novos cortes de produção de forma a refrear a tendência de queda do preço do crude. A decisão, tomada em Caracas durante a visita do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, ao seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez, constitui uma provocação dirigida aos Estados Unidos.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=15&uid={2C6D3608-9A10-4238-ABE1-40D6E2D8055D}&id=116731&sid=12931

Comentário: “Inimigo de meu inimigo meu amigo é”, parece ser a máxima seguida por estes senhores. Estes dois “queridos” amigos estão a tratar da sua vidinha. Enquanto o Mundo respira um pouco de alívio com a baixa de preços de petróleo, que provocou uma quase total estagnação económica em muitos países do globo, estes tiranetes entendem que o preço do ouro negro está baixinho, e então conluiam para o tentar subir. Porque não têm outra solução para resolver os problemas económicos dos seus países. Chávez, por exemplo, está lentamente a destruir a economia do seu país. Distribuiu parte do dinheiro do petróleo, indiscriminadamente, por “projectos sociais” com o objectivo de comprar os eleitores – o que, claramente, conseguiu, pois tem vencido as eleições e conseguiu alterar a Constituição do seu país para aumentar os seus poderes e se poder eternizar na chefia do Estado (quem sabe um mínimo de História compreende que este comportamento é típico de ditadores...) –, está com imensos projectos de nacionalização da economia (sector energético, etc.), e isso tem afastado completamente o investimento estrangeiro na Venezuela, estrangulando totalmente a sua frágil economia. Solução: aumentar o preço do único bem que se tem. Chular o Mundo para resolver os seus erros domésticos. Assim parece fácil. Mas normalmente acaba mal.

14.1.07

Especialistas divididos sobre travagem de crescimento de criança deficiente

A pedido dos pais, os médicos deram à pequena Ashley, uma menina norte-americana deficiente, uma dose alta de hormonas para a manter para sempre com corpo de criança. Em Portugal, os especialistas dividem-se. Há quem critique o facto de a quererem tornar "manuseável", como se transformassem "uma árvore em bonsai", e quem admire a coragem de pais e médicos que lançaram a discussão. "As famílias com crianças com deficiência têm um sofrimento muito silencioso."
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=14&uid={20780B43-1196-4DE2-AB07-59CE176A545E}&id=116624&sid=12918

Comentário: Em época de assuntos eticamente melindrosos, aqui está outro caso que dá que pensar. Os pais de Ahsley, uma menina de 9 anos com encefalopatia estática (uma doença que lhe estancou o progresso cerebral a partir dos 3 meses), decidiram travar o seu crescimento. Através do uso de terapias com altas doses de estrogénios vão fazer com que esta criança não cresça – terá o corpo de uma menina mesmo quando for velha.
A grande questão é esta: é isto eticamente aceitável? Os pais entendem que sim, afirmando que esta é a única forma de terem força para poder ajudar a sua filha, profundamente deficiente, tratando-a, alimentando-a, cuidando dela. As pessoas que têm de lidar com filhos deficientes sofrem imenso quando eles crescem e engordam. Imagine-se um casal de idosos a cuidar de um jovem de mais de 80kg, todos os dias... No entanto, muita gente critica este acto: que direito têm os pais desta criança de a manusearam e instrumentalizarem a seu gosto? E se no futuro houver implantes cerebrais capazes de resolver a deficiência desta criança? Se tal suceder, os pais, com esta decisão, acabaram com todas as esperanças desta menina ter um futuro normal. Uma questão imensamente polémica e que não tem resposta certa.

13.1.07

Sony proíbe pornografia em formato Blu-ray

Analistas acham que a decisão pode condenar o novo formato
A Sony avisou a empresa Digital Playground, um dos maiores produtores americanos de filmes pornográficos, que não autoriza a edição de películas XXX no formato Blu-ray. A Digital Playground já avisou que decidiu lançar os seus próximos quatro filmes em HD-DVD, o formato rival de alta definição, na próxima semana.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=13&uid={D3C46BAD-EA68-4F81-B5A3-068C0B832631}&id=116483&sid=12900

Comentário: O formato Blu-ray está condenado. E parece que a Sony vai cair, pela 2ª vez, no mesmo erro. Há umas décadas atrás, quando surgiu o vídeo, estarão recordados que surgiram dois formatos: o Betamax e o VHS. Ora o último é que vingou, e uma das razões porque tal aconteceu (entre outras, tais como o binómio tempo de gravação / qualidade da imagem), foi o facto das empresas porno apostarem no VHS. E se não fosse a pornografia acham que tínhamos, actualmente, uma tecnologia de segurança em pagamentos on-line tão forte como temos hoje? Ou que o DVD tinha vendido tanto e tão rapidamente? Goste-se ou não, nestes mercados “pornography rules”! Pode ser triste, mas há que saber viver com as evidências...

Congresso americano hostiliza plano de Bush para o Iraque

Enquanto George W. Bush e a sua equipa fazem campanha pelo novo plano para o Iraque, "Um Novo Caminho para a Frente", republicanos e democratas no Congresso classificam nova estratégia como o maior erro de política externa desde a guerra do Vietname. Por Rita Siza, Washington
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=13&uid={D3C46BAD-EA68-4F81-B5A3-068C0B832631}&id=116368&sid=12890

Comentário: Está tudo contra, começando nos senadores americanos (republicanos e democratas) e no Congresso, passando pela grande maioria do povo americano (só 1 em cada 4 americanos apoia a estratégia do Presidente), e acabando na opinião pública internacional (dos vários editoriais que tenho lido da imprensa internacional, não há um único que se mostre a favor do “Novo Caminho para a Frente”). George W. Bush vê o caos à sua volta, ouve todas as críticas de todos os sectores, vai assistindo impávido à retirada dos seus parceiros militares (italianos, britânicos, dinamarqueses, etc.), e aproxima-se do precipício. E a sua solução? “Um Novo Caminho para a Frente”. Risível.

12.1.07

Re: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (III)

Bibas a todos,

Penso que, como muitas vezes acontece em portugal, quer-se passar dos 8 aos 80.
Queria só deixar aqui alguns comentários:
1º - O coração já bater às 10 semanas, ou haver ondas cerebrais, não é um argumento válido para mim.
2º - Como é que o sistema nacional de saúde vai conseguir cumprir as 10 semanas (menos, dependendo de quando se descobre a gravidez).
3º - Penso que ninguem pode ser obrigado a ser mâe contra a vontade.
4º - A maioiria dos especialistas que ouvi não assumem o trauma de se fazer aborto. Mas penso ser tão válido como o trauma de se ter um filho indesejado.

Por fim, penso que temos (portugueses) problemas mais básicos para resolver, relembro que ainda há pouco tempo morreu uma criança, vítima de maus tratos.
Ainda não estou completamente convencido, mas estou inclinado para o sim.

(Nuno Daniel)

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (II)

O que me parece é que o “sim” vai ganhar com alguma folga, mas vai ganhar por falta de entendimento do que está em causa. A verdade é que as pessoas ficaram, compreensivelmente, chocadas com o facto de mulheres “normais” serem levadas a tribunal por terem abortado. E muitas delas até pensaram: “podia ser eu”, e isto porque o número de mulheres que já interromperam a gravidez (sigilosamente, sublinhe-se) é muito grande em Portugal. Mas o pior ainda é que, se o “sim” vencer, as mulheres que foram para o banco dos réus voltariam a ir, e isto porque interromperam a gravidez após as 10 semanas.

Infelizmente a maioria dos portugueses não conhece a lei actual, não sabendo, por exemplo, que há variadas situações em que se pode abortar (perigo de morte ou lesão grave para a saúde da mulher, previsão de doença incurável ou mal formação da criança, em casos de violação, etc.). Além disso não parecem conhecer a nova lei, pois não compreendem que nela prevê-se que, até às 10 semanas, não seja preciso qualquer justificação para interromper a gravidez.

Independentemente do meu voto pessoal, o qual não é muito importante pois não o posso exercer (falarei dele no futuro, mais próximo do referendo, pois ainda tenho dúvidas e estou a preparar argumentos pró e contra para decidir), acho que é triste que o resultado do referendo seja decidido sem um verdadeiro entendimento e conhecimento do que está em causa. Se é isto a democracia participativa, só posso estar contra o exercício da mesma nestas condições.

RE: Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza" (I)

Eu vi a notícia na TVI e fiquei estupefacto!
Então não é que os resultados são mesmo contraditórios!?
No fundo as respostas indiciam que as pessoas estão satisfeitas com a lei actual, pois responderam “sim” aos casos que a lei actual já permite e “não” aos casos que o referendo propõe. No entanto dizem que vão votar “sim” no referendo…

Envio em anexo um powerpoint para ajudar a reflectir, aproveitando para (re) lançar a discussão aqui no fórum do Nando!

Penso que a Maior parte de vós já sabe qual a minha posição, mas volto a lembrar que voto “não”.
Cumprimentos,
(Tiago Hipkin Meireles)

Grande maioria de defensores do "sim" diz ir votar "de certeza"

Como sucedeu noutras sondagens, o "sim" à despenalização da IVG volta a vencer nas intenções de voto, com 60 por cento. Há, contudo, um indicador que poderá fazer a diferença. Entre os que apoiantes do "sim", quase 70 por cento afirmou querer ir mesmo às urnas no dia 11 de Fevereiro. Por Ricardo Dias Felner
Perto de 60 por cento dos eleitores tem a intenção de votar "sim" no referendo à interrupção voluntária da gravidez, contra cerca de 29 por cento de intenções de voto no "não", de acordo com uma sondagem da Intercampus para o PÚBLICO, TVI e Rádio Clube. Se se contabilizarem apenas os votos válidos, obtidos através da simulação de voto em urna, o resultado do próximo referendo seria de 67 e 33 por cento, para o "sim" e para o "não", respectivamente. Dois terços, um terço, ou dois votos "sim" para cada voto "não".
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=12&uid={C1F85426-6488-4853-975B-9396AAFD5B5E}&id=116192&sid=12869

Comentário: Como dizia há algum tempo atrás, é muito provável que o “sim” vença o referendo da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG). Muito provavelmente já teria vencido há 8 anos atrás, não fosse a elevadíssima abstenção (de quase 70%). Penso que neste referendo – apesar da “abstenção forçada” dos residentes no estrangeiro que mencionei num dos últimos e-mails – a participação será bastante maior. Do lado do “sim” a maioria dos seus defensores assumem “ir votar de certeza” como diz a notícia, enquanto que do lado do “não” só 30% afirmaram convictamente que iriam votar.
O mais estranho nesta sondagem é que, apesar de haver uma maioria pelo “sim”, há ao mesmo tempo uma maioria que defende que a IVG não deve ser autorizada “quando a mãe não deseja ter um filho”. Ora isto é totalmente contraditório. Se o “sim” vencer passa a ser legal exactamente essa situação até às 10 semanas. Isto demonstra que muitos portugueses não entendem muito bem aquilo que realmente se está a perguntar, e a maneira como as coisas ficarão após o referendo.
Em jeito de conclusão, deixo um ponto positivo e um negativo. Positivo: os portugueses estão a começar a compreender que, ao ficar em casa, as decisões são tomadas em função da minoria que vota, e não da maioria dos recenseados, o que variadas vezes leva a resultados distintos dos esperados. Isso significa uma maior conscencialização da importância do voto por parte de todos nós. Negativo: no entanto, parece que muitos não compreendem bem as consequências do seu voto, o que dá crédito aos opositores da própria instituição referendária.

10.1.07

À Redescoberta do caminho português para a Índia

CAVACO SILVA EM VISITA DE ESTADO
Leonete Botelho
A visita de Estado que o Presidente da República inicia hoje à Índia pretende rasgar a imagem de postal ilustrado que aquele país ainda tem em Portugal. Cavaco Silva lamenta não ter oportunidade de visitar o Taj Mahal, mas em contraponto faz questão de intervir nos seminários económicos em cada uma das quatro cidades por onde vai passar. Esta é, definitivamente, uma viagem de negócios.
In http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2007&m=01&d=10&uid={EEA8C874-B468-4EF3-AFF9-0EC25AA02C5E}&id=115839&sid=12830

Comentário: Como viagem de negócios penso que não poderia haver melhor escolha no destino. A Índia é um dos países com maior crescimento económico actualmente (para 2007 deverá crescer ainda mais do que a China), e oferece claramente enormes oportunidades de negócio. É que é muito angustiante o valor actual das trocas comerciais entre Portugal e a Índia: o nosso país exporta apenas cerca de 25 milhões de euros por ano para esta ex-colónia inglesa.
A Índia, maior democracia do Mundo, apostou forte nas tecnologias da informação, comunicações, biotecnologia, e outros sectores tecnológicos de ponta, e os resultados que tem obtido (quer a nível de recursos humanos quer a nível empresarial e económico) têm sido muito bons. Portugal só tem a ganhar ao apostar forte neste país. Além disso, até por razões históricas, temos ligações profundas com a Índia. Não nos esqueçamos que fomos nós os primeiros ocidentais a lá chegar (Vasco da Gama em 1498), abrindo caminho à globalização económica – sim, fomos nós que começámos a globalização de que hoje tanto se fala!

9.1.07

Emigrantes não votam no referendo

Os cidadãos portugueses recenseados e a residir no estrangeiro não poderão votar no referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas. Segundo a lei do referendo de 1998 e o projecto de resolução que deu origem a esta consulta - marcada para o dia 11 de Fevereiro -, só quem resida em território nacional poderá votar.
In http://dn.sapo.pt/2007/01/09/nacional/emigrantes_votam_referendo.html

Comentário: É um erro que eu, cidadão português recenseado, actualmente a residir no estrangeiro, não possa votar no referendo sobre a IVG. Este é o tipo de atitudes políticas que inferiorizam a instituição “referendo”. Com tantos deputados e deputadas a clamarem loas à democracia participativa não há um que reivindique a possibilidade de voto em referendo para os emigrantes? Assim se conseguem afastar alguns milhões de portugueses das decisões que afectam o seu país.
Pela primeira vez na minha vida não exercerei o meu direito (e dever) de voto. E devo dizer que não aprecio nada esta abstenção forçada.